Para
ter matriz limpa em Noronha, uso de etanol é alternativa mais barata no curto
prazo.
O
projeto “Noronha Carbono Zero” tem por meta limpar a matriz energética da ilha.
Entre as três ações imediatas previstas, a adoção de veículos elétricos será a
primeira a passar à prática, por já estar regulamentada por lei. Porém a ação
isolada não reduzirá a emissão de gases de efeito estufa. O abastecimento de
energia da ilha ainda vem de termelétricas, que são mais poluidoras. O estudo
conclui que a adoção de veículos elétricos em Fernando de Noronha reduziria os
custos para reabastecimento desses modelos, mas dependeria de investimentos em
geração elétrica renovável e sistemas de recarga para efetivamente diminuir as
emissões de carbono.
A matriz energética da ilha é composta atualmente por termeletricidade e energia solar. Em 2019, a primeira representava 90% da energia elétrica gerada; a energia solar, aproximadamente 10%. Isso significa um consumo mensal médio de diesel de 554 mil litros, gerando um custo mensal de R$ 3 milhões e emissão de 1.170.000 kg CO2 por mês (dados de 2018).
O estudo do WWF-Brasil traz propostas para reduzir essa dependência dos combustíveis fósseis – e, por consequência, cortar as emissões. As recomendações incluem a ampliação do uso da energia solar fotovoltaica, a troca dos geradores eólicos danificados por outros mais potentes e eficientes e a adoção do biodiesel e da biodigestão dos resíduos sólidos orgânicos e esgoto. Essas alternativas, quando utilizadas em conjunto, permitiriam a redução das emissões na ilha em quase 90% e teriam efeito positivo sobre as emissões geradas pelo transporte do óleo diesel entre o continente e o arquipélago, realizado a cada 10 dias aproximadamente e com a poluição do solo e da água, além de proporcionar novos empregos.
O
estudo comparou as emissões de CO2 de diversos combustíveis e
energia. Atualmente, a ilha não usa
etanol como combustível, por isso adotou o preço do etanol como sendo
70% da gasolina, valor que oferece paridade de economia. Para os cálculos de
eficiência, foram utilizados os carros mais vendidos no Brasil em 2019: Onix
1.0 como categoria geral e Corolla 1.8 como categoria Sedan. Para veículo
elétrico, foi considerado o Zoe nos dois cenários: da atual geração,
majoritariamente termelétrica, e no cenário de migração para energias limpas
proposto pelo estudo.
A comparação mostra que os veículos elétricos emitirão mais CO2 que modelos a combustão movidos a etanol. Os benefícios dos elétricos só se efetivarão com a transição da ilha para uma matriz energética limpa. O alto valor comercial dos veículos elétricos também foi questionado pela população, além da dificuldade de manutenção na ilha, já que ainda não há mão de obra especializada.
Etanol é solução de curto prazo para reduzir emissões em Fernando de Noronha.
WWF-Brasil
afirma que o biocombustível pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa
em 77%.
De
acordo com pesquisa realizada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de
Pernambuco, cerca de 60% das emissões de gases de efeito estufa em Fernando de
Noronha provêm dos aviões, 30% da geração de energia elétrica e aproximadamente
9% dos veículos que circulam nos seus 17 km² de extensão. Esses são os três
focos de ações imediatas do Projeto Noronha Carbono Zero: atuar com as empresas
aéreas para reduzir emissões de carbono dos voos por compensação, com plantio
de árvores no continente; implementação mais rápida de veículos elétricos,
criando facilidades para o morador; passar a usar energia eólica, solar,
biocombustíveis e energia das ondas. (canalenergia)
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