domingo, 4 de abril de 2021

Etanol é alternativa barata no curto prazo prá Noronha ter matriz limpa

Para ter matriz limpa em Noronha, uso de etanol é alternativa mais barata no curto prazo.

Estudo do WWF aponta que uso de carros elétricos não traria mesmo impacto por depender de geração térmica.
Estudo do WWF-Brasil mostra que para uma matriz energética da ilha de Fernando de Noronha (PE) limpa no curto prazo, a adoção do etanol seria a alternativa mais barata. Análises mostram que substituir a gasolina por etanol reduz as emissões de gases de efeito estufa em 77%, enquanto a adoção de veículos elétricos reduziria as emissões em 52% atualmente. Há, ainda a vantagem de dispensar investimentos públicos e privados em veículos elétricos e sistemas de recarga.

O projeto “Noronha Carbono Zero” tem por meta limpar a matriz energética da ilha. Entre as três ações imediatas previstas, a adoção de veículos elétricos será a primeira a passar à prática, por já estar regulamentada por lei. Porém a ação isolada não reduzirá a emissão de gases de efeito estufa. O abastecimento de energia da ilha ainda vem de termelétricas, que são mais poluidoras. O estudo conclui que a adoção de veículos elétricos em Fernando de Noronha reduziria os custos para reabastecimento desses modelos, mas dependeria de investimentos em geração elétrica renovável e sistemas de recarga para efetivamente diminuir as emissões de carbono.

A matriz energética da ilha é composta atualmente por termeletricidade e energia solar. Em 2019, a primeira representava 90% da energia elétrica gerada; a energia solar, aproximadamente 10%. Isso significa um consumo mensal médio de diesel de 554 mil litros, gerando um custo mensal de R$ 3 milhões e emissão de 1.170.000 kg CO2 por mês (dados de 2018).

O estudo do WWF-Brasil traz propostas para reduzir essa dependência dos combustíveis fósseis – e, por consequência, cortar as emissões. As recomendações incluem a ampliação do uso da energia solar fotovoltaica, a troca dos geradores eólicos danificados por outros mais potentes e eficientes e a adoção do biodiesel e da biodigestão dos resíduos sólidos orgânicos e esgoto. Essas alternativas, quando utilizadas em conjunto, permitiriam a redução das emissões na ilha em quase 90% e teriam efeito positivo sobre as emissões geradas pelo transporte do óleo diesel entre o continente e o arquipélago, realizado a cada 10 dias aproximadamente e com a poluição do solo e da água, além de proporcionar novos empregos.

O estudo comparou as emissões de CO2 de diversos combustíveis e energia. Atualmente, a ilha não usa  etanol como combustível, por isso adotou o preço do etanol como sendo 70% da gasolina, valor que oferece paridade de economia. Para os cálculos de eficiência, foram utilizados os carros mais vendidos no Brasil em 2019: Onix 1.0 como categoria geral e Corolla 1.8 como categoria Sedan. Para veículo elétrico, foi considerado o Zoe nos dois cenários: da atual geração, majoritariamente termelétrica, e no cenário de migração para energias limpas proposto pelo estudo.

A comparação mostra que os veículos elétricos emitirão mais CO2 que modelos a combustão movidos a etanol. Os benefícios dos elétricos só se efetivarão com a transição da ilha para uma matriz energética limpa. O alto valor comercial dos veículos elétricos também foi questionado pela população, além da dificuldade de manutenção na ilha, já que ainda não há mão de obra especializada.

Etanol é solução de curto prazo para reduzir emissões em Fernando de Noronha.

WWF-Brasil afirma que o biocombustível pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 77%.

De acordo com pesquisa realizada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco, cerca de 60% das emissões de gases de efeito estufa em Fernando de Noronha provêm dos aviões, 30% da geração de energia elétrica e aproximadamente 9% dos veículos que circulam nos seus 17 km² de extensão. Esses são os três focos de ações imediatas do Projeto Noronha Carbono Zero: atuar com as empresas aéreas para reduzir emissões de carbono dos voos por compensação, com plantio de árvores no continente; implementação mais rápida de veículos elétricos, criando facilidades para o morador; passar a usar energia eólica, solar, biocombustíveis e energia das ondas. (canalenergia)

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