Energia solar tem levado vantagem em relação à eólica
Microtorres de captação da energia produzida pelos ventos
necessitam de locais adequados e seu custo é mais alto
Na corrida da microgeração, a
energia solar tem levado vantagem em relação às pequenas torres eólicas. Dois
fatores jogam contra a captação da energia gerada a partir dos ventos, quando
comparada àquela retirada dos painéis fotovoltaicos.
O primeiro é de ordem física: as
torres necessitam de locais que tenham boa presença de vento - em termos de
velocidade e de regularidade. O segundo diz respeito ao preço. Em média, um
projeto eólico previsto para gerar a mesma quantidade de energia de uma
estrutura solar é até 40% mais caro. Esse valor deve-se não apenas ao uso de
equipamentos mais caros, mas também à complexidade de engenharia desses
projetos.
Apesar de a energia solar ser mais
democrática que a eólica, Estados do Nordeste e o Rio Grande do Sul são
privilegiados para esse tipo de projeto. A adoção de microtorres eólicas também
tem se espalhado em operações específicas de empresas.
Um exemplo são as antenas
repetidoras de sinais de internet e telefonia, normalmente instaladas em
regiões remotas e sem acesso à rede elétrica, mas com muita incidência de
vento, por estarem no pico de montanhas. Para enviar seus sinais de frequência,
essas antenas precisam de energia.
A geração eólica doméstica pode até
ter dificuldades de se plugar nas redes das distribuidoras, mas seu uso
independente, apoiado em baterias, pode ser uma alternativa viável. "Hoje
temos cerca de 700 clientes espalhados no País, praticamente todos eles ainda
desplugados da rede pública de energia", comenta Pereira.
Os números da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) são a prova de que os projetos eólicos em rede ainda
estão em fase de gestação. Até agora, apenas 17 projetos de microeólicas
plugadas em distribuidoras foram cadastrados pela agência. "Temos o
monopólio de um mercado que ainda não existe, mas um dia ele vai existir",
diz Luiz Cezar Pereira.
Os prédios devem ser o próximo
mercado da energia baseada em vento. Novos projetos baseados em torres
verticais devem chegar ao mercado no início do próximo ano.
"Estamos muito atrasados. Hoje
há 806 mil pequenas turbinas de vento instaladas no mundo - 570 mil na China.
Isso só acontece em função de políticas de Estado. Lá o assunto é tratado como
política pública", diz Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal,
especializado em estudos de fontes renováveis de energia.
Atraso
Até agora, apesar 17 projetos de
micro usinas eólicas plugadas em distribuidoras foram cadastrados pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (OESP)
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