O relatório anual do Conselho
Global de Energia Eólica (GWEC), que representa os produtores de energia do
vento, também projeta o Brasil como o carro-chefe do setor na América Latina,
puxando ao menos 37% da expansão até 2025.
O GWEC, já havia antecipado
dados de seu relatório anual, incluindo o informação de o Brasil mantém com
folga a liderança latino-americana. O relatório completo divulgado hoje afirma
também que o país é o 7.º no mercado global e que em 2020 perdeu apenas para
China e EUA em termos de capacidade instalada – em 2019, o país não chegou a
estar na lista dos 10 primeiros.
O desempenho notável do setor
ainda é insuficiente para frear as mudanças climáticas. As projeções do GWEC
indicam que uma capacidade de 469 GW de energia eólica será adicionada nos
próximos cinco anos, mas organismos internacionais como a Agência Internacional
de Energias Renováveis (IRENA) e a Agência Internacional de Energia (IEA)
calculam que seria necessário um mínimo de 180 GW de nova energia dos ventos
instalada todos os anos desta década para limitar o aquecimento global a 2°C.
Já para cumprir as metas de emissões líquidas zero até 2050, seria preciso
instalar até 280 GW anualmente.
Além de eliminar burocracias
e melhorar a infraestrutura geral para viabilizar as novas instalações, o GWEC
recomenda que os mercados de energia incorporem os verdadeiros custos sociais e
ambientais da poluição gerada pelos combustíveis fósseis. Essa medida,
defendem, facilitaria uma rápida transição para um sistema baseado em energia
renovável.
“É encorajador ver um crescimento recorde na China e nos EUA no ano passado, mas agora precisamos que o resto do mundo se mobilize para nos levar onde precisamos estar”, avalia Ben Backwell, CEO da GWEC. Para ele, embora muitas grandes economias tenham anunciado metas líquidas zero a longo prazo, ainda não há certeza de que ações urgentes e significativas serão tomadas para validar esses níveis de ambição. “A cada ano que passa, a montanha a ser escalada nos anos seguintes fica mais alta”, alerta.
“Em cada grande cenário analisado neste relatório, o mercado eólico deve se expandir rapidamente durante a próxima década”, avalia o chefe de Inteligência e Estratégia de Mercado da GWEC, Feng Zhao. “Mas a indústria eólica deve ter clareza de que este crescimento não acontecerá espontaneamente, e intervenções políticas urgentes são necessárias em todo o mundo”. (ecodebate)
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