quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Grupo Massa entra no mercado energia solar distribuída

Grupo Massa entra no mercado energia solar distribuída em parceria com a Nextron.
Nessa parceria, a Nextron será a responsável por fazer a mediação e gestão para que a energia injetada na rede seja compensada na conta de luz dos consumidores gerando um desconto mensal de até 20%. E a estimativa é que o ingresso neste setor amplie o potencial de crescimento e faturamento do Grupo Massa.

Nova frente de atuação, a Massa Energia by Nextron, deve investir até R$ 500 milhões em 12 meses em um conjunto de usinas, totalizando 100 MW de geração solar distribuída compartilhada. O objetivo é chegar a 50 mil residências e comércios no estado do Paraná pelo modelo de geração remota.

O Grupo Massa, conglomerado paranaense de comunicação do empresário e apresentador Carlos Massa, o Ratinho, identificou no setor de geração distribuída uma possibilidade de expansão estratégica para diversificar suas operações e impulsionar o crescimento sustentável. A Nextron, plataforma de energia solar que permite acesso à fonte renovável de forma 100% digital foi escolhida como parceira do grupo para viabilizar a entrada neste mercado.

A oferta de energia solar distribuída remota com foco no estado do Paraná, onde as outras empresas do Grupo atuam, a Massa Energia by Nextron usará inicialmente como fonte para a distribuição energética uma fazenda solar própria equipada com painéis modernos que otimizam a eficiência da captação. Foram empregados R$ 12 milhões nessa estrutura, localizada em Apucarana, que terá capacidade para abastecer toda a região. A projeção é atingir mais de 50 mil pessoas e investir R$ 500 milhões nos próximos 12 meses, totalizando aproximadamente 100 MW de capacidade instalada no estado.

A Nextron será a responsável por fazer a mediação e gestão para que a energia injetada na rede seja compensada na conta de luz dos consumidores gerando um desconto mensal de até 20%. “Viabilizar a entrada do Grupo Massa no setor de energia renovável é uma conquista importante para nós. Estamos empolgados em contribuir para que essa transição ocorra de forma eficiente e inclusiva, impactando positivamente o futuro energético da região”, conta o fundador e CEO da Nextron, Ivo Pitanguy.

A estimativa é que o ingresso neste setor amplie o potencial de crescimento e faturamento do Grupo Massa. “Essa parceria permite unir duas forças em prol de um objetivo comum: garantir que o acesso à energia renovável seja simples, econômico e impacte positivamente o dia a dia dos consumidores”, afirma o CEO do Grupo Massa, Edson Carneiro. (pv-magazine-brasil)

Vivo inaugura 3ª usina solar em BA e chega a 70 unidades

Vivo inaugura terceira usina solar na Bahia e chega a 70 unidades de GD em operação no Brasil.
Localizada no município de Malhada, a usina faz parte do modelo de geração distribuída (GD) e é a 70ª unidade da empresa em operação no país. A nova usina contribuirá com a produção de 12.348 MWh/ano, energia que será injetada na rede da Neoenergia Coelba e atenderá 140 pontos de consumo da companhia na região.

Usina construída em parceria com as empresas Gera e Energea está localizada em Malhada. Deve produzir 12.348 MWh por ano, que serão injetadas na rede da concessionária Neoenergia Coelba. Somadas, as usinas GD da Vivo somam uma produção total de 626.000 MWh/ano. Para suprir 100% de sua demanda de energia elétrica a companhia conta ainda com usinas de autoprodução no mercado livre e aquisição de I-RECs.

A Vivo inaugurou em Malhada, na Bahia, sua terceira usina solar no estado, chegando a 70 usinas no modelo de geração distribuída em operação no Brasil, atingindo uma produção total de 626.000 MWh por ano. Construída em parceria com as empresas Gera e Energea, a planta está instalada em uma área de 14,2 hectares e deve produzir 12.348 MWh/ano, que serão injetadas na rede da concessionária Neoenergia Coelba, suprindo 140 pontos de consumo da empresa na região. A nova usina gerou 33 empregos na fase de construção.

Com 114 milhões de acesos nos serviços fixo e móvel, a Vivo possui 35 mil pontos de consumo de energia no país. Toda a energia utilizada pela empresa vem de fontes 100% renováveis, a partir de um combinado entre a produção em geração distribuída, de fontes solar (62%), hídrica (27%) e de biogás (11%), autoprodução solar em média tensão e aquisição de energia no mercado livre, além da energia certificada I-RECs (International Renewable Energy Certificates), de origem eólica.

Vivo inaugura 3ª usina solar na Bahia

Construída em parceria com as empresas Gera e Energea, a planta está instalada em uma área de 14,2 hectares.

Além de atuar como consumidora, a Vivo entrou no mercado de comercialização através de uma joint-venture com a Auren, a GUD Energia, criada para capturar as oportunidades geradas pela abertura do mercado livre. (pv-magazine-brasil)

Vivo inaugura 3ª usina solar na Bahia

Toda a energia utilizada pela empresa vem de fontes 100% renováveis.
Vivo inaugura sua 3ª usina solar na Bahia! A Vivo acaba de abrir mais uma usina solar no município de Malhada, contribuindo com a produção de 12.348 MWh/ano para a rede da Neoenergia Coelba. Essa é a 70ª usina da Vivo no Brasil e faz parte da meta da empresa de usar 100% de energia renovável!

A implementação ocorre em parceria com as empresas Gera e Energea, no município de Malhada/BA.

Vivo inaugura nova usina solar na Bahia

A Vivo inaugura sua terceira usina solar na Bahia. Localizada no município de Malhada, a usina faz parte do modelo de geração distribuída (GD) e é a 70ª unidade da empresa em operação no país. A nova usina contribuirá com a produção de 12.348 MWh/ano, energia que será injetada na rede da Neoenergia Coelba e atenderá 140 pontos de consumo da companhia na região.

A implementação ocorre em parceria com as empresas Gera e Energea, no município de Malhada/BA.

A planta de Malhada foi desenvolvida em parceria com as empresas Gera e Energea, ocupando uma área de 14,2 hectares. Esse projeto é parte da estratégia da Vivo de integrar energias solares, hídricas e biogás em sua matriz energética. Atualmente, toda a energia utilizada pela empresa vem de fontes 100% renováveis, a partir de um combinado entre a produção em geração distribuída. Com 62% da energia consumida pela empresa provém de usinas solares, 27% de fontes hídricas e 11% de biogás.

Iniciativa da Vivo se alinha às metas do grupo Telefónica, do qual faz parte, e busca reduzir o impacto ambiental da empresa, ampliando o uso de energias renováveis e implementando um plano de descarbonização com prazos desafiadores, tanto no Brasil quanto no exterior.

Expansão da GD

Desde 2018, a Vivo tem investido em geração distribuída. Com 70 usinas em operação em todo o país, a empresa já alcançou uma produção anual de 626 mil MWh. Esse volume representa cerca de 35,5% da demanda energética da companhia, que mantém 35 mil pontos de consumo ativos no território nacional.

Além dos esforços na geração de energia, a Vivo estabeleceu metas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Além das iniciativas ambientais, a empresa também está comprometida com metas sociais que buscam aumentar a diversidade dentro de sua estrutura. Até 2035, a Vivo pretende alcançar 40% de mulheres em cargos de alta liderança e 45% em posições de liderança, além de ampliar a presença de pessoas negras em sua equipe.
A nova usina em Malhada integra o plano de diversificação energética da empresa, contribuindo para a ampliação da matriz de energia renovável no Brasil.

Vivo inaugura 3ª usina solar na Bahia e expande produção de energia renovável. (telesintese)

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Produção de biodiesel deve crescer 130% no Brasil

Produção de biodiesel deve crescer 130% no Brasil, projeta banco.
O futuro dos biocombustíveis no Brasil é altamente promissor, de acordo com projeções do Itaú BBA feitas durante o Agro Vision 2024.

As estimativas da instituição financeira indicam que a produção de etanol, proveniente tanto de milho quanto de cana-de-açúcar, deve aumentar 84%, passando de 32 bilhões de litros em 2024 para 59 bilhões de litros em 2037.

Já a produção de biodiesel deverá crescer 130%, dando um salto de 10 bilhões de litros produzidos atualmente para 23 bilhões de litros em 2037.

Para a diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Itaú Unibanco, Luciana Nicola, enquanto a eletrificação será uma agenda de médio e longo prazo, os biocombustíveis podem ser uma solução sustentável rápida e eficiente que posicionará o Brasil como um grande fornecedor global.

Segundo ela, o Brasil tem a oportunidade de atender essa demanda crescente apostando na conversão de terras degradadas, expansão do milho de segunda safra sobre áreas de soja, uso de biomassa residual, além de investimentos em irrigação e aumento de produtividade.

Biometano e biodiesel brasileiro no mundo

O head de combustíveis da Azul, Diogo Youssef, enfatizou a importância da regulamentação da Lei do Combustível do Futuro para garantir que os combustíveis sustentáveis produzidos no Brasil sejam aceitos internacionalmente.

Ele destacou que o combustível representa 40% do custo de uma passagem aérea no Brasil, comparado a 25% em mercados internacionais, e que o Sustainable Aviation Fuel (SAF) brasileiro pode ser uma solução competitiva e eficiente para a agenda de descarbonização do setor.

O CEO da Copersucar, Thomás Manzano, mencionou no evento as oportunidades econômicas do país, ressaltando que o Brasil já conta com uma produção consolidada de biocombustíveis.

De acordo com ele, ao contrário de outros mercados, o consumidor não paga mais caro por soluções renováveis, como o etanol. Para Manzano, o biometano e o biodiesel são alternativas mais baratas que os combustíveis fósseis no transporte rodoviário, que ainda representa cerca de 70% do cenário nacional. (biodieselbr)

Pernambuco atualiza regras para licenciamento eólico e solar

Principal ponto em discussão, distanciamento mínimo dos aero geradores deverá ser definido e comprovado tecnicamente pelo investidor para avaliação conjunta.
Energia renovável: Pernambuco moderniza normas ambientais

Com forte potencial de crescimento, Estado inova simplificando o processo de licenciamento.

CPRH publica Instruções Normativas para instalação de empreendimentos renováveis no Estado

Instalação de novas geradoras de energia eólica e solar em Pernambuco deverão seguir diretrizes criadas pelo órgão

Empresas de energia solar e eólica devem seguir novas regras para se instalarem no Estado de PE.

A produção de energia renovável ganhou um incentivo para se expandir no Estado, respeitando a política de desenvolvimento econômico sustentável.

O Governo de Pernambuco, por meio da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), com apoio da Semas e da Sdec, publicou em 23/10/24, duas instruções normativas que definem critérios e exigências de estudos para a instalação das indústrias de produção de energia eólica e solar em território pernambucano.

As novas regras contemplam o desenvolvimento do setor, que agora terá regras claras e definidas de licenciamento ambiental.

O intuito da regulamentação é garantir o desenvolvimento econômico sustentável e regenerativo, buscando reduzir os impactos ambientais e potencializar as externalidades sociais positivas dos empreendimentos renováveis.

O Estado dispõe de ambiente favorável de infraestrutura (rodoviária e portuária), investimentos crescentes em transmissão, somados a elevado potencial de incidência solar e ventos. Agora, o Estado também dispõe de um regramento atualizado e mais eficaz para licenciamento ambiental das renováveis.

Normativas

A instrução normativa traz inovações relevantes para os empreendimentos solares. Destaca-se a inexigibilidade do licenciamento ambiental para unidades com até 0,5MW nominal, e o licenciamento simplificado para empreendimentos com área menor ou igual a 5 hectares.

Essas mudanças tornam o licenciamento mais assertivo para empreendimentos de energia solar de baixo impacto, com a consequente redução do tempo de licenciamento, sem abrir mão da conformidade ambiental.

Na instrução normativa sobre os empreendimentos eólicos, em atenção às melhores práticas da indústria e revisão da literatura científica, foi estabelecida a necessidade de apresentação à CPRH de estudo de simulação dos efeitos estroboscópios e de índices de ruídos para definição segura da localização das torres na fase de licenciamento.

A norma também prevê o dever do empreendedor de monitorar e assegurar compliance com os parâmetros de controle durante toda a operação das usinas.

De acordo com o secretário de desenvolvimento econômico, Guilherme Cavalcanti, as novas regras são fundamentais para um desenvolvimento econômico sustentável. A avaliação é que elas impulsionarão a atração de novos empreendimentos, uma vez que trarão mais segurança jurídica.

"Pernambuco tem uma característica única de competir no mercado pelas condições de infraestrutura, potencial de incidência solar e o regime dos ventos e isso tem atraído interessados em produzir no estado. Com normas definidas e licenciamento simplificado respeitando o desenvolvimento econômico sustentável, vamos poder avançar na vinda de novos empreendimentos, gerando mais empregos para o nosso estado", destacou Guilherme.

Pioneirismo

As normas resultam de um processo de escuta ativa das múltiplas partes interessadas. Por meio do Decreto Estadual 55.863/23, Pernambuco foi pioneiro em criar um grupo de trabalho formado por entidades da sociedade civil, associações do setor de renováveis, universidades, órgãos de fiscalização e controle e representantes de comunidades e do poder legislativo.

Esses diversos atores foram engajados no grupo de trabalho e forneceram subsídios para a construção das novas normas pelo CPRH.

“O resultado são normas que promovem o equilíbrio entre a preservação ambiental, o desenvolvimento econômico e social das comunidades e o fortalecimento do setor de energias renováveis, crucial para a reindustrialização verde e para o combate às mudanças climáticas”, destaca o secretário-executivo de Energia, Guilherme Sá.

A publicação das instruções normativas sobre licenciamento das renováveis é uma das iniciativas previstas no Plano de Ação do Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica (PerMeie), política pública que tem posicionado Pernambuco no cenário da economia sustentável de matriz regenerativa. (folhape)

Frotas de transporte equipada com fotovoltaica economiza combustível

Frotas de transporte de carga equipadas com fotovoltaica para economia de combustível.

A integradora holandesa de sistemas solares fotovoltaicos IM Efficiency lançou um sistema fotovoltaico que inclui bateria e sistema de gerenciamento de energia para alimentar sistemas elétricos em caminhões e reboques de transporte. Na Europa já são 100 veículos equipados com o sistema.
A IM Efficiency, especialista holandesa em PV integrado a veículos (VIPV), desenvolveu um sistema de energia feito para frotas de caminhões de transporte de carga e reboques de transporte. Inclui painéis solares, uma bateria e um sistema de gerenciamento de energia para alimentar sistemas elétricos de 24 V a bordo, como unidades de aquecimento, ventilação e ar-condicionado (HVAC).

O interesse na solução vem aumentando, de acordo com Martijn Ildiz, CEO da IM Efficiency, que disse que 100 veículos em toda a Europa estão equipados com sua tecnologia.

“Já temos clientes recorrentes e esperamos que alguns deles também se convertam”, disse Ildiz à pv magazine. “Expusemos na IAA da Deutsche Messe em Hannover pela segunda vez. E percebemos que há uma enorme diferença no nível de interesse e vontade de se comprometer em comparação com dois anos atrás”, disse Ilidz, referindo-se à IAA Transportation, a feira bienal da indústria automotiva realizada na Alemanha.

A IM Efficiency comercializa o Solarontop na Europa como uma solução de economia de combustível. Em um estudo de caso recente, examinou o impacto do Solarontop no consumo de combustível de um reboque de transporte operado por seu cliente Van Rijnsbergen, uma empresa de transporte holandesa. Ao longo de 2.256 horas, descobriu-se que a solução solar poderia cobrir 53% das necessidades do sistema elétrico de um caminhão, reduzindo efetivamente a necessidade de manter o motor funcionando para alimentar os sistemas de bordo quando parado. O consumo de combustível foi reduzido em 1.672 litros anuais, o que se traduziu em um valor de €$ 2.675, segundo o fabricante..
Carreta refrigerada com energia solar chegou a Santa Catarina para testes.

O Solarontop pode ser instalado como um retrofit ou integrado em veículos novos. Destina-se a fabricantes de equipamentos originais automotivos (OEMs), OEMs de pós-venda, proprietários de frotas e integradores.

O sistema inclui painéis solares flexíveis de 430 W que pesam apenas 6 kg cada, emparelhados com uma bateria de lítio de 4kWh, pesando 35 kg. Também está incluído o sistema de gerenciamento de energia, desenvolvido internamente para controlar e alocar o fluxo de energia com base nas necessidades específicas de energia. Integra uma fonte de alimentação de 24V, posicionamento global por satélite e comunicação móvel 4G. Ele pode alimentar refrigeradores a bordo, portas traseiras elétricas, porta-paletes elétricos, empilhadeiras, plataformas elevatórias, HVAC, bem como pisos de carga móveis.

Os painéis solares Solarontop são feitos com células monocristalinas com 22% de eficiência fornecidas por um fabricante não revelado. Os painéis têm acabamento fosco e medem 2 m x 1 m x 3 mm. Eles são supostamente resistentes a arranhões e podem suportar lavagens e arranhões frequentes.

A IM Efficiency foi fundada em 2014. Faz parte da sede da do programa holandês SolarNL. Em maio de 2023, levantou uma rodada inicial de injeção de capital de investidores holandeses, incluindo a Brabant Development Agency (BOM), a Rockstart, um investidor internacional em estágio inicial com sede em Amsterdã, bem como investidores privados.

Um reboque de transporte Van Rijnsbergen equipado com Solarontop.

Para economizar bateria, PepsiCo instala painéis solares e baús de plástico reciclado nos caminhões

Já são 250 veículos com os painéis solares, e meta é chegar a 20% da frota eletrificada. Baús vão equipar todos os novos caminhões de entrega.

PepsiCo: iniciativas de uso de plástico reciclado e energia solar nos caminhões. (pv-magazine-brasil)

sábado, 16 de novembro de 2024

Distribuição de energia prioriza serviços aos usuários e garante acesso à rede inteligente

 Concessões de distribuição de energia devem priorizar serviços aos usuários e garantir acesso à rede inteligente.

Eventos climáticos extremos reacendem o debate sobre o atual modelo de atuação das distribuidoras de energia elétrica e a forma de renovação das concessões deste serviço. Neste artigo para a pv magazine, Christian Cecchini e Marina de Santana Souza, da Absolar, defendem que os serviços de rede para o usuário final e o desenvolvimento das chamadas redes inteligentes, estáveis e multidirecionais, devem ser as bases para guiar a renovação.

Os eventos climáticos extremos no País, que têm assolado de forma recorrente várias cidades brasileiras e causado inúmeros prejuízos econômicos, sociais e ambientais, a exemplo da ocorrência na capital paulista em 11/10, que deixou mais de 1,4 milhão de consumidores no escuro por mais de 72 horas, reacendem de forma crítica o debate sobre o atual modelo de atuação das distribuidoras de energia elétrica e a consequente forma de renovação das concessões deste serviço.

Atualmente em análise pelas autoridades brasileiras, a renovação dessas concessões deve endereçar dois pontos basilares para o serviço de distribuição de energia elétrica. O primeiro é deixar claro que o papel das distribuidoras não é a compra e venda de energia, mas sim a distribuição propriamente dita, com foco em serviços de rede para o usuário.

O segundo, não menos importante, é praticamente um desdobramento do primeiro, que seria a necessidade de direcionar os investimentos e os esforços para a consolidação das chamadas redes inteligentes, estáveis e multidirecionais.

O correto direcionamento desses recursos deve, portanto, caminhar para a atualização necessária da rede, a fim de que possa absorver os serviços de redes 4.0 e, com isso, ser devidamente remunerada, criando assim mais formas de utilização e novos mercados de serviços no setor de energia elétrica.

Fato é que, com a abertura prevista de todo o mercado para o ambiente livre de contratação nos próximos anos, o avanço da geração própria solar e a maior inserção dos sistemas de armazenamento energético nas unidades consumidoras, deverá ficar claro para as distribuidoras que o foco será a prestação adequada de serviços aos usuários da rede.

A atualização da rede para oferecer os serviços da próxima geração, ou seja, a rede 4.0, já é uma necessidade real dos consumidores brasileiros e deve agregar diversas tecnologias, como inteligência artificial, internet das coisas, monitoramento e controle eficientes, entre outros. Tudo isso demandará uso de microrredes, de sistemas de armazenamento e de outras soluções em pontos onde os estudos se mostrarem necessários.

Além de apontar as falhas e desafios, o caminho para a renovação das concessões de distribuição de energia elétrica deve ser pautado em soluções práticas e eficazes. Nesse sentido, é imperativo que a regulação avance na criação de mecanismos que incentivem a modernização da infraestrutura de rede. Exemplos bem-sucedidos de países que já implementaram redes inteligentes, como os Estados Unidos e a Alemanha, podem servir de inspiração. Em ambos os casos, foram implementados programas de incentivo à digitalização das redes, com o uso de tecnologias como medidores inteligentes, que permitem maior controle e gestão do consumo por parte dos usuários.

Outro ponto fundamental no processo de renovação das concessões é a garantia de que que todos possam acessar a rede e ter seus serviços e direitos preservados, incluindo os consumidores que possuem sistemas de geração própria ou distribuída. Vale ressaltar que já existem muitos indicadores de qualidade na prestação de serviço, porém esses indicadores são apurados pelas próprias distribuidoras e não sofrem a adequada fiscalização do regulador. Assim, acreditamos que uma fiscalização e publicidade independente e eficiente por parte da ANEEL possa endereçar esses desafios.

Ainda sobre o acesso à rede, a renovação das concessões deve contemplar uma solução definitiva para as recorrentes negativas de conexão de usuários que, no pleno exercício do seu direito, buscam instalar sistemas solares em seus imóveis, bem como equacionar as alegações de inversão de fluxo de potência pelas distribuidoras, sem a apresentação prévia de estudos técnico comprobatórios.

Tais alegações são tecnicamente insustentáveis. Os componentes elétricos são fabricados para o fluxo em qualquer sentido, desde que respeitados os limites térmicos. O que pode necessitar é apenas uma parametrização para uma resposta mais adequada dos equipamentos locais. Não se pode permitir que as concessionárias usem brechas regulatórias para exercer o poder de monopólio e restringir o direito do consumidor de gerar a própria energia.

Há também a necessidade de coibir eventuais práticas anticompetitivas na geração distribuída. Quando foi feita a alteração do modelo estatal verticalmente integrado para o modelo privatizado desverticalizado, tomou-se o cuidado de estabelecer que empresas de distribuição não poderiam ter atividades de geração e comercialização, além da atribuição da responsabilidade pela fiscalização ao órgão regulador. Tal fiscalização deve monitorar casos de desvios de conduta, como possíveis compartilhamentos de informações concorrencialmente sensíveis entre as distribuidoras que compartilham o mesmo ambiente corporativo com outras empresas do seu grupo econômico que atuam com geração distribuída, promovendo um ambiente justo de competição entre todos.

Diante dos desafios e oportunidades identificados, é imprescindível que o processo de renovação das concessões de distribuição de energia elétrica seja conduzido com foco na transparência, eficiência e inovação. O futuro do setor eletroenergético brasileiro depende da adoção de redes inteligentes, capazes de integrar novas tecnologias e acomodar o crescimento da geração própria ou distribuída, garantindo que todos os usuários tenham acesso a um sistema moderno, confiável e competitivo.

A modernização da rede não é apenas uma necessidade tecnológica, mas também uma oportunidade de reestruturar o setor, promover a inclusão de novos atores e corrigir distorções históricas, como a falta de clareza na formação das tarifas. Com uma regulamentação mais robusta, que promova a fiscalização independente e o livre acesso à rede, o Brasil poderá alcançar um equilíbrio justo entre a geração de energia a baixo custo e tarifas mais acessíveis para o consumidor.

Somente com uma abordagem proativa e colaborativa, envolvendo o governo, empresas e a sociedade civil, será possível responder à pergunta que paira sobre o setor elétrico: como garantir que a transição energética seja, de fato, benéfica para todos os brasileiros?

Autores:

Christian Cecchini – especialista técnico-regulatório da ABSOLAR.

Marina de Santana Souza – vice coordenadora do grupo de trabalho de geração distribuída da ABSOLAR. (pv-magazine-brasil)

Célula solar de perovskita em monocamadas atinge 42% de eficiência

 Célula solar de perovskita interna baseada em monocamadas automontadas atinge 42% de eficiência.

Pesquisadores desenvolvem célula solar de silício e perovskita, e atingem novo recorde de eficiência no universo da energia solar.

Pesquisadores de Taiwan desenvolveram uma célula solar de perovskita interna baseada em monocamadas automontadas que atinge 42% de eficiência em condições de iluminação interna. Em luz solar simulada, a eficiência é de mais de 20%.

Para alcançar esse resultado, os pesquisadores desenvolveram uma abordagem eficiente para o transporte de portadores e passivação de defeitos na interface níquel óxido/perovskita nas células solares de perovskita.

As células solares, ou células fotovoltaicas, são uma tecnologia sustentável que converte a luz solar em eletricidade. O funcionamento das células fotovoltaicas baseia-se no efeito fotovoltaico, que consiste na absorção de fótons (partículas luminosas) por determinados materiais, liberando elétrons e gerando corrente elétrica.

Pesquisadores em Taiwan desenvolveram uma nova abordagem em células solares de perovskita, permitindo dispositivos com 42% de eficiência em condições de iluminação interna e mais de 20% em luz solar simulada.

Ming Chi University of Technology

Avanços recentes no desenvolvimento de células solares de perovskita para aplicações internas resultaram em eficiência de conversão de energia acima de 40%, impulsionada por melhorias na passivação de defeitos em massa e interfaciais, de acordo com uma equipe de pesquisa liderada pela Universidade de Tecnologia Ming Chi de Taiwan.

Com isso em mente, o grupo procurou otimizar ainda mais essa tecnologia celular por meio do uso de monocamadas automontadas (SAMs), que supostamente melhoram o crescimento da perovskita e as propriedades optoeletrônicas. O principal autor da pesquisa, Chih-Ping Chen, disse à pv magazine que a célula alcançou 42% de eficiência de conversão de energia interna sob iluminação LED de 3.000 K a 1.000 lux.

“Este avanço destaca o potencial de nossa abordagem para avançar ainda mais as tecnologias de células solares de perovskita (PSC) internas, expandindo sua aplicabilidade em ambientes com pouca luz”, disse Chen. “Nós nos concentramos especificamente nos efeitos de passivação de quatro SAMs amplamente utilizados para modificação de óxido de níquel (II) (NiOx) em células solares de perovskita invertida, com MeO-2PACz e 4PADCB emergindo como particularmente eficazes na modificação da camada seletiva de furos (HSL), otimizando as propriedades da superfície e melhorando o alinhamento do nível de energia. ”

A equipe de pesquisa investigou, em particular, o efeito de quatro SAMs com comprimentos de ligantes variados e grupos funcionais terminais em filmes críticos de interface NiOx/perovskita, que eles depositaram por meio de revestimento por spin. Os SAMs aplicados foram 2PACz, MeO-2PACz, 4PADCB e Me-4PACz.

Célula solar de junção tripla com perovskita e silício atinge eficiência recorde de mais de 25%.

Pesquisadores analisaram o desempenho das células de perovskita feitas com camadas de NiOx modificadas com SAM e camadas de perovskita de banda larga com base em Cs0.18FA0.82Pb (I0.8Br0.2)3, descobrindo que alcançaram um “desempenho impressionante” excedendo 20% de eficiência de conversão de energia sob luz solar simulada a uma intensidade de AM 1,5 G 100 mW/cm2.

Eles também descobriram que os dispositivos MeO-2PACz e 4PADCB de melhor desempenho tiveram uma eficiência de 20,19% e 20,18%, respectivamente. Isso contrasta com a célula de referência de melhor desempenho, que teve uma eficiência de 14,98%. Eles também observaram valores aprimorados de tensão de circuito aberto e fator de preenchimento para os dispositivos alvo.

Os dispositivos-alvo tiveram uma “melhoria notável” em comparação com o dispositivo de controle, que os pesquisadores atribuíram à redução da recombinação não radiativa e melhor movimento do portador, sugerindo uma redução na densidade de defeitos na interface HSL/perovskita.

As células foram confeccionadas com um substrato feito de óxido de índio e estanho (ITO), o filme de NiOx, SAMs, um absorvedor de perovskita, uma camada de transporte de elétrons à base de éster metílico de ácido fenil-C61-butírico (PCBM), uma camada tampão de batocuproína (BCP) e um contato de metal de prata (Ag).

“Nossa estratégia não apenas aumenta significativamente os valores do fator de preenchimento, mas também abre caminho para PSCs baseados em NiOx de aplicações de coleta de luz interna”, concluíram os pesquisadores.

A nova arquitetura celular foi descrita em “Achieving over 42 % indoor efficiency in wide-bandgap perovskite solar cells through optimized interfacial passivation and carrier transport“, que foi publicado recentemente no Chemical Engineering Journal.

Célula solar de perovskita atinge eficiência de 33,9% e quebra recorde mundial.

Utilizando tecnologia inovadora, feito obtido pela Longi foi certificado pelo laboratório NREL. (pv-magazine-brasil)

China revela novo projeto de regras para remodelar o mercado solar distribuído

Os projetos de C&I serão divididos em categorias gerais (até 6 MW) e de grande escala (6 MW a 50 MW). Projetos acima de 50 MW não serão mais considerados “solares distribuídos”. Uma mudança notável é a remoção do acesso garantido à rede para energia solar distribuída – uma promessa que foi incluída na versão de 2013.

A Administração Nacional de Energia da China (NEA) divulgou um novo projeto de regras para remodelar o mercado de energia solar de geração distribuída.
A NEA da China divulgou o “Draft Management Measures for Distributed Solar Power Development and Construction, Edition for Public Consultation”, projeto de diretrizes concebido para remodelar o setor solar distribuído do país. A consulta está aberta para contribuições de 09/10/24 à 08/11/24 e substituirá a versão de 2013 das diretrizes e representando uma mudança regulatória significativa.

O rascunho de 2024 apresenta revisões importantes, classificando projetos solares distribuídos em categorias residenciais, comerciais e industriais (C&I), com outras distinções de tamanho. Os projetos de C&I serão divididos em categorias gerais (até 6 MW) e de grande escala (6 MW a 50 MW). Projetos acima de 50 MW não serão mais considerados “solares distribuídos”.

Uma mudança notável é a remoção do acesso garantido à rede para energia solar distribuída – uma promessa que foi incluída na versão de 2013. Os três modelos de conexão à rede – alimentação total da rede, autoconsumo e autoconsumo com alimentação excedente – permanecem, mas os projetos de C&I em grande escala serão restritos ao uso total com sistemas anti-fluxo reverso. Isso limita as opções, mas a eletricidade excedente ainda pode ser vendida para a rede no futuro.

O rascunho introduz códigos de identificação exclusivos para projetos, simplificando o gerenciamento de negociação, financiamento e supervisão. As novas regras também incluem o reconhecimento legal de microrredes, que integram conectividade solar, de armazenamento e de rede. As microrredes devem ser de propriedade de uma única entidade, enquanto os projetos de C&I podem alternar os tipos de conexão à rede uma vez, de uso próprio total para uso próprio com alimentação excedente.

O rascunho de 2024 também introduz um sistema de certificado verde, exigindo que todos os projetos solares distribuídos participem do comércio do mercado de eletricidade. Este sistema oferece incentivos financeiros para energia verde, incentivando o investimento.

No entanto, o projeto impõe novos encargos financeiros aos projetos solares da C&I, incluindo impostos e taxas locais, alinhando seus custos com plantas industriais auto abastecidas em grande escala. Isso pode levar à renegociação de contratos de gestão de energia entre investidores e usuários de energia.

Os governos regionais agora gerenciarão as usinas de energia solar fora da rede, e um sistema de fila para conexões à rede será implementado quando a capacidade for limitada, evitando interrupções abruptas de projetos vistas no passado, disse a NEA.

Embora regulamentações mais rígidas possam desacelerar o crescimento de curto prazo em projetos solares de C&I, especialmente em instalações agrovoltaicas e de rodovias solares, a indústria pode se recuperar à medida que a capacidade da rede se expande e o apoio financeiro dos certificados verdes cresce, permitindo um crescimento sustentável de longo prazo. (pv-magazine-brasil)

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Capacidade de transmissão para produção de hidrogênio no Nordeste

EPE avalia a capacidade de transmissão para produção de hidrogênio no Nordeste.
A capacidade de transmissão de energia para a produção de hidrogênio verde no Nordeste é um desafio que requer a colaboração entre os governos estaduais e o governo federal.

Para viabilizar a construção de novas linhas e subestações de energia, é essencial a aprovação de leilões de transmissão. No entanto, a melhoria do sistema de transmissão pode demorar a chegar, pois as obras de novas usinas e unidades eletrolisadores levam cerca de 3 anos, enquanto os projetos de novas linhas de transmissão se concluem entre 5 e 7 anos.

O Nordeste tem um potencial de 107 gigawatts para produção de hidrogênio verde. A região é fundamental na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, produzindo 68% de toda a energia solar e eólica do Brasil.

O Ceará deve ter sua produção de hidrogênio verde em larga escala a partir de 2026. Em janeiro/2023, o estado do Ceará produziu a primeira molécula de hidrogênio verde do país.

Estudo estima que a região poderia absorver até 8,35 GW de projetos em 8 pontos de conexão, próximos às regiões portuárias. O Ministério de Minas e Energia já registrou o interesse de acesso à transmissão de 11 projetos de produção de hidrogênio que totalizam 45,4 GW de potência instalada até 2038. Capacidade identificada também poderia atender data centers.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) acaba de publicar um novo estudo que traz uma avaliação prospectiva das margens do sistema de transmissão da região nordeste para conexão de cargas de produção de hidrogênio. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, que é responsável por receber os protocolos de acesso de consumidores livres à Rede Básica, foram registrados o interesse de 11 projetos que totalizam um montante de 45,4 GW de potência instalada até 2038.

A EPE realizou uma análise prospectiva para avaliar a capacidade do sistema de transmissão da região Nordeste para o atendimento de cargas de grande porte. A margem foi avaliada para 8 pontos de conexão em 500 kV (Parnaíba III, Pecém III, João Câmara III, João Pessoa II, Suape II, Messias, Porto Sergipe e Camaçari II), abrangendo todos os estados da região geoelétrica do Nordeste.

O estudo estimou uma margem total agregada na região Nordeste de 3,9 GW no cenário inferior e de 8,35 GW no cenário superior, conforme detalhado na figura.

Apesar de o foco da análise ter sido a conexão de cargas de produção de hidrogênio, os resultados de margens apresentados para os pontos de conexão selecionados se aplicam a quaisquer tipos de cargas de grande porte, inclusive a projetos de datacenters, empreendimentos para os quais tem se observado também um aumento no interesse de implantação na região Nordeste do Brasil. O MME identificou uma demanda de 9 GW de projetos de centros de processamento de dados no país.

A nota técnica “Avaliação Prospectiva das Capacidades da Rede de Transmissão da Região Nordeste para Conexão de Cargas de Grande Porte: Plantas de Produção de Hidrogênio” é a primeira etapa do “Estudo prospectivo para inserção de cargas de hidrogênio na região Nordeste”, com previsão de término em outubro de 2025, que terá como objetivo avaliar obras prospectivas para o aumento das margens para conexão de cargas de produção de hidrogênio na região Nordeste.

Casa dos Ventos avança na produção de hidrogênio verde no Ceará com uso de água de reuso

A produção de hidrogênio verde é vista como uma peça chave na transição para uma economia de baixo carbono, substituindo combustíveis fósseis. (pv-magazine-brasil)

Papel das energias renováveis nas políticas da transição energética

As energias renováveis são um elemento fundamental para a transição energética, pois são uma alternativa limpa e sustentável às fontes de energia poluentes.
O papel das energias renováveis nas políticas de transição energética é:

Contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa

Reduzir a dependência de combustíveis fósseis

Promover o desenvolvimento de uma economia verde e sustentável

Gerar empregos

Impulsionar inovações tecnológicas

Promover o acesso à eletricidade em áreas remotas

A transição energética é o processo de substituir fontes de energia poluentes, como o petróleo, o gás natural e o carvão, por fontes renováveis, como o sol, a água, o vento e a biomassa.

Para uma transição energética bem-sucedida, é importante:

Criar um marco regulatório robusto

Promover leilões de energia renovável

Financiar e implementar projetos de grande escala em energia renovável

Investir em pesquisa e desenvolvimento

Envolver as comunidades locais no processo de planejamento

As energias renováveis para a transição energética

As fontes renováveis, em rápido crescimento, são a coluna de suporte da transição energética: graças à inovação contínua, são cada vez mais eficientes e competitivas. E novas tecnologias estão surgindo no horizonte.

Além de permitir a geração de eletricidade sem emitir gases de efeito estufa, são virtualmente inesgotáveis. As energias renováveis são o elemento-chave da transição energética. A rigor, a energia utilizada não é renovada, mas transformada em energia elétrica. São as fontes como o vento ou a luz solar que se renovam, independentemente do uso, ao contrário do que ocorre, por exemplo, com as matérias-primas de origem fóssil, como o carvão ou o petróleo.

Transição Energética em 2024: Um Ano de Transformação e Desafios

As tecnologias maduras: hidrelétrica e geotérmica

A forma mais antiga de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis é a energia hidrelétrica (as primeiras usinas datam do final do século XIX). É também a mais importante, com uma capacidade mundial instalada superior à soma de todas as demais. É uma tecnologia madura, que não está sujeita a mudanças revolucionárias, mas as novas tecnologias podem aumentar a eficiência das usinas e sua vida útil. Além disso, em muitos países, especialmente naqueles em desenvolvimento, ainda há grandes oportunidades de crescimento e valorização dos recursos hídricos.

A energia geotérmica também é uma tecnologia consolidada, que nasceu no início do século XX: a primeira usina do mundo, de Larderello, na Toscana, foi inaugurada em 1911, mas os primeiros experimentos haviam começado em 1904. A energia geotérmica atualmente tem um papel secundário em nível global, principalmente porque apenas certas áreas do mundo têm recursos geotérmicos importantes. No entanto, tecnologias inovadoras, como usinas de baixa entalpia, podem aumentar consideravelmente o número de países capazes de desenvolver a energia geotérmica.

O grande crescimento da energia solar e eólica

A energia solar, junto à energia eólica, é a grande protagonista da transição energética em curso. Pouco importante até algumas décadas atrás, hoje vive um crescimento vertiginoso: a capacidade fotovoltaica global aumentou de 40 GW para 580 GW entre 2010 e 2019. A inovação tecnológica é a principal responsável, especialmente no setor da ciência dos materiais, que tem tornado as usinas fotovoltaicas economicamente competitivas em relação às fontes fósseis: segundo a IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), os custos de produção de eletricidade a partir de usinas fotovoltaicas diminuíram 82% no último decênio. E as perspectivas são ainda mais animadoras: com tecnologias de nova geração, será possível aumentar a eficiência dos painéis solares em 30% e a produtividade em mais de 20% em relação aos valores atuais.

Também no setor da energia eólica, a tecnologia avançou muito: atualmente, as pás eólicas atingem um diâmetro de 200 metros, e o tamanho deverá crescer ainda mais. Também neste caso, o aumento da produtividade reduziu os custos: entre 2010 e 2019, caíram 39% para a eólica onshore e 29% para a eólica offshore. O resultado é um crescimento espetacular: a capacidade total dos parques eólicos onshore aumentou de 178 GW em 2010 para 594 GW em 2019. O desenvolvimento das centrais offshore foi mais lento, com apenas 28 GW instalados em 2019, mas a margem de crescimento é enorme.

A energia global poderia ser 100% renovável?

As tecnologias emergentes: energia marinha, hidrogênio e armazenamento

Entre as fontes de energias renováveis do futuro, o mar é muito promissor, com seu imenso potencial: a forma mais intuitiva de gerar eletricidade é utilizando a energia das ondas, mas outra possibilidade é obtê-la através das marés, com a vantagem que podem ser previstas com precisão. Outros métodos são baseados na diferença de temperatura entre as águas superficiais e profundas, ou na diferença de salinidade entre as diversas massas de água. As tecnologias para explorar essas fontes de energia ainda não estão maduras o suficiente para permitir seu amplo uso comercial, mas algumas usinas experimentais e protótipos já foram construídos com bons resultados, principalmente no que diz respeito às ondas e marés. Seu grande potencial teórico é estimado em 700 GW e 200 GW, respectivamente.

Outro recurso do futuro também merece ser citado: o hidrogênio, que não é uma fonte de energia, e sim um vetor energético que, se obtido por meio de fontes renováveis, é 100% verde. Sua contribuição pode ser muito importante especialmente para tornar sustentável alguns setores difíceis de eletrificar, como a indústria pesada, o transporte marítimo, a aeronáutica e o transporte rodoviário com veículos pesados. As tecnologias do hidrogênio ainda estão em estágio inicial, não prontas em escala comercial, mas o tempo necessário para a sua decolagem pode ser muito menor em relação a outras tecnologias.

Um papel decisivo terá também os sistemas de storage, ou seja, armazenamento de energia, necessários para compensar a intermitência de fontes renováveis como a solar e a eólica. Historicamente, a tecnologia de armazenamento mais importante é a das usinas hidrelétricas reversíveis, mas a tendência atual é de grande crescimento das baterias, principalmente de lítio, que podem ser transportadas para qualquer local. A difusão dos sistemas de armazenamento ainda é limitada, mas está aumentando rapidamente graças, novamente, à inovação tecnológica, que melhora continuamente a qualidade e o rendimento das baterias, reduzindo os custos. Quando o armazenamento estará totalmente integrado às redes elétricas, as fontes inconstantes poderão fornecer eletricidade à rede a qualquer momento, independentemente das condições atmosféricas: assim, será possível ter uma matriz de geração elétrica totalmente sem emissões. Um futuro não muito distante. (enelgreenpower)