Empresário
do segmento de ferramentas, parafusos e máquinas em Palmas (TO), Ivan Naves,
proprietário da Ferpam, já oferecia em suas lojas, há mais de um ano, projetos
de implementação de sistemas de energia fotovoltaica, ou simplesmente energia
solar. No início de 2018, entendeu que seria, além de um cartão de visitas, uma
enorme economia investir na instalação de um desses projetos na maior das
unidades de seu negócio, para começar.
Com
um investimento de R$ 300 mil parcelados em 8 anos que só começam a ser pagos
em 2019, ele afirma que em quatro meses já conseguiu reduzir o custo com
energia em mais de R$ 6,5 mil mensais, graças à linha de financiamento “verde”
criada no ano passado por meio de uma parceria entre o Banco da Amazônia e o
Ministério da Integração Nacional com recursos do Fundo Constitucional de
Financiamento do Norte (FNO) - em um aporte total de mais de R$ 5 bilhões.
Cliente
do banco antes de optar pelo financiamento, Ivan relata que esperou menos de um
mês entre a apresentação do projeto e aprovação. As contas, que chegavam a R$ 8
mil, seguem despencando, desde o primeiro mês, cada vez mais. “Acredito que
depois a economia será até maior, porque subiram os impostos e o clima ainda
está meio nublado, o que mantém a geração de energia ainda pequena”, avalia.
Por trabalhar com esse tipo de tecnologia antes mesmo de se utilizar dela, o
empresário garante que a viabilidade é quase garantida em todos os casos, até
onde o consumo não é tão alto. Mas isso não desobriga uma prévia avaliação
antes de qualquer instalação.
“A
lei trata de mini e microgeração de energia, que vai até 75 kwh no pico. No
caso da minha loja, estou no limite, então a minha energia aqui é de consumidor
classe A. O retorno do capital investido para um consumo classe C é de 4 anos e
meio, no máximo”, orienta. “Minha conta já baixou em mais de R$ 6 mil, e daqui
a um ano, quando acabar a carência do financiamento, vou pagar ao banco R$ 3,5
mil mês, sendo que a minha economia começou já no primeiro dia de instalação do
sistema”, afirma.
RETORNO
Para
Ivan, o mais válido desse tipo de investimento é que se trata de um pagamento
longo, de um bem duradouro que traz retorno imediato. “A gente vê muito
financiamento de depreciação rápida. Esse produto, além de depreciação lenta,
porque uma placa solar dura 25 anos, tem um retorno garantido, não fica na
expectativa”, justifica.
Em
Palmas, a situação ainda melhora por conta de um projeto da prefeitura que
vincula um desconto de até 80% no pagamento da taxa do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU) para quem investe em energia limpa. “Só no mês
passado eu consegui um abatimento de R$ 18 mil no IPTU. Fora que os R$ 26 mil
reais de energia que deixei de consumir em 4 meses, são 350 árvores que
deixaram de ser derrubadas”, calcula.
Assim,
com um investimento de R$ 300 mil, ele economizou quase R$ 45 mil de janeiro
para cá. Além de ser um processo que contribui para a não degradação do meio
ambiente”, destaca ele, que no próximo ano deve investir em sistemas de energia
solar para suas outras lojas.
A
energia solar é gerada pela luz do sol, que incide diretamente ou por meio de
reflexo em painéis de materiais semicondutores (silício). Esses últimos contêm
células menores, que ficam dispostas em duas camadas, uma positiva e outra
negativa. Quando a energia do sol chega, o material semicondutor faz com que os
elétrons se movimentem entre as duas camadas e gerem uma corrente elétrica
contínua.
O
Brasil alcançou a marca histórica de 1 gigawatt (GW) de potência instalada em
usinas de fonte solar fotovoltaica conectadas à matriz elétrica nacional. De
acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Investimentos
garantem a base para a geração de emprego e renda nos estados
A
energia solar garante economia na conta de luz e preservação do meio ambiente.
O
empresário Eliesio Gama, dono da empresa Armazém da Construção, em Santarém,
está na expectativa de ver as contas de energia elétrica que chegam a R$ 16 mil
mensais de suas duas lojas despencarem nos próximos meses. Ele está prestes a
concluir a implementação em suas unidades, de um sistema de geração de energia
solar, que embora não muito grandes, são totalmente climatizadas. “Quando analisei
o projeto, achei muito interessante a linha oferecida pelo Banco da Amazônia.
Optei por um investimento de R$ 600 mil para ser quitado em 8 anos, mas quero
usar o valor que eu vou economizar na conta de luz para quitar essa dívida em
quatro anos”, adianta.
A
expectativa é de, após o início do funcionamento do sistema, lidar somente com
a tarifa de iluminação pública, uma despesa de R$ 500, R$ 600 por mês, no lugar
da antes astronômica conta. “E é energia limpa. Cotei com outros bancos, mas a
taxa do Banco da Amazônia foi a mais atraente, e com carência, é de dois anos.
Depois é só reinvestir com o que se economizar”, relata, sobre sua escolha de
contar com a mesma instituição financeira que viabilizou a construção de sua
primeira loja. “Para quem está aqui, no Norte, é um banco que soma muito. Há
outros bancos, mas as menores taxas são do Basa”, garante. Para ele, é muito
bom ter um apoio como esse enquanto está gerando emprego e renda. “É fantástico
para o nosso país e para o Estado”, elogia.
Taxas
e prazos são os principais diferenciais das linhas de crédito para energia
verde
Gerente
de Pessoa Jurídica do Banco da Amazônia, Nélio Gusmão explica que os critérios
de seleção utilizados para a concessão do financiamento da empresa que quer
investir em Energia Verde começam no cadastro do cliente junto ao banco, o qual
serve de base para verificar se a empresa está habilitada ou não a apresentação
de projeto junto ao banco.
Depois,
é identificar o que o financiamento vai mudar na realidade da empresa. “Estamos
falando de uma linha que vai de encontro à necessidade urgente das empresas, em
virtude do o custo que elas têm de energia no seu dia a dia, dentro do seu
processo produtivo”, analisa. E é justamente uma alternativa de redução de
custos que o financiamento apresenta. “O Banco da Amazônia pode fazer
financiamentos de pequenas centrais hidrelétricas, de fontes alternativas de
energia através de centrais fotovoltaicas e de aproveitamento das fontes de
biomassa para geração de energia. Medidas que vão garantir a autossuficiência
daquela indústria”, detalha o executivo.
Ele
explica que, considerando que a maior parte da matriz energética do país é
derivada de hidrelétricas e que com a escassez de chuvas nos reservatórios as
falhas no fornecimento tornam-se cada vez mais constantes, “a geração própria
torna-se uma oportunidade bastante interessante para garantir a competitividade
das empresas, além de reduzir as perdas de produção ocasionadas pelas
interrupções no fornecimento de energia”.
Nélio
Gusmão ressalta que a energia é um fator primordial para o funcionamento das
empresas.
Licenças
dos projetos tem que ter cunho ambiental definido e devem estar regularizadas.
Todos
os projetos e financiamentos apoiados pelo Banco da Amazônia têm de obedecer a
um tripé de sustentabilidade apoiado no ecologicamente correto, economicamente
viável e sustentável. É uma prerrogativa para a liberação do crédito da
instituição bancária que todas as licenças relativas à atividade do
empreendimento tenham um cunho ambiental definido e estejam liberadas.
“Nosso
interesse é apoiar empreendimentos que respeitem o meio ambiente e que garantam
a sustentabilidade ambiental, gerando desenvolvimento sem degradar a natureza”,
completa Gusmão. Trata-se de um suporte grande e importante, se for levado em
consideração que gera mais eficiência dentro do processo produtivo, elimina a
possibilidade de falhas, naturalmente contribui para gerar mais emprego, mais
renda e injeta mais recursos na economia.
TAXAS
O
Banco da Amazônia trabalha com taxas subsidiadas pelo Governo Federal,
tornando-as bastante diferenciadas em relação ao praticado pelas demais
instituições financeiras. Os prazos chegam a 12 anos, com carência de até 4
anos. Hoje as taxas tem composição de variação com o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor (IPCA). “No mês de maio, para esse tipo de financiamento, temos
taxas a partir de 5,91% ao ano, o que permitem tranquilidade ao investidor na
hora de honrar os compromissos”, mostra Nélio Gusmão. “Se só com a economia de
energia é possível paga a parcela, já valeu a pena. A empresa Não imobiliza o
capital próprio e sim emprega naquilo que traz mais retorno”, analisa.
(m.diarioonline)
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