Wood Mackenzie aponta que
crise do coronavírus desacelera a demanda em termos globais e deverá ficar em
73 GW, outras tecnologias também devem ser impactadas.
A evolução e alcance cada vez
maiores da pandemia do novo coronavírus e outras mudanças no mercado desde a
atualização do quarto trimestre de 2019 levou a consultoria Wood Mackenzie a
alterar a sua previsão de expansão da fonte eólica no mundo para 73 GW em 2020.
Essa estimativa é 4,9 GW menor do que projetava a empresa ao final de 2019.
Segundo avaliação da chefe de
Pesquisa Global de Energia Eólica da Wood Mackenzie, Dan Shreve, as partes
interessadas do setor estão adaptando continuamente as operações comerciais
para equilibrar a segurança dos trabalhadores com as necessidades de seus
clientes, cumprindo, ao mesmo tempo, medidas dinâmicas de contenção
governamental.
De acordo com consultoria, o
potencial impacto nas instalações globais continua sendo mais significativo nos
dois maiores mercados, ou seja, China e Estados Unidos. Aliás, neste último a
OMS estima que caminha para ser o novo centro da epidemia em termos globais.
Em mercados europeus
classificados como de nível I, entre eles Espanha, França e Itália, a projeção
é de que podem ser atingidos ainda mais em termos percentuais devido às medidas
de bloqueio mais agressivas que inibem a mobilidade dos trabalhadores com o
fechamento de fábricas nesta semana devido a infecções.
Contudo, o efeito dominó para
outros mercados pode ser limitado, especialmente considerando a rápida recuperação
prevista para a cadeia de fornecimento de energia eólica da China e o impacto
limitado da pandemia na Índia e na América Latina até o momento.
“A
cadeia de suprimentos de energia eólica é verdadeiramente global por natureza,
com um nível de diversificação mais alto que o solar, e, portanto, o impacto do
desligamento do coronavírus da China nos mercados ocidentais foi gerenciado
através do aproveitamento de linhas de suprimentos estabelecidas da Índia,
Brasil, México e outras grandes produções hubs”, aponta a consultoria. “Além
disso, tanto a produção quanto a construção no mercado chinês estão se
recuperando rapidamente com os governos locais, agora incentivando as
instalações a voltar ao trabalho, pois acredita-se que o surto esteja sob
controle. Este último ponto é crítico. Embora surjam interrupções no
fornecimento na Europa Ocidental, o suprimento de componentes críticos da
China, como pás de turbinas eólicas para os EUA, supera o da Espanha em dois a
um”, acrescentou a consultoria em sua análise.
Mas alerta que os riscos
permanecem, especialmente na Europa, onde o fechamento de fábricas
provavelmente resultará em atrasos na instalação de turbinas, tanto no mercado
interno quanto possivelmente nos EUA.
Aponta ainda que as plantas
de pás de turbinas eólicas da LM Wind Power e Siemens Gamesa estão encerrando a
produção. Embora o tempo de inatividade declarado seja medido em semanas, pode
levar meses se a taxa de infecções na Espanha continuar aumentando. Enquanto
nos Estados Unidos, as empresas de EPC relataram que suas cadeias de
suprimentos permanecem intactas para itens de construção civil e elétrica,
embora o fornecimento de equipamentos de alta tensão ainda a serem entregues
esteja sendo monitorado de perto devido a opções limitadas de fornecimento. Em
mercados com infraestrutura EPC bem estabelecida, a consultoria avalia que o
impacto não é tão grave.
A maior preocupação com a
demanda eólica está no potencial atraso ou cancelamento de novos leilões e
licitações, de acordo com Wood Mackenzie. E cita países como a África do Sul
que deveria lançar sua próxima rodada de leilões no segundo trimestre de 2020,
cronograma classificado como improvável, assim como os certames planejados na
Polônia e na Ucrânia na primeira metade do ano.
As cadeias de valor de
diferentes tecnologias têm níveis variados de exposição a restrições do lado da
oferta e escala potencial retração da demanda. A disseminação de paradas na
Espanha, Itália, Malásia e partes dos EUA impactará os inversores solares e a
produção de módulos. Nos EUA, estima que é provável que os portos permaneçam
abertos e a construção do local possa continuar, mas atrasos na implementação
poderão ser verificados.
Em termos da cadeia de
suprimentos de baterias é visualizado uma volta na atividade na China e na
Coréia do Sul, enquanto as instalações de fabricação automotiva na Europa e na
América do Norte estão fechando ou mudando para produzir equipamentos médicos.
Ainda é cedo para avaliar o impacto, pois as vendas de veículos elétricos
permaneceram fortes até fevereiro e as implicações de execução e demanda de
curto prazo do projeto para aplicações na rede serão direcionadas para
estratégias locais de mitigação.
Em
geral, aponta que o principal risco para os mercados regionais de energia é uma
recessão prolongada. Os geradores de gás devem enfrentar impactos desiguais do
colapso simultâneo do preço do petróleo.
Projeção de expansão eólica
global é reduzida devido à pandemia.
Por aqui, continua a Wood
Mackenzie, começamos a ver medidas de quarentena no mercado interno, desafiando
ainda mais uma geografia fortemente dependente da demanda global de
matérias-primas. Segundo a avaliação, isso diminuirá a demanda nos principais
mercados do país, bem como no Chile, México e Argentina e provavelmente levará
a leilões reduzidos ou atrasados e desafiará o financiamento de projetos.
(canalenergia)
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