Usina
de Itaipu: recorde na geração de energia e modelo de gestão sustentável
Quando os governos do Brasil e do Paraguai
assinaram o Tratado de Itaipu, em abril de 1973, os dois países concordaram em
explorar conjuntamente os recursos hidrelétricos do rio Paraná. Onze anos
depois, a usina entrou em operação e, hoje, é a segunda maior hidrelétrica do
mundo em geração de energia, atrás apenas da usina de Três Gargantas, na China.
A grandiosidade da construção atrai turistas de todas as partes e, na prática,
é fundamental para brasileiros e paraguaios. Por aqui, é responsável por 20% da
energia consumida; já o Paraguai é quase completamente dependente da obra, uma
vez que 95% de toda a eletricidade daquele país é produzida em Itaipu. Os
desafios para equilibrar eficiência e sustentabilidade são tão grandes quanto
os números que envolveram uma obra tão complexa como a de Itaipu, que já foi
considerada o maior feito da engenharia brasileira.
Um dos aspectos mais curiosos é o lago da
usina. Criado artificialmente em 1982, tem área de 1.350 km2 e
profundidade média de 22 metros, chegando até 170 metros nas barragens. O lago
de Itaipu é importante por fornecer a água que movimenta os geradores de
eletricidade. Por ter tamanha grandiosidade, esse projeto artificial acabou
levantando dúvidas sobre como se relacionaria com o meio ambiente e a população
que habita a área. Mas, quase 30 anos depois de entrar em operação, se
transformou em modelo de gestão sustentável. Atualmente, há 20 programas realizados
nos 29 municípios que compõem a bacia do Paraná – moradia de cerca de 1 milhão
de pessoas. Desde 1984, foram plantados 43 milhões de árvores e, graças à
energia hidrelétrica produzida em Itaipu, o Brasil deixa de emitir a cada ano
85 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Os projetos que tornaram
a usina um modelo de sustentabilidade estão ativos em áreas tão diversas quanto
geração de energia a partir do esterco de animais, pesca sustentável, produção
de alimentos sem agrotóxicos e manutenção de um corredor ecológico de 27
quilômetros de extensão.
Itaipu é um exemplo prático de que eficiência e
sustentabilidade não necessariamente se opõem. Com tantas medidas de proteção
ao meio ambiente, a usina bateu recorde de produção em 2012, fechando o ano com
geração total de 98.287.128 megawatts-hora (MWh), a maior da história. Esse
número supera o de 2008, quando gerou pouco menos de 95 milhões de MWh. Como
tudo que se refere à usina, os números são grandiosos: o recorde de energia
registrado seria suficiente para atender à demanda do mundo inteiro por dois
dias; do Brasil, por 81 dias; da Argentina, por dez meses; do Estado do Paraná,
por três anos e sete meses; e da cidade do Rio de Janeiro, por seis anos e
quatro meses. São façanhas que caem bem a uma das maiores hidrelétricas do
planeta. (respostassustentaveis)
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