quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sem Obsolescência Programada

Sem Obsolescência Programada: espanhol é ameaçado de morte por criar lâmpada que não queima.
Benito Muros. Foto em Perspectiva Ciudadana
A bateria de um celular morre em dois anos, um computador em quatro, a geladeira está tendo problemas em oito anos e de repente, em um belo dia, a televisão lhe diz adeus.
“Não há nada para se fazer além de comprar outra”. É possível fazer produtos que durem mais do que isso? Quem sabe a vida toda? Benito Muros da SOP (Sem Obsolescência Programada), diz que é possível. Por isso está ameaçado de morte.
O conceito de obsolescência programada surgiu entre 1920 e 1930 com a intenção de criar um novo modelo de mercado, que visava a fabricação de produtos com curta durabilidade de maneira premeditada obrigando os consumidores a adquirir novos produtos de forma acelerada e sem uma necessidade real.
As lâmpadas e a luta de Benito Muros respondem a um novo conceito empresarial, baseado em desenvolver produtos que não caduquem, como aquelas geladeiras Frigidaire ou máquinas de lavar Westinghouse que duravam a vida toda.
Uma filosofia empresarial mais conforme com nossos tempos, graças à comercialização de produtos que não estejam programados para ter uma vida curta, senão que respeitem o meio ambiente e que não gerem resíduos que, por vezes, acabam desembocando em containers de lixo no terceiro mundo.
Veja a entrevista onde ele fala sobre seu projeto:
Trata-se de um movimento que denuncia a Obsolescência Programada. Lutamos para que as coisas durem o que tenham que durar, porém os fabricantes de produtos eletrônicos os programam para que durem um tempo determinado e obrigam os usuários a comprar outros novos. A lei permite!
O consumo de nossa sociedade está baseado em produtos com data de validade. Mudar isso suporia mudar nosso modelo de produção e optar por um sistema mais sustentável. Os fabricantes devem ser conscientes de que as crises de endividamento como a que vivemos são inevitáveis e que podemos deter o crime ecológico.
(Repórter: A lavadora de minha mãe durou 35 anos)
E agora aos seis já dá problemas. Também, antes havia umas meias de náilon irrompíveis.
Deixaram de fabricar, por isso, porque duravam demais.
Mas hoje, por exemplo temos uma lâmpada que está acesa a 111 anos em um parque de bombeiros de Livermore (Califórnia). Foi então que surgiu a ideia de criar, junto com outros engenheiros, uma linha de iluminação que dure toda a vida.
(Repórter: Não queima nunca?)
Nunca! Dura mais de cem anos, porém como não veremos, oferecemos uma garantia de 25 anos.
(Repórter: Não se vê isto nos grandes armazéns.)
Não, porque as distribuidoras nos dizem que vivem das que se queimam. Inclusive recebemos ofertas de milhares de dólares para tira-la do mercado.
(Repórter: E quanto custa sua lâmpada?)
Pode ser comprada online por uns 37 euros. Aos fabricantes não lhes interessa.
(Repórter: Um gênio ou um louco?)
Nem um nem outro. Somente buscamos uma sociedade mais justa. Ainda que isto signifique estar ameaçado de morte. A lâmpada criada pela OEP Electrics responde à necessidade atual de um compromisso com o meio ambiente. Ao durar tanto tempo, não gera resíduos ao mesmo tempo em que permite uma poupança energética de até 92% e emite até 70% a menos de CO2.
Mas, ao que parece, a indústria de produtos elétricos não está muito contente com a descoberta. Benito Muros diz que está sendo ameaçado devido a seu invento e inclusive afirma ter recebido ofertas milionárias para retirar seu produto do mercado.
- “Senhor Muros, você não pode colocar seus sistemas de iluminação no mercado. Você e sua família serão aniquilados”, reza a denúncia que Muros apresentou à Polícia, que apesar do medo não se acovardou.
Para realizar sua pesquisa, Muros viajou até o parque de bombeiros de Livermore (Califórnia), lugar no qual há uma lâmpada que permanece acesa de forma ininterrupta há mais de 111 anos. Ali contatou com descendentes e conhecidos dos criadores da lâmpada, já que não existia documentação a respeito.
Com esta informação conseguiu as bases para começar sua pesquisa, cujo achado supõe um novo conceito de modelo empresarial baseado na não Obsolescência Programada.
Uma pequena lista das vantagens prometidas por Benito Muros e OEP Electrics:
- Gasta 92% menos eletricidade que uma lâmpada incandescente, 85% em relação às alógenas e 70% em relação às fluorescentes.
- Garante 25 anos funcionando 24 horas por dia, 365 dias por ano.
- Não se queima no caso de acender e pagar varias vezes. A empresa OEP Electrics garante 10.000 (Dez mil) comutações (acender e apagar) diárias.
- Ela acende na hora. Não precisa esperar ela esquentar.
- Não emite ultra violeta e nem ultra vermelho (Evitando problemas de pele e nos olhos)
- Não faz zumbido.
- Consegue iluminar em temperaturas de até 45 graus abaixo de zero.
- Não contém tungstênio e nem mercúrio. Não possui metais pesados que demoram para desintegrar. São recicláveis e seguem todas as normas ambientais.
- Emite 70% a menos de CO2.
- Por ter mais tempo de vida, produz menos resíduos para a natureza.
- Praticamente não esquenta utilizando somente aquela energia que será necessária para iluminar, ao contrário das lâmpadas convencionais que gastam 95% da energia para produzir calor e 5% para iluminar.
- Por não esquentar e não produzir radiação evita deteriorar os materiais que estão perto.
- Evitam risco de incêndio.
- Não prejudicam o frio dentro de câmaras frigorificas. (EcoDebate)

terça-feira, 28 de maio de 2013

O desafio energético chinês

Em dezembro de 2012, a China tomou o lugar dos Estados Unidos como o maior importador de Petróleo do mundo. Nesse mês, de acordo com dados preliminares da US Energy Information Administration, a China importou o correspondente a 6,12 b/d enquanto os Estados Unidos importaram 5,98 b/d. Os americanos lideravam o ranking dos importadores desde meados dos anos 1970 e, apesar dos dados se referirem apenas ao mês Dezembro e no consolidado do ano os EUA seguirem liderando, analistas acreditam que essa ultrapassagem mensal sinaliza claramente a tendência de longo prazo de supremacia chinesa nas importações mundiais de petróleo.
Embora a China seja o maior produtor de carvão do mundo, a forte expansão do consumo e os preços domésticos desfavoráveis fizeram com que a importação de carvão começasse a crescer a partir de 2002; de tal forma que em 2009 o país já era um importador líquido e em 2010 ocupava o segundo lugar no ranking mundial de importações carboníferas, perdendo apenas para o Japão.
Mesmo no caso do gás natural, a China se tornou um importador dessa fonte de energia pela primeira vez em 2007. Desde então a participação da importação líquida cresceu fortemente, saltando de 2% do consumo nesse ano para 22% em 2011.
Assim, a China, que em 1971 apresentava uma importação líquida negativa, correspondente a (-) 0,5% da sua demanda total de energia, em 2010 importava 14 % da energia que consumia e era responsável por 8% das importações mundiais de energia.
Dessa maneira, o vigoroso crescimento econômico chinês, que levou o país a ultrapassar o Japão e ocupar a posição de segunda maior economia do mundo, foi acompanhado de um forte aumento no consumo de energia, que levou o país a superar os Estados Unidos e, desde 2009, ocupar a posição de maior consumidor de energia do mundo. Mais do que isso, esse boom econômico e essa explosão do consumo de energia foram acompanhados por um acentuado aumento da dependência energética.
Aumento esse que colocou a segurança energética como uma questão essencial para o Estado chinês, gerando consequências que transcendem a política energética e alcançam a grande estratégia geopolítica chinesa.
Dada a extensão do controle do Estado chinês sobre a economia, a gestão dos recursos energéticos é crucial e requer que o governo desempenhe um papel muito mais intrusivo e proativo que no caso das outras grandes economias. Isto implica que a formulação das questões relacionadas à segurança energética na China se pleiteia de forma mais ampla e complexa no que diz respeito aos planos e ações do estado.
Nesse sentido, é claro para Pequim que a segurança energética é fundamental para a segurança econômica e essa, por sua vez, é essencial para a segurança nacional.
Desde 1949, a China apostou em um desenvolvimento independente que se refletiu em uma estratégia autárquica de abastecimento energético, fundada na autossuficiência, na utilização dos seus próprios recursos para atender à sua demanda de energia.
Assim, explorar e controlar esses recursos fazia parte da própria noção chinesa de soberania.
Essa ênfase na autossuficiência se coaduna com uma concepção de política externa cuja visão do sistema internacional está intimamente ligada a percepção da ameaça externa como sendo fundamental para a construção da identidade do Estado e para a legitimação do regime.
O crescimento da dependência energética representa uma inflexão nessa estratégia, na medida em que ele requer uma integração mais profunda com os mercados financeiros e de energia; ao mesmo tempo em que levanta questões geopolíticas profundas em relação ao papel da China na região.
É evidente que esses conjuntos de questões afetam obrigatoriamente a própria concepção da política externa e, em consequência, a própria forma de inserção da china no sistema internacional.
Assim, a maior dependência energética muda não só a política energética chinesa, mas sua política externa. Política externa essa vista como chave para a sua segurança nacional que, nesse caso, significa a manutenção do suprimento energético vital para a sua expansão econômica.
A busca por maior segurança energética está mudando a política energética chinesa e terá impactos significativos no âmbito global.
Uma China ávida por energia e disposta a ir buscá-la onde ela estiver passa a ser um ator chave na evolução da trama energética mundial. Trama essa que provavelmente ultrapassará em muito não só as fronteiras chinesas, mas, acima de tudo, as próprias fronteiras da energia.
*Ronaldo Bicalho e Felipe de Souza são pesquisadores do Grupo de Economia de Energia do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEE/UFRJ). (ambienteenergia)

domingo, 26 de maio de 2013

Energia eólica avança a passos largos no Brasil

Ainda incipiente, energia eólica avança a passos largos no Brasil
Nos últimos dois anos, a produção de energia eólica triplicou no Brasil, e especialistas dizem que o país – e principalmente o Nordeste – reúne condições excepcionais para crescer ainda mais.
Com uma extensão de 8 mil quilômetros e ventos constantes, o litoral brasileiro desperta cada vez mais a atenção de empresas de energia, dispostas a suprir as crescentes necessidades energéticas de um dos principais países emergentes do mundo. O potencial é enorme e atrai a atenção de investidores internacionais e locais.
“A eólica é a fonte de energia mais barata no Brasil”, afirma o empresário Everaldo Feitosa, presidente da empresa Eólica Tecnologia e vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês). Também na comparação mundial, nenhuma outra fonte de energia tem custos tão baixos como o uso dos ventos brasileiros, afirma.
Mas, por enquanto, a energia eólica ainda engatinha no maior país da América Latina. Três quartos da produção de eletricidade vêm das usinas hidrelétricas. A capacidade instalada de energia eólica é de 2,5 gigawatts (GW), mais ou menos o que apenas um parque eólico produz no Reino Unido.
Potencial inexplorado
Ainda assim, o setor olha com interesse para o Brasil. Segundo o mais recente relatório da WWEA, a capacidade instalada no país quase triplicou entre 2010 e 2012. Tanto empresas nacionais como internacionais querem participar desse mercado. “Nós temos um projeto para produzir 1,5 gigawatts e vamos levá-lo ao governo”, afirma Feitosa.
A energia eólica avança praticamente sem subvenções no Brasil. O único apoio estatal são empréstimos a juros baixos concedidos pelo BNDES. Para o físico Heitor Scalambrini, da Universidade Federal de Pernambuco, as vantagens do mercado brasileiro estão nas boas condições climáticas. Segundo ele, o vento no Nordeste é constante, calmo e tem uma velocidade média ideal para mover turbinas eólicas.
Esse potencial foi descoberto recentemente, diz Scalambrini. “Estudos mais antigos afirmavam que as turbinas poderiam ficar a 50 metros de altura. Agora estão sendo construídas torres a 100 metros”, relata. Pesquisas mais recentes, feitas há dois anos, mostram um potencial energético de 350 gigawatts a 100 metros de altura. Isso é três vezes a capacidade que o país tem hoje de produzir energia.
Outro detalhe é que a meta de produção eólica do Plano Nacional de Energia foi superada. Em 2007, o objetivo era chegar a 1,4 gigawatts até 2015, e em 2030 a energia eólica responderia por 1% da produção nacional. A previsão foi superada pela realidade: a meta para 2015 foi alcançada já em 2011.
O lado crítico
Apesar da euforia, existem também os posicionamentos críticos. Um deles é exatamente de Heitor Scalambrini, que faz parte da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) e da Articulação Antinuclear Brasileira (AAB). Muitos parques eólicos, segundo Scalambrini, foram construídos fora da lei.
Colega de Heitor na AAB, a pesquisadora Cecília de Mello diz que há relatos de dunas e manguezais comprometidos. “As dunas são filtros de água do mar. Para várias comunidades pesqueiras, o único acesso à água que elas têm é a água das dunas”, explica. Ela conta ainda que muitas hélices ficam sobre as casas e que “as pessoas têm a sensação de viverem debaixo de um avião que nunca pousa”.
Feitosa concorda que houve “projetos errados”, mas diz que hoje eles são construídos longe das cidades, sem causar danos. Além disso, as leis brasileiras são muito rigorosas, afirma. Ele acrescenta que o Brasil está num rumo ascendente e vê o país entre os cinco maiores produtores de energia eólica do mundo em 2020. (EcoDebate)

Energia eólica registra expansão mundial

Mais barata, energia eólica registra expansão mundial
Cem países já produzem energia mais barata e de menos impacto ambiental. Ásia, América do Norte e Europa Ocidental são mercados em expansão, mas Leste Europeu e América do Sul, incluindo o Brasil, concorrem.
Nunca foram construídas tantas unidades de produção de energia eólica no mundo como em 2012, de acordo com um relatório divulgado na semana passada em Bonn, no oeste da Alemanha, pela World Wind Energy Association (WWEA, sigla em inglês para Associação Global de Energia Eólica).
A capacidade total das unidades eólicas construídas no ano passado chegou aos 45 gigawatts (GW), enquanto em 2011 havia sido de 40. Segundo Stefan Gsänger, secretário geral da WWEA, a capacidade eólica instalada no planeta somou 282 GW em 2012. O número cobre 3% da demanda mundial de energia.
O documento da WWEA ressalta que os investimentos no setor são constantes – no ano passado, recebeu 60 bilhões de euros no mundo todo.
Os líderes da expansão são a China e os Estados Unidos. Só no ano passado, os dois países construíram usinas capazes de gerar, juntas, 13 gigawatts. Atualmente, a China tem potencial para gerar 75 gigawatts, sendo a líder de produção de energia eólica no mundo. Os EUA vêm em segundo lugar, com capacidade instalada de 60 gigawatts. A Alemanha ocupa o terceiro lugar, com capacidade instalada de 31 gigawatts.
Novos mercados
A expectativa do ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Peter Altmaier, é de que a ampliação da capacidade de produzir energia a partir do vento continue no país em 2013 e 2014. O crescimento estimado é de 3 a 5 gigawatts nesse período.
O relatório da WWEA indica também que, no Leste Europeu e na América Latina, é nítida a expansão da energia eólica. Na Romênia, Ucrânia, Polônia, Estônia, Brasil e México houve aumento de 40% nos investimentos e na construção de novas unidades dessa eletricidade “verde”.
Como motivos para a expansão, Gsänger enumera o preço mais barato, a atenção dos governos aos impactos ambientais e o desejo de “reduzir a dependência de importações de energia com a eletricidade gerada localmente”.
Gsänger enxerga duas tendências no crescimento global de energia eólica: em primeiro lugar, as unidades estariam maiores e com mais capacidade de produção. A segunda tendência seria um número maior de sistemas de pequeno porte para abastecer apenas uma casa ou vila.
Na Alemanha, haveria uma tendência de construir os chamados “aerogeradores” sobre torres mais altas. Assim, os geradores integrados aos cata-ventos podem gerar eletricidade a partir de uma corrente de ar mais leve. Com menos vento, a produção continua sendo rentável. Os alemães estão na vanguarda dessa tecnologia que, para Gsänger, “já está sendo adotada em outros países”.
Preços competitivos
O secretário-geral da WWEA disse ainda que um quilowatt (KW) de eletricidade gerada a partir da energia eólica custaria entre cinco e dez centavos de euro. Um preço muito competitivo na comparação com outras fontes. “Uma nova usina de carvão, ou nuclear, vai ser bem mais caro do que a de vento, se levarmos em conta todas as despesas”, analisa Gsänger.
Nas próximas duas décadas, de acordo com ele, um aumento de dez vezes na produção de energia eólica é “perfeitamente possível”. Se a demanda mundial por energia ficar no mesmo nível, a energia eólica poderia ser responsável por 30% da eletricidade produzida no mundo, diz o especialista.
A Dinamarca foi o primeiro local onde a ideia saiu da teoria. “Houve integração dos vários tipos de energia, o que tem funcionado muito bem. E os dinamarqueses ainda usam a força do ar para aquecimento”, diz Gsänger: a energia eólica que sobra é redirecionada para a rede de calefação urbana.
Embora a energia eólica esteja entre as fontes de energia mais em conta, Gsänger afirma que uma remuneração mínima estabelecida por lei ainda é necessária para financiar novas unidades de produção. Na Turquia, por exemplo, o preço estabelecido por lei fica abaixo daquele que é pago pela energia eólica na bolsa. “Mas essa taxa fixa é importante para que os planejadores de novos parques eólicos consigam empréstimos dos bancos para financiar as novas unidades.”
Outra ideia é envolver a comunidade. Na Europa central e do norte, muitos parques eólicos são de propriedade da população local. Gsänger acredita que o envolvimento dos cidadãos é um elemento a mais para a causa ganhar força e aceitação. “Eles sabem que eles também podem ser beneficiados”, afirma. (EcoDebate)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Governo e sociedade debatem sobre energia nuclear

Governo e sociedade civil divididos em debate na Câmara sobre energia nuclear
A retomada do programa nuclear brasileiro colocou estudiosos sobre o tema e o governo em lados opostos da mesa, durante debate organizado em 22/05/13 pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Professores e ambientalistas defenderam que a energia nuclear não pode ser uma alternativa para suprir o aumento da demanda por energia e para reduzir emissões de gases de efeito estufa, substituindo fontes fósseis como o carvão mineral.
“Não há razões para o Brasil investir em nucleares. O país tem recursos naturais diversos, é um país ensolarado, tem muita água e áreas agrícolas para produção de biomassa. Podemos usar isso para o desenvolvimento. A insistência em manter a energia nuclear tem surpreendido”, disse o físico Heitor Scalambrini, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e representante da Articulação Antinuclear Brasileira.
Para o professor, o desastre nuclear que ocorreu no Japão há dois anos foi um aviso para o mundo. “Hoje, pesquisas mostram que, em média, 69% dos entrevistados no mundo rejeitam essa fonte de energia. No Brasil, mais de 75%”, disse Scalambrini. Segundo ele, todas as fontes de energia podem apresentar problemas e riscos, como o de incêndio em termoelétrica ou de ruptura em barragens. “No caso da nuclear, os riscos também existem, mas quando ocorrem são devastadores. O caminho é não instalar essas usinas”, defendeu.
O Japão foi o cenário do último desastre envolvendo problemas com usinas nucleares. Em marco de 2011, um terremoto seguido e um tsunami que afetaram a região Nordeste do país provocaram explosões e vazamentos na Usina de Fukushima. A Agência Internacional de Energia Atômica ainda teme por riscos de acidente no local.
Os representantes de grupos críticos à energia nuclear lembraram que vários governos estão anunciando a eliminação ou redução da participação de fontes nucleares em suas matrizes energéticas.
O governo da Alemanha anunciou que, até 2020, não vai mais recorrer a essas fontes. A participação de energias renováveis na matriz energética alemã tem sido crescente. No primeiro semestre do ano passado, mais de 25% da demanda por energia foram atendidos por fontes eólicas e fotovoltaicas. No Japão, o governo anunciou que o fim das usinas nucleares ocorrerá até 2030 e a França definiu a redução da participação da nuclear que hoje representa 75% da matriz, para 50%.
Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, disse que o governo “trabalha com fatos” e não se opõe a qualquer tipo de fonte de energia. “A análise é que a opção nuclear continua sendo desenvolvida no mundo”, disse ele, ao citar investimentos nesse tipo de energia na China, na Índia e nos Estados Unidos.
O governo chinês, informou, está construindo 28 usinas nucleares, que devem entrar em operação nos próximos cinco anos, e mais 40 usinas estão projetadas para os próximos dez anos. Na Índia, sete unidades nucleares estão sendo construídas, no Reino Unido existe um projeto em andamento e nos Estados Unidos estão sendo concluídas as construções de três usinas.
Mesmo criticado por basear seus argumentos em políticas de países que não têm cumprido recomendações mundiais em prol do meio ambiente e da sustentabilidade, Ventura Filho alertou que o Brasil precisa atender a uma demanda crescente por energia. A meta do governo é produzir 7 mil quilowatts-hora por habitante.
Isso significa dobrar a produção nos próximos anos e aumentar os investimentos sobre o potencial hidroelétrico do país, que tem a maior participação na matriz energética brasileira. “Mas essa principal fonte de nossa matriz se esgota em 2030. É ilusão pensar que apenas fontes renováveis vão resolver. O governo está investindo nessas fontes, mas precisamos de uma fonte de base para levar à frente a expansão”, explicou.
Segundo Ventura Filho, apesar de o Japão ter anunciado a intenção de eliminar as fontes nucleares, o governo japonês declarou que não está encontrando alternativa que não seja retomar as atividades das usinas. “Quatro usinas já foram reativadas e o país está enfrentando um racionamento fortíssimo”, disse ele.
Segundo o governo, a Usina Nuclear Angra 3, que começou a ser construída em 2010, terá potência de 1.405 megawatts (MW) e deve entrar em operação em 2016. A construção da nova unidade da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, está estimada em R$ 10 bilhões.
Além desse projeto, o Plano Nacional de Energia (PNE), que indica a necessidade de expansão da geração de energia e as estratégias para os períodos até 2030, prevê a construção de mais quatro usinas nucleares de 1 mil MW cada. (EcoDebate)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Bombeamento híbrido

A Grundfos apresenta na Fenasan – de 30 de julho a 1 der agosto no Expo Center Norte, em São Paulo – a nova versão do sistema de bombeamento SQFlex, que trabalha aproveitando os recursos sustentáveis da energia solar e/ou eólica. O produto é indicado para a captação de água de poços artesianos em localidades isoladas ou de difícil acesso, áreas de grande extensão e regiões desprovidas de energia elétrica, para atender ao consumo humano. Além disso, ele torna possível o armazenamento em caixas de água elevadas, para posterior uso em pressurização de torneiras, bebedouros de animais, irrigação de pequeno porte, etc.
Como novidade, o sistema SQFlex incorpora o módulo inversor de tensão RSI, dispositivo que transforma corrente contínua em corrente alternada direto da placa solar, proporcionando maior range de pressão e vazão e aumento da potência. Viabilizando a maior captação de água, a nova versão do sistema tem capacidade máxima de vazão de 150 m3/h (150 mil litros/h) e pressão máxima de 400 m de altura.
“O sistema alia eficiência energética - gerada por fontes limpas e renováveis – ao acesso à água de qualidade, proporcionando melhorias de saneamento, saúde e condições de vida”, ressalta Renato Zerbinati, coordenador de produtos e aplicações da Grundfos. Ele também aponta como benefícios a confiabilidade de desempenho, a simplicidade de instalação e o baixo custo de manutenção.
Características técnicas – Totalmente produzida com componentes em aço inoxidável para garantir uma maior vida útil do produto, a nova geração do sistema SQFlex é modular e fácil de montar, pois nenhum acessório pesa mais que 50 kg. Ela é composta por bombas submersas de até 15 CV, painel solar, turbina eólica, módulo de automação RSI, controlador para o monitoramento da operação, interfaces I/O de conexões e suporte para sustentação das placas. Como opção, também é possível agregar turbina eólica e baterias para armazenamento da energia excedente.
Para evitar danos ao produto, o motor submerso, de 3 ou 4 polegadas, dispõe de proteções contra sobrecarga, superaquecimento de temperatura, além de um sensor no cabo de alimentação que desliga a bomba, caso ela esteja trabalhando a seco.
Solar e/ou eólica – Sustentabilidade e eficiência energética são as marcas registradas do sistema SQFlex. Ele se adapta às características do clima da área a ser aproveitada, o que significa que somente a energia mais apropriada será utilizada. O aproveitamento da fonte solar, por exemplo, é recomendável para obtenção de água em locais mais distantes, onde a primeira instalação elétrica pode estar a muitos quilômetros. Já, o uso da energia eólica é viável, quando a velocidade do vento prevalecer sobre as horas de sol, bem como é apropriada para campos abertos e vales, onde o vento sopra constantemente. (ambienteenergia)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Termelétrica na matriz traz segurança ao sistema

Presença de termelétrica na matriz traz segurança ao sistema, diz agentes
Despacho de térmicas a óleo e inclusão de usinas a carvão em leilão A-5 mostram a importância da fonte para o sistema.
Em evidência no setor desde que o risco hidrológico trouxe um debate sobre a sua necessidade e importância para a matriz brasileira, a fonte termelétrica se vê próxima de uma performance melhor nos certames dos próximos anos. O governo incluiu térmicas a carvão no próximo leilão A-5, que será realizado em agosto desse ano. Essas térmicas estavam de fora devido a emissão de CO2. Mas o setor quer que a participação da fonte não seja apenas pontual e que ela continue a ser competitiva e comercializar projetos. O papel da fonte térmica na matriz energética brasileira será um dos temas discutidos durante o 10º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (ENASE), copromovido pelo Grupo CanalEnergia e 16 associações representativas do setor, que acontece nos próximos dias 21 e 22 de maio, no Rio de Janeiro.
De acordo com Fernando Luiz Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, o governo assimilou que as plantas térmicas são a segurança do sistema e que o panorama de hidrelétricas sem reservatórios converge para o uso da fonte. "O governo entendeu claramente a importância das térmicas, o que firma a energia do sistema são as térmicas", explica.
Marco Antônio Veloso, presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível, classificou como de bom senso a decisão do governo de permitir térmicas a carvão no certame, juntamente com as movidas a gás e biomassa no leilão A-5. Ele também viu com boa a vontade da Empresa de Pesquisa Energética de inserir térmicas no próximo Plano Decenal de Energia. Para ele, o momento atual é adequado para que termelétricas sejam instaladas, proporcionando mais segurança ao sistema.
A decisão tomada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico no início do mês em desligar quatro usinas térmicas a óleo já era de certa forma esperada por Marco Antônio Veloso, da Abragef. As usinas estavam ligadas desde outubro do ano passado, um período incomum. Ele ressalta que essas térmicas desempenharam com perfeição o seu papel dentro do modelo brasileiro, que é o de suprir o fornecimento na incerteza da energia hídrica. "Elas se saíram muito bem. A planta flexível é vocacionada para cobrir as incertezas naturais esperadas das outras fontes", observa.
E incertezas como as baixas nos reservatórios trazem a necessidade da geração flexível no país. Para Veloso, um país com um parque gerador como o do Brasil deve ter na flexibilidade um trunfo para que o abastecimento não dependa de fatores externos.
A maior expectativa está depositada nas usinas térmicas a carvão mineral, que ao contrário de térmicas a gás, que enfrentam problemas com o fornecimento do insumo e das de biomassa, que são sazonais, são despacháveis e prontas para fornecer energia ao sistema. Para Zancan, a fonte volta melhor, com novos padrões tecnológicos e com índices de custos e eficiência aprimorados. "Essa é a diferença, ela vem melhor", promete.
Zancan vê ainda problemas com financiamento de projetos como entraves que devem ser solucionados até o leilão. Ele quer que a fonte se apresente de maneira que não enfrente contratempos na execução dos projetos, já que apesar do leilão ser do tipo A-5, o tempo real para execução será de pouco mais de quatro anos. Ele elogia a mudança feita no PPA das térmicas a carvão, que para o leilão A-5 será de 25 anos, maior que o prazo adotado anteriormente, de 15 anos.
A resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica que incentiva a modernização das usinas em prol da sua eficiência para reduzir o desembolso com a conta de Desenvolvimento Energético também está na pauta de discussões de Zancan. Ele acredita que seja possível gerar mais energia com menos emissões, mas a conversa com o governo será inevitável para que o projeto deslanche, já que isso implicaria em alterações nas garantias físicas. " Não sei se vai dar tempo de incorporar a modernização, mas talvez no ano que vem. Precisamos ter essas discussões", comenta.
Com essa perspectiva positiva, Zancan enumera outros desafios que a fonte tem. Mesmo com uma carteira de 2.700 MW em projetos e com 1.700 MW com licença, aptos a participar de leilões, ele lembra que é preciso aumentar o número de projetos para os próximos leilões, para suportar o incremento da oferta no país. "Vamos ter que correr atrás do tempo perdido para desenvolver mais projetos a carvão", dispara, lembrando que o tempo que a fonte ficou de fora dos certames também foi prejudicial, pela falta de sinal econômico aos investidores para o desenvolvimento de projetos. (EcoDebate)

sábado, 18 de maio de 2013

Mais poluente, termelétrica ganha peso na matriz

Estudo do IPEA prevê que nos próximos três anos a participação das usinas à base de combustíveis fósseis deve passar dos atuais 17,7 % para 23,1%.
"Usina termelétrica da Petrobras em Arembepe, na Bahia, que usa óleo combustível como fonte"
Nada verde: usina termelétrica da Petrobras em Arembepe, na Bahia, que usa óleo combustível como fonte.
“Estamos em posição de vanguarda com relação a outros países, o que não significa, contudo, que estejamos no padrão ideal no aspecto da geração de energia”
Com a construção de 122 novas usinas, as termelétricas à base de combustíveis fósseis devem aumentar sua participação na matriz de energia elétrica brasileira de 17,7% para 23,1% nos próximos três anos. Enquanto isso, a participação das hidrelétricas deve cair de 72,5% para 64,4%, mesmo com a construção de 311 novas usinas. Como resultado, a matriz brasileira, frequentemente elogiada por explorar fontes renováveis, deve aumentar sua dependência de recursos não-renováveis e mais poluentes, como petróleo e gás. Os dados constam de estudo divulgados em14/05/13 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O Brasil tem atualmente a matriz energética com menor nível de emissão de gases de efeito estufa entre os países industrializados. As fontes renováveis representam 45,9% da oferta de energia interna do Brasil, uma média muito superior à do resto do planeta, de apenas 12,9%. Isso faz com que o consumo médio no país seja de 1,34 toneladas equivalente de petróleo por ano (tep), muito abaixo dos países desenvolvidos, que é de 4,69 tep, e também abaixo do consumo mundial, 1,78 tep. Mas a previsão é de que o consumo de fontes fósseis no país aumente dos atuais 1,34 tep para 1,49 tep, seguindo tendência mundial apontada pela Agência Internacional de Energia. “Estamos em posição de vanguarda com relação a outros países, o que não significa, contudo, que estejamos no padrão ideal no aspecto da geração de energia”, diz Gesmar Rosa, técnico de planejamento e pesquisa do IPEA.
Energia eólica - O que pode ajudar a frear a dependência do petróleo são as energias alternativas. O número de usinas eólicas no Brasil deve dobrar nos próximos quatro anos, das atuais 45 para 86, fazendo a participação da energia gerada pelos ventos saltar de 0,7% para 2,1% do total da matriz de energia elétrica do país, quase a mesma participação da energia nuclear, que, se concretizada a construção de Angra 3, aumentaria de 1,8% para 2,3%.
Segundo o IPEA, o crescimento da energia eólica se baseia em incentivos dados pelo governo para este tipo de energia. “Antigamente, se dizia que a energia eólica não valia a pena por seu alto custo. Hoje, isso não é mais verdade: os equipamentos não só se baratearam como se tornaram mais eficientes, sendo possível produzir energia de ventos relativamente lentos”, diz o técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA, Antenor Lopes. “No Brasil, já existe uma corrida em busca dessa energia em lugares como a Bahia e a região sul do País”, acrescenta.
Energia solar - Se aprovado o Projeto de Lei 630/2003, que atualmente está na Câmara dos Deputados, o setor de energia eólica deve ganhar um impulso extra: um fundo especial para pesquisa e produção. Este fundo também beneficiaria a energia solar, que apresenta atualmente uma participação irrisória, não chegando a 0,1% da matriz. O Ipea atribui seu baixo desempenho ao alto custo e ao estágio inicial de desenvolvimento da tecnologia. “Considera-se somente o fator econômico direto como um impeditivo para o setor, mas devem-se averiguar também suas vantagens em termos ambientais e, em longo prazo, de geração de empregos”, argumenta Lopes.
Bagaço e capim - No futuro, espera-se que o equilíbrio brasileiro, a despeito da crescente dependência de combustíveis fósseis, se mantenha graças a três fontes promissoras: as termelétricas à base de bagaço de cana, o capim elefante e a energia eólica. Quanto ao capim elefante, diz Lopes, ele ainda não é significativo na matriz energética, mas apresenta grande potencial e deve começar a aparecer nas estatísticas nos próximos anos. “Ele é muito parecido com a cana-de-açúcar, possui um teor energético muito elevado e tem ainda a vantagem de ter uma produtividade por área muito maior que a da cana”, defende. (abril)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Usina de Itaipu: recorde na geração de energia

Usina de Itaipu: recorde na geração de energia e modelo de gestão sustentável
Quando os governos do Brasil e do Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu, em abril de 1973, os dois países concordaram em explorar conjuntamente os recursos hidrelétricos do rio Paraná. Onze anos depois, a usina entrou em operação e, hoje, é a segunda maior hidrelétrica do mundo em geração de energia, atrás apenas da usina de Três Gargantas, na China. A grandiosidade da construção atrai turistas de todas as partes e, na prática, é fundamental para brasileiros e paraguaios. Por aqui, é responsável por 20% da energia consumida; já o Paraguai é quase completamente dependente da obra, uma vez que 95% de toda a eletricidade daquele país é produzida em Itaipu. Os desafios para equilibrar eficiência e sustentabilidade são tão grandes quanto os números que envolveram uma obra tão complexa como a de Itaipu, que já foi considerada o maior feito da engenharia brasileira.
Um dos aspectos mais curiosos é o lago da usina. Criado artificialmente em 1982, tem área de 1.350 km2 e profundidade média de 22 metros, chegando até 170 metros nas barragens. O lago de Itaipu é importante por fornecer a água que movimenta os geradores de eletricidade. Por ter tamanha grandiosidade, esse projeto artificial acabou levantando dúvidas sobre como se relacionaria com o meio ambiente e a população que habita a área. Mas, quase 30 anos depois de entrar em operação, se transformou em modelo de gestão sustentável. Atualmente, há 20 programas realizados nos 29 municípios que compõem a bacia do Paraná – moradia de cerca de 1 milhão de pessoas. Desde 1984, foram plantados 43 milhões de árvores e, graças à energia hidrelétrica produzida em Itaipu, o Brasil deixa de emitir a cada ano 85 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Os projetos que tornaram a usina um modelo de sustentabilidade estão ativos em áreas tão diversas quanto geração de energia a partir do esterco de animais, pesca sustentável, produção de alimentos sem agrotóxicos e manutenção de um corredor ecológico de 27 quilômetros de extensão.
Itaipu é um exemplo prático de que eficiência e sustentabilidade não necessariamente se opõem. Com tantas medidas de proteção ao meio ambiente, a usina bateu recorde de produção em 2012, fechando o ano com geração total de 98.287.128 megawatts-hora (MWh), a maior da história. Esse número supera o de 2008, quando gerou pouco menos de 95 milhões de MWh. Como tudo que se refere à usina, os números são grandiosos: o recorde de energia registrado seria suficiente para atender à demanda do mundo inteiro por dois dias; do Brasil, por 81 dias; da Argentina, por dez meses; do Estado do Paraná, por três anos e sete meses; e da cidade do Rio de Janeiro, por seis anos e quatro meses. São façanhas que caem bem a uma das maiores hidrelétricas do planeta. (respostassustentaveis)

Itaipu bate recorde de geração

A usina binacional, que completou 40 anos em abril, registrou uma produção acumulada de energia que, em 2013, segue à frente da registrada em 2012, seu melhor ano até agora. Na manhã de sexta-feira, 26 de abril, a geração de Itaipu atingiu 32,4 milhões de Megawatt/hora, ante 31,5 milhões de MWh acumulados até a mesma data do ano passado, quando a usina estabeleceu um novo recorde mundial de energia, com 98,2 milhões de MWh produzidos ao longo do ano inteiro.
Segundo o superintendente de Operação da Itaipu, Celso Torino, o melhor desempenho da Itaipu em 2013 (2,58% ou 3 dias a mais do que em 2012) se deve, em primeiro lugar, à manutenção das condições que permitiram à usina estabelecer o recorde no ano passado (demanda em alta em ambos os países, disponibilidade de água, boa coordenação com os operadores dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio, e excelente índice de disponibilidade das unidades geradoras).
Porém, algumas medidas adotadas ao longo de 2012 estão permitindo um desempenho ainda melhor nem 2013. “São diversas medidas que possibilitaram melhorar os índices de manutenção, produção e transmissão e que, neste ano, estão nos ajudando desde o dia 1º de janeiro”, disse Torino.
Um exemplo disso é uma otimização do plano de manutenção das unidades geradoras, o que permitiu reduzir o tempo de parada das máquinas. Outra medida está no limite de transmissão no setor de 60 Hz, que é de 7 mil MW e era reduzido para 3 mil MW em situações de mau tempo. Graças a novos esquemas de operação, foi possível aumentar esse limite para 4.500 MW. A esses, se somam outros procedimentos que vêm permitindo diversos pequenos ganhos de produção e que, somados, vêm contribuindo para uma operação cada vez mais eficiente da usina.
“Essas medidas vêm permitindo tirar o máximo proveito da água e vêm tornando a condição hidrológica praticamente a única variante para a produção. Em outras palavras, é uma busca incessante pelo desperdício zero de água, uma meta quase impossível de ser alcançada mas que será sempre o nosso objetivo”, explicou o superintendente.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek que, na sexta-feira (26), aniversário de 40 anos do Tratado de Itaipu, descerrou uma placa comemorativa pelo recorde de 98,2 milhões de MWh de 2012, afirmou que a usina continuará trabalhando para romper a barreira anual dos 100 milhões de MWh.
“A meta é continuar buscando o aperfeiçoamento constante, estender ao máximo os limites da produção da usina e seguir contribuindo com a geração de energia de qualidade para o Brasil e para o Paraguai”, disse Samek.
Comparativo
O que representa a produção acumulada de 2013 em termos de consumo de energia elétrica:
1 – Consumo da região centro-oeste durante um ano
2 – Supriria 43% do consumo anual da região nordeste
3 – Supriria 3 anos e dois meses o consumo do estado do Espírito Santo
4 – Supriria 1 ano e dois meses o consumo do estado do Paraná
5 – Supriria 1 ano e meio o consumo do estado de santa Catarina
6 – Supriria 5 anos e dois meses o consumo do Distrito Federal
7 – Supriria 85% o consumo anual do Estado do Rio de Janeiro (ambienteenergia)

terça-feira, 14 de maio de 2013

Brasil e os veículos elétricos

Brasil entra com atraso no rol de países produtores de veículos elétricos, diz ABVE
Táxis elétricos começam a circular no Rio de Janeiro em projeto piloto.
Embora não seja novidade no resto do mundo, o Brasil está entrando atrasado no terreno dos veículos elétricos. A opinião é do presidente do conselho consultivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Jaime Buarque de Holanda. Há cerca de 13 anos, a entidade vem chamando a atenção de que seria importante o Brasil se preparar para essa transição tecnológica. “De modo geral, essa coisa não foi bem percebida aqui no Brasil”, disse Holanda em entrevista à Agência Brasil.
Segundo ele, não há incentivos fiscais para o desenvolvimento do veículo elétrico no país. O Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), no caso de veículos elétricos, chega a 25%, enquanto para os carros movidos a gasolina a alíquota é até 7%. “Isso não significa que as pessoas sejam contra o carro elétrico”. Trata-se apenas, disse Holanda, de uma “inércia burocrática”, uma vez que as alíquotas do imposto dizem respeito ao tamanho da câmara de combustão (espaço em que ocorrem as explosões da mistura ar-combustível em um motor).
Ele reiterou que enquanto no mundo os países oferecem redução de impostos para as empresas desenvolverem o carro elétrico, no Brasil “só agora a ficha está caindo”. Holanda considerou importante a criação pelo governo fluminense de um grupo de trabalho para avaliar a implantação de uma fábrica de veículos elétricos no estado. Ele disse que vê na iniciativa a percepção política do momento que vive a cidade, sede de vários eventos internacionais, em querer atrair o máximo de fábricas para o Rio de Janeiro.
Do mesmo modo, ele destacou o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), dentro do Plano Brasil Maior, do governo federal, cujo objetivo é estimular o investimento na indústria automobilística nacional, por meio da inovação e da pesquisa. A estimativa é que o programa envolva, até 2015, mais de R$ 50 bilhões em investimentos no setor. O programa oferece vantagens do ponto de vista fiscal para quem fabricar carros com acionamento híbrido ou elétrico, de preferência usando etanol como combustível, disse Holanda. “É o primeiro despertar no Brasil para esse assunto”.
Alguns fabricantes vêm desenvolvendo protótipos de ônibus elétricos e híbridos no país. Existem, segundo Holanda, três famílias de veículos elétricos, que são distinguidos pela forma como equacionam a questão do motor a bordo.
A primeira são os trólebus, como os que existem em São Paulo, por exemplo. São ônibus que circulam capturando energia elétrica transmitida por um cabo aéreo sobre o seu trajeto. A segunda categoria são os veículos híbridos, em que a energia elétrica é produzida a bordo, por meio de um gerador, embora continue dependendo de um combustível. Outra classificação são os veículos elétricos a bateria. Esta é recarregada quando ligada na rede elétrica.
De acordo com a ABVE, de 4 milhões a 5 milhões de carros elétricos híbridos circulam atualmente pelo mundo. Esse tipo de veículo elétrico foi o que mais rapidamente atendeu às necessidades do mercado, salientou Jaime Holanda. Seu lançamento foi estimulado pela questão ambiental em função da poluição urbana causada pela descarga dos veículos. Em relação aos veículos movidos a bateria, o peso ainda é um empecilho para que seu uso seja disseminado, bem como a autonomia. Holanda disse que uma autonomia de 150 quilômetros já é considerada, atualmente, razoável para alguns usos.
Na capital paulista, desde junho do ano passado vêm sendo testados com sucesso táxis elétricos modelo Nissan Leaf, de emissão zero. O projeto piloto chegou ao Rio de Janeiro em março deste ano, resultado de parceria entre a Nissan, a prefeitura local e a Petrobras Distribuidora. Os táxis podem ser recarregados em dois postos Petrobras, situados na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Barra da Tijuca. A bateria tem autonomia de 160 quilômetros.
O Rio de Janeiro deverá sediar também uma fábrica de motos da Kasinski, que dará prioridade aos veículos elétricos, como scooters, bicicletas e até motos. De acordo com anúncio feito no início deste ano pela direção da empresa, em solenidade no Palácio Guanabara, a fábrica deverá ser implantada no município de Sapucaia, na divisa com Minas Gerais.
Um dos fabricantes nacionais de veículos com tração elétrica para o transporte de carga e passageiros é a Eletra, localizada em São Bernardo do Campo (SP). Holanda ressaltou, porém, que a pioneira no Brasil em termos de produção de veículos elétricos foi a Fiat que, em parceria com Itaipu Binacional e a Kraftwerke Oberhasli (KWO), produziu uma edição limitada de veículos elétricos a bateria para a geradora de energia. Outras montadoras internacionais estão trazendo modelos de veículos elétricos para o Brasil, entre as quais a Ford e a Toyota.
Jaime Holanda acredita que os incentivos dados pelo governo podem acelerar o processo de produção de veículos elétricos no país. A expectativa é que isso já esteja ocorrendo daqui a quatro anos. Para o cidadão, a principal vantagem é que ele é mais barato por quilômetro, disse. “A conta de energia é um terço ou um quarto menor (em relação ao combustível)”. Reconheceu, entretanto, que no início do processo, o custo do veículo elétrico no Brasil ainda é alto, situando-se, em média, em cerca de R$ 200 mil. Os impactos positivos indiretos incluem eficiência e menor poluição.
Estudo da ABVE prevê que em 2020, a venda de veículos elétricos terá participação de 25% no mercado nacional automotivo, sendo 12% híbridos, 10% híbridos plug in (com maior capacidade de baterias a bordo que podem ser recarregadas a partir da rede elétrica) e 3% a bateria. (EcoDebate)

B20 iguala híbridos em eficiência energética

Veículo movido a B20 iguala híbridos em eficiência energética
A partir do ano que vem a GM vai colocar no mercado uma nova geração de motores diesel que capaz de igualar a eficiência energética dos carros híbridos.
General Motors lança carro que pode ser abastecido com B20.
A GM vai colocar no mercado um modelo do Chevrolet Cruze com a aprovação para rodar usando misturas de até 20% de biodiesel (B20). (biodieselbr)

domingo, 12 de maio de 2013

EUA favorece importações de carvão ‘barato’

O boom do xisto nos EUA favorece importações de carvão ‘barato’ pelas usinas da Europa
Fracking (fratura hidráulica), imagem em www.gaslandthemovie.com
Gás de xisto nos EUA favorece usinas a carvão na Europa – O boom do xisto nos EUA continua a ampliar seu impacto, e um número crescente de geradoras europeias de energia estão sendo obrigadas a colocar em banho-maria suas modernas usinas a gás, incapazes de competir com as crescentes importações de carvão barato proveniente dos EUA.
A Statkraft, estatal de energia norueguesa, declarou ontem ter paralisado a operação de uma usina a gás na Alemanha, incapaz de competir com concorrentes a carvão. Já a alemã E.ON disse estar avaliando seriamente suspender as operações de outras usinas a gás, entre elas uma tecnologicamente avançada na Eslováquia.
Outras companhias de eletricidade europeias tomaram decisões semelhantes, colocando os formuladores de políticas diante de um dilema: energia mais barata produzida pela queima de carvão poderá proporcionar algum alívio às economias em dificuldades na região, mas especialistas do setor advertem que isso é incompatível com os objetivos de longo prazo em termos de emissões de carbono e do uso de energia renovável.
O fechamento de usinas em toda a Europa é outro exemplo do longo alcance do boom de oferta de energia na América do Norte. Os crescentes estoques de gás natural extraído do xisto por uma nova combinação de tecnologias denominada “fratura hidráulica” levaram muitas companhias de eletricidade nos EUA a abandonar o uso de carvão, que passou a ser exportado a preços baixos em crescentes quantidades para a Europa.
Em 2012, as exportações americanas de carvão para a Europa cresceram 23%, para 66,4 milhões de toneladas, segundo dados do governo dos EUA. Grande parte desse carvão está tomando o lugar do gás natural como combustível para geração de eletricidade. No Reino Unido, por exemplo, em 2012, a proporção de energia gerada pela queima de carvão subiu para seu nível mais alto em 17 anos, enquanto o gás caiu para um mínimo correspondente.
“A situação econômica de nossas operações na Europa, particularmente na geração de energia convencional, continua difícil”, disse o presidente da E.ON, Johannes Teyssen. A empresa informou queda de 94% no lucro operacional do primeiro trimestre referente às usinas que empregam a extremamente eficiente tecnologia de turbinas a gás de ciclo combinado.
“As empresas estão em dificuldades para operar usinas de energia acionadas a gás, mesmo em caso de operações modernas, tecnologicamente avançadas”, porque o carvão barato corroeu sua vantagem competitiva, disse Kash Burchett, analista da IHS Energy.
Os preços do carvão para entrega em um ano na Bolsa Europeia de Energia caíram quase 19% nos últimos 12 meses. Já o gás natural em grandes volumes na Europa continental tem seu preço fixado em relação ao petróleo, e o preço médio do petróleo tipo Brent caiu só 5%, segundo dados da BP.
Isso mudou a dinâmica do mercado de energia. A CEZ, companhia checa de eletricidade, disse na semana passada que poderá manter suspensa por longo período uma nova usina a gás que deveria começar a operar no verão, porque ela seria deficitária desde o primeiro dia de funcionamento. A SSE, empresa de eletricidade britânica, anunciou em março o fechamento de uma usina a gás, a redução da capacidade de uma segunda usina e o cancelamento da construção de novas usinas por vários anos devido à inviabilidade econômica.
O fechamento de usinas da E.ON poderia ter sido mais amplo se a empresa não tivesse firmado acordo com a agência reguladora da rede elétrica alemã e com uma operadora da rede para manter duas usinas a gás modernas, porém não rentáveis, em operação. A E.ON e suas parceiras nas usinas tinham considerado a paralisação das operações, mas a agência competente considerou-as cruciais para a segurança do suprimento energético no sul da Alemanha.
Segundo a Eurelectric, associação do setor de eletricidade na Europa, em 2010 – ano mais recente para o qual há estatísticas disponíveis–os 27 membros da UE geraram, respectivamente, 24% e 23% de sua eletricidade com base no consumo de carvão e de gás, com o restante derivado de um mix de energia renovável e nuclear.
O carvão barato não é má notícia para todas as empresas. A alemã RWE, maior produtora de eletricidade em termos de capacidade geradora, que produz mais de 62% de sua eletricidade da queima de carvão, informou neste ano que elevou em 16% a produção de eletricidade em suas usinas à base de carvão e de lignite em 2012.
A RWE espera ter lucro operacional inalterado em 2013, ao passo que a E.ON prevê queda de até 15% em relação ao ano anterior.
Poderão surgir também vantagens mais amplas. “No momento, a economia como um todo está se beneficiando da produção mais barata de energia”, disse Marcus Schenck, principal executivo financeiro da E.ON. Mas isso vale somente se “assumirmos que a proteção ambiental não é mais uma prioridade da política energética”.
A União Europeia comprometeu-se em reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 20% em relação aos níveis de 1990 e, suprir 20% de sua demanda energética de fontes renováveis até 2020. Um porta-voz do comissário europeu de Energia, Gunther Oettinger, recusou-se a comentar as mais recentes paralisações da usinas a gás. Em entrevista em abril, ele disse que o bloco deve ampliar o foco de sua política energética, fazendo mais do que simplesmente reduzir as emissões de gases, para assegurar também que a energia permaneça barata.
Especialistas alertam ainda que o fechamento de mais usinas a gás poderá enfraquecer a segurança energética do continente, à medida que fontes intermitentes de energia renovável, como a eólica, tornarem-se mais disseminadas.
“Na prática, capacidade geradora intermitente exige alguma forma alternativa de segurança”, disse Burchett, da IHS Energy. A possível escassez de usinas a gás, que são ideais para ajudar a atenuar os desequilíbrios que podem ser causadas por mudanças imprevisíveis na disponibilidade de energia renovável, como a energia eólica, pode agravar o problema, disse ele.
A França está implementando um novo modelo de mercado que poderá oferecer incentivos financeiros para beneficiar empresas de eletricidade por que mantenham em operação usinas de reserva a gás, disse Burchett.
Na Itália, país que efetivamente oferece incentivos financeiros para manter em condição operacional as usinas de reserva, um porta-voz da companhia de eletricidade Enel disse não ter planos para suspender a operação de suas usinas. (EcoDebate)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Brasil e Argentina acertam cooperação nuclear

Brasil e Argentina firmaram em 06/05/13, no Rio de Janeiro, um contrato para que engenheiros argentinos cooperem na construção de um reator nuclear brasileiro, informou o governo em Buenos Aires neste domingo.
O custo da assistência será de 60 milhões de pesos (cerca de 11 milhões de dólares), revela o site do governo argentino.
"Com base nos acordos bilaterais, o Brasil contratará para trabalhos de engenharia a empresa estatal atômica argentina INVAP para construir um reator brasileiro".
A iniciativa tem origem em uma declaração conjunta firmada pelos presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro de 2008.
O plano de cooperação bilateral inclui ainda a construção de um reator "gêmeo" na Argentina.
Brasil e Argentina utilizam a energia atômica para fins pacíficos e integram o tratado de não proliferação que declara a região livre de armas nucleares. (yahoo)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

NASA testa performance de bioquerosene

Pesquisadores da NASA completaram no fim de abril de 2013, uma rodada de testes sobre o efeito do bioquerosene na performance de aeronaves. (biodieselbr)

Tipos de Biocombustíveis

Metanol
Também chamado de álcool metílico e hidrato de metilo, esse biocombustível é muito inflamável e pode ser obtido através da destilação de madeira, cana-de-açúcar e gases fósseis. Ele é utilizado como solvente industrial (para diluir sais), para fabricar plástico, produção de biodiesel, preparação de hormônios, fabricação de produtos químicos, indústria farmacológica, dentre outros. Nos Estados Unidos, é utilizado em alguns postos como combustível.
O metanol (CH3OH) é bem mais tóxico que o etanol e polui mais o meio ambiente. Além disso, com a sua queima, as chamas são produzidas bem claras e isso atrapalha no controle do fogo. Outras desvantagens da substância são os problemas que ela pode causar à saúde, como dores de cabeça, náusea, vômitos, irritação, intoxicação e câncer.
Biodiesel
O biodiesel é um combustível feito com óleo vegetal (soja, amendoim, mamona, dendê, etc.) que pode ser obtido em processos como esterificação e craqueamento. Começou a ser pesquisado na Europa, durante o século XVIII. Para produzi-lo, é necessário misturar o óleo retirado das plantas com álcool/metanol e depois catalisar essa mistura. O catalisador causa uma reação química entre essas duas substâncias. Posteriormente, é feita a separação da glicerina no óleo e ele é filtrado.
A molécula de um óleo vegetal é um triglicídio com moléculas de ácidos graxos e glicerina. O processo que consiste na mudança do óleo vegetal para biodiesel recebe o nome de transesterificação (processo onde a glicerina se separa do óleo vegetal) e se trata do método mais usado atualmente para produzir esse biocombustível. Com a transesterificação, ou seja, sem a glicerina, o óleo fica mais fino e menos viscoso. A cor do produto se aproxima do amarelo podendo chegar a tons mais alaranjados. O cheiro adquirido vai depender da matéria-prima utilizada.
O biodiesel substitui o óleo diesel à base de petróleo nos automóveis, caminhões, geradores ou tratores. Para cada 2% de biodiesel acrescentado ao diesel de petróleo, seu nome é alterado. O mais baixo é o B2 e o biodiesel puro é o B100. Na União Europeia, a percentagem de combustível renovável adicionada à gasolina é de 2% e a tendência é aumentar esse valor de forma progressiva.
As pesquisas para a produção do biodiesel tiveram início em 1970, no Ceará. O Governo Federal criou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), que busca implantar a produção e comercialização do biodiesel para a obtenção de fontes de renda e emprego. Além disso, esse programa busca reduzir os danos causados ao meio ambiente com o uso indiscriminado de fontes energéticas de origem fóssil.
A produção do biodiesel no Brasil trabalha de forma social, na medida em que a agricultura familiar é bastante explorada. Nas regiões semiáridas do país, há o crescimento na produção de palma e mamona. Para o consumidor, atualmente, o custo para usar o óleo diesel ainda é alto devido à baixa produção. Em 2005, foi instituída a Lei nº 11.097, que estabelece que os veículos de carga deverão abastecer 5% de biodiesel (B5) até 2013. Esse projeto de lei é uma das diretrizes do Programa Nacional de Biodiesel.
Principais Características do Biodiesel
É um combustível mais lubrificante e não tóxico;
Diminui a emissão de dióxido de carbono na atmosfera;
Pode ser transportado e armazenado com segurança;
Pode ser utilizado em sua forma pura ou acrescentado no diesel de petróleo;
Redução nos odores produzidos durante sua exaustão.
Biogás
É um biocombustível gasoso, formado por uma mistura de metano e dióxido de carbono sob a ação de bactérias fermentadoras (decomposição anaeróbia). Esse processo ocorre com a alteração e controle de propriedades como acidez e temperatura. A produção é feita com matéria orgânica em um aparelho chamado de biodigestor anaeróbico. A maioria dos gases tem um cheiro forte e desagradável.
Ele foi descoberto em 1667 e, em 1884, Louis Pasteur apresentou um estudo falando sobre o auxílio que a fermentação dava para a obtenção de energia. Os materiais mais usados na produção do biogás são as palhas, o lixo, bagaço e esterco.
Uma de suas vantagens é que não é uma fonte de energia inflamável e pode ser usado para gerar energia elétrica. Os locais onde os biogestores são instalados se encontram principalmente nas propriedades rurais e, em lugares como a China, eles ocupam a grande parte das residências.
Pode ser usado no lugar do gás natural e do GLP e, além disso, usado como gerador de energia elétrica quando utilizado em geradores elétricos.
Bioetanol
Esse combustível é obtido com a fermentação e a destilação de resíduos de milho, trigo ou cana-de-açúcar. Esses resíduos sofrem alterações e passam por processos como destilação, fermentação e deslignificação. O resultado é um combustível bastante energético e é uma fonte de energia vantajosa por ser renovável. Além disso, a queima do Bioetanol não afeta tanto o meio ambiente. Para quem critica sua utilização, a justificativa é o uso de matérias-primas essenciais para a alimentação sendo usadas para produzir biocombustível.
Etanol E85
O combustível E85 é uma mistura feita com 85% de etanol e 15% de gasolina, e a percentagem de etanol é o que dá o nome para essa fonte energética que começou a ser usada a partir de 1998. É um biocombustível muito usado nos Estados Unidos e os especialistas americanos garantem que ele consegue fazer com que os veículos lancem menos monóxido e dióxido de carbono na atmosfera. (biocombustivel.info)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Chuveiros que reduz consumo de água e energia

Empresa produz acessório para chuveiros, que reduz consumo de água e energia em 40%
Empresa de Santa Rita de Sapucaí (MG) produz acessório inovador para chuveiros, que reduz consumo de água e energia em 40%.
Sobre a empresa
Ramo de atividade: fabricação de acessório para chuveiro
Localização: Santa Rita do Sapucaí (MG)
Tempo de mercado: 20 anos
Área: 200 m²
Nº funcionários: 03
Como Sebrae apoiou: Empretec, Sebraetec, consultorias, cursos, etc
Números
De 2010 até o momento, a KL cresceu 100% ao ano, devido ao sucesso do Ecoshower.
Como reduzir o consumo de água e energia elétrica durante os banhos? Este é o sonho de muitos consumidores. Os chuveiros sempre foram grandes vilões das contas de água e luz das residências brasileiras. E essa era a preocupação de Claudio Lasso, desde os tempos em que cursava engenharia elétrica no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG), no Vale da Eletrônica.
Em 1988, ele desenvolveu o projeto de um acessório inédito para chuveiros, denominado na época como Power Control, exposto numa feira do Inatel. Vinte anos depois, o engenheiro eletricista e empresário da KL Tecnologia decidiu aperfeiçoar o dispositivo e lançá-lo no mercado como Ecoshower. O acessório, que deve ser instalado junto ao chuveiro, reduz o consumo de água e luz nos banhos em até 40%. O produto se tornou sucesso de vendas e foi patenteado. Até momento, foram comercializados mais de oito mil unidades para todo o país.
“Desenvolvi um acessório simples para ser instalado pelo próprio usuário. O Ecoshower também quebra paradigma, pois coloca o controle da qualidade do banho nas mãos do usuário”, afirma Claudio. O dispositivo aumenta as graduações de temperatura e vazão de água da maioria dos chuveiros elétricos, que só possuem as alternativas verão e inverno, acrescenta. O preço do acessório varia entre R$ 80 e R$ 128, conforme o modelo. Ele também é compatível com sistema de aquecimento solar.
Carro-chefe
A KL Tecnologia está no mercado há 20 anos, mas foi a partir de 2008 que Claudio despertou para o antigo projeto dos tempos de universitário. “Percebi que as mudanças climáticas e a preocupação com a emissão de carbono eram realmente sérias. O futuro é buscar soluções tecnológicas para mitigar os efeitos do CO2”, ressalta.
Hoje, o Ecoshower é o carro-chefe da KL Tecnologia, que também atua na área de telecomunicações. Quatro modelos são produzidos: slim; BC (baixo custo); kit slim (com chuveiro e cano); e kit BC (com chuveiro e cano).
“Além de economizar água e energia, nosso produto aumenta a vida útil dos chuveiros, pois poupa a resistência deles”, explica o empresário. “O Ecoshower é robusto e durável”, acrescenta. O produto não foi criado para ser descartável em pouco tempo, segundo ele.
A produção do Ecoshower é baseada em parcerias com empresas do Vale da Eletrônica. A KL Tecnologia tem capacidade para produzir até 7 mil peças/mês. Atualmente a empresa fabrica 500 unidades/mês. De 2010 até o momento, a KL Tecnologia cresceu 100% ao ano, devido ao sucesso do produto.
O acessório de chuveiro possui qualidade assegurada por laudo da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). O site da KL Tecnologia calcula a quantidade de água e energia gasta nos banhos e a economia conseguida com o Ecoshower (www.ecoshower.com.br).
Clientela
Concessionárias estaduais de energia elétrica do RJ, MG e RS estão comprando Ecoshower para atender exigências da Agência Nacional de Energia Elétrica (Anel), por meio de Programa de Eficiência Energética. Hotéis, pousadas, hospitais, escolas, creches, academias de ginástica, residências, entre outros, compõem a clientela do produto.
Preços diferenciados para lojistas e consumidor final são encontrados na loja virtual do produto, que também está disponível em lojas de ferragens, materiais de construção, elétricos e hidráulicos.
A divulgação do acessório de chuveiro é feita em participações em feiras, catálogos e email marketing. No momento, Claudio revela que está negociando exportação para o México e Costa Rica. “O mundo vai ter que buscar soluções sustentáveis e equipamentos cada vez mais econômicos”, diz ele. “Estou feliz com o que faço. Vai de encontro aos nossos valores éticos”, enfatiza.
O empresário também inventou um umidificador ecológico, feito a partir de materiais recicláveis. Este produto não foi patenteado, não é comercializado, não consome energia elétrica e pode ser montado facilmente por interessados. O objetivo do empresário e engenheiro eletricista foi ajudar famílias menos favorecidas com uma solução simples e barata para usar durante períodos quentes e muito secos (http://www.inventeaqui.com.br/invencao/umidificador-de-ar-feito-com-sucata/resultado-final). (EcoDebate)