Cemig vai aplicar R$ 450
milhões em eficiência energética até 2025.
Companhia trabalha para
universalizar a modernização de equipamentos elétricos em todos os hospitais,
escolas, asilos públicos e unidades prisionais do estado de MG.
O Conselho de Administração
da Cemig aprovou um aporte de R$ 450 milhões para a área de eficiência
energética durante os próximos cinco anos, com foco na melhoria de instalações
e redução da conta de energia dos consumidores. Mais do que isso, a companhia
trabalha com o objetivo de modernizar os equipamentos elétricos de todos os
hospitais, escolas, creches, asilos públicos e unidades prisionais de sua área
de concessão em Minas Gerais, trocando também toda iluminação antiga pela
tecnologia LED, como revela o Gerente de Eficiência Energética da Cemig,
Ronaldo Lucas Queiroz, em entrevista à Agência CanalEnergia.
“É um recurso alto quando
comparado ao mínimo que pode ser feito pelo programa da Aneel, mas queremos
universalizar a troca de iluminação, freezer e geladeiras para todas as
instituições que nunca receberam nada da Cemig”, afirma o executivo, destacando
a implementação do projeto para 3 mil unidades de ensino estaduais e 8 mil
municipais, num investimento planificado em R$ 46 milhões até 2021. “Muitas
vezes entramos nas salas de aula e constatamos situações de iluminação precária
e que não proporciona aos alunos um ambiente adequado de ensino”, avalia.
Em
2019, a concessionária desenvolveu projetos em 89 hospitais, e neste ano inicia
uma nova etapa que prevê mais de R$ 100 milhões para ampliação ao atendimento de
eficientização dos equipamentos em as todas instituições públicas e filantrópicas
mineiras. Outra demanda que será atendida são as creches municipais, asilos e
38 Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs), além da
Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), que terão seus
sistemas elétricos modernizados a partir da substituição de 4.600 lâmpadas, 115
geladeiras,39 freezers horizontal e instalação de 542 chuveiros eletrônicos.
Item
importante: iluminação adequada cria condições favoráveis aos centros
cirúrgicos.
Recentemente,
a empresa também anunciou a implantação de pequenas usinas fotovoltaicas em
todas as APACs de sua área de concessão, possibilitando também a capacitação de
recuperandos com treinamentos de elétrica predial básica e montagem e
manutenção de plantas solares. Outro projeto revelado na entrevista é a
implementação de 75 kwp na Santa Casa de Belo Horizonte, que deve ser concluída
em fevereiro.
“Essa
semana está sendo concluída a montagem para iniciar a operação na próxima
semana”, revela, afirmando que a ideia da companhia é construir 30 usinas em
hospitais públicos, de acordo com os critérios técnicos de seleção. “Instalamos
125 UFVs em 2019 em escolas públicas e devemos partir para a geração
fotovoltaica também em outros clientes até 2024”, reforça Queiroz, afirmando
que a possibilidade de aquecimento solar terá sua viabilidade testada.
Outra
frente da estatal para o segmento é o Cemig nas Escolas, um programa
educacional que busca conscientizar a população por meio de palestras e a
visitação ao circuito de eficiência energética, formado pela tenda e uma
unidade móvel aberto ao público em geral. Ao todo serão mais de 100 municípios
e 300 mil alunos beneficiados, onde serão aplicados, aproximadamente, R$ 12
milhões.
Já
o Cemig no Campo leva orientações sobre o uso correto e sustentável da energia
elétrica às comunidades quilombolas e aldeias indígenas do estado, prevendo a
modernização de equipamentos como lâmpadas, chuveiros e geladeiras em 200
comunidades, beneficiando diretamente 17 mil famílias. Além da troca
tradicional dos equipamentos, o projeto oferece palestras que abordam as
temáticas de eficiência energética, produção e agricultura familiar e saneamento
no ambiente rural.
Aquecimento
solar terá viabilidade testada pela companhia junto a diferentes clientes.
Além
das iniciativas junto aos consumidores, a companhia também realiza campanha,
tanto interna quanto externa, de conscientização para mudança de hábitos,
sobretudo para a força de trabalho da empresa, que conta com treinamentos e
plataformas de divulgação da atuação dentro do assunto. Inclusive a sede da
Avenida Barbacena passará por um retrofit esse ano, com a atualização de todos
os equipamentos.
Vale
lembrar também que a empresa conta com capacidade para desenvolver projetos em
grandes plantas industriais, provendo um benefício diferente do que do programa
de eficiência clássico, que traz resultados para a sociedade e não para um
cliente comercial ou industrial. Para tanto, foi oficializada em outubro do ano
passado a criação da Cemig SIM, braço destinado a tocar não só projetos de
eficiência energética, mas também microgeração solar, cogeração e mobilidade
elétrica.
Investimentos
e capacidade de produção
A
meta da Cemig é investir cerca de R$ 90 milhões por ano no segmento, o dobro do
aplicado em 2018, e substancialmente maior do que todos os aportes feitos desde
2012, em média R$ 40 milhões ao ano, valor obrigatório pela legislação do
setor. Já em 2019 foram desembolsados R$ 85 milhões, devido a uma acumulação
nos recursos, visto os contratos de desempenho voltarem para a conta da
companhia, que usa esse dinheiro para reinvestir na própria área.
“Conseguimos
organizar uma estrutura física melhor, com maior capacidade de produção, quase
que dobrando a média histórica de realizando, trabalhando de forma a
universalizar um segmento. Quais projetos podemos fazer que sejam para todos? É
uma mudança significativa”, pontua Ronaldo Queiroz.
Sobre
a última Chamada Pública para a modalidade, realizada em 2019, ele conta que o
resultado foi o recebimento de 126 propostas, sendo apenas 14 aprovadas,
segundo os critérios da Aneel, com R$ 15 milhões sendo destinados a projetos em
instituições públicas e de ensino federal. “Essa diferença entre número de
inscritos e aprovados mostra um potencial de melhoria que precisa ter por parte
dos proponentes na elaboração e viabilidade dos projetos”, critica o executivo,
afirmando encontrar muitos projetos que não geram benefícios.
Para
este ano, Ronaldo revela que a CP deve ser publicada em junho, com o edital
girando em torno de R$ 50 milhões para captação dos projetos. Além disso, a
Cemig estuda uma publicação de uma chamada de projetos de inovação, no intuito
de buscar ideias que possam ser testadas nos clientes e que seriam aprovadas na
Aneel com a tipologia de projeto piloto. “Um edital em que startups e outros
ecossistemas de inovação ligados ao setor poderiam apresentar propostas”,
finaliza.
Sede da companhia em Belo
Horizonte passará por retrofit em todos os equipamentos elétricos.
(canalenergia)
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