Dentre
as estratégias para alcançar objetivo da empresa, estão iniciativas de
eficiência industrial e reflorestamento.
Dono
da maior produtora de biodiesel do Brasil, o grupo ECB estabeleceu para seu
negócio na área, a BSBios, o objetivo de alcançar neutralidade de carbono em
2030. Segundo o empresário Erasmo Carlos Battistella, dono do grupo, o caminho
para isso deverá ser percorrido com iniciativas como eficiência industrial e
reflorestamento.
Neutralidade
em carbono significa que a produção terá emissões, mas que serão compensadas
pelo sequestro de carbono. Até o fim da década, o objetivo é que a etapa
produtiva (equivalente ao escopo 1 dentro do GHG Protocol) seja neutra.
Para
os escopos 2 e 3 do GHG, que se referem às emissões do consumo de energia, do
transporte de produtos e do fornecimento de matérias-primas, a BSBios também
pretende alcançar neutralidade, mas não fixou prazos. Em 2020, a empresa emitiu
19.345 toneladas de gás carbônico com a produção de 755.263 toneladas de
biodiesel (dentro dos escopos 1, 2, somando as viagens aéreas executivas do
escopo 3).
Mas
o maior desafio no segmento é reduzir as emissões da cadeia de fornecedores, já
que os produtores de biodiesel têm forte dependência da soja, cujo fornecimento
é fragmentado e é mais difícil garantir neutralidade em emissões.
Com atuações também em trading e em biocombustíveis avançados, o ECB decidiu iniciar a neutralização pela BSBios por ser o negócio mais maduro em redução de emissões, dado que o biodiesel já mitiga o impacto climático ao substituir o diesel. “Vamos trabalhar para levar [esse objetivo] a todas as empresas”, disse Battistella ao Valor.
Agora a companhia vai detalhar os investimentos para alcançar essa meta, e conta para isso com apoio da holandesa Control Union. Mas algumas estratégias estão no horizonte. Uma é o reflorestamento, que animou o ECB após o acordo feito para seu projeto no Paraguai, de compra de vagens de pongâmia (oleaginosas) para serem usadas na produção de biocombustível. “Produzir matéria-prima para biocombustíveis pode ser um caminho interessante. Assim unimos a recuperação de áreas degradadas e a produção de matéria-prima com impacto em redução de emissões”, afirmou ele.
Outra
estratégia deve ser investir em cogeração de energia pela queima de biomassa.
As duas usinas de biodiesel da BSBios - em Passo Fundo (RS) e Marialva (PR) -
consomem biomassa de eucalipto para produção de vapor e compram, em contratos
bilaterais, energia de biomassa. “Podemos usar essa biomassa para geração
própria”.
No
Brasil, o grupo também planeja continuar expandindo a BSBios, que encerrou o
ano passado com faturamento recorde de R$ 4,7 bilhões. Em 2020, a companhia
investiu R$ 40 milhões na ampliação da capacidade das duas usinas. Battistella
não descarta novas ampliações ou mesmo a construção de uma nova unidade no
médio prazo.
Para bancar a execução dos planos para a BSBios, a companhia vem garantindo geração de caixa. Em 2020, mesmo com a pandemia, a receita cresceu 57% e Ebitda aumentou 2,8 vezes, para R$ 570 milhões. Battistella também tem interesse em buscar financiamentos “verdes” e disse que tem sido procurado por agentes financeiros para um possível IPO.
Para reforçar seu planejamento, o ECB também reforçou sua estrutura de governança, e nomes tarimbados no agronegócio passaram a fazer parte de seu conselho de administração. O ex-ministro Francisco Turra passará a presidir o colegiado. (biodieselbr)
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