sábado, 10 de abril de 2021

BSBios quer que seu biodiesel seja “carbono neutro” até 2030

ECB estabelece meta de carbono neutro para biodiesel da BSBios.

Dentre as estratégias para alcançar objetivo da empresa, estão iniciativas de eficiência industrial e reflorestamento.

Dono da maior produtora de biodiesel do Brasil, o grupo ECB estabeleceu para seu negócio na área, a BSBios, o objetivo de alcançar neutralidade de carbono em 2030. Segundo o empresário Erasmo Carlos Battistella, dono do grupo, o caminho para isso deverá ser percorrido com iniciativas como eficiência industrial e reflorestamento.

Neutralidade em carbono significa que a produção terá emissões, mas que serão compensadas pelo sequestro de carbono. Até o fim da década, o objetivo é que a etapa produtiva (equivalente ao escopo 1 dentro do GHG Protocol) seja neutra.

Para os escopos 2 e 3 do GHG, que se referem às emissões do consumo de energia, do transporte de produtos e do fornecimento de matérias-primas, a BSBios também pretende alcançar neutralidade, mas não fixou prazos. Em 2020, a empresa emitiu 19.345 toneladas de gás carbônico com a produção de 755.263 toneladas de biodiesel (dentro dos escopos 1, 2, somando as viagens aéreas executivas do escopo 3).

Mas o maior desafio no segmento é reduzir as emissões da cadeia de fornecedores, já que os produtores de biodiesel têm forte dependência da soja, cujo fornecimento é fragmentado e é mais difícil garantir neutralidade em emissões.

Com atuações também em trading e em biocombustíveis avançados, o ECB decidiu iniciar a neutralização pela BSBios por ser o negócio mais maduro em redução de emissões, dado que o biodiesel já mitiga o impacto climático ao substituir o diesel. “Vamos trabalhar para levar [esse objetivo] a todas as empresas”, disse Battistella ao Valor.

Agora a companhia vai detalhar os investimentos para alcançar essa meta, e conta para isso com apoio da holandesa Control Union. Mas algumas estratégias estão no horizonte. Uma é o reflorestamento, que animou o ECB após o acordo feito para seu projeto no Paraguai, de compra de vagens de pongâmia (oleaginosas) para serem usadas na produção de biocombustível. “Produzir matéria-prima para biocombustíveis pode ser um caminho interessante. Assim unimos a recuperação de áreas degradadas e a produção de matéria-prima com impacto em redução de emissões”, afirmou ele.

Outra estratégia deve ser investir em cogeração de energia pela queima de biomassa. As duas usinas de biodiesel da BSBios - em Passo Fundo (RS) e Marialva (PR) - consomem biomassa de eucalipto para produção de vapor e compram, em contratos bilaterais, energia de biomassa. “Podemos usar essa biomassa para geração própria”.

No Brasil, o grupo também planeja continuar expandindo a BSBios, que encerrou o ano passado com faturamento recorde de R$ 4,7 bilhões. Em 2020, a companhia investiu R$ 40 milhões na ampliação da capacidade das duas usinas. Battistella não descarta novas ampliações ou mesmo a construção de uma nova unidade no médio prazo.

Para bancar a execução dos planos para a BSBios, a companhia vem garantindo geração de caixa. Em 2020, mesmo com a pandemia, a receita cresceu 57% e Ebitda aumentou 2,8 vezes, para R$ 570 milhões. Battistella também tem interesse em buscar financiamentos “verdes” e disse que tem sido procurado por agentes financeiros para um possível IPO.

Para reforçar seu planejamento, o ECB também reforçou sua estrutura de governança, e nomes tarimbados no agronegócio passaram a fazer parte de seu conselho de administração. O ex-ministro Francisco Turra passará a presidir o colegiado. (biodieselbr)

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