Emissões de países em desenvolvimento crescerão 73%
Relatório afirma que o consumo de energia mundial vai aumentar em 53% até 2035, a maior parte por causa do crescimento econômico de nações como China, Índia e Brasil, que serão responsáveis por uma expansão nas emissões globais.
A Administração de Informação Energética dos Estados Unidos (EIA) divulgou nesta semana o relatório International Energy Outlook 2011, que traça um panorama do setor de energia mundial e faz projeções para as próximas décadas.
O documento aponta para um crescimento de 53% do consumo de energia até 2035, considerando 2008 como o ano base. “China e Índia responderão por metade desse aumento. A China, que recentemente se tornou o maior consumidor mundial de eletricidade, deve utilizar em 2035 cerca de 68% a mais energia do que os Estados Unidos”, afirmou Howard Gruenspecht, administrador da EIA.
O aumento no consumo obviamente será refletido pelo crescimento das emissões de gases do efeito estufa. Segundo a EIA, em 2008 o setor elétrico foi responsável pela liberação de 30,2 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono (CO2), já em 2020 esse número deve subir para 35,2 bilhões de toneladas e atingir 43,2 bilhões em 2035.
De acordo com o International Energy Outlook 2011, o aumento nas emissões é também fruto do crescimento econômico dos países emergentes. Uma vez que essas nações estão cada vez queimando mais combustíveis fósseis para atender as necessidades da população que está saindo da miséria. O relatório afirma que as emissões das nações em desenvolvimento chegarão a 28,9 bilhões de toneladas métricas em 2035, 73% a mais do que era em 2008.
O Brasil aparece como um destaque negativo nessa tendência de crescimento das emissões. A EIA coloca o país em primeiro no ranking que mede o aumento anual das emissões de CO2 ligadas ao setor energético com 2,7%, empatado com a Índia. A China aparece em terceiro com 2,6%.
Mas os países em desenvolvimento estão longe de serem os grandes vilões. As emissões per capita dessas nações ainda ficam bem atrás dos países mais ricos. Apesar da China estar registrando um aumento de 2,2% ao ano nesse quesito, em 2035 o país apresentará apenas 9,3 toneladas métricas por pessoa, enquanto nações como os Estados Unidos já apresentam mais de 10 toneladas. A ressalva é que enquanto nos emergentes esse número está subindo, nas nações mais ricas a projeção é de queda.
Renováveis e eficiência energética
Entre as fontes de energia, as renováveis são as que mais devem crescer nos próximos 25 anos, porém os combustíveis fósseis seguirão dominando a matriz energética mundial.
O consumo de energias limpas está crescendo a uma taxa de 2,8% ao ano e a participação das fontes renováveis no total do consumo elétrico mundial deve passar de 10% em 2008 para 15% em 2035.
A EIA ressalta que o futuro das renováveis é bastante promissor, mas segue sendo muito influenciado por políticas públicas. Assim, os números podem subir ou descer com extrema facilidade dependendo do interesse dos governos.
Outra boa notícia é que a intensidade de carbono - a quantidade de CO2 emitida para cada unidade do PIB – ligada ao setor energético está caindo em todo o mundo.
A intensidade de CO2 está decrescendo a um ritmo de 1,8% ao ano nos países mais ricos e em 2,4% nos em desenvolvimento. Um claro sinal de que os programas de eficiência energética e de modernização de usinas estão funcionando. (institutocarbonobrasil)
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