Energia
solar cresce forte no Brasil em 2019 mesmo com incertezas do setor.
Nem
mesmo as sombras das possíveis alterações sobre as regras do setor foram
capazes de bloquear a força da energia solar distribuída no Brasil, que cresceu
mais de 212% em 2019.
Segundo
os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), foram 110.997
sistemas instalados no ano em todo o país, entre mini e micro geradores. Em
2018, o total foi de 35.540.
Mais
uma vez a grande oferta de luz do sol, somada as vantagens das placas solares,
tornaram a tecnologia líder do segmento, com mais de 99% dos geradores
conectados à rede.
Incentivados
por linhas de financiamento de energia solar acessíveis e a garantia de redução na
conta de luz, mais consumidores aproveitaram para obter sua independência
energética.
Desde
2012, ano em que a Aneel promulgou as regras do segmento, a tecnologia começou
a ganhar espaço e, hoje, é o sonho de consumo de 93% dos brasileiros, segundo
pesquisa do Ibope.
Esse
crescimento aquece o mercado, que de acordo com os dados da Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) já movimentou R$4,8 bilhões
desde então.
São
mais de 10 mil empresas integradoras de energia registradas atualmente e cerca
de 15 mil profissionais atuando em todo o setor solar no Brasil.
No
começo de 2019, entretanto, todo esse crescimento e sustentabilidade da energia
solar esteve sob ameaça das possíveis alterações das regras do setor propostas
pela ANNEL para 2020.
Pressionada
pelas distribuidoras de energia, que alegam distorção das contas devido ao
subsídio hoje existente para a geração distribuída, a agência propôs alterar as
regras do segmento na próxima revisão da sua Resolução Normativa 482, prevista
para este ano.
Embora
não acabem com a vantagem da energia solar, as novas regras poderiam ter forte
impacto no retorno financiamento para o consumidor, mais que dobrando o payback
do sistema.
Mesmo
com os vários estudos e opiniões contrários à revisão das regras que recebeu
nas audiências públicas que promoveu, a ANEEL escolheu favorecer as
distribuidoras e propôs implantar o cenário de mudança mais radical dos quais
havia inicialmente apresentado.
A
notícia foi muito alardeada pela internet como o “fim da energia solar” e
chegou ao governo, tendo enfim uma posição final no começo de janeiro, quando o
presidente Jair Bolsonaro declarou estar “sepultada qualquer possibilidade de
taxar Energia Solar”.
O
pronunciamento veio como um alívio para o setor, que acredita em uma lei a
favor da geração distribuída, visto também o apoio já demonstrado por membros
da câmara e do senado.
Energia
solar deve crescer 44% no Brasil em 2019 com impulso de geração distribuída.
Entre
2017 e 2018, a geração distribuída já havia mostrado ritmo mais forte, com
expansão de 172%, contra 86% nas grandes usinas.
Com
a boa notícia, o segmento começa 2020 com boas perspectivas e previsão de forte
crescimento para os próximos anos.
Em
seu mais recente Plano Decenal de Expansão de Energia, a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) estima 1,3 milhão de brasileiros autogeradores de energia até
2029. (ecodebate)
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