De acordo com o presidente do
Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri Silva, até o final de março os
valores acumulados somaram R$ 342,5 milhões com a exportação. Foram R$ 31,5
milhões em janeiro, com 553 MW médios, outros R$ 80 milhões com a venda de
1.487 MW médios em fevereiro/23 e outros R$ 231 milhões com 1.451 MW médios no
mês passado.
“Para o mês de abril os
valores não estão fechados, mas no acumulado deverá ficar perto de R$ 500
milhões”, disse o executivo em café da manhã com a imprensa em 17/04/23. “Fomos
ajustando o preço a um nível que possibilitasse a apuração de receita para o
MRE ao limite das térmicas para que estas não fossem chamadas a operar”,
explicou.
Tanto é assim que o valor da
energia para a exportação de vertimento turbinável começou em R$ 76 por MWh até
26/02/23. Depois disso, os valores foram sendo alterados a cada três dias.
Tanto que em 27/02/23 avançaram a R$ 138 e chegaram ao pico de R$ 242 por MWh
de 13 a 22/03/23. Esse montante acabou levando ao acionamento de quatro UTEs –
Cubatão, Termorio, Vale do Açu e Termobahia. Por isso, o valor recuou a R$ 207
a partir do dia 23/03/23.
Esse valor de quase R$ 500 milhões, explicou o executivo da CCEE, que deixará o cargo no fim deste mês por conta do final do segundo mandato, será destinado às 601 usinas participantes do MRE. Essa divisão dos valores é proporcional à participação de cada uma no ‘condomínio’.
No início da exportação eram 1.900 MW médios, esse volume manteve-se até 08/03/23, depois recuou a 1.513 MW médios, e agora está em 1.529 MW médios. Mas esse volume deixará de ser exportado por conta do final do período úmido. A tendência agora é de que termine essa venda de energia aos vizinhos. Um sintoma é o fechamento de muitos vertedouros de usinas hidrelétricas pelo país. Nos três primeiros meses do ano, o chamado EVT ajudou no índice de GSF em 1,1 p.p em janeiro, 2,7 p.p. em fevereiro e em 2,6 p.p. em março/23. Os valores de abril ainda não foram fechados.
Altieri defendeu ainda que o
governo aproveite esse período seco que está começando para definir a questão
de preços para essa exportação no futuro. Ele comentou que aumentar os preços
da forma que foi implementado não é o ideal. “Mesmo elevando o preço como
fizemos não houve competição entre os comercializadores”, apontou. Inclusive,
lembrou ainda que os importadores reclamaram da elevação dos preços, pois
queriam comprar a valores mínimos, uma vez que na prática era água que estava
sendo ‘jogada fora’. Os valores da energia estavam a R$ 900 por MWh, tanto na
Argentina quanto no Uruguai.
GSF
Apontado como o principal
ponto de tensão no mercado brasileiro durante a sua gestão, o GSF ainda possui
pendências que precisam ser resolvidas. Uma delas é o valor que está bloqueado
por medidas liminares que limitam o repasse aos credores. São cerca de R$ 900
milhões, que tem mantido a liquidez do MCP na casa de 60% desde setembro do ano
passado.
Com esse volume, Altieri
destacou que a percepção de adimplência dos credores está em um patamar de 27%
para agentes com liminar que tem alcance de acordo com a regra do setor e para
agentes sem liminar. Para aqueles que possuem liminar para não participar do
rateio essa percepção é sensivelmente maior, chegando a 89%, de acordo com
dados de fevereiro.
Na avaliação do executivo, esses níveis não podem continuar, mas, disse, “parece que os agentes se acostumaram a esses índices, não pode ser assim”.
Outro ponto destacado por Altieri é a questão das sobre contratações das distribuidoras. Na média as concessionárias estão com 108,5% da demanda contratada. Ele indica que alguma necessidade de energia só deverá ocorrer mesmo em 2025, quando o índice deverá chegar a 98,9% por conta do final de contratos de térmicas no mercado regulado. Esse volume vai aumentando até chegar ao final de 2027 em 6,5 GW em energia descontratada. Somando com a descotização das usinas da Eletrobras, esse montante somará pouco mais de 13 GW. (canalenergia)
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