Com alta no número de
veículos eletrificados, mercado de blindagem brasileiro se prepara para demanda
crescente.
"A blindagem de veículos
elétricos e híbridos exige maior atenção e especialização no quesito de
segurança do serviço, uma vez que a carga elétrica das baterias é muita alta e
pode gerar até risco de danos físicos aos operadores", afirma o executivo.
"Bom domínio da técnica
evita incorrer também em danos materiais, pois descargas elétricas causam danos
aos sistemas eletrônicos dos veículos durante a operação, o que requer técnica
ainda mais apurada e mão de obra ainda mais capacitada", diz Fonseca.
Diferença crucial na hora de realizar o serviço é que a blindagem exige a desenergização do veículo, que chega à blindadora sobre patins, empurrado por operadores. Após conclusão do serviço, técnicos reenergizam o carro na própria concessionária, onde ele é testado. "Em relação ao tempo de serviço, haverá um aumento de aproximadamente ⅓ a metade do lead time regular", diz Fonseca.
Considerando o ganho de peso dos carros elétricos e híbridos por conta das baterias, eles têm partes a serem blindadas com materiais diferentes (alumínio, fibra de carbono e fibra de vidro) - todo o serviço exige tecnologia e cuidados diferenciados.
"A adoção de materiais
mais leves no projeto é uma tendência para compensar aumento de peso
proporcionado pelas baterias, portanto, a blindagem vai minimizar o uso do aço
e usar materiais mais leves para maximizar a eficácia do transporte e não
sobrecarregar sistemas de freios nem comprometer o prazer ao dirigir com
eventuais sobrepesos", afirma o especialista.
Por conta do uso de materiais
diferenciados e nível de exigência técnica mais alta, além do maior tempo de
serviço, a blindagem de veículos elétricos acaba tendo um custo maior para uma
proteção balística tão segura quanto a de um veículo comum e isso acaba sendo
repassado para o preço.
Mas o executivo entende que
com a popularização dos carros eletrificados e aumento de escala esse custo
tende a ser reduzido no futuro: "muitíssimo em breve elétricos e híbridos
deixarão de ser nicho e o mercado diluirá isso".
"Todas as montadoras que utilizam Kevlar original têm disponíveis carros híbridos blindados, e agora avançam para a grande tendência do mercado, que são os veículos elétricos. Não é mais uma questão de tecnologia, é uma questão de tempo", conclui Fonseca.
De acordo com os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2020 o mercado de veículos híbridos e elétricos atingiu o patamar de 19.745 unidades emplacadas, um crescimento de 66,5% na comparação com ano anterior. Outro destaque é que pela primeira vez o segmento de veículos eletrificados alcançou 1% do mercado total no país. (insideevs.uol)
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