Recife inaugura
serviço no centro histórico; Rio lança chamada pública e SP conta com
compartilhamento de veículos à combustão.
Subcompacto
elétrico tem câmbio automático e motor 1.0.
Depois de
compartilhar bicicletas, cidades brasileiras dão os primeiros passos para fazer
o mesmo com os carros. Esta semana começou a funcionar, no Recife, o primeiro
sistema de compartilhamento de veículos elétricos do país.
O modelo, implantado
nos Estados Unidos e na Europa, permite ao usuário pegar o carro em vagas ou
garagens espalhadas pela cidade e devolvê-lo, depois, em um período
determinado. Em 2015, o modelo deve estar em funcionamento também no Rio de
Janeiro, que lançou este mês chamada pública sobre a viabilidade do projeto.
Uma empresa em São Paulo oferece o serviço desde 2010, mas tem somente carros
movidos à combustível.
A escolha pelo
compartilhamento de carros elétricos no Recife, segundo a gerente do projeto do
Porto Digital, Cidinha Gouveia, busca melhorar a mobilidade no centro. “O
trânsito aqui está ficando pior que em outras capitais (mais populosas) como
São Paulo, segundo estatísticas recentes. Nos horários de pico, é impossível se
deslocar de um ponto a outro e as pessoas podem esperar até 40 minutos por uma
vaga”, informou. Com o novo sistema, que tem vagas fixas em três estações, quem
precisa de um carro para curtas distâncias pode fugir dos problemas.
No Recife Antigo,
bairro do centro, a iniciativa começou a ser testada no início da semana e
estará disponível ao público em março. Os usuários poderão aderir a um plano
mensal de R$ 30 e arcar com uma taxa extra de R$ 20 por uso, com a
possibilidade de esse valor ser divido, se for concedida carona. É que o
sistema identifica pessoas que pretendem fazer o mesmo trajeto.
Ainda pouco conhecido
no país, o compartilhamento tem um grande potencial, avalia o professor da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Leonardo Meira. Ele explica que o
modelo surgiu na Europa na década de 1980 e é complementar ao transporte
público, incluindo as bicicletas. Além de reduzir a poluição e o trânsito nas
cidades, Meira destaca que incentiva a racionalização do uso do carro.
“Pesquisas mostram que o compartilhamento tira das ruas até sete carros particulares,
na Alemanha e na Suíça, onde é muito forte.”
Vislumbrando o
sucesso das bicicletas compartilhadas, a cidade do Rio lançou chamada pública
para colher propostas para o sistema. “Queremos saber quantos veículos são
necessários, quantos carros devem ter cada estação, quantas estações precisam
ser criadas, em quais bairros e com qual a distância”, explicou o subsecretário
de Projetos Estruturantes da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias
Público-Privadas, Gustavo Guerrante.
No Rio, a ideia é que
o compartilhamentos seja usado para curtas e longas distâncias, a partir de
2015, utilizando vagas especiais na cidades, que já estão sendo separadas,
antecipou Guerrante. “Não podemos limitar a um trajeto curto porque, supondo
que a pessoa sai do centro da cidade em direção à Barra [da Tijuca], não tem
jeito, o trajeto pode chegar a 40 quilômetros.”
A empresa Zazcar, em
São Paulo, foi a primeira a oferecer o compartilhamento no país. Em entrevista
à imprensa, o presidente Felipe Barros disse que a procura cresce ano a ano por
pessoas que abriram mão de ter um veículo próprio. Com cerca de 3 mil usuários
e 45 estações para retirada de veículos, o aluguel por hora varia entre R$ 6,90
e R$ 11,50.
Como mostra de que o
serviço está chegando a todo país, a partir de 2015 começa a funcionar, em
Porto Alegre, em fase de testes, o compartilhamento de carros elétricos na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Criado por estudantes da
pós-graduação, que montaram a startup MVM Technologies, o sistema interligará
todos o campus, antes de chegar a toda a cidade. “Temos um planejamento para
segunda etapa, tornando possível um serviço de escala, em Porto Alegre. Fora
disso, a expansão para região metropolitana, o que é possível, temos que ver um
prazo mais longo”, explicou o diretor executivo da empresa, Lucas de Paris.
Para o professor do
curso de pós-graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB) José
Augusto Abreu, os compartilhamentos de carros elétricos são eficientes em casos
eventuais e tem grande potencial de melhorar a qualidade de vida na área
urbana. “Temos um trânsito engarrafado, com poluição elevada e risco de
acidente. Os carros elétricos são uma ótima alternativa para retirar veículos
das ruas, reduzir a emissão de gases tóxicos e de barulho, pois são mais
silenciosos”, analisa ele, defensor também do compartilhamento de bicicletas.
(ecodebate)
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