Barral lembrou que o setor
elétrico tem um potencial maior de descarbonização que outras atividades
econômicas. Por conta dessa característica, ele vai servir como um vetor para
que setores dependentes de combustíveis fósseis possam reduzir suas emissões de
carbono.
No processo de transição para
uma economia mais limpa, o Brasil vai precisar pensar que instrumentos de
incentivos poderá usar, além estabelecer marcos legais e regulatórios para que
o setor privado possa garantir que isso aconteça. “A gente precisa ter uma
visão integrada dessa transição”, completou.
Em um horizonte de longo
prazo, o hidrogênio será a grande fonte de energia, na avaliação da diretora de
Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana da
Costa. Ela defende que o financiamento tem que ser mais barato para energia
renovável e mais caro para projetos que usam combustíveis poluentes.
“A gente vai ter que
esverdear o balanço”, disse a executiva. Em sua opinião “o Brasil tem que
começar a taxar petróleo”, pois já existe petroleira fazendo IPO da divisão de
hidrogênio verde.
Para o diretor-geral da
Agência Nacional de Energia Elétrica, Sandoval Feitosa, a Aneel, como órgão que
implanta as políticas públicas do setor, está no caminho certo para a
transição, que começou, em sua avaliação, há 70 anos com a construção de
grandes hidrelétricas. A passagem para uma economia mais limpa não tem que ser
necessariamente cara, em sua avaliação.
Feitosa citou uma série de
regulamentos aprovados pela agência reguladora e disse que, no momento, a Aneel
está aguardando os sinais do governo em relação aos próximos passos. Em relação
à Amazônia, a expectativa é de uma sinalização do ministério em direção a uma
matriz mais limpa.
O diretor-geral da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Rodolfo Saboia, destacou
que o setor regulado pela ANP, foi, por motivos óbvios, altamente impactado
pela transição energética. Um impacto que, segundo ele, vinha se dando porque havia
um combate feroz à produção de hidrocarbonetos para energia, sob a ótica
equivocada de que a transição deixaria de acontecer por causa disso.
“O que a invasão Ucrânia pela Rússia trouxe de fato novo foi a visão de que transição energética é necessária e inadiável, mas ela não pode vir na frente da segurança energética”, ponderou, acrescentando que já há uma compreensão mais viva em relação a isso no board das empresas do setor.
Com a aplicação dos conceitos de ESG, essas companhias tem resistido a explorar novas fronteiras, considerando que terão uma janela de 20 a 30 anos, e estão muito seletivas. É importante, então, que o Brasil se torne competitivo diante de competidores regionais como a Guiana, uma vez que transição tornou clara essa noção de horizonte limitado para a indústria de óleo e gás. (canalenergia)
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