Com a retomada das atividades
após meses de restrição ao funcionamento, empresas podem encontrar na
eficiência energética um fôlego para o fluxo de caixa.
Companhia mira ao menos R$
100 mi em projetos na indústria e comércio ao longo de 2021, destacando
segmentos como mineração, agronegócio e saneamento.
Seguindo sua estratégia de
crescimento, a Nexway Eficiência, criada pelo Grupo Comerc no final do ano
passado, quer dobrar sua carteira de projetos em 2021, planejando aplicar ao
menos cerca de R$ 100 milhões em soluções de eficiência energética para a
indústria, comércio e área de serviços, com um potencial que pode chegar a mais
de R$ 1 bilhão em oportunidades no país e que pode ser uma das alternativas
para saída da crise ocasionada pela pandemia.
Em entrevista à Agência
CanalEnergia, o CEO da Nexway, Marcel Haratz, confirmou que a companhia possui
musculatura para realizar novos investimentos além dos R$ 300 milhões
anunciados para os próximos três anos, com recursos vindo da própria empresa,
por meio de seus acionistas, ou via fundos de investimentos, como o recém
anunciado com a Perfin Asset, podendo ser uma das grandes engrenagens para
fomentar esse mercado no Brasil.
“Vamos captar, se vai ser
alavancado ou 100% do capital próprio é muito circunstancial, pois pegar
dinheiro emprestado acaba sendo uma estratégia que teremos que avaliar conforme
o momento do mercado para crédito”, avalia.
Na visão do executivo, as
melhores oportunidades nesse segmento atualmente estão no agronegócio, onde a
demanda é cada vez maior, além da mineração e saneamento, já que o bombeamento
de água é realizado por motores elétricos.
“Somos o país do agronegócio
e a mineração está passando por um processo de transformação, com ESG e
sustentabilidade, angariando muitos investimentos, o que pode trazer
oportunidades para eficiência energética”, comenta, citando também a gestão
entre energia elétrica e térmica no vapor gerado em usinas de biomassa ou gás
natural.
“Qualquer lugar que tenha uma
lâmpada é um potencial de eficiência, mas miramos grandes projetos, no mínimo
para a iluminação de um galpão logístico, levando diversas alternativas para
uma tomada de decisão com mais tranquilidade”, afirma Haratz, que define a
Nexway como uma solução financeira e de engenharia por implantar todo projeto e
tomar uma parte da economia.
“Identificamos a oportunidade
e fazemos a engenharia necessária para o cliente pagar 30 ou 60 dias depois que
entra em operação, num momento em que nenhum banco está emprestando dinheiro”,
complementa.
Para o CEO, um dos desafios
em relação à gestão de energia e que puxa a demanda atual é a necessidade de
conhecer o próprio consumo, através da chamada medição setorizada, que tem sido
possível graças a um novo produto, com possibilidade de instalação de um
equipamento para medir o quanto um potencial cliente está consumindo antes
mesmo de fechar o negócio.
“Tecnologicamente, tudo
avança todo ano, mas o grande divisor de águas é poder medir o antes e o
depois, conseguindo substanciar e fazer ser palpável e tangível para o cliente
vislumbrar sua economia”, comenta.
Rota de saída da crise
Ao mesmo tempo em que trouxe
um balde de água fria no seu movimento de crescimento, que deveria ter sido
maior do que 141% em 2020, Marcel conta que a pandemia trouxe também a
oportunidade da Nexway ajudar a indústria a se concentrar em seu core bussiness
e deixar a parte de eficientização para a companhia.
“Podemos ser uma alternativa
de rota para saída da crise e como o Brasil é um país exportador eu acho que
não só os empresários mas o país deveria pensar mais atentamente na questão da
eficiência”, relata, lembrando que enquanto os investidores e proprietários
guardam seus recursos os equipamentos continuam envelhecendo, sendo
ineficientes e perdendo lucratividade.
O desperdício de energia é uma realidade com impactos econômicos ao país que chegará a 40 TWh de perdas se nada for feito nas indústrias, comércio e serviços, segundo o Plano Nacional de Expansão de 2029 do Governo Federal, representando quase 40% da produção anual de Itaipu em 2019.
Já as projeções da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) com projetos de eficiência para a indústria apontam um potencial de R$ 4 bilhões em economia por ano, e R$ 2,4 bilhões para o segmento do varejo.
“Essas discrepâncias tornam o
Brasil um lugar onde existe muita ineficiência energética e ao mesmo tempo gera
uma grande oportunidade para esse mercado, que a meu ver nunca vai acabar”,
finaliza Marcel Haratz. (canalenergia)
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