Segundo
os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foram dois recordes
atingidos na geração solar centralizada em operação no Nordeste, no dia 16 de
janeiro.
Um
deles foi a geração instantânea, que atingiu o pico de 1.232 Megawatts (MW) às
12h39, ou seja, foi a soma da energia gerada naquele momento por todas as
usinas solares da região.
De
acordo com a ONS, o volume conseguiu suprir 10,4% de toda a energia elétrica
consumida no Nordeste e representa 90,3% da capacidade total da solar
centralizada na região.
O
montante gerado foi cerca de 1,82% maior em relação ao recorde anterior, de
novembro de 2019, quando as usinas solares do Nordeste geraram 1.210 MW.
Com
o forte sol durante o dia inteiro, a geração solar fotovoltaica média também
registrou novo recorde, de 449 MW, superando os 447 MW médios de novembro do
ano passado.
O
desempenho das usinas solares no Nordeste são nova prova do potencial da
energia solar como uma das fontes renováveis para diversificação da matriz
elétrica brasileira.
Segundo
a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o país possui hoje cerca de
2,47 Gigawatts (GW) de usinas solares em operação, que respondem por apenas
1,45% de toda a capacidade elétrica do Brasil.
No
entanto, as estimativas apostam em um aumento dessa participação e futura
liderança da energia solar na geração elétrica do país.
Uma
delas é a da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), que
prevê 126 GW instalados da solar até 2040 e sua liderança na matriz elétrica do
país com 32% do total.
Além
do potencial da fonte, as projeções são baseadas na queda vertiginosa dos
preços da tecnologia e seu desempenho nos leilões de energia promovidos pelo
Governo Federal.
A
solar no Brasil chegou a bater o recorde internacional de preço mínimo em junho
de 2019, quando negociou projetos no leilão A-4 a R$64,99 por MWh
(Megawatt-hora).
Segundo
Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), essa queda
de preços é resultado da grande oferta de projetos que concorrem nos leilões.
Isso,
por sua vez, é reflexo do baixo risco de desenvolvimento desses projetos,
políticas corporativas e a capacidade de atrair capital para financiar
empreendimentos.
Com
mais quatro leilões de energia nova já agendados pelo Ministério de Minas e
Energia (MME) até 2021, o futuro da geração elétrica brasileira deverá ser cada
vez mais solar. (ecodebate)
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