Combustível será usado na produção de energia elétrica
Empresa criada pela mineradora Vale e BNDES vai lançar gerador de eletricidade movido a etanol.
Três décadas depois de ser lançado em escala comercial, o etanol começa a conquistar novas fronteiras que vão além dos postos de combustíveis. Primeiro começou a ser usado na aviação agrícola, depois virou plástico verde e agora vai produzir energia elétrica. Até meados do ano que vem, a Vale Soluções em Energia (VSE), uma empresa criada pela mineradora em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançará uma linha de geradores movidos a etanol.
A empresa, criada em 2007, já tem 14 protótipos, alguns em testes. Dois deles - de 400 quilowatt ampère (kVA) de potência - foram usados na semana passada para iluminar o estande do Projeto Agora - que inclui uma série de associações e empresas ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar - no Salão do Automóvel, na capital paulista. Os demais deverão ser testados no complexo da VSE, em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e em clientes potenciais.
O principal objetivo da companhia é ocupar um espaço que hoje é dos geradores movidos a óleo diesel, extremamente poluente. "Só na cidade de São Paulo estima-se que haja mais de dois mil geradores movidos a diesel, muitas vezes usados em horário de pico", afirma o diretor-presidente da VSE, James Pessoa.
Segundo ele, além de ser adotado por estabelecimentos comerciais, como shopping-centers, supermercados e comércio em geral, o gerador movido a etanol poderá ser usado em áreas mais pobres, onde há dificuldade para levar a energia elétrica. Na Amazônia, por exemplo, o produto poderá resolver uma série de problemas, diz o executivo.
Outro ponto são as vantagens ambientais. Na comparação com geradores convencionais, movidos a diesel, a redução nas emissões de gases causadores do efeito estufa é de 68%, observa o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marco Jank. Em relação ao preço da energia gerada, praticamente não haverá mudança.
Motores. Na opinião de Pessoa, o etanol pode ter outros usos além do transporte individual. "Podemos usar o combustível em ônibus, caminhões e colheitadeiras", diz, destacando que a VSE também desenvolve estudos nesses segmentos, além de motores para locomotivas. A empresa espera lançar esses produtos dentro de dois ou três anos.
A VSE terá concorrência no mercado. Este mês, a FPT Powertrain Technologies, braço do Grupo Fiat, apresentará, durante a feira Rio Infraestrutura 2010, o novo motor flex que também será usado num gerador de energia elétrica. O equipamento, desenvolvido em parceria com as empresas Grameyer e Jimenez, poderá funcionar com gasolina, etanol ou com a mistura dos dois. O gerador já estará em operação comercial na feira.
O diretor de engenharia da FTP, João Irineu Medeiros, explica que o produto foi desenvolvido para atender às pequenas demandas de energia, como condomínios, escolas e comércio de pequeno porte.
Cada gerador terá capacidade para produzir 60 kV, suficiente para abastecer dois elevadores, luzes de emergência, bomba d’água e portões automáticos de um condomínio de 20 andares durante 20 horas. Hoje, o mercado de etanol não combustível consome 1,2 bilhão de litros por ano. (OESP)
Empresa criada pela mineradora Vale e BNDES vai lançar gerador de eletricidade movido a etanol.
Três décadas depois de ser lançado em escala comercial, o etanol começa a conquistar novas fronteiras que vão além dos postos de combustíveis. Primeiro começou a ser usado na aviação agrícola, depois virou plástico verde e agora vai produzir energia elétrica. Até meados do ano que vem, a Vale Soluções em Energia (VSE), uma empresa criada pela mineradora em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançará uma linha de geradores movidos a etanol.
A empresa, criada em 2007, já tem 14 protótipos, alguns em testes. Dois deles - de 400 quilowatt ampère (kVA) de potência - foram usados na semana passada para iluminar o estande do Projeto Agora - que inclui uma série de associações e empresas ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar - no Salão do Automóvel, na capital paulista. Os demais deverão ser testados no complexo da VSE, em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e em clientes potenciais.
O principal objetivo da companhia é ocupar um espaço que hoje é dos geradores movidos a óleo diesel, extremamente poluente. "Só na cidade de São Paulo estima-se que haja mais de dois mil geradores movidos a diesel, muitas vezes usados em horário de pico", afirma o diretor-presidente da VSE, James Pessoa.
Segundo ele, além de ser adotado por estabelecimentos comerciais, como shopping-centers, supermercados e comércio em geral, o gerador movido a etanol poderá ser usado em áreas mais pobres, onde há dificuldade para levar a energia elétrica. Na Amazônia, por exemplo, o produto poderá resolver uma série de problemas, diz o executivo.
Outro ponto são as vantagens ambientais. Na comparação com geradores convencionais, movidos a diesel, a redução nas emissões de gases causadores do efeito estufa é de 68%, observa o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marco Jank. Em relação ao preço da energia gerada, praticamente não haverá mudança.
Motores. Na opinião de Pessoa, o etanol pode ter outros usos além do transporte individual. "Podemos usar o combustível em ônibus, caminhões e colheitadeiras", diz, destacando que a VSE também desenvolve estudos nesses segmentos, além de motores para locomotivas. A empresa espera lançar esses produtos dentro de dois ou três anos.
A VSE terá concorrência no mercado. Este mês, a FPT Powertrain Technologies, braço do Grupo Fiat, apresentará, durante a feira Rio Infraestrutura 2010, o novo motor flex que também será usado num gerador de energia elétrica. O equipamento, desenvolvido em parceria com as empresas Grameyer e Jimenez, poderá funcionar com gasolina, etanol ou com a mistura dos dois. O gerador já estará em operação comercial na feira.
O diretor de engenharia da FTP, João Irineu Medeiros, explica que o produto foi desenvolvido para atender às pequenas demandas de energia, como condomínios, escolas e comércio de pequeno porte.
Cada gerador terá capacidade para produzir 60 kV, suficiente para abastecer dois elevadores, luzes de emergência, bomba d’água e portões automáticos de um condomínio de 20 andares durante 20 horas. Hoje, o mercado de etanol não combustível consome 1,2 bilhão de litros por ano. (OESP)
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