Com recordes positivos em seu
último resultado financeiro e progredindo em sua política de governança, a
elétrica Copel volta suas atenções agora para a aquisição de ativos maiores e
em avançar na fonte solar com novos projetos em áreas onde já possui parques
eólicos instalados, aproveitando infraestrutura e outras sinergias, informou o
diretor de desenvolvimento de negócios da companhia, Cássio Santana da Silva.
“Fonte fotovoltaica é de fato
a fronteira que precisamos avançar mais rapidamente e esses ativos estão entre
os prioritários em nossa análise, que parte de utilizar o footprint eólico para
usinas mistas”, disse o executivo na apresentação no Copel Day em 24/03/21.
A estatal paranaense
inaugurou esse mês uma planta de 5 MW mas quer iniciativas com porte superior a
100 MW para a fonte e usinas hidrelétricas, e num mínimo de 150 MW para
eólicas, buscando a formação de novos clusters na modalidade brownfield, mas
sem deixar de avaliar outras oportunidades com obras ainda não iniciadas, como
nos certames regulados do setor.
“Temos um foco definido, mas
o mapeamento é claro caso exista uma hidrelétrica interessante, assim como uma
linha de transmissão ou outra tecnologia. Temos projetos para todos leilões,
especialmente no de transmissão no final do ano”, comentou Cássio.
Sobre o assunto, o presidente
da companhia, Daniel Slaviero, afirmou que parcerias são bem vindas, como no
caso de estruturações financeiras com o FIP e outras iniciativas mais criativas
que estão chegando, ou ainda numa área que eventualmente a empresa não domine,
mas primando sempre em ter o controle societário do negócio.
“Olhar a baixa alavancagem e estrutura de capital e tomar medidas para a disciplina de caixa, através de uma política de dividendos equilibrada. O desafio é que as mudanças perdurem para a próxima gestão”, avaliou Slaviero sob a perspectiva financeira, anunciando para abril a distribuição de R$ 2,5 bilhões em dividendos aos acionistas, a maior operação do tipo já realizada pela empresa.
Copel quer desenvolver usinas solares na área de parques eólicos, diz diretor.
Mercado livre – Outro
destaque nas apresentações do dia foi a atuação no ambiente de contratação
livre, que cresceu 160% nos últimos quatro anos e transacionou em janeiro desse
ano cerca de 2.300 MW médios, aproximadamente de 3% de todo market share
nacional, com atuação já em 22 estados do país.
Segundo
o diretor geral da Copel Mercado Livre, Franklin Kelly Miguel, a expectativa é
se consolidar nas primeiras posições do mercado, com margens adequadas e
competitivas, almejando melhorias no processo e em aproveitar o desconto ainda
concedido no fio, até que as regras sejam alteradas.
“Os leilões que realizamos
nos colocaram em outro patamar, com EBITDA de 3 dígitos e agora vamos repetir
essa estratégia do ano passado, contratando solar e eólica a partir de 2023 em
contratos de longo prazo, aproveitando o período de transição para adquirir
energia e renovar o contrato com os clientes nesse movimento de migração”,
relata, afirmando que irá atender mais a consumidores varejistas, buscando
sempre a simplificação do processo.
Na sua visão, a redução do
requisito da demanda para 500 kV em 2023, além da abertura até a baixa tensão,
vai trazer outro modelo de negócio para a comercialização, com a redução do
consumo médio, com demandas menores de shoppings, hotéis e supermercados.
“Margens apertadas e tíquete
médio pequeno é a combinação de desafios no momento, então não tem saída,
precisamos transformar a Copel, digitalizar todos os processos e focar nos
clientes”, pontua, citando a implantação de uma nova gestão de relacionamento
nesse ano, um novo sistema próprio de processos para criação de produtos novos
e regras de contrato sem a mudança no código fonte, o que é indispensável para
um mercado que muda a todo momento.
Franklin também afirmou que a empresa trabalha para iniciar a comercialização de certificados I-REC a partir desse ano, sentindo uma demanda muito grande do mercado e admitiu conversas avançadas com a CCEE para aplicação de blockchain em novos negócios. “Queremos ser os precursores na utilização dessa tecnologia num item sensível ao setor, que é segurança de mercado”, finaliza.
(canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário