Estudo da Irena contou com
participação da PSR que avaliou dados de 55 países e revelou que país ajudou a
reduzir o preço médio dos leilões que negociaram as duas fontes em 2018.
O Brasil teve um papel
importante na questão dos preços verificados nos leilões de energia em termos
globais. Essa é uma das constatações que foram apuradas em um relatório da
Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês),
divulgado no início de março. Outro destaque está no seu histórico de certames
já realizados, tanto em termos de periodicidade e quantidade de energia
contratada ao longo dos anos.
Segundo a PSR, que foi uma
das coautoras do estudo, o preço global médio dos leilões de 2018 para a fonte
solar ficou em US$ 56 por MWh e para a eólica US$ 48 por MWh. “Se não
considerarmos os leilões realizados no Brasil, os preços médios sobem para US$
57/MWh e US$ 50/MWh, respectivamente”, aponta Gabriel Rocha, gerente na PSR na
área internacional.
O relatório contou com a
análise das últimas tendências de leilões ocorridos no mundo entre 2017 e 2018,
incluindo leilões de 55 países diferentes. Além disso, a contribuição da PSR
consistiu ainda em fazer o acompanhamento do desenvolvimento de projetos que
venceram leilões passados e a forma de assegurar que estes sejam construídos
dentro do tempo limite. E ainda, na discussão dos elementos de desenho de
leilão que suportam o desenvolvimento de energias renováveis variáveis nos
sistemas elétricos. “A PSR faz um acompanhamento permanente de leilões de
renováveis no mundo e incorporou a
expertise deste acompanhamento no relatório”, acrescentou Juliana Xavier,
analista de energia, que também atua na área internacional da consultoria.
Como
a consultoria fluminense vem fazendo há alguns anos o acompanhamento desses
leilões, explicou, criaram a própria base de dados com as informações coletadas
ao longo do tempo, contendo informações como a tecnologia contratada,
quantidade viabilizada, e preços. O objetivo, apontaram, era justamente
conseguir compilar informações de diferentes regiões e países de uma forma
sistemática. “A única outra base de dados que conhecemos que tem uma ambição
semelhante é disponibilizada para assinantes da Bloomberg New Energy Finance
(BNEF)”, compara Rocha.
Custos globais de energia
renovável eólica e solar cairão cada vez mais rápidos.
Segundo a PSR, o Brasil se
destaca internacionalmente pelo seu extenso histórico de leilões realizados com
boa periodicidade, que é praticamente único no mundo. Contudo, ressalta que a
maioria dos países tem histórico mais recente, embora estejam acumulando
experiência rapidamente.
“O Brasil tem preços
excepcionais para a fonte eólica, que apresentou em 2018 um preço muito próximo
ao preço recorde da tecnologia, alcançado no final de 2017 pelo México. Estando
bem posicionado em resultados de preço e tendo leiloado quantidades
significativas de nova capacidade renovável, o Brasil desempenha um papel
importante nas tendências globais de desenvolvimento dessas fontes”,
classificou a PSR.
Desde a primeira versão do
estudo, em 2012, foram feitas as análises sobre os mecanismos de contratação
para as renováveis e nos elementos de desenho desses certames. Desde então,
aponta a consultoria, diversos outros países também adquiriram o leilão como
ferramenta para contratação de energia renovável, visando impulsionar o
desenvolvimento dessas fontes. Inclusive, analisa, talvez essa tenha sido a
transformação mais impressionante, junto com a trajetória persistentemente
decrescente dos preços, que vem sendo documentada ao longo dos relatórios
periódicos da Irena.
Outra
constatação apontada pela PSR é a de que os preços na solar ainda não
alcançaram a maturidade apresentada pela eólica e por isso continuarão na
trajetória de queda até se estabilizarem, patamar que a geração por meio dos
ventos parece ter alcançado. Mas, ressalta que “a competição direta entre essas
duas fontes quando os seus preços são próximos pode ajudar a promover reduções
de custo ainda maiores”. Mas, apontou ainda que esses valores dependem muito
dos recursos disponíveis em cada país.
Custo menor vai incentivar
energia solar e eólica.
Aliás, aqui no Brasil, os
últimos leilões têm se notabilizado pela negociação de uma pequena parte dos
projetos no ACR e o restante da energia destinada ao mercado livre. Mesmo com a
perspectiva de abertura do ACL no país, a consultoria aponta que os certames
continuarão a ter um papel relevante no setor elétrico nacional. (canalenergia)
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