A versão 2.0 da iniciativa
tem como meta atender 24 plantas industriais que fazem uso intensivo de energia
em seus processos de produção. O objetivo é reduzir as emissões de gases de
efeito estufa em 40 mil toneladas e diminuir os custos operacionais em R$ 90
milhões ao ano. Nesta nova fase, três empresas já formalizaram adesão ao
programa, são elas: a siderúrgica produtora de aço ArcelorMittal; a Schulz,
especializada em maquinário; e a empresa de celulose Eldorado Brasil.
Para execução do programa,
serão destinados a essas indústrias R$ 20 milhões. Cada empresa selecionada
recebe um aporte de R$ 400 mil e precisa oferecer uma contrapartida no mesmo
valor. Assume também o compromisso de implementar um plano de ação elaborado
com a equipe técnica do projeto. Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e
Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, o programa, além de reduzir as
emissões, acelera a competitividade e a produtividade da indústria, pois prevê
a redução no consumo de energia e nos custos operacionais.
Uma novidade nessa nova fase é a participação do SENAI Cimatec, que passa a integrar o time de execução técnica do programa para realizar atendimento às empresas. “Vamos identificar gargalos e propor ações de redução energética. O atendimento da primeira empresa através do Aliança 2.0 já começou e o prazo para conclusão desta fase é de dois anos”, disse Otanea Brito de Oliveira, gerente de negócios do Senai Cimatec. A participação da instituição também busca internalizar a metodologia do Aliança para aplicações futuras. A ideia é a multiplicar o conhecimento adquirido com as fases piloto, 1 e 2.
Compromisso com a sustentabilidade
Participante do primeiro
ciclo do programa, a ArcelorMittal busca repetir os bons resultados da primeira
fase, a qual integrou em 2018 na unidade de Tubarão (ES). Dessa vez, a empresa
optou por desenvolver ações na unidade da Vega do Sul, localizada em São
Francisco do Sul (SC), e já foi realizada uma primeira visita técnica à planta
industrial.
Gerente de produção de energia
na ArcelorMittal Tubarão, Tarley Secchin, conta que, com o apoio da equipe do
programa, a empresa pretende identificar oportunidades e desenvolver as ações
que possam tornar mais eficientes os processos em Vega, focando primeiramente
em propostas sem nenhum custo ou com custos reduzidos de implementação, e
reforçando ainda mais o espírito de melhoria contínua e de otimização de seus
processos.
Também com objetivo de aumentar a competitividade ancorada na sustentabilidade, a Eldorado Brasil identificou no programa uma maneira de acelerar seus processos. Por meio da iniciativa, a empresa pretende levantar oportunidades, classificá-las e apresentar um plano de trabalho, com a missão de promover eficiência energética, produtividade e sustentabilidade.
De acordo com o gerente executivo de Inovação e Tecnologia da Eldorado, Luiz Roberto Fernandes de Araújo, a indústria de papel e celulose vem se destacando na transição para uma economia de baixo carbono por meio de seus produtos, que são altamente recicláveis, substituindo outros menos sustentáveis no manejo de florestas e na preservação de reservas florestais, que são peça-chave para garantir que os impactos do aquecimento global sejam minimizados. “Trocar uma matriz energética que consome combustíveis fósseis e eleva os gases de efeito estufa por uma nova matriz, baseada em fontes renováveis e com baixa emissão de carbono, exige investimento de recursos em inovação e tecnologia”, destaca.
Para a Schulz, o programa é
uma oportunidade de fazer algo customizado e específico para o seu processo,
com investimentos compatíveis e retorno na economia de energia. Segundo o
gerente de desenvolvimento de produtos da empresa, Thiago Chiarotti de
Oliveira, a expectativa é reduzir o consumo de energia em até 15%. “Pretendemos
encontrar uma forma de aproveitar o calor das peças fundidas para gerar energia
elétrica ou esquentar a matéria-prima que será fundida”, explica.
Ele ressalta que a indústria, em conjunto com as operações logísticas, tem grande potencial de redução de pegada de carbono. “Tanto as montadoras de veículos como as principais indústrias do mercado já estão conscientes dessa responsabilidade e já estão colocando nos seus planejamentos estratégicos ações relacionadas a ESG, onde incluímos também a questão da pegada de carbono”, complementa.
Primeira fase atendeu 12 plantas industriais e economizou R$ 122 milhões por ano.
A primeira fase do Programa
Aliança atendeu 12 plantas industriais de setores como siderúrgico, químico,
cimento e automobilístico. Em termos energéticos, 176 GWh deixaram de ser
consumidos, o que seria suficiente para abastecer por um ano uma cidade de 60
mil habitantes. Ao todo foram identificadas R$ 198 milhões em oportunidades de
redução de consumo, sendo 61% aprovadas e implementadas, gerando uma economia
anual de R$ 122 milhões. A maioria dos projetos envolveu a otimização de
processos, sem a necessidade de troca de equipamentos. (canalenergia)
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