A indústria global do transporte aéreo contribui em
torno de 2% dos gases de efeito estufa gerados por ações do homem. O
crescimento desta indústria nas últimas décadas, aliado ao aumento de
eficiência evitou que o cenário atual fosse mais representativo. No entanto,
com o constante crescimento do tráfego aéreo, a previsão é de que esta
proporção deverá aumentar nos próximos anos.
Em resposta a esta previsão, a aviação civil como um
todo: empresas aéreas, fabricantes de aeronaves, sistemas aeroportuários e de
controle de tráfego aéreo vêm trabalhando coordenadamente numa série de metas
para reduzir seu impacto ambiental, de forma a manter-se como um instrumento do
crescimento econômico. Essas metas incluem: melhoria da eficiência de
combustível de 1,5% até 2020, limitar as emissões da indústria a partir de 2020
e reduzir em 50% as emissões da indústria até 2050, tendo como linha de base
2005.
Para que essa meta seja atingida é essencial a
utilização de biocombustíveis drop-in – produzidos a partir de biomassas
sustentáveis que não contribuam para o desflorestamento e apresentem balanço
positivo de emissão de CO2 em comparação com o combustível derivado
do petróleo.
Motivado pela crescente demanda em atender os
requisitos para a redução de emissões de gases do efeito estufa na aviação, bem
como fornecer caminhos para a segurança energética do Brasil, a ABRABA
coloca-se como um fórum para discutir os diversos aspectos do desenvolvimento
de biocombustíveis aeronáuticos sustentáveis que posicione o Brasil como um dos
principais protagonistas mundiais nesta tecnologia, a exemplo do que já é
realizado no transporte terrestre.
Em diferentes regiões do mundo, empresas aéreas e
fabricantes de aviões têm realizado voos utilizando combustíveis alternativos,
principalmente com bioquerosene misturado ao querosene convencional de aviação,
com o objetivo de demonstrar a viabilidade técnica desses combustíveis
renováveis. Entre 2008 e 2010, foram realizados oito voos de demonstração com
biocombustíveis produzidos a partir de diversas matérias primas, um dos quais,
no Brasil, utilizando o pinhão-manso produzido no país como matéria
prima para o biocombustível.
Objetivo da ABRABA:
Promover iniciativas públicas e privadas que busquem o
desenvolvimento, a certificação e a produção comercial de biocombustíveis
sustentáveis para a aviação.
Os objetivos serão viabilizados por meio de parcerias
com formuladores de políticas públicas e dos participantes envolvidos no
segmento de biocombustíveis aeronáuticos. A meta é a obtenção de
biocombustíveis com níveis equivalentes de qualidade, segurança de uso, custo e
capacidade produtiva adequada, em relação aos combustíveis derivados de
petróleo.
A ABRABA acredita que a utilização de biocombustíveis
sustentáveis produzidos a partir de biomassas é fundamental para manter o
crescimento da indústria de aviação em uma economia de baixa emissão de
carbono.
Capacitação tecnológica nacional
O engajamento do Brasil em projetos de desenvolvimento
de combustíveis alternativos capacitará agricultores, técnicos e indústrias, de
forma a criar uma base tecnológica consistente. Entre os benefícios que o
estabelecimento de uma política específica e com vistas ao futuro da aviação
traria para o país estão:
· Promover o
desenvolvimento tecnológico entre academia, agências reguladoras e organismos
privados;
· Capacitar e promover a
inserção da indústria nacional no mercado de combustíveis alternativos;
· Engajar o setor
agrícola e instituições de pesquisa visando à busca de material genético de
alta produtividade e o desenvolvimento produtivo de culturas agro energéticas
adequadas;
· Agregar valor às
biomassas produzidas no país;
· Avaliar os impactos da
utilização de biocombustíveis sustentáveis para a aviação;
· Garantir a segurança e
independência energética para a aviação de defesa. (abraba)
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