domingo, 18 de janeiro de 2015

Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação

A indústria global do transporte aéreo contribui em torno de 2% dos gases de efeito estufa gerados por ações do homem. O crescimento desta indústria nas últimas décadas, aliado ao aumento de eficiência evitou que o cenário atual fosse mais representativo. No entanto, com o constante crescimento do tráfego aéreo, a previsão é de que esta proporção deverá aumentar nos próximos anos.
Em resposta a esta previsão, a aviação civil como um todo: empresas aéreas, fabricantes de aeronaves, sistemas aeroportuários e de controle de tráfego aéreo vêm trabalhando coordenadamente numa série de metas para reduzir seu impacto ambiental, de forma a manter-se como um instrumento do crescimento econômico. Essas metas incluem: melhoria da eficiência de combustível de 1,5% até 2020, limitar as emissões da indústria a partir de 2020 e reduzir em 50% as emissões da indústria até 2050, tendo como linha de base 2005.
Para que essa meta seja atingida é essencial a utilização de biocombustíveis drop-in – produzidos a partir de biomassas sustentáveis que não contribuam para o desflorestamento e apresentem balanço positivo de emissão de CO2 em comparação com o combustível derivado do petróleo.
Motivado pela crescente demanda em atender os requisitos para a redução de emissões de gases do efeito estufa na aviação, bem como fornecer caminhos para a segurança energética do Brasil, a ABRABA coloca-se como um fórum para discutir os diversos aspectos do desenvolvimento de biocombustíveis aeronáuticos sustentáveis que posicione o Brasil como um dos principais protagonistas mundiais nesta tecnologia, a exemplo do que já é realizado  no transporte terrestre.
Em diferentes regiões do mundo, empresas aéreas e fabricantes de aviões têm realizado voos utilizando combustíveis alternativos, principalmente com bioquerosene misturado ao querosene convencional de aviação, com o objetivo de demonstrar a viabilidade técnica desses  combustíveis renováveis. Entre 2008 e 2010, foram realizados oito voos de demonstração com biocombustíveis produzidos a partir de diversas matérias primas, um dos quais, no Brasil,  utilizando o pinhão-manso produzido no país  como matéria prima para o biocombustível.
Objetivo da ABRABA:
Promover iniciativas públicas e privadas que busquem o desenvolvimento, a certificação e a produção comercial de biocombustíveis sustentáveis para a aviação.
Os objetivos serão viabilizados por meio de parcerias com formuladores de políticas públicas e dos participantes envolvidos no segmento de biocombustíveis aeronáuticos. A meta é a obtenção de biocombustíveis com níveis equivalentes de qualidade, segurança de uso, custo e capacidade produtiva adequada, em relação aos combustíveis derivados de petróleo.
A ABRABA acredita que a utilização de biocombustíveis sustentáveis produzidos a partir de biomassas é fundamental para manter o crescimento da indústria de aviação em uma economia de baixa emissão de carbono.
Capacitação tecnológica nacional
O engajamento do Brasil em projetos de desenvolvimento de combustíveis alternativos capacitará agricultores, técnicos e indústrias, de forma a criar uma base tecnológica consistente. Entre os benefícios que o estabelecimento de uma política específica e com vistas ao futuro da aviação traria para o país estão:
· Promover o desenvolvimento tecnológico entre academia, agências reguladoras e organismos privados;
· Capacitar e promover a inserção da indústria nacional no mercado de combustíveis alternativos;
· Engajar o setor agrícola e instituições de pesquisa visando à busca de material genético de alta produtividade e o desenvolvimento produtivo de culturas agro energéticas adequadas;
· Agregar valor às biomassas produzidas no país;
· Avaliar os impactos da utilização de biocombustíveis sustentáveis para a aviação;
· Garantir a segurança e independência energética para a aviação de defesa. (abraba)

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