O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vai ampliar a formação de mão de obra para o setor de energia eólica. Até 2014, serão capacitadas 500 pessoas, entre técnicos de planejamento e análise de instalação de parques eólicos, profissionais para construção, operação e manutenção desses parques e instrutores do próprio SENAI. A meta é do projeto, que será executado em parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ).
O acordo foi assinado em 23/11/11 em Brasília, pelo diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, e o diretor da GIZ para o Brasil, Ulrich Krammenschneider.
Os cursos de formação serão oferecidos em nove estados – Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Além dos cursos, estão previstas visitas técnicas de profissionais do SENAI a parques eólicos da Alemanha e de outros países europeus referências na oferta de energia gerada pelos ventos. O SENAI e a GIZ investirão US$ 2 milhões no projeto.
De acordo com o Marcello Coelho, analista de Desenvolvimento Industrial do SENAI, a falta de mão de obra qualificada é um grande obstáculo para o crescimento do setor. Estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a energia eólica representará 7% da energia gerada no Brasil em 2020. “Investidores e governos dos estados com grande potencial de geração de energia eólica têm procurado o SENAI para intensificar a formação de profissionais para o segmento. Com esse projeto, vamos atender a essa demanda”, explica Coelho.
Alta demanda – Até 2014 o Brasil deve gerar 7,2 gigawatts de energia eólica, o que representa 1% da energia gerada no aís por fontes renováveis. Para isso, está prevista a construção de mais de 200 parques eólicos em 10 estados.
Conforme Daniel Faro, supervisor técnico da área eólica do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis do SENAI no Rio Grande Norte, o setor vai demandar para os próximos três anos cerca de 40 mil profissionais, tanto para instalação quanto para operação e manutenção de parques eólicos.
“Serão necessários desde auxiliares de construção civil, mestres de obras até engenheiros”, destaca Faro. Segundo ele, os salários devem variar em torno de R$ 700 para profissionais de base, como auxiliares de construção civil, e podem chegar a R$ 12 mil para engenheiros.
Marcello Coelho explica que boa parte dos profissionais do setor é formada em cursos genéricos, como o de construção civil. Por isso, assinala, o SENAI quer ampliar a oferta de cursos e serviços específicos para o setor. “Esse projeto com a GIZ vai ser um pontapé inicial para os estados onde o SENAI não desenvolve ações em energia eólica e intensificará resultados naqueles em que já oferece cursos e serviços”, afirma. O SENAI dispõe de cursos e serviços específicos no Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul.
Competências – No projeto em parceria com a GIZ, serão capacitados 72 instrutores do SENAI e 360 profissionais para o setor. De acordo com o SENAI, a mão de obra para implantação e montagem de parques eólicos deve planejar, acompanhar e executar a instalação dos aerogeradores, avaliar riscos, interpretar manuais e procedimentos, reparar sistemas e componentes dos equipamentos, controlar estoques de peças, elaborar relatórios de manutenção, entre outras atividades.
Os profissionais da fabricação de equipamentos e de operação e manutenção de parques eólicos devem desenvolver projetos de componentes, de materiais, de processos de confecção e de montagem de aerogeradores. Também têm a tarefa de fabricar e montar peças e controlar a conformidade dos processos e dos componentes desses equipamentos.
O SENAI também vai capacitar mais 45 profissionais para oferta de serviços de consultoria em análise de áreas para instalação de parques eólicos, elaboração de planos de negócios, acesso a banco de dados em energia eólica e consultoria para a instalação de laboratórios. Nos cursos e visitas técnicas, esses especialistas vão aprofundar conhecimentos em identificação e seleção de locais para exploração eólica, análise preliminar do potencial eólico, elaboração de projetos básicos de infraestrutura civil e elétrica e de processo de licenciamento ambiental, entre outros.
Parcerias – Há mais de 40 anos, o SENAI desenvolve parcerias com a GIZ. Desde 2009, as duas entidades realizam ações conjuntas na área de energia, considerada prioritária para o SENAI. Naquele ano, assinaram convênio para um projeto que, até 2013, capacitará 80 técnicos do SENAI para prestar serviços a empresas na área de eficiência energética.
Esse histórico bem-sucedido de parceria favoreceu a proximidade das instituições no projeto de energia eólica. “A cooperação com a Alemanha é fundamental para garantir a competitividade da indústria brasileira”, disse Rafael Lucchesi, na assinatura do acordo. Segundo Ulrich Krammenschneider, o projeto o projeto se insere na estratégia de cooperação da Alemanha com Brasil. (ambienteenergia)
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