Hidroeletricidade, fontes solar e eólica são
fundamentais no enfrentamento das mudanças climáticas. Cerca de 550 GW de novos
projetos de usinas hidrelétricas estão prontos para serem implantados no mundo.
As usinas hidrelétricas são essenciais para atingir
as metas globais de enfrentamento das mudanças climáticas sintetizadas no
Acordo de Paris, que pretende limitar o aumento da temperatura do planeta a 2ºC
neste século, mas preferencialmente a 1,5ºC. A questão ficou evidente nos
debates que contaram com a participação da Itaipu Binacional durante a COP 26,
em Glasgow (Escócia, de 1 a 12 de novembro).
O assunto foi tema central do evento
“Desenvolvimento de energia hidrelétrica: fornecimento de energia renovável e
ambientalmente correta, garantindo a disponibilidade de água em longo prazo e
prevenindo desastres naturais relacionados à água”, organizado pelo governo do
Tadjiquistão e que contou com a participação de especialistas da Associação
Internacional de Hidroeletricidade (IHA), Agência Internacional de Energia
(IEA), Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), Itaipu Binacional,
Instituto Internacional de Gestão da Água e Painel de Alto Nível de Expertos e
Líderes em Água e Desastres.
Hidroeletricidade, fontes solar e eólica serão
protagonistas no enfrentamento das mudanças climáticas
Em geral, a visão dos painelistas é que a
hidroeletricidade pode desempenhar um papel mais relevante no enfrentamento das
mudanças climáticas.
As fontes solar e eólica ganharam muita evidência
nesse tema – e devem continuar expandindo sua capacidade instalada no futuro –
mas por serem intermitentes, não são capazes de dar a segurança energética
necessária ao sistema.
E é aí que a fonte hídrica se apresenta como ideal, com flexibilidade e potência para suprir eletricidade em situações em que o sol e os ventos não são capazes de atender à necessidade por energia firme.
Mudanças climáticas alarmantes são resultados do relatório do IPCC.
Usinas hidrelétricas continuam sendo a fonte
predominante entre as renováveis
Apesar do crescimento das fontes solar e eólica nos
últimos anos, a hidroeletricidade continua sendo a fonte predominante entre as
renováveis no cenário mundial. Em 2020, 17% da eletricidade global foi gerada
por fonte hídrica (aproximadamente 4,370 TWh), mais do que todas as outras
renováveis somadas. Ainda em 2020, 21 GW de potência instalada foram
acrescentados, representando um aumento de apenas 1,6% sobre o ano anterior. O
crescimento recente dessa fonte foi puxado em grande parte pela China, que acrescentou
quase 50 GW ao longo dos cinco últimos anos.
Entretanto, estudos recentes da IEA e da Irena
apontam que, para atingir a meta de 2ºC do Acordo de Paris, serão necessários
850 GW de novas hidrelétricas. Para a meta de 1,5ºC, mais de 1.300 GW deveriam ser
adicionados à capacidade instalada mundial. Ainda segundo esses estudos, se
esses 850 GW fossem fornecidos a partir de carvão ou gás, isso levaria a uma
emissão anual de carbono equivalente a metade das emissões nacionais da Índia e
do Japão, respectivamente.
Cerca de 550 GW de novos projetos de hidrelétricas
prontos para serem implantados no mundo
Segundo análise da IHA, há cerca de 550 GW de novos
projetos de hidrelétricas prontos para serem implantados no mundo, mas, desses,
apenas 156 GW estão em construção, muito distante dos 850 GW necessários para a
meta de 2ºC. “Não podemos nos dar ao luxo de não construir mais hidrelétricas.
Não temos essa opção. Elas são essenciais para gerar energia com baixas
emissões de carbono, e também para regular os rios e contribuir com o
enfrentamento das consequências das mudanças climáticas, como secas e
enchentes”, afirmou o presidente da IHA, Eddie Rich.
A conclusão é que a hidroeletricidade está tendo um
crescimento muito tímido para atender à necessidade mundial de gerar energia
sem emitir gases de efeito estufa. Para mudar esse necessário, se faz
necessária uma maior presença da hidroeletricidade na agenda política; reforçar
a adoção de padrões de sustentabilidade rigorosos nos novos projetos;
reconhecer o papel importante dessa fonte na segurança energética; mobilizar
recursos financeiros para a construção de hidrelétricas sustentáveis em países
em desenvolvimento; e, também, que o setor público continua sendo fundamental
para a expansão da fonte hidro.
Itaipu participou do evento como um caso de sucesso
na produção de hidroeletricidade com respeito a padrões rigorosos de
sustentabilidade
A Itaipu participou do evento como um caso de sucesso na produção de hidroeletricidade com respeito a padrões rigorosos de sustentabilidade. A empresa foi representada no evento pela conselheira María Antonia Gwynn Ramírez, pelo Paraguai, que apresentou as principais características da usina binacional, e do superintendente de Gestão Ambiental, Ariel Scheffer da Silva, pelo Brasil, que falou sobre a importância das ações de sustentabilidade no território, como a conservação dos ecossistemas e outras iniciativas que acontecem em aproximadamente 200 municípios em ambas as margens, com o objetivo de assegurar a disponibilidade de água e a geração de energia no longo prazo, além de contribuir com o enfrentamento das mudanças climáticas.
Hidrelétricas são essenciais para atingir metas globais das mudanças climáticas.
Ao longo da COP, a Itaipu também participou de eventos paralelos promovidos pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Undesa) e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Brasil. E também provou um evento em dos principais espaços de exposição da COP, o estande da ONU Mudanças Climáticas (UNFCCC), demonstrando sua estratégia climática que alia a conservação dos ecossistemas à segurança hídrica e energética. (clickpetroleoegas)
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