sábado, 16 de maio de 2020

Projeção de consultoria para eólica no mundo é reduzida em 5 GW

Wood Mackenzie aponta que crise do coronavírus desacelera a demanda em termos globais e deverá ficar em 73 GW, outras tecnologias também devem ser impactadas.
A evolução e alcance cada vez maiores da pandemia do novo coronavírus e outras mudanças no mercado desde a atualização do quarto trimestre de 2019 levou a consultoria Wood Mackenzie a alterar a sua previsão de expansão da fonte eólica no mundo para 73 GW em 2020. Essa estimativa é 4,9 GW menor do que projetava a empresa ao final de 2019.
Segundo avaliação da chefe de Pesquisa Global de Energia Eólica da Wood Mackenzie, Dan Shreve, as partes interessadas do setor estão adaptando continuamente as operações comerciais para equilibrar a segurança dos trabalhadores com as necessidades de seus clientes, cumprindo, ao mesmo tempo, medidas dinâmicas de contenção governamental.
De acordo com consultoria, o potencial impacto nas instalações globais continua sendo mais significativo nos dois maiores mercados, ou seja, China e Estados Unidos. Aliás, neste último a OMS estima que caminha para ser o novo centro da epidemia em termos globais.
Em mercados europeus classificados como de nível I, entre eles Espanha, França e Itália, a projeção é de que podem ser atingidos ainda mais em termos percentuais devido às medidas de bloqueio mais agressivas que inibem a mobilidade dos trabalhadores com o fechamento de fábricas nesta semana devido a infecções.
Contudo, o efeito dominó para outros mercados pode ser limitado, especialmente considerando a rápida recuperação prevista para a cadeia de fornecimento de energia eólica da China e o impacto limitado da pandemia na Índia e na América Latina até o momento.
“A cadeia de suprimentos de energia eólica é verdadeiramente global por natureza, com um nível de diversificação mais alto que o solar, e, portanto, o impacto do desligamento do coronavírus da China nos mercados ocidentais foi gerenciado através do aproveitamento de linhas de suprimentos estabelecidas da Índia, Brasil, México e outras grandes produções hubs”, aponta a consultoria. “Além disso, tanto a produção quanto a construção no mercado chinês estão se recuperando rapidamente com os governos locais, agora incentivando as instalações a voltar ao trabalho, pois acredita-se que o surto esteja sob controle. Este último ponto é crítico. Embora surjam interrupções no fornecimento na Europa Ocidental, o suprimento de componentes críticos da China, como pás de turbinas eólicas para os EUA, supera o da Espanha em dois a um”, acrescentou a consultoria em sua análise.
Mas alerta que os riscos permanecem, especialmente na Europa, onde o fechamento de fábricas provavelmente resultará em atrasos na instalação de turbinas, tanto no mercado interno quanto possivelmente nos EUA.
Aponta ainda que as plantas de pás de turbinas eólicas da LM Wind Power e Siemens Gamesa estão encerrando a produção. Embora o tempo de inatividade declarado seja medido em semanas, pode levar meses se a taxa de infecções na Espanha continuar aumentando. Enquanto nos Estados Unidos, as empresas de EPC relataram que suas cadeias de suprimentos permanecem intactas para itens de construção civil e elétrica, embora o fornecimento de equipamentos de alta tensão ainda a serem entregues esteja sendo monitorado de perto devido a opções limitadas de fornecimento. Em mercados com infraestrutura EPC bem estabelecida, a consultoria avalia que o impacto não é tão grave.
A maior preocupação com a demanda eólica está no potencial atraso ou cancelamento de novos leilões e licitações, de acordo com Wood Mackenzie. E cita países como a África do Sul que deveria lançar sua próxima rodada de leilões no segundo trimestre de 2020, cronograma classificado como improvável, assim como os certames planejados na Polônia e na Ucrânia na primeira metade do ano.
As cadeias de valor de diferentes tecnologias têm níveis variados de exposição a restrições do lado da oferta e escala potencial retração da demanda. A disseminação de paradas na Espanha, Itália, Malásia e partes dos EUA impactará os inversores solares e a produção de módulos. Nos EUA, estima que é provável que os portos permaneçam abertos e a construção do local possa continuar, mas atrasos na implementação poderão ser verificados.
Em termos da cadeia de suprimentos de baterias é visualizado uma volta na atividade na China e na Coréia do Sul, enquanto as instalações de fabricação automotiva na Europa e na América do Norte estão fechando ou mudando para produzir equipamentos médicos. Ainda é cedo para avaliar o impacto, pois as vendas de veículos elétricos permaneceram fortes até fevereiro e as implicações de execução e demanda de curto prazo do projeto para aplicações na rede serão direcionadas para estratégias locais de mitigação.
Em geral, aponta que o principal risco para os mercados regionais de energia é uma recessão prolongada. Os geradores de gás devem enfrentar impactos desiguais do colapso simultâneo do preço do petróleo.
Projeção de expansão eólica global é reduzida devido à pandemia.
Por aqui, continua a Wood Mackenzie, começamos a ver medidas de quarentena no mercado interno, desafiando ainda mais uma geografia fortemente dependente da demanda global de matérias-primas. Segundo a avaliação, isso diminuirá a demanda nos principais mercados do país, bem como no Chile, México e Argentina e provavelmente levará a leilões reduzidos ou atrasados e desafiará o financiamento de projetos. (canalenergia)

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