Taxação
da energia solar pode prejudicar 4 mil consumidores no Ceará.
Presidente
Jair Bolsonaro não concorda com a cobrança e tem apoio dos presidentes da
Câmara e Senado.
A
polêmica da taxação da energia solar ainda não terminou. Enquanto a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) defende a cobrança sobre energia gerada
pelos próprios consumidores, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em 05/01/2020,
que não haverá aumento da tarifa no País. Caso a revisão da Aneel culmine na
taxação do modelo de geração distribuída, o Ceará, que hoje conta com 3.919
unidades geradoras, com 61,2 MW de potência instalada, poderá ser prejudicado.
A
estimativa é do consultor em energia Jurandir Picanço. “A energia solar é o
segmento que mais cresce no País nesse setor, e a forma como foi proposta pela
Aneel, de compensar apenas 38% em vez dos 100% atuais, inviabilizaria o setor”,
aponta o consultor. Ele explica que, para incentivar a captação de energia
solar, a Aneel estabeleceu, em 2012, que o dono da propriedade onde fossem instalados
painéis solares não pagaria encargos pela produção e consumo da energia, mas já
previa uma revisão da medida em 2019.
Pelas
regras atuais, o usuário fica com crédito quando há excedente gerado, sendo
utilizado para diminuir a fatura nos meses seguintes, ou até mesmo para abater
na conta de outra propriedade em seu nome. Esse consumidor paga à distribuidora
apenas a uma taxa de disponibilidade da rede. Pela proposta da Aneel, quem
produz a própria energia teria de pagar pelo uso da rede distribuidora nos
períodos em que a produção é menor do que o consumo, como em períodos de baixa
incidência solar e à noite.
Energia
solar: ‘Taxação reflete medo de distribuidoras perderem mercado’.
Sobre
essa questão, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não haverá taxação da
geração de energia solar. “Isso vai estimular a geração de energia porque o
Paulo Guedes (Economia) bem sabe e nos adverte: se o Brasil crescer no corrente
ano, nós vamos ter de ou rezar para que chova mais ou buscar outras fontes de
energia para suprir a demanda com o crescimento da indústria brasileira”,
acrescentou o presidente.
Para
Lucas Melo, gerente comercial da Sou Energy, empresa especializada na
instalação de equipamentos fotovoltaicos, a proposta da Aneel, representaria um
retrocesso para o setor de mini e microgeração solar. “Parece bem injusto
cobrar quase 60% do que é gerado nos parece injusto e poderia impedir o
crescimento em pelo menos 50%”, diz.
Esse
tipo de cobrança já acontece em outros países, mas não a uma taxa tão alta e só
foi implementada quando o setor já estava consolidado, o que ainda está longe
de ser o caso do Brasil.
Em
30 de dezembro do ano passado, terminou o prazo da consulta pública sobre o
tema. Agora, as propostas levadas à Aneel deverão ser apresentadas e discutidas
e a previsão do mercado é que o debate dure até meio deste ano.
Cariri/CE
Picanço
acredita que, com a manifestação do governo contra essa taxação, assim como dos
presidentes da Câmara e do Senado, de entidades ligadas ao setor de renováveis,
as regras deverão ser mantidas, ou será estabelecido um valor pelo uso da rede
muito menor do que o da proposta da Aneel. (portalsolar)
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