sexta-feira, 30 de abril de 2021

Biocombustíveis ‘high tech’ em alta

Depois do etanol e do biodiesel, considerados biocombustíveis da primeira geração, a onda global de redução de emissões de gases e poluentes está alavancando novos tipos de produtos no setor. São fontes energéticas ambientalmente mais corretas que, dia a dia, ganham mais espaço e escala comercial.

Esses novos tipos de biocombustível, os chamados de 2ª geração, estão inseridos no moderno conceito de economia circular, que prevê reutilização, recuperação e reciclagem de materiais gerados pela indústria de transformação. No caso do etanol, as sobras da produção são o bagaço, que hoje já é usado também para gerar energia elétrica e biogás, e a palha, outrora totalmente abandonada no campo.

Foi de pesquisas com essa biomassa descartada que surgiu o etanol de segunda geração (E2G). As usinas produzem o novo combustível por meio de um processo chamado hidrólise, que liquefaz as fibras do vegetal usando ácidos ou enzimas. Com isso, é possível obter até 50% mais etanol com a mesma quantidade de cana processada. Resultados que ratificam a tradição brasileira de pesquisa e inovação no setor. Por causa de todo o avanço de estudos com o etanol há décadas, o Brasil tem hoje 71,4% da frota de carros flex. Sendo que a mistura de biodiesel puro ao óleo diesel (atualmente em 13%) é obrigatória no País desde 2008.

Bernardo Gradin, presidente da empresa de biotecnologia GranBio, destaca o tremendo potencial produtivo do setor. “Dos 650 milhões de toneladas de cana colhidas todos os anos, entre 10% e 15% são palha. Se usarmos só metade dessa palha que apodrece no campo (e solta gás metano), podemos transformar em 20 milhões de toneladas de E2G, o que dá 25 bilhões de litros”, calcula. A capacidade atual da unidade da GranBio em São Miguel dos Campos (AL) é de 30 milhões de litros por ano e a empresa atingiu no ano passado 8 milhões de litros produzidos.

Projeções mais otimistas anteriores foram revistas porque a conjuntura política global mudou desde o início da década de 2010. Naquela época, o preço do petróleo rondava os US$ 110 por barril e os Estados Unidos tinham uma forte política pró-sustentabilidade. Especialistas alegam que agora as esperanças globais se renovam tanto pelo fim da doutrina Trump a favor dos combustíveis fósseis como pelas exigências de redução de emissões após o Acordo de Paris. Europa e China, por exemplo, terão de cumprir desafiadores mandatos de mistura de biocombustíveis em seus veículos a gasolina e diesel.

Etanol de 2ª geração pode ter também outras finalidades. Desde 2019, O Boticário fechou contrato com a Raízen, que produz o E2G em Piracicaba, para utilizar o produto em substituição ao álcool anidro na fabricação de uma linha de cosméticos, que possui até um selo especial. “Além do uso para aplicações industriais e como carburante para transporte, o etanol celulósico pode ser utilizado para a produção de bioquímicos, bioplásticos e hidrogênio verde”, elenca Raphaella Gomes, diretora de Transição Energética da Raízen.

Biodiesel e querosene verdes

O setor do biodiesel também vive o início de sua segunda geração. Começa a ganhar escala a produção tanto do Diesel Verde (HVO) como do querosene de aviação renovável (SPK), feita a partir de resíduos de gordura animal e óleos de cozinha usados, além dos óleos vegetais. “Agora é a hora do HVO. Ele já é o terceiro biocombustível produzido no Brasil, atrás apenas do etanol e do biodiesel de primeira geração. Estamos preparados para o aumento da demanda”, afirma Erasmo Carlos Battistella, presidente e CEO da empresa de biotecnologia BSBios.

Apesar de utilizar a mesma matéria-prima que o biodiesel, que são os óleos vegetais, o HVO é produzido após passar por um processo químico de hidrotratamento (hidrogênio de alta pressão). Após a reação, é obtido um líquido bastante similar ao diesel fóssil, porém bem menos poluente.

Para Battistella, os biocombustíveis não devem ser considerados como substitutos dos combustíveis fósseis, mas como complementares na matriz energética. “Não há concorrência. Todas as grandes companhias petrolíferas consideram o biodiesel um amigo. Afinal, ele dá sobrevida ao combustível fóssil”, explica o executivo, que também preside a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio).

No caso do querosene parafínico sintetizado (SPK), também obtido por meio de hidrotratamento de óleos vegetais, a expectativa é de uma demanda crescente a partir de 2027. Nesse ano começará a fase obrigatória do regime de compensação e redução das emissões de carbono no setor de aviação, acelerando a mistura de SPK ao tradicional querosene de aviação (QAV). “Será a virada de chave”, aposta Battistella.

Atender a futuras demandas e outras envolvendo os mercados de nafta verde (para a indústria petroquímica) e de GLP verde, o ECB Group está liderando o Omega Green, projeto de US$ 800 milhões para uma biorrefinaria no Paraguai, entrará em operação em 2024.

Avanços genéticos criam a ‘supercana’

Melhoramentos genéticos realizados nos últimos anos na cana-de-açúcar geraram variedades da planta que se tornaram a grande aposta da indústria de etanol celulósico para garantir melhor aproveitamento e produtividade. A cana-energia, também chamada de “supercana” por alguns, se diferencia da versão original por apresentar maior teor de fibra por hectare e menor teor de açúcar, o que a torna essencial para o avanço do biocombustível de segunda geração.

Bernardo Gradin, presidente da GranBio, revela que a empresa já patenteou e está produzindo suas versões obtidas a partir da combinação de canas ancestrais, a Cana-Vertix. “Ela produz 2,5 vezes mais que a cana-de-açúcar”, afirma.

Entre as vantagens dessa variedade, está a possibilidade de plantação em áreas de baixa aptidão agrícola, pelo fato de a cana-energia exigir um consumo de água e de nutrientes muito menor. Segundo a GranBio, é possível aproveitar por exemplo parte dos 32 milhões de hectares de pastagens atualmente degradados.

No setor de biodiesel, uma aposta no futuro é a exploração comercial na América do Sul da pongamia, árvore oleaginosa de origem australiana. O ECB Group assinou em fevereiro com a empresa holandesa de pesquisa Investancia um contrato de longo prazo para fornecimento do óleo dessa planta. A matéria-prima será usada no projeto Omega Green, no Paraguai.

Agricultura hi-tech: tecnologias levam revolução digital ao campo.

A pongamia, além de seu uso comercial, é considerada altamente sustentável e adaptável e é muito eficiente na remoção de carbono. E o farelo resultante também pode ser usado como ração animal. “É uma leguminosa que não precisa de fertilizantes, pode viver até 100 anos e vai servir para reflorestamento de áreas degradadas, favorecendo a pecuária”, afirma Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBios e da Aprobio. (biodieselbr)

Xiaomi entra no mercado de carros elétricos com investimento bilionário

Acostumada com a alcunha de "Apple da China", a Xiaomi não esconde de ninguém que se inspira na gigante de Cupertino para criar sua linha de produtos. Desta vez, a fabricante chinesa decidiu sair na frente de sua "fonte de inspiração" para dar um enorme passo em sua história: durante apresentação realizada em 30/03/21, a empresa anunciou sua entrada oficial no mercado de carros elétricos.

Segundo o CEO da Xiaomi, Lei Jun, o investimento inicial da empresa será de US$ 1,5 bilhão, podendo chegar a US$ 10 bilhões nos próximos 10 anos. Isso significa que a Xiaomi vai desenvolver uma linha completa de carros elétricos e não apenas um modelo. Para efeito de comparação, rumores davam conta de que a Apple separou "apenas" US$ 3,6 bilhões para fazer seu possível Apple Car. Com cifras como essa, a gigante chinesa mostra que não está para brincadeira.

Conceito de carro elétrico da Xiaomi.

Xiaomi estaria planejando carro elétrico para competir com Tesla.

Mais uma empresa famosa no mercado de smartphones pode estar focando novos investimentos no setor automobilístico.

Não foram dados muitos detalhes sobre o que viria a ser o primeiro carro elétrico da Xiaomi, tampouco quais seriam as empresas parceiras nesse projeto. Mas, com um investimento de US$ 10 bilhões, é possível que a empresa faça o carro sozinho. Entretanto, rumores recentes abordaram a possibilidade de a Xiaomi ter a ajuda de outra gigante local, a Great Wall, que já está inserida no mercado de carros elétricos.

Xiaomi quer ter uma linha completa de carros elétricos.

Vale lembrar que a Huawei também anunciou sua entrada neste mercado, mas sem revelar muitos detalhes. Com as mudanças da legislação em âmbito global para a emissão de gases, é possível que comecemos a ver protótipos de carros elétricos da Xiaomi em alguns anos, a tempo de serem lançados em 2030, prazo final para a Europa abandonar os veículos à combustão.

O Mi Car está a caminho. Agora quem tem que correr atrás é a Apple com seu Apple Car. A ver. (canaltech)

Pandemia ajuda eólica e solar a empurrar carvão para queda recorde

Pausa pela pandemia ajudou eólica e solar a empurrar carvão para queda recorde.
Pesquisas revelam que a eletricidade gerada por novas turbinas eólicas e painéis solares em 2020 (+315 TWh) ajudou a forçar uma queda recorde na energia global do carvão (-346 TWh).

Resultado só foi possível porque a pandemia pausou a crescente demanda por eletricidade.

Pesquisas revelam que a eletricidade gerada por novas turbinas eólicas e painéis solares em 2020 (+315 TWh) ajudou a forçar uma queda recorde na energia global do carvão (-346 TWh). Entretanto, o relatório adverte que isto só foi possível porque a pandemia fez uma pausa na crescente demanda mundial por eletricidade. Desde 2015, a crescente demanda de eletricidade superou o crescimento da eletricidade limpa e levou a um aumento dos combustíveis fósseis e das emissões.

“À medida que a demanda de eletricidade for retomando e aumentando, o mundo precisará fazer muito mais para garantir que o carvão continue caindo”, disse Dave Jones, líder mundial da Ember. “Com o uso do carvão já aumentando em 2021 em toda a China, Índia e EUA, é claro que o grande passo para cima ainda está por acontecer”.

A Global Electricity Review publicada hoje pelo think tank de energia Ember analisa os dados de eletricidade de todos os países do mundo para dar a primeira visão precisa da transição global da eletricidade em 2020.

Pausa pela pandemia ajudou eólica e solar a empurrar carvão para queda recorde

A pandemia paralisou o mundo em 2020 e fez uma pausa na crescente demanda mundial por eletricidade. A leve queda na demanda (-0,1%) foi a primeira queda desde 2009, embora tenha sido menor do que o impacto da crise financeira.

Eólica e solar levaram carvão à queda recorde em 2020.

O vento e a energia solar mostraram um crescimento resiliente apesar da pandemia, 15% (+314 TWh) em 2020, o que é mais do que toda a produção anual de eletricidade do Reino Unido. O vento e a energia solar fornecem agora quase um décimo da eletricidade global, espelhada em muitos países do G20, incluindo Índia (9%), China (9,5%), Japão (10%), Brasil (11%), EUA (12%) e Turquia (12%). A Europa está liderando o caminho, com a Alemanha em 33% e o Reino Unido em 29%, dando confiança em como o vento e a energia solar podem ser rapidamente integrados ao sistema elétrico.

O crescimento da energia eólica e solar ajudou a empurrar a energia do carvão para uma queda recorde de 4% (-346 TWh). Entretanto, os modelos da Agência Internacional de Energia mostram que a energia a carvão deve cair 14% a cada ano para manter o mundo no caminho certo para 2050 emissões net-zero. À medida que o crescimento da demanda de eletricidade voltar a crescer, o vento e a energia solar precisarão acelerar significativamente para garantir que o carvão continue a cair.

A China isolada enquanto o mundo se afasta da energia do carvão

A China aumentou com sucesso o acesso à eletricidade; a demanda per capita está agora acima do Reino Unido e da Itália. Mais da metade do aumento da demanda desde 2015 foi atendida por fontes limpas, mas 39% foi atendida com carvão. Em 2020, a China foi o único país do G20 que viu um grande aumento na geração de carvão, porque a demanda de eletricidade aumentou acentuadamente.

Os quatro maiores países produtores de carvão, depois da China, todos viram a energia do carvão diminuir em 2020: Índia (-5%), Estados Unidos (-20%), Japão (-1%) e Coréia do Sul (-13%). Em 2020, a China foi responsável por mais da metade (53%) da eletricidade mundial alimentada a carvão.
As emissões ainda não caíram depois de Paris

Apesar da queda recorde no carvão em 2020, as emissões do setor elétrico ainda eram cerca de 2% maiores no ano pandêmico do que em 2015, quando o Acordo de Paris foi assinado. A demanda de eletricidade aumentou 11% (+2536 TWh) desde 2015, mas isto superou o aumento na geração de eletricidade limpa (+2107 TWh). Como resultado, a eletricidade queimada a gás aumentou 11% (+562 TWh) e a geração de carvão caiu apenas 0,8% (-71 TWh).

Dave Jones, líder mundial da Ember, disse: “O progresso está longe de ser suficientemente rápido. Apesar da queda recorde do carvão durante a pandemia, ele ainda ficou aquém do que é necessário”. A energia do carvão precisa entrar em colapso em 80% até 2030 para evitar níveis perigosos de aquecimento acima de 1,5 graus. Precisamos construir eletricidade limpa o suficiente para substituir simultaneamente o carvão e eletrificar a economia global. "Os líderes mundiais ainda não acordaram para a enormidade do desafio".

O Dr. Muyi Yang, analista sênior da Ember, disse: “Apesar de algum progresso, a China ainda está lutando para frear seu crescimento de geração de carvão. O rápido crescimento da demanda por eletricidade está impulsionando o aumento da energia e das emissões de carvão. Um crescimento mais sustentável da demanda permitirá à China eliminar gradualmente sua grande frota de carvão, especialmente as unidades subcríticas de carvão menos eficientes, e proporcionará maiores oportunidades para que o país atinja suas aspirações climáticas”. (ecodebate)

quarta-feira, 28 de abril de 2021

EDP SP investe em eficiência energética em hospitais da área de concessão

Recurso investido pela Distribuidora soma mais de R$ 1,7 milhão.

A EDP irá proporcionar a economia no consumo de energia a hospitais de sua área de concessão, de forma sustentável, por meio do seu programa de Eficiência Energética. Ao todo, serão oito unidades contempladas nas cidades de São José dos Campos, Jacareí, Lorena, Caraguatatuba, Suzano e Guarulhos.

Segundo a companhia, a ação irá modernizar o sistema de iluminação das instituições por meio da substituição de 4.295 lâmpadas de maior consumo por LED, nos ambientes internos e externos, além da instalação de placas fotovoltaicas para a geração solar de energia, contribuindo para transformar os hospitais em espaços mais sustentáveis, com a redução do consumo de energia por meio de fonte renovável. Após a implantação do projeto, a economia total de energia será de aproximadamente 850 megawatts-hora (MWh/ano), o equivalente ao consumo médio anual de energia de 360 famílias.

O recurso investido pela EDP nesses oito hospitais soma mais de R$ 1,7 milhão e o projeto foi elaborado para beneficiar unidades de atendimento que estão localizadas na área de atuação da EDP em São Paulo. A instalação dos equipamentos será realizada gradativamente, com previsão de conclusão em oito meses, da forma mais segura possível, considerando o contexto da pandemia e utilizando todos os protocolos de segurança recomendados pelos órgãos de saúde.

EDP moderniza sistema de iluminação e implanta placas para geração solar de energia em oito hospitais da área de concessão em São Paulo. (canalenergia)

Mundo triplicará energia dos ventos em 10 anos para alcançar metas climáticas

Mundo precisa triplicar energia dos ventos nesta década para alcançar metas climáticas.
2020 foi um ano recorde para a indústria global de energia eólica, mas um relatório lançado em 25/03/21 adverte que o mundo precisa no mínimo triplicar a capacidade de energia eólica nesta década para atingir as metas de emissão zero liquidas existentes.

O relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), que representa os produtores de energia do vento, também projeta o Brasil como o carro-chefe do setor na América Latina, puxando ao menos 37% da expansão até 2025.

O GWEC, já havia antecipado dados de seu relatório anual, incluindo o informação de o Brasil mantém com folga a liderança latino-americana. O relatório completo divulgado hoje afirma também que o país é o 7.º no mercado global e que em 2020 perdeu apenas para China e EUA em termos de capacidade instalada – em 2019, o país não chegou a estar na lista dos 10 primeiros.

Em meio aos impactos econômicos da pandemia, a indústria eólica instalou um recorde de 93 GW de nova capacidade em 2020, incremento de 53% em relação ao ano anterior, segundo o relatório. A capacidade global total de energia eólica é agora de até 743 GW, ajudando o mundo a evitar a emissão de mais de 1,1 bilhões de toneladas de CO2 por ano, o equivalente às emissões anuais de carbono de toda a América do Sul.
Gasto em inovação energética precisa triplicar até 2030.

O desempenho notável do setor ainda é insuficiente para frear as mudanças climáticas. As projeções do GWEC indicam que uma capacidade de 469 GW de energia eólica será adicionada nos próximos cinco anos, mas organismos internacionais como a Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e a Agência Internacional de Energia (IEA) calculam que seria necessário um mínimo de 180 GW de nova energia dos ventos instalada todos os anos desta década para limitar o aquecimento global a 2°C. Já para cumprir as metas de emissões líquidas zero até 2050, seria preciso instalar até 280 GW anualmente.

Além de eliminar burocracias e melhorar a infraestrutura geral para viabilizar as novas instalações, o GWEC recomenda que os mercados de energia incorporem os verdadeiros custos sociais e ambientais da poluição gerada pelos combustíveis fósseis. Essa medida, defendem, facilitaria uma rápida transição para um sistema baseado em energia renovável.

“É encorajador ver um crescimento recorde na China e nos EUA no ano passado, mas agora precisamos que o resto do mundo se mobilize para nos levar onde precisamos estar”, avalia Ben Backwell, CEO da GWEC. Para ele, embora muitas grandes economias tenham anunciado metas líquidas zero a longo prazo, ainda não há certeza de que ações urgentes e significativas serão tomadas para validar esses níveis de ambição. “A cada ano que passa, a montanha a ser escalada nos anos seguintes fica mais alta”, alerta.

“Em cada grande cenário analisado neste relatório, o mercado eólico deve se expandir rapidamente durante a próxima década”, avalia o chefe de Inteligência e Estratégia de Mercado da GWEC, Feng Zhao. “Mas a indústria eólica deve ter clareza de que este crescimento não acontecerá espontaneamente, e intervenções políticas urgentes são necessárias em todo o mundo”. (ecodebate)

Carro voador elétrico da Embraer levanta voo pela 1ª vez

Carro voador elétrico da Embraer levanta voo pela primeira vez; veja como foi.

A Embraer também entrou na corrida da eletrificação da indústria automotiva e apresentou um conceito de carro voador elétrico. Construído sob o conceito eVTOL veículo elétrico de decolagem e pouso vertical, na sigla em inglês, o veículo foi demonstrado pela fabricante brasileira nesta semana pela primeira vez.

O projeto em torno desse veículo não chega a ser uma enorme novidade, uma vez que a Embraer já havia apresentado seu conceito em um evento promovido pela Uber, outra empresa muito interessada em contar com este tipo de veículo para o transporte de passageiros. Para avançar com o desenvolvimento desse carro voador, a Embraer criou a Eve Urban Air Mobility Solutions, uma empresa nova e independente dos demais braços da companhia.
O futuro chegou

Em um primeiro momento, o carro voador da Embraer mais parece um drone gigante do que uma aeronave. Ele conta com oito asas rotativas e duas hélices e é voltado exatamente ao transporte de passageiros. Em um primeiro momento, esse veículo será comandado por um piloto, mas a ideia da empresa é de que ele seja totalmente autônomo no futuro.

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iV4oUt3R1_s&t=13s

Com esse funcionamento em mente, a Embraer trabalha para garantir que, no futuro, as cidades possam ter a mínima condição de receber esses carros. Para tal esforço, deslocou sua empresa recém-criada para criar uma rede de suporte e serviços, como a gestão do tráfego aéreo, que é insano em cidades como São Paulo.

A expectativa da empresa brasileira é que seu novo carro voador seja uma alternativa aos helicópteros. Além disso, ela trabalha em conjunto a empresas como a própria Uber para desenvolver o melhor modelo de negócio. A empresa de caronas, aliás, é uma das mais interessadas no projeto, pois já tem planos de lançar táxis aéreos urbanos em um futuro próximo.

Ainda não há previsão para que o carro voador da Embraer comece a ser produzido, tampouco quando sua operação comercial vai começar. (yahoo)

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Novo sistema de energia solar revolucionará o setor

Novo sistema de energia solar promete uma revolução no setor.
Em breve um novo sistema de energia solar, que está sendo estudado como alternativa às hidrelétricas, pode ser implantado em Petrolina, no estado de pernambucano. O projeto conta com a ajuda de um instituto alemão, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e da Universidade Federal do Ceará (UFC). Eles pretendem construir um projeto-piloto na cidade para testar a tecnologia heliotérmica que, ao contrário dos equipamentos solares já usados no país, pode armazenar energia para ser usada a qualquer momento, inclusive à noite.

A geração de energia heliotérmica usa o sol como fonte indireta de eletricidade. Em uma área plana é instalado um conjunto de captadores espelhados para gerar energia. Os espelhos se movimentam de acordo com a posição do sol e refletem os raios para uma torre chamada “torre solar” onde o calor é armazenado e transformado em energia. A energia fotovoltaica, já explorada no Brasil, não é capaz de guardar o calor produzido e isso é o que difere desse novo sistema.

As placas fotovoltaicas orgânicas- ou OPV – chegaram para complementar a realidade da energia solar no país e no mundo.

“No caso dos fotovoltaicos, você teria que ter um sistema de baterias bem caro e complexo para operar. Com o armazenamento térmico é bem mais viável que a energia fique guardada em forma de calor para, no momento em que for necessária, ela ser acionada, inclusive à noite”, explica o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Laboratório de Energia Solar e Gás Natural da instituição, Paulo Alexandre Rocha.

Pesquisador explica: “Fotovoltaica tem limite de aleatoriedade. Se não tiver sol ela para, então sempre tem que ter a hidrelétrica dando suporte como complementação. No caso da eólica, é muito similar. Se você não tem vento, precisa acionar turbinas da hidrelétrica para compensar a baixa produção. Já com o sistema de armazenamento térmico, as turbinas seriam acionadas em caso extremo”.

65% da eletricidade do país são provenientes das hidrelétricas. A intenção do projeto é mudar esse cenário. “À medida que os recursos hídricos estão exíguos e deficitários, e até por uma questão de hidrologia estão com pouca água, se faz necessário que rapidamente a gente encontre alternativa para armazenamento de blocos de energia”. Argumenta o assessor de Planejamento Estratégico da Chesf, Benedito Parente.

Energia solar: empresa lança sistema que dispensa conexão com rede elétrica.

A tecnologia contém uma bateria de lítio para armazenar energia solar nos períodos em que não há geração de eletricidade.

A cidade de Petrolina foi escolhida pela intensidade solar acentuada. Benedito Parente acrescenta, “A maioria do território brasileiro tem vocação, mas o semiárido tem ainda mais”, reforça. Para ele, a energia solar heliotérmica é “uma grande esperança para a produção energética do futuro, uma das mais atraentes”. (engenhariae)

TIM e Enel X anunciam parceria para construção de duas usinas solares

Empreendimentos localizados na Bahia somam a capacidade de 9,919 MWp.

A TIM anunciou sua parceria com Enel X Brasil para o início das obras para construção de duas novas usinas solares. O projeto está em desenvolvimento desde abril de 2020 e contará com mais de 24 mil painéis solares localizados em Ibititá e América Dourada, na Bahia. O empreendimento terá capacidade de 9,919 MWp, evitando a emissão de aproximadamente 13.360 toneladas de CO2 na atmosfera anualmente.

Usinas estarão disponíveis para a TIM por 15 anos, conforme o modelo de negócio fechado, e vão atender a 716 sites (antenas) da empresa na área de concessão da Coelba. A expectativa é de que as plantas estejam em operação no segundo semestre deste ano.

Segundo a TIM, investir em energia limpa e geração distribuída faz parte de um projeto iniciado em 2017. A operadora conta hoje com 34 usinas de energia solar, hídrica e de biogás em operação e pretende chegar a 60 unidades em 2022, com geração mensal de 38GWh, o suficiente para abastecer uma cidade com 150 mil habitantes. A TIM encerrou 2020 com 74,5% do seu consumo de energia proveniente de fontes renováveis e tem como meta alcançar mais de 90% até 2025.

Já a Enel X alcançará 27,1 MWp em projetos de energia solar voltados para clientes industriais com a construção das usinas de GD fotovoltaicas para a TIM. A companhia ressaltou que a construção de usinas solares em geração distribuída continua sendo um dos focos da estratégia do grupo. (canalenergia)

Copel quer ativos maiores e projetos solares em mix com eólicas

Companhia busca avançar na fonte fotovoltaica e foco segue em oportunidades brownfield, apesar da empresa analisar participação em obras não iniciadas e em todos leilões desse ano.

Com recordes positivos em seu último resultado financeiro e progredindo em sua política de governança, a elétrica Copel volta suas atenções agora para a aquisição de ativos maiores e em avançar na fonte solar com novos projetos em áreas onde já possui parques eólicos instalados, aproveitando infraestrutura e outras sinergias, informou o diretor de desenvolvimento de negócios da companhia, Cássio Santana da Silva.

“Fonte fotovoltaica é de fato a fronteira que precisamos avançar mais rapidamente e esses ativos estão entre os prioritários em nossa análise, que parte de utilizar o footprint eólico para usinas mistas”, disse o executivo na apresentação no Copel Day em 24/03/21.

A estatal paranaense inaugurou esse mês uma planta de 5 MW mas quer iniciativas com porte superior a 100 MW para a fonte e usinas hidrelétricas, e num mínimo de 150 MW para eólicas, buscando a formação de novos clusters na modalidade brownfield, mas sem deixar de avaliar outras oportunidades com obras ainda não iniciadas, como nos certames regulados do setor.

“Temos um foco definido, mas o mapeamento é claro caso exista uma hidrelétrica interessante, assim como uma linha de transmissão ou outra tecnologia. Temos projetos para todos leilões, especialmente no de transmissão no final do ano”, comentou Cássio.

Sobre o assunto, o presidente da companhia, Daniel Slaviero, afirmou que parcerias são bem vindas, como no caso de estruturações financeiras com o FIP e outras iniciativas mais criativas que estão chegando, ou ainda numa área que eventualmente a empresa não domine, mas primando sempre em ter o controle societário do negócio.

“Olhar a baixa alavancagem e estrutura de capital e tomar medidas para a disciplina de caixa, através de uma política de dividendos equilibrada. O desafio é que as mudanças perdurem para a próxima gestão”, avaliou Slaviero sob a perspectiva financeira, anunciando para abril a distribuição de R$ 2,5 bilhões em dividendos aos acionistas, a maior operação do tipo já realizada pela empresa.

Copel quer desenvolver usinas solares na área de parques eólicos, diz diretor.

Mercado livre – Outro destaque nas apresentações do dia foi a atuação no ambiente de contratação livre, que cresceu 160% nos últimos quatro anos e transacionou em janeiro desse ano cerca de 2.300 MW médios, aproximadamente de 3% de todo market share nacional, com atuação já em 22 estados do país.

Segundo o diretor geral da Copel Mercado Livre, Franklin Kelly Miguel, a expectativa é se consolidar nas primeiras posições do mercado, com margens adequadas e competitivas, almejando melhorias no processo e em aproveitar o desconto ainda concedido no fio, até que as regras sejam alteradas.

“Os leilões que realizamos nos colocaram em outro patamar, com EBITDA de 3 dígitos e agora vamos repetir essa estratégia do ano passado, contratando solar e eólica a partir de 2023 em contratos de longo prazo, aproveitando o período de transição para adquirir energia e renovar o contrato com os clientes nesse movimento de migração”, relata, afirmando que irá atender mais a consumidores varejistas, buscando sempre a simplificação do processo.

Na sua visão, a redução do requisito da demanda para 500 kV em 2023, além da abertura até a baixa tensão, vai trazer outro modelo de negócio para a comercialização, com a redução do consumo médio, com demandas menores de shoppings, hotéis e supermercados.

“Margens apertadas e tíquete médio pequeno é a combinação de desafios no momento, então não tem saída, precisamos transformar a Copel, digitalizar todos os processos e focar nos clientes”, pontua, citando a implantação de uma nova gestão de relacionamento nesse ano, um novo sistema próprio de processos para criação de produtos novos e regras de contrato sem a mudança no código fonte, o que é indispensável para um mercado que muda a todo momento.

Franklin também afirmou que a empresa trabalha para iniciar a comercialização de certificados I-REC a partir desse ano, sentindo uma demanda muito grande do mercado e admitiu conversas avançadas com a CCEE para aplicação de blockchain em novos negócios. “Queremos ser os precursores na utilização dessa tecnologia num item sensível ao setor, que é segurança de mercado”, finaliza.

(canalenergia)

sábado, 24 de abril de 2021

Gestão hídrica ganha mais importância no setor elétrico e na indústria

Estudos do Lactec e UEGA, reunidos em um livro, apontam alternativas para otimizar o uso da água em processos industriais.
O impacto da variabilidade e das mudanças climáticas sobre a disponibilidade de água acende o sinal de alerta para que os grandes usuários – como empresas do setor elétrico e da indústria – reavaliem a forma de gerir os recursos hídricos e garantir o melhor aproveitamento em seus processos produtivos. Esse é o caso, por exemplo, das usinas termelétricas de ciclo combinado (gás e vapor), que tem a água como segundo insumo mais importante para sua operação.

Os resultados de um estudo concluído, no final de 2020, por pesquisadores do Lactec – um dos maiores centros privados de tecnologia e inovação do país – apontaram o aproveitamento da água de reuso (efluentes do tratamento de esgoto) como alternativa ao processo de geração termelétrica para mitigar o risco de desabastecimento em uma situação de crise hídrica. É justamente nessas ocasiões que as térmicas são acionadas para complementar a geração das hidrelétricas e poupar os reservatórios, quando atingem níveis críticos.

O projeto – realizado no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – foi demandado pela Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEGA) e visava à gestão de água em sua planta, localizada na Região Metropolitana de Curitiba. A termelétrica tem uma potência instalada de 484 megawatts (MW) e consome cerca de 430 m3 de água por hora, quando opera em sua capacidade plena.

O coordenador do projeto pelo Lactec, João Borba, explicou que o maior consumo de água (cerca de 400 m3/h) é o da torre de resfriamento da usina. Os estudos indicaram que a água de reúso, tratada por osmose reversa, pode atender perfeitamente a essa finalidade, enquanto a água industrial, que também recebe um polimento final, é destinada às caldeiras para geração de vapor. Esse processo exige uma água de melhor qualidade para evitar a corrosão e o desgaste dos equipamentos.

“Esse projeto de pesquisa e desenvolvimento se iniciou tendo em mente que a água é um bem finito, escasso e de múltiplos usos e que usinas termelétricas são suas grandes consumidoras. Ele, então, permitiu conhecer quais as possibilidades na obtenção desse bem, assim como a indicação de melhorias e investimentos necessários à sua implementação”, complementou a diretora presidente da UEGA, Cintia de Carvalho Toledo.

Ganhos socioambientais e econômicos

“A gestão do uso da água nos processos industriais, a partir da identificação de fontes alternativas para reduzir a captação em mananciais, que também se destinam ao abastecimento público, é o principal ganho desse trabalho realizado em parceria com a UEGA”, destacou a coordenadora técnica do projeto pelo Lactec, Juliane de Melo Rodrigues.

A pesquisadora lembra que, com o uso de tecnologias adequadas, é possível aumentar o número de ciclos da água dentro do processo industrial – atendendo ao conceito de economia circular – e melhorar a qualidade da água para prolongar a vida útil dos equipamentos. São duas frentes importantes e que podem impactar de forma muito representativa na redução dos custos operacionais.

O conhecimento técnico produzido a partir desse projeto de P&D, que envolveu profissionais do Lactec das áreas de meio ambiente, materiais, sistemas mecânicos e elétricos, está reunido no livro Gestão de Água em Complexo de Geração Termelétrica. A publicação de 191 páginas foi disponibilizada pela UEGA e Lactec para toda a comunidade técnica e científica. (canalenergia)

VW anuncia que não desenvolverá novos motores a combustão

Volkswagen anuncia que não desenvolverá novos motores a combustão.
Podemos simplesmente repetir o texto mudando alguns nomes: Volkswagen é mais uma fabricante que abandonará seus motores a combustão. A partir de agora, todos os novos motores da alemã serão elétricos, sem planos para novas unidades a gasolina, álcool ou diesel.

O anúncio foi feito pelo próprio CEO da empresa, Ralf Brandstätter, em entrevista ao site alemão Automobilwoche, seguindo comunicado da irmã Audi, que tomou decisão semelhante na semana passada. Estratégias semelhantes vêm sendo adotadas por quase todas as montadoras, de olho no arrocho das regras ambientais dos grandes mercados automotivos.

Abandono gradual

De acordo com Brandstätter, não há planos da Volkswagen lançar novos motores a combustão daqui em diante. Entretanto, como não é fácil simplesmente largar o petróleo de uma vez, os motores já existentes serão aperfeiçoados para se encaixarem nas cada vez mais rígidas normas ambientais.

“Precisamos desses motores por mais algum tempo, e por isso eles terão que ser o mais eficiente possível”, explicou o executivo, ressaltando que a venda de modelos a diesel e gasolina é muito importante “para financiar a transformação completa” rumo aos EVs.

Obviamente os planos da VW no mercado elétricos estão avançados, e a família ID conta com modelos que vão de hatches ao SUV grande ID.6, prestes a ser vendido na Chinva.

A Volkswagen não cravou datas para que os carros elétricos dominem sua frota, mas já anunciou sua nova plataforma SSP (Scalable Systems Platform), que não esconde ambições de roubar mercado da queridinha Tesla.

A década será de profundas mudanças: a Ford, por exemplo, já anunciou que venderá somente híbridos os full-EVs a partir de 2024, com esses dominando a partir de 2030.

Prazo semelhante é seguido pela Volvo e Stellantis, cuja meta é oferecer versões híbridas para todos os modelos do conglomerado a partir de 2025, ao menos nos EUA e Europa. A GM prometeu a eletrificação total para 2035.

Em seu recente Power Day, a empresa de Wolfsburg definiu a missão de, até o fim da década, ter EVs como 70% de suas vendas. Isso significa demanda de 240 GWh de baterias, supridas com seis grandes fábricas europeias.

Modelos ID.3, ID.4, ID.5 e ID.6, além do e-Up!, a fabricante pretende vender até 450 mil elétricos ao longo de 2021. (biodieselbr)

Projetos-pilotos com telhas fotovoltaicas de concreto são instalados pela Eternit

Novos projetos-pilotos com telhas fotovoltaicas de concreto são instalados pela Eternit.

A previsão é iniciar a comercialização no segundo semestre de 2021.
A Eternit, especializada no segmento de coberturas, informou que realizou entre janeiro e fevereiro, a instalação das telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 em mais quatro imóveis, localizados em cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Agora, são seis projetos-pilotos em locais distintos e que estão gerando energia elétrica a partir da energia solar como previsto.

As telhas fotovoltaicas de concreto Tégula Solar são produzidas pela unidade Tégula Solar, empresa pertencente ao Grupo Eternit, instalada em Atibaia, interior de São Paulo, e são destinadas a geração de energia solar fotovoltaica em projetos residenciais, comerciais e de agronegócio.

Em São Paulo, foram instaladas em duas casas geminadas em um conjunto residencial de casas populares em Ourinhos, 72 telhas fotovoltaicas em cada casa, com a estimativa de produção de 70 kWh/mês por casa. A estimativa de economia média mensal é em torno de R$ 50, considerando a tarifa atual. O integrador que instalou foi a Solar Soluções e o micro inversor utilizado foi o YC600 APSystems fornecido pela Ecori.

Outra instalação foi feita em Marília, na área comum de um condomínio de alto padrão. Utilizou 560 telhas, com parceria do integrador Domotyk Eco Smart na instalação e da Edeltec no fornecimento do inversor SAJ. A estimativa de produção é de 550 kWh/mês, com economia mensal em torno de R$ 390. A instalação recebeu a aprovação da CPFL Energia.

No Rio de Janeiro, a residência escolhida está localizada em Itaipava, no distrito de Petrópolis, e recebeu 288 telhas fotovoltaicas. Neste piloto, o integrador Serra Solar foi o parceiro no projeto e instalação e a Ecori forneceu os microinversores QS1 APSystems, em área de concessão da Enel. A estimativa de geração de energia é de 240 kWh/mês, com uma economia mensal em torno de R$ 230.

O quarto projeto-piloto foi instalado em Cambé, no Paraná, em uma residência que recebeu 258 telhas fotovoltaicas e deverá gerar aproximadamente 240 kWh/mês. Com aprovação da concessionária Copel, o projeto teve como integrador a Alliance Solar e utilizou microinversores APSystems. A estimativa média de economia mensal é em torno de R$ 180.

A companhia também vai oferecer a telha fotovoltaica na tradicional telha ondulada de fibrocimento. A Eternit Solar aguarda a homologação do Inmetro para iniciar os testes de campo em projetos-pilotos. A previsão é iniciar a comercialização no segundo semestre de 2021. (canalenergia)

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Nexway dobra aportes e vê eficiência energética como saída da crise

Consumo eficiente de energia pode ser a saída para superar a crise.

Com a retomada das atividades após meses de restrição ao funcionamento, empresas podem encontrar na eficiência energética um fôlego para o fluxo de caixa.

Companhia mira ao menos R$ 100 mi em projetos na indústria e comércio ao longo de 2021, destacando segmentos como mineração, agronegócio e saneamento.

Seguindo sua estratégia de crescimento, a Nexway Eficiência, criada pelo Grupo Comerc no final do ano passado, quer dobrar sua carteira de projetos em 2021, planejando aplicar ao menos cerca de R$ 100 milhões em soluções de eficiência energética para a indústria, comércio e área de serviços, com um potencial que pode chegar a mais de R$ 1 bilhão em oportunidades no país e que pode ser uma das alternativas para saída da crise ocasionada pela pandemia.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO da Nexway, Marcel Haratz, confirmou que a companhia possui musculatura para realizar novos investimentos além dos R$ 300 milhões anunciados para os próximos três anos, com recursos vindo da própria empresa, por meio de seus acionistas, ou via fundos de investimentos, como o recém anunciado com a Perfin Asset, podendo ser uma das grandes engrenagens para fomentar esse mercado no Brasil.

“Vamos captar, se vai ser alavancado ou 100% do capital próprio é muito circunstancial, pois pegar dinheiro emprestado acaba sendo uma estratégia que teremos que avaliar conforme o momento do mercado para crédito”, avalia.

Na visão do executivo, as melhores oportunidades nesse segmento atualmente estão no agronegócio, onde a demanda é cada vez maior, além da mineração e saneamento, já que o bombeamento de água é realizado por motores elétricos.

“Somos o país do agronegócio e a mineração está passando por um processo de transformação, com ESG e sustentabilidade, angariando muitos investimentos, o que pode trazer oportunidades para eficiência energética”, comenta, citando também a gestão entre energia elétrica e térmica no vapor gerado em usinas de biomassa ou gás natural.

Marcel salienta que a empresa não investe em Geração Distribuída, apesar de instalar soluções fotovoltaicas, como telhado solar, mas que o foco recai em buscar o melhor preço e eficiência em ar comprimido, refrigeração, motores, subestação, eletrificação de acionamento a vapor, cujo potencial é enorme no Brasil, além de cogeração e geração de vapor.
Marcel Haratz: Crises energéticas fizeram Brasil começar a pensar mais em eficiência.

“Qualquer lugar que tenha uma lâmpada é um potencial de eficiência, mas miramos grandes projetos, no mínimo para a iluminação de um galpão logístico, levando diversas alternativas para uma tomada de decisão com mais tranquilidade”, afirma Haratz, que define a Nexway como uma solução financeira e de engenharia por implantar todo projeto e tomar uma parte da economia.

“Identificamos a oportunidade e fazemos a engenharia necessária para o cliente pagar 30 ou 60 dias depois que entra em operação, num momento em que nenhum banco está emprestando dinheiro”, complementa.

Para o CEO, um dos desafios em relação à gestão de energia e que puxa a demanda atual é a necessidade de conhecer o próprio consumo, através da chamada medição setorizada, que tem sido possível graças a um novo produto, com possibilidade de instalação de um equipamento para medir o quanto um potencial cliente está consumindo antes mesmo de fechar o negócio.

“Tecnologicamente, tudo avança todo ano, mas o grande divisor de águas é poder medir o antes e o depois, conseguindo substanciar e fazer ser palpável e tangível para o cliente vislumbrar sua economia”, comenta.

Rota de saída da crise

Ao mesmo tempo em que trouxe um balde de água fria no seu movimento de crescimento, que deveria ter sido maior do que 141% em 2020, Marcel conta que a pandemia trouxe também a oportunidade da Nexway ajudar a indústria a se concentrar em seu core bussiness e deixar a parte de eficientização para a companhia.

“Podemos ser uma alternativa de rota para saída da crise e como o Brasil é um país exportador eu acho que não só os empresários mas o país deveria pensar mais atentamente na questão da eficiência”, relata, lembrando que enquanto os investidores e proprietários guardam seus recursos os equipamentos continuam envelhecendo, sendo ineficientes e perdendo lucratividade.

O desperdício de energia é uma realidade com impactos econômicos ao país que chegará a 40 TWh de perdas se nada for feito nas indústrias, comércio e serviços, segundo o Plano Nacional de Expansão de 2029 do Governo Federal, representando quase 40% da produção anual de Itaipu em 2019.

Já as projeções da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) com projetos de eficiência para a indústria apontam um potencial de R$ 4 bilhões em economia por ano, e R$ 2,4 bilhões para o segmento do varejo.

“Essas discrepâncias tornam o Brasil um lugar onde existe muita ineficiência energética e ao mesmo tempo gera uma grande oportunidade para esse mercado, que a meu ver nunca vai acabar”, finaliza Marcel Haratz. (canalenergia)

FPA defende manutenção de 13% de biodiesel na mistura com diesel mineral

Bancada oficiou o Ministério da Agricultura para evitar os impactos negativos decorrentes da redução da mistura de biodiesel

A alta dos preços dos combustíveis no país tem feito com que o governo federal busque formas de reduzir os custos da produção para gerar o barateamento do diesel. Uma das formas cogitada pelo Ministério da Economia foi reduzir a mistura de 13% de biodiesel no diesel comercializado no país para 8%. Mas o que parece uma solução pode ser um tiro no pé, pois além de substituir uma parcela do diesel fóssil que é importado, a produção de biodiesel garante o aquecimento da economia brasileira, ao incentivar o processamento interno principalmente da soja, mas também de sebo bovino, girassol, entre outros.

Diante disto, a Frente Parlamentar da Agropecuária oficiou em 12/03/2021, o Ministério da Agricultura no intuito de formalizar seu apoio a manutenção da mistura mínima de 13% do biodiesel no diesel vendido nos postos de combustível, bem como a continuidade da resolução nº 16/2018 do Conselho Nacional de Política Energética/CNPE – que prevê a elevação da mistura até 15%, em 2023.

A suspensão da política para o biocombustível causa mais danos do que benefícios.

Os produtores falam em quebra de usinas, aumento de emissões de gases poluentes, maiores custos para criação de animais e a consequente inflação nos alimentos.

O presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB/PR), defende que “o prejuízo gerado com a diminuição da mistura de biodiesel ao diesel pode trazer um problema gigante ao sistema produtivo brasileiro”. O parlamentar explica que “não se pode ficar em uma situação onde momentaneamente se cria a diminuição do óleo diesel no país, mas no futuro traz um impacto muito mais gravoso à economia, com a alta do preço dos alimentos”.

Ofício apresentado pela bancada lista os seguintes impactos negativos decorrentes da hipotética redução da mistura de biodiesel:

Maior importação de diesel mineral, que sobrecarregará ainda mais a infraestrutura portuária e a logística interna já nos limites;

Redução do esmagamento de soja estimado em 9 milhões de toneladas, fechamento de indústrias esmagadoras e de usinas de biodiesel;

Redução da produção e oferta de farelo proteico e de proteínas animais da ordem de 7,2 milhões de toneladas;

Desemprego nas cadeias produtivas da soja, proteínas animais e bioenergia;

Aumento do custo da produção de alimentos no Brasil (leite, carnes, ovos, óleos vegetais e outros produtos da cesta básica);

Aumento das emissões de Gases de Efeito Estufa e poluentes;

Riscos para o cumprimento das metas da Política Nacional de Biocombustíveis – RenovaBio;

Prejuízos para a imagem externa do País, em especial, para o atendimento às metas no Acordo de Paris;

Interrupção imediata dos investimentos em curso na indústria do biodiesel; e

Desestímulo a novas inversões, em geral, e em energias renováveis, em particular, em razão da insegurança jurídica decorrente do rompimento da previsibilidade conferida em Lei.

Reflexo no preço dos alimentos

Grande parte do óleo vegetal usado na produção de biodiesel vem do processamento da soja, que é transformada em farelo e óleo. Para cada 5kg de soja em grão, 4kg viram farelo (SOJA – 80% farelo / 20% óleo). Quanto maior a quantidade processada, maior será a oferta de farelo destinada a produção de ração para alimentação de bovinos, aves, suínos e outros. Com a ração mais barata, carne, leite e ovos também ficam mais baratos.

Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais/Abiove estima que haja cerca de 50 usinas de biodiesel espalhadas no país, com capacidade instalada para atender até 22% de mistura obrigatória ao diesel mineral. Entidade informa que a produção de soja no país gera mais de 1,5 milhão de empregos e que só em 2020 se exportou quase 83 milhões de toneladas do grão para todo o mundo.

Reunião com ministro de Minas e Energia

Membros da Frente Parlamentar da Agropecuária/FPA participaram em 10/03/21 de reunião com ministro de Minas e Energia/MME, Bento Albuquerque, para solicitar a manutenção do uso de 13% de biodiesel na mistura com o diesel comercializado no Brasil.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Albuquerque garantiu pessoalmente aos deputados que a mistura obrigatória será mantida. “Não vamos cometer nenhum equívoco nesse momento de retomada econômica”, afirmou o ministro.

O posicionamento, caso mantido pelo governo federal, traz segurança jurídica ao garantir a previsibilidade estabelecida pela agenda do CNPE, que por sua vez, dá às indústrias a possibilidade de ampliar a produção de biodiesel e até de implantar novas indústrias, aumentando a oferta de empregos. (noticiasagricolas)