Macaúba- Análise
técnica, econômica e ambiental
Macaúba em Minas
Gerais- Relacionamento entre a ocorrência de macaúba no estado de Minas Gerais
à atributos climáticos, pedológicos e vegetacionais.
Melhoramento e Diversidade Genética
Variabilidade genética e características
morfológicas relacionadas ao crescimento e vigor da macaúba.
Macaúba pode virar
matéria- prima para produção de biodiesel, aponta Embrapa.
Pesquisadores da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados estão próximos de mais um feito, entre
tantos realizados em 2014, pelo órgão estatal por todo o País. Integrantes da
unidade do Distrito Federal, eles agora vêm trabalhando para que a macaúba vire
uma cultura agrícola comercial, já que existem indicações de que a palmeira
possa produzir até oito toneladas de óleo por hectare, além de servir como
tortas alimentícias para animais e biomassa para carvão vegetal. A intenção
também ultrapassa o campo da pesquisa, isto porque os agricultores pretendem
elevar a produção e, como consequência, a renda e o emprego no campo.
“Estamos trabalhando para viabilizar as
tecnologias de produção em escala”, destaca o pesquisador Marcelo Fideles, um
dos coordenadores dos programas de agroenergia da Embrapa Cerrados. Segundo ele,
o desafio é superar limitações tecnológicas para estabelecer um sistema de
plantio racional, com a oferta de cultivares e recomendações para adubação,
plantio, irrigação e condução da lavoura.
Há oito anos, os pesquisadores desta unidade
vêm trabalhando no melhoramento genético da macaúba, no desenvolvimento de
sistemas de produção, de qualidade da matéria-prima e de processamento do óleo.
Ainda fazem previsões analíticas sobre os impactos socioeconômicos e
ambientais. De acordo com Fideles, além de caracterizar espécies e selecionar
genótipos mais produtivos, mas principalmente a adequação de sistemas de
cultivo que tornem a palmeira uma fonte viável de matéria-prima para a produção
de biocombustíveis como o biodiesel. O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) pretende iniciar o zoneamento de risco climático para
permitir o financiamento público.
Encontrada abundantemente no Cerrado
brasileiro e nas Américas (do México até a Argentina), com área estimada em 12
milhões de hectares, a macaúba é uma das espécies mais promissoras como fonte
de óleo para o biodiesel e bioquerosene, cuja produção é crescente no País. As
principais fontes de matéria-prima para a produção dos biocombustíveis no
Brasil, atualmente, são o óleo de soja e a gordura bovina – no caso do
biodiesel, representavam 74% e 20% em setembro, segundo a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Sancionada em setembro, a Lei nº 13.033/2014,
que dispõe sobre a adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel
comercializado com o consumidor final, tornou obrigatória a mistura de 7% de
biodiesel ao diesel a partir de 01/11/14. Assim, a produção nacional de
biodiesel, que deve fechar 2014 em 3,4 bilhões de litros, deverá ser de 4,2
bilhões de litros em 2015, tornando o Brasil o segundo maior produtor mundial
do biocombustível, atrás apenas dos Estados Unidos, com 4,5 bilhões de litros.
Além disso, o aumento no percentual de biodiesel adicionado ao diesel comum vai
eliminar a importação de 1,2 bilhão de litros de diesel, uma economia de cerca
de U$ 1 bilhão aos cofres públicos.
A planta
A macaúba ou macaíba (nome científico
Acrocomia aculeata) é uma planta rústica, com folhas perenes e espinhosas,
podendo atingir 20 metros de altura com troncos de 20 a 30 cm de diâmetro.
Dispersa no território brasileiro, é encontrada com maior frequência em Minas
Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Piauí e
Ceará, de forma isolada ou formando povoamentos naturais chamados de “maciços”.
É uma palmeira com grande potencial de uso, sendo empregada para fins
alimentares, cosméticos e energéticos, praticamente não deixando resíduos
inaproveitáveis. Os frutos ou cocos são a parte economicamente mais importante
da planta, podendo ainda ser consumidos como alimento.
A macaúba começa a dar frutos por volta de
cinco anos do plantio, podendo produzi-los até os 100 anos. O auge da produção,
de acordo com pesquisadores da Embrapa Cerrados, se dá entre os meses de
novembro e março. A madeira é usada na confecção de ripas e calhas de água. As
folhas são utilizadas como forragem e fibras têxteis. O potencial produtivo da
macaúba já foi comprovado pela pesquisa em populações naturais (maciços),
alguns já explorados de forma extrativista, meio tradicional de obtenção dos
frutos.
Em maciços da espécie Acrocomia aculeata
observados na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, as melhores plantas
alcançaram 6,9 toneladas/hectare de óleo de polpa, utilizado na produção de
biocombustíveis; 1,2 toneladas/hectare de óleo de amêndoa, destinado à
fabricação de cosméticos e farelo para alimentação humana; 19,3
toneladas/hectare de endocarpo, matéria-prima para a produção de carvões
vegetal e ativado; e 24,5 toneladas/hectare de resíduo de polpa e da amêndoa,
que constituem a torta que serve para a produção de ração ou farelo para os
animais. Com uma produtividade média geral de 114,1 kg/planta/ano, considerando
as regiões avaliadas, a produtividade esperada é de pelo menos 45,6
toneladas/hectare de cachos para uma densidade de cultivo de 400
plantas/hectare. Se for considerada uma eficiência de 70% da extração, o
rendimento bruto de óleo por prensagem do fruto fresco poderá atingir 4
toneladas de óleo/hectare/ano da polpa e 0,8 tonelada de óleo/hectare/ano da
amêndoa. (macaubanet)
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