segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Riscos hídricos dominam desastres naturais nos últimos 50 anos

Sem água pouco energia hídrica!!!

Ao longo do período de 50 anos, os riscos climáticos, representaram 50% de todos os desastres, 45% de todas as mortes relatadas e 74% de todas as perdas econômicas relatadas em nível global.

Riscos relacionados à água dominam a lista de desastres em termos de custos humanos e econômicos nos últimos 50 anos, de acordo com uma análise abrangente da Organização Meteorológica Mundial (WMO).

Dos 10 principais desastres, os perigos que levaram às maiores perdas humanas durante o período foram secas (650 000 mortes), tempestades (577 232 mortes), inundações (58 700 mortes) e temperaturas extremas (55 736 mortes), de acordo com para o próximo Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas de Extremos de Tempo, Clima e Água da OMM (1970-2019).

No que diz respeito às perdas econômicas, entre os dez maiores eventos estão tempestades (US $ 521 bilhões) e enchentes (US $ 115 bilhões), de acordo com trecho do Atlas, que será publicado em setembro.

Inundações e tempestades causaram as maiores perdas econômicas dos últimos 50 anos na Europa, a um custo de US $ 377,5 bilhões. A enchente de 2002 na Alemanha causou US $ 16,48 bilhões em perdas e foi o evento mais caro na Europa entre 1970 e 2019. No entanto, as ondas de calor tiveram o maior número de vítimas humanas.

Os dados mostram que, ao longo do período de 50 anos, os riscos climáticos, representaram 50% de todos os desastres (incluindo riscos tecnológicos), 45% de todas as mortes relatadas e 74% de todas as perdas econômicas relatadas em nível global.
Mudanças Climáticas

“Perigos climáticos hídricos estão aumentando em frequência e intensidade como resultado das mudanças climáticas. O custo humano e econômico foi destacado com efeito trágico pelas chuvas torrenciais e inundações devastadoras e perda de vidas na Europa Central e na China na semana passada, disse o Secretário-Geral da OMM, Prof. Petteri Taalas.

“Ondas de calor recordes recentes na América do Norte estão claramente ligadas ao aquecimento global”, disse o Prof. Taalas, citando uma rápida análise de atribuição de que as mudanças climáticas, causadas pelas emissões de gases de efeito estufa, tornaram a onda de calor pelo menos 150 vezes mais provável de acontecer.

“Mas, cada vez mais, episódios de chuvas pesadas também carregam a pegada da mudança climática. Conforme a atmosfera fica mais quente, ela retém mais umidade, o que significa que choverá mais durante as tempestades, aumentando o risco de inundações”, disse o Prof. Taalas.

“Nenhum país, desenvolvido ou em desenvolvimento, está imune. A mudança climática está aqui e agora. É imperativo investir mais na adaptação às mudanças climáticas, e uma maneira de fazer isso é fortalecer os sistemas de alerta precoce de múltiplos perigos”.

A água é o principal veículo pelo qual sentimos os impactos das mudanças climáticas. Para enfrentar com eficácia os desafios da água e do clima, devemos trazer as mudanças climáticas e a água para a mesma mesa – na mesma conversa: Enfrentá-los como um só. É por isso que a OMM está liderando uma nova Coalizão de Água e Clima, uma comunidade de atores multissetoriais, guiada por uma liderança de alto nível e focada em água integrada e ação climática, disse o Prof. Taalas.

Eventos extremos de chuva

O serviço meteorológico nacional alemão, DWD, disse que até dois meses de chuva caíram em 2 dias (14 e 15 de julho) em solos que já estavam próximos da saturação nas regiões mais afetadas da Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. A Suíça e a Áustria também foram atingidas por severas inundações.

De acordo com o DWD, cerca de 100 a 150 mm de precipitação ocorreram em 24 horas entre 14 e 15 de julho. A estação meteorológica DWD de Wipperfuerth-Gardeweg (North Rhine-Westphalia) registrou 162 mm seguida por Cologne-Stammheim (North Rhine-Westphalia) com 160 mm, Kall-Sistig (North Rhine-Westphalia) com 152 mm e Wuppertal-Buchenhofen (North Renânia-Vestfália) com 151 mm. O DWD emitiu avisos precoces oportunos e precisos.

Algumas partes da província chinesa de Henan receberam mais chuvas acumuladas entre 17 e 21 de julho do que a média anual. A estação de observação meteorológica nacional em Zhengzhou atingiu 720 mm – em comparação com sua média anual de 641 mm.

Zhengzhou, a capital de Henan, recebeu o equivalente à metade de sua precipitação anual no espaço de seis horas. A precipitação de 6 horas foi de 382 mm e das 16:00 às 17:00 do dia 20 de julho, a precipitação de 1 hora em Zhengzhou ultrapassou os 200 mm.

Mais de 600 estações registraram precipitação acima de 250 mm. A precipitação máxima foi de 728 mm. O Serviço Meteorológico de Henan iniciou a resposta de emergência de mais alto nível para lidar com as enchentes.

Um número crescente de estudos está descobrindo a influência humana em eventos extremos de chuva. Um exemplo são as chuvas extremas no leste da China em junho e julho de 2016, onde se constatou que a influência humana aumentou significativamente a probabilidade do evento, com o sinal menos claro em um terceiro estudo de revisão por pares publicado no suplemento anual do Bulletin of the American Sociedade Meteorológica.

Tendências europeias

Apesar da tragédia em curso, o número de mortes causadas por condições meteorológicas extremas geralmente está caindo por causa da melhoria dos alertas antecipados e da melhor gestão de desastres. Um alto número de mortes causadas por ondas de calor na Europa em 2003 e 2010 deu início a novos planos de ação para a saúde do calor e alertas precoces, que foram creditados por salvar muitas vidas na década mais recente.

Na Europa, no total, 1.672 desastres registrados acumularam 159 438 mortes e US $ 476,5 bilhões em danos econômicos de 1970–2019. Embora inundações (38%) e tempestades (32%) tenham sido a causa mais prevalente nos desastres registrados, as temperaturas extremas foram responsáveis pelo maior número de mortes (93%), com 148 109 vidas perdidas ao longo dos 50 anos.

As duas ondas de calor extremas de 2003 e 2010 foram responsáveis pelo maior número de mortes (80%), com 127.946 vidas perdidas nos dois eventos. Esses dois eventos distorcem as estatísticas sobre o número de mortes na Europa. A onda de calor de 2003 foi responsável por metade das mortes na Europa (45%) com um total de 72.210 mortes nos 15 países afetados, de acordo com um dos capítulos do próximo Atlas.

Na Europa, a distribuição de desastres por perigo relacionado mostra que as inundações ribeirinhas (22%), tempestades gerais (14%) e inundações gerais (10%) foram os perigos mais prevalentes na Europa.

O Atlas da OMM de Mortalidade e Perdas Econômicas por Tempo, Clima e Extremos de Água (1970-2019) (doravante denominado Atlas), que será publicado antes da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro. O Atlas é baseado no Banco de Dados de Eventos de Emergência (EM-DAT) do Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres (CRED).

É uma de uma série de iniciativas da OMM para fornecer aos tomadores de decisão informações com base científica sobre o clima e os extremos climáticos e o estado do clima global.

(ecodebate)

Desinvestimento em Ciência no Brasil pode agravar as crises hídrica e energética

“Afastamento do governo com o meio científico pode agravar cenário de crises hídrica e energética no país”, avalia professor da Unifesp

Assim como tem acontecido no cenário ambiental, que vem sofrendo com o avanço das queimadas no país, onde a participação científica nacional por meio de sua coleta de dados tem sido reduzida ou, por vezes, ignorada para a tomada de decisões no âmbito governamental, nos segmentos hídrico e energético o Brasil pode estar indo para o mesmo caminho, ampliando ainda mais o risco de crise nesses setores. A avaliação é de Décio Semensatto, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisador do centro SOU_Ciência.

“Recentemente, muitos colegiados associados aos ministérios foram esvaziados ou extintos, inclusive com a diminuição ou exclusão da participação de entidades de representação de cientistas, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Isso reduziu significativamente o diálogo entre a administração pública e o meio acadêmico, que com sua vasta produção de dados e informações poderia contribuir ainda mais nos processos decisórios estratégicos para o país. Por exemplo, no caso do Conselho Nacional da Amazônia, criado em 2020, a participação da comunidade científica é praticamente nula, o que diminui muito a possibilidade de aplicação da experiência e conhecimento que temos sobre esse bioma”, diz Semensatto.

Apesar de diversas análises acerca da crise hídrica serem desenvolvidas por pesquisadores nas universidades e em institutos de pesquisa nos últimos anos, a produção científica pode não alcançar o impacto desejado e possível justamente pela necessidade de se haver maior abertura de espaços de interação entre a gestão do governo e a comunidade científica, “que ocorre por meio de fóruns permanentes, colegiados dos ministérios e secretarias estaduais, fomento a projetos direcionados às políticas públicas e atuação de cientistas em cargos estratégicos, entre outros”, ressalta o docente.

Décio Semensatto reforça a necessidade de maior participação da comunidade científica, lembrando que “a crise hídrica e energética estão de mãos dadas, justamente porque a produção de energia no país depende muito das condições climáticas e dos recursos hídricos, que por sua vez dependem de as bacias hidrográficas estarem bem conservadas para contínua produção de água. Uma crise puxa a outra, trazendo impactos diretos para toda a sociedade. Se os governos aproveitassem melhor a capacidade científica nacional, os efeitos das crises associadas ao meio ambiente muito provavelmente seriam bem menores”.

Queimadas: exemplo a não ser seguido

O avanço das queimadas, em especial na Amazônia e no Pantanal nos últimos anos, e a forma como a esfera pública tem trabalhado a gestão de dados produzidos pela Ciência, é um exemplo desse ruído no diálogo entre os atores.

“Temos a produção técnica e científica de universidades e institutos de pesquisa sobre os cenários de mudanças climáticas, com destaque para a atuação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Dados científicos publicados no formato de relatórios e de artigos científicos normalmente chegavam à gestão governamental por meio da participação de cientistas nos colegiados ou de atuação de cientistas em cargos nos ministérios com algum poder de negociação e decisão. Na contramão disso e numa postura obscurantista, o governo federal decide agora alterar a atribuição de gestão e divulgação de informações sobre incêndios e queimadas no país, passando do INPE para o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), além de mudar a forma de registro e divulgação de dados. Isso impacta grandemente a série de dados construída pelo INPE nas últimas décadas e as simulações de mudanças climáticas no Brasil, o que certamente elevará as incertezas sobre o cenário hídrico e energético no futuro. Se queremos água para beber, produzir alimentos, energia e realizar todas as nossas atividades, temos que controlar as queimadas. Sabemos detalhes dessa relação porque cientistas brasileiros descobriram. Outro exemplo foi a recente troca de direção do INPE porque os dados sobre queimadas desagradaram. Preferiu-se desacreditar um cientista renomado que alerta para o problema, ao invés de combater o próprio problema numa ampla perspectiva. Esses tipos de ação enfraquecem o diálogo e cria barreiras para que a contribuição do que a Ciência produz de melhor seja usada em benefício nacional. Todos perdemos”.

Antes da decisão de mudança pelo presidente Jair Bolsonaro, cientistas do INPE divulgaram relatórios que demonstravam o aumento expressivo das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Esses relatórios chamaram atenção da comunidade internacional, que criou formas de pressão política conforme a situação e a gravidade.

“O desinvestimento em Ciência no Brasil, tanto no aspecto da infraestrutura quanto de pessoal, vem desde 2014 corroendo toda a estrutura de produção do conhecimento pelo próprio país. Isso conduz a uma dependência cada vez maior do que é produzido por outros países, que muitas vezes está mais alinhado à realidade local, ou vamos nos iludir de que cientistas de outros países irão estudar nossos recursos hídricos e energéticos? Perder espaço na Ciência diminui a nossa soberania, já que o controle do conhecimento científico é um elemento importante no jogo geopolítico. É notório que governos de países que sustentam suas estruturas de produção científica e que buscam ouvir cientistas para apoiá-los em suas decisões, conseguem dar maior eficiência às suas ações, mesmo apesar de nem sempre seguir a Ciência o quanto seria necessário. O resultado é o alcance de níveis de desenvolvimento e de bem-estar social um pouco melhores, pelo menos para a maioria de suas populações. Isso se vê durante a pandemia, mas também se via antes na forma como tratam as mudanças climáticas e a conservação do meio ambiente”, conclui Semensatto. (ecodebate)

Papel do etanol no mercado dos carros elétricos

Qual pode ser o papel do etanol no mercado dos carros elétricos?

Há pouca dúvida de que o automóvel do futuro é a bateria. Para a indústria sucroalcooleira, a dúvida é qual o papel do etanol num mercado em transição. A aposta está lançada.
O timing para lançar a atualização de um produto pode ser decisivo para o sucesso (ou fracasso) de uma indústria. A situação tem até um nome — efeito Osborne, uma homenagem ao americano Adam Osborne, pioneiro dos microcomputadores individuais. Em 1981, Osborne fez história ao lançar um dos primeiros computadores portáteis. A pressa em lançar um novo produto em questão de meses exigiu investimentos vultosos e acabou impactando para baixo as vendas do negócio inicial. A Osborne Corporation faliu em 1985.

Neste momento, as indústrias automotiva e sucroalcooleira estão às voltas com um efeito Osborne em potencial.

O rápido desenvolvimento de carros elétricos pode matar o negócio dos veículos a etanol, com motores movidos a combustão de biomassa, como a da cana-de-açúcar, e mais limpos do que os à base da queima da gasolina? Há gente graúda apostando nisso. (exame)

sábado, 28 de agosto de 2021

ONS aponta recorde de geração solar no Nordeste

Nordeste bate recorde de geração solar, aponta ONS.

Geração instantânea alcançou 2.211 MW em 19/07/2021.

Apesar do inverno, os raios solares continuam intensos na região Nordeste. O Operador Nacional do Sistema Elétrico/ONS registrou em 19/07/2021, novo recorde de geração solar fotovoltaica. A geração instantânea (pico) alcançou 2.211 MW, às 12h14, montante suficiente para atender a 20% da demanda do subsistema do Nordeste naquele momento.

De acordo com o ONS, o último recorde do tipo foi registrado no dia 28 de junho, quando a fonte atingiu 1.873 MW, às 12h25. Atualmente, a energia solar representa 1,9% da matriz elétrica brasileira, com expectativa de atingir 2,6% até o fim do ano. (canalenergia)

Nova usina termelétrica será construída em SP

Nova usina termelétrica será construída no estado de São Paulo. Cerca de R$ 250 milhões serão investidos no empreendimento.
Termelétrica será instalada na Usina Barra Grande, em Lençóis Paulista/SP.

A usina termelétrica será construída em São Paulo pela empresa Zilor, com negócios nas áreas de energia, alimentos e gestão de propriedades agrícolas.

A Zilor, multinacional do setor sucroenergético, anunciou no início deste mês, que irá investir R$ 250,1 milhões na instalação de termelétrica na Usina Barra Grande, em Lençóis Paulista, no interior do estado de São Paulo. A empresa após vencer um leilão para fornecimento de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica/Aneel no início deste mês anunciou que a nova unidade, que irá gerar energia a partir do bagaço de cana-de-açúcar, deve entrar em operação em abril/2024.

Os detalhes da nova usina termelétrica que será construída no estado de São Paulo.

A empresa que construirá a nova usina, explica que, em 20 anos, prazo da concessão, irá fornecer 169.068 MWh/ano, pelo valor de R$ 188,00/MWh, com reajuste anual pelo IPCA. “O volume de energia vendido no leilão representa crescimento de, aproximadamente, 30% na cogeração de energia da Companhia, contribuindo para diversificação dos negócios da Companhia e maior previsibilidade na geração de caixa”, diz.

O investimento previsto para o projeto da usina termelétrica, chamada de Usina Barra Grande 2, será no total de R$ 250,1 milhões, e será desembolsado durante os próximos três anos e os valores, de acordo com a Zilor, serão direcionados para a aquisição de caldeira, turbo geradores e demais equipamentos, além da modernização do parque industrial, moendas e consumo de vapor para a operação da termelétrica em Lençóis.

Investimentos previstos no empreendimento

O gerente de Energia Elétrica da Zilor, Gil Mesquita de Oliveira Rabello Queiroz, diz que o investimento na usina termelétrica irá gerar ganhos de receita e melhoria operacional no parque industrial, com maior eficiência (em virtude dos novos equipamentos e otimizações de processo), além de novas oportunidades de desenvolvimento local; e com a movimentação da economia, por meio da contratação de empresas de construção civil e mão de obra especializada durante a implantação do projeto.

Confira ainda: Nova usina termelétrica, que utilizará casca de arroz como combustível para gerar energia, será construída no estado do Rio Grande do Sul.

A Creral, empresa do segmento de energia, conseguiu a licença de instalação para dar prosseguimento ao projeto da usina termelétrica Litoral Norte, que será instalada no município de Capivari do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Alderi do Prado, presidente da empresa, diz que já estão trabalhando há dois anos neste projeto da usina termelétrica e que, com a licença, agora irão trabalhar no projeto executivo e na contratação dos equipamentos de geração e infraestrutura.

A usina termelétrica que será construída utilizará casca de arroz como combustível para gerar energia, com potência instalada de 5 MW, que consumirá 40 mil toneladas de casca de arroz anualmente. A casca de arroz que será utilizada na usina termelétrica em Capivari do Sul será fornecida por companhias arrozeiras dos municípios de Capivari do Sul, Santo Antônio da Patrulha e Palmares do Sul. (clickpetroleoegas)

Alcançar a meta de energia renovável

Para alcançar metas que combatem as mudanças climáticas, investimento global em energias renováveis tem que atingir, até 2050, a média anual de US$ 800 bilhões.
Medidas de incentivo aliadas aos planejamentos ambiciosos do governo são indispensáveis para que isso aconteça, segundo o relatório da IRENA.

De acordo com o estudo realizado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e pela organização Climate Policy Initiative/CPI, o investimento global em fontes de energia renováveis aumentou entre 2013 e 2018, atingindo o maior número em 2017, que contou com US$ 351 bilhões investidos. Mesmo com o acúmulo de US$ 1,8 trilhão ao longo de 5 anos por parte desse investimento, os dados da pesquisa indicam que o valor não alcança o necessário para que seja possível alcançar os objetivos que visam combater as mudanças climáticas.

Para que isso seja possível, o valor aplicado em tecnologias de geração de energia sustentável precisa atingir a marca dos US$ 800 bilhões anuais até 2050. Os subsídios foram reduzidos em 2018, passando por um crescimento em 2019. Isso porque houve a diminuição dos custos desse tipo de energia, fazendo com que a capacidade total instalada siga a tendência de expansão. Entretanto, os investimentos atuais ainda não são capazes de suprir um dos objetivos, que consiste em manter o acréscimo da temperatura global em 1,5ºC até 2050.

Segundo as entidades, o governo precisa instaurar medidas de incentivo para que as metas sejam cumpridas, tal qual o corte de aportes de combustíveis fósseis. Além disso, é de suma importância haver políticas que permitam a inserção de mais capacidades renováveis, gerando benefícios socioeconômicos por meio da descarbonização. Dessa forma, é possível investir na integração de novas técnicas e de outros sistemas que culminam em maior agilidade.

O diretor geral da IRENA, Francesco La Camera, ressalta a questão da pandemia diante do capital aplicado nesse segmento. “A tendência de investimentos em renováveis antes da pandemia de COVID-19 era positiva”, relata. “Mas a crise de saúde nos mostrou que muito mais esforço é urgentemente necessário para nos colocar em um caminho de clima compatível e permitir uma recuperação sustentável e resiliente da economia.”

“Os tomadores de decisão devem desenhar abordagens sistemas para políticas que encorajem e acelerem o fluxo de investimentos em renováveis, afastando-se dos combustíveis fósseis, e, dessa forma, permitindo o crescimento econômico, a resiliência e o bem-estar social”, completa Camera.

Salientando a relevância do aumento dos investimentos em fontes de energia renováveis, Bárbara Buchner, diretora-geral da CPI, fala sobre a indispensabilidade de combinar esse objetivo à redução e redirecionamento do capital investido em combustíveis fósseis.

“Nós pedimos mais esforços e maior coordenação entre os tomadores de decisão, instituições financeiras públicas e privadas, companhias de energia e de outros setores, e investidores, para acelerar a transição energética global. Essa ação é fundamental para um futuro mais sustentável e resiliente”, enfatiza Buchner. (portalsolar)

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

País precisa iniciar processo gradual para deixar o carvão

País precisa iniciar processo gradual para deixar o carvão, aponta estudo.

Publicação do Dieese e WWF-Brasil usa como base experiências internacionais que podem servir de exemplo ao Brasil, a transição deve ser escalonada para não impactar as comunidades que dependem da fonte.
Um estudo publicado pelo Dieese e pelo WWF-Brasil apresentou recomendações para o processo de desmobilização da indústria do carvão no país no âmbito da transição energética. O relatório avaliou a experiência de países que adotaram práticas nesse sentido, como Chile, Canadá, Alemanha e Espanha para indicar ações a serem tomadas que podem servir de exemplo para o Brasil.

Até porque, diz, os subsídios à fonte que constam na CDE estão com o final agendado em lei para 2027. Outro ponto destacado é a perspectiva cada vez mais próxima de falta de recursos para financiar novas usinas dessa modalidade, como já vem ocorrendo em alguns países, como já anunciado no G7, grupo que reúne as nações mais industrializadas.

Em linhas gerais, aponta o estudo, a transição não pode ser feita de maneira imediata e repentina. Dever haver um plano para, além de buscar alternativas para a produção de energia, “é preciso incluir na discussão todos os atores envolvidos no tema, como os trabalhadores do setor mineral. Eles não podem simplesmente ser “avisados” de que seus serviços não serão mais necessários porque o Estado em questão está mudando a matriz energética. Eles precisam participar do debate, sugerir alternativas e se ver contemplados nas políticas públicas de transição e inclusão”.

Na publicação, citam que em todas as experiências internacionais analisadas, o encerramento das atividades relacionadas ao carvão ocorre de forma escalonada temporalmente e segue um planejamento coordenado pelo Estado. E que por essa razão, muitos países estabelecem metas intermediárias antes do encerramento total das atividades.

Tomando essas premissas como base, as entidades afirmam que as regiões brasileiras baseadas nesta economia fóssil comecem, o quanto antes, a avaliar os cenários futuros, conhecer experiências similares e desenvolver trabalhos conjuntos em busca dessa transição, envolvendo empresas, governos e trabalhadores do setor.

Ao final há uma série de itens acerca de diferentes abordagens que devem ser tomadas para o processo. Essas passam por financiamento, mercado de trabalho, articulação com a sociedade local e planos de ação. São ao total, 27 itens apreendidos das experiências internacionais avaliadas para a transição.

O estudo está disponível para download no site do Dieese e pode ser acessado ao clicar aqui. (canalenergia)

Shell e Gerdau fecham parceria em nova usina de energia solar em MG

Shell e Gerdau fecham parceria inédita para investimentos em uma nova usina de energia solar no estado de MG.
Projeto pioneiro no País combina captação eólica e solar. Empresas buscam autossuficiência em meio à crise hídrica.

Com o objetivo de caminharem juntas rumo a sustentabilidade, a Shell Brasil e Gerdau estabeleceram ideias para uma joint venture de investimentos na instalação de uma nova usina de energia solar em MG

A Shell Brasil e a Gerdau fecharam uma parceria de cooperação para efetuar investimentos em uma usina de energia solar no município de Brasilândia de Minas, em Minas Gerais (MG). A parceria estabelece ideias iniciais para a criação e discussão de uma nova joint venture.

Nova usina de energia solar em MG terá capacidade de 190 MW

A usina que recebeu o nome de Aquarii terá uma capacidade instalada de 190 MW e fornecerá uma parte da energia sustentável para o mercado livre de energia, por meio da comercializadora de energia da Shell e outra parte para as unidades de Produção de aço da Gerdau, a partir do ano de 2024. A joint venture de energia solar, terá participação igualitária das duas empresas e compõe a estratégia de descarbonização e transição energética das companhias.

Se trata de um passo voluntário da Shell Brasil na oferta de mais serviços e produtos que venham da energia renovável, que está completamente alinhada com a busca de uma matriz energética mais limpa pela Gerdau.

O investimento em energia solar também venderá eletricidade para consumidores livres, contribuindo com o aumento do parque gerador do estado de MG e com a segurança energética da região com mais energia sustentável.

O primeiro projeto de energia solar da Shell no Brasil

De acordo com Guilherme Perdigão, Diretor de Renováveis e Soluções de Energia da Shell Brasil, este o primeiro investimento da empresa em energia solar fotovoltaica no país, um marco que diversifica a atuação da Shell no Brasil.

Segundo o executivo, a presença de um aliado como a Gerdau neste caminho enche a sua empresa de orgulho e é um ponto de confiança neste propósito, na Shell e em sua capacidade como criadora de soluções de energia para os consumidores.

Executivo da Gerdau fala sobre a parceria com a Shell

O vice-presidente da Gerdau, Juliano Prado, completa que a Joint Venture para desenvolver e operar a usina de energia solar em MG compõe um grande plano de investimentos em energias sustentáveis nas Américas.

A iniciativa fortalece o compromisso com a inclusão de fatores ESG e a visão de longo prazo da companhia como pilares essenciais para as decisões da empresa.

Segundo o executivo, a parceria com a Shell garantirá uma tecnologia e experiência de ponta no setor de energia solar, o que resultará em uma maior eficiência e uma oportunidade de autoprodução, reforçando o comprometimento da Gerdau com um futuro livre de poluição. (clickpetroleoegas)

Enel fecha contrato para suprir 170 lojas da Renner com energia eólica

Companhia atenderá quase metade das unidades da marca através do complexo ‘Fontes dos Ventos II’ (99 MW – PE), além do novo centro de distribuição em SP.
A Enel fechou um contrato com a ‘Lojas Renner’ para suprir a demanda energética de 170 lojas e do seu novo centro de distribuição (CD) em construção na cidade de Cabreúva (SP), a partir do complexo eólico Fontes dos Ventos II, um projeto de US$ 84 milhões e 99 MW da Enel Green Power em implementação no município de Tacaratu (PE), na bacia do rio São Francisco.

Com o acordo a expectativa é que 80% do consumo corporativo da rede varejista  passe a ser atendido por fontes renováveis de baixo impacto, cinco pontos acima da meta de 75% estabelecida para o fim de 2021 em compromisso público.  Considerando só as lojas, 40% de toda demanda da marca no Brasil será suprido com o volume previsto no contrato com a elétrica.

Atualmente a Renner já consome energia de fazendas solares e de pequenas centrais hidrelétricas, com a nova parceria significando mais diversificação para sua matriz energética. E agora por meio da Enel Trading, firma contratos com duração de 15 anos na modalidade PPA (Power Purchase Agreement) para a compra da energia limpa.

A varejista também fechou acordos com a Enel Green Power para ter acesso a certificados internacionais de energia renovável (I-REC’s) que atestam a origem da energia prevista no acordo.

Maio/2020 a geradora recebeu a outorga da Aneel para implantar o parque eólico e a previsão é de que a usina entre em operação comercial em dezembro deste ano, com volume máximo previsto no contrato com Renner de 11,3 MWm, equivalente a um consumo de 100 GWh/ano. (canalenergia)

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Demanda global por eletricidade cresce mais rápido do que as renováveis

AIE: Demanda global de eletricidade está crescendo mais rápido do que as renováveis.

Isso tem levando a um forte aumento na geração energia a carvão e outros combustíveis fósseis, o que deve empurrar as emissões de CO2 do setor de energia para níveis recordes em 2022.
Um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um aumento de 5% na demanda de eletricidade em 2021, com quase metade do aumento atendido por combustíveis fósseis, principalmente carvão, o que deve empurrar as emissões de CO2 do setor de energia para níveis recordes em 2022.

Depois de cair cerca de 1% em 2020 devido aos impactos da pandemia Covid-19, a demanda global de eletricidade deve crescer cerca de 5% em 2021 e 4% em 2022 – impulsionada pela recuperação econômica global – de acordo com a última edição do relatório semestral do mercado de eletricidade da AIE, divulgada nesta quinta-feira, 15 de julho. A maior parte do aumento na demanda de eletricidade deverá vir da região Ásia-Pacífico, principalmente China e Índia.

A geração de eletricidade a partir de fontes renováveis ​​- incluindo energia hidrelétrica, eólica e solar fotovoltaica – deve crescer fortemente em todo o mundo nos próximos 2 anos – 8% em 2021 e mais de 6% em 2022. Entretanto, mesmo com esse forte crescimento, as energias renováveis ​​só serão capazes de atender a cerca de metade do aumento projetado na demanda global de eletricidade nesses 2 anos.

Demanda elétrica global cresce mais do que a expansão das renováveis.

A geração de eletricidade baseada em combustíveis fósseis deve cobrir 45% da demanda adicional em 2021 e 40% em 2022, com a energia nuclear respondendo pelo restante. Como resultado, as emissões de CO2 do setor elétrico – que caíram tanto em 2019 quanto em 2020 – devem aumentar 3,5% em 2021 e 2,5% em 2022, o que as levaria a um recorde histórico.

“A energia renovável está crescendo de forma impressionante em muitas partes do mundo, mas ainda não está onde precisa estar para nos colocar no caminho para atingir emissões líquidas zero até meados do século”, disse Keisuke Sadamori, Diretor da AIE Mercados de energia e segurança. “À medida que a economia se recupera após a pandemia, vimos um aumento na geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis. Para mudar para uma trajetória sustentável, precisamos intensificar maciçamente o investimento em tecnologias de energia limpa – especialmente energias renováveis ​​e eficiência energética”.

No caminho estabelecido no roadmap AIE até 2050, quase três quartos das reduções de emissões globais entre 2020 e 2025 ocorrem no setor de eletricidade. Para atingir esse declínio, o caminho exige que a geração de eletricidade a carvão caia em mais de 6% ao ano.

No entanto, a geração de eletricidade a carvão deve aumentar quase 5% este ano e mais 3% em 2022, atingindo potencialmente um recorde histórico, de acordo com o Relatório do Mercado de Eletricidade. A geração a gás, que diminuiu 2% em 2020, deve aumentar 1% em 2021 e quase 2% em 2022. O relatório completo, em inglês, pode ser visto aqui. (canalenergia)

Solução estrutural da crise hídrica passa pelas renováveis

Solução estrutural da crise hídrica passa pelas renováveis, aponta Escolhas.
Estudo aponta que mentalidade e práticas para combater a crise hídrica no Brasil são as mesmas de 20 anos atrás e não contemplam eficiência energética nem mudanças climáticas.

Mesmo depois de 20 anos do racionamento de energia o país continua sem aprender o que fazer. Nesse momento de crise hídrica, avalia o Instituo Escolhas, avançar rumo às fontes renováveis é o caminho estrutural para que o Brasil possa agregar mais segurança à sua matriz e não por meio de soluções imediatistas como as que têm sido tomadas atualmente.

Em um estudo publicado, o Instituto aponta que nem a mentalidade tampouco as práticas mudaram uma vez que se vê novamente a busca por geração térmica como saída para a questão. Na análise da entidade, o governo mantém-se preso “soluções imediatistas e que já se mostraram pouco efetivas, como também em termos estruturais”, aponta.

Um dos caminhos para mitigar os efeitos seria a contratação massiva de fontes renováveis não hídricas, ou seja, eólica, solar e biomassa para complementar a geração hidrelétrica do país e ajudar na recuperação dos reservatórios. E cita também a necessidade de abrir mais espaço na matriz para outras opções, como o biogás, que também poderia contribuir para a geração centralizada com a realização de leilões dedicados.

Mesmo em relação à hidroeletricidade o país continua utilizando “velhas fórmulas, baseadas em sequências históricas que não consideram as profundas e aceleradas mudanças climáticas e ambientais”. Em entrevista concedida à Agência CanalEnergia no final de junho, Larissa Rodrigues, gerente de Projetos e Produtos do Instituto Escolhas, lembrou que na bacia do Paraná, a mais afetada pela atual crise hídrica, tem-se notado uma mudança no perfil de vazões nos últimos 20 anos. E ainda, que em momentos de normalidade de chuvas o problema é esquecido e só volta aos holofotes quando a seca bate à porta.

Na bacia do Paraná, a mais afetada pela atual crise hídrica, tem-se notado uma mudança no perfil de vazões nos últimos 20 anos, Larissa Rodrigues, do Instituto Escolhas.

E o relatório do Instituto continua ao afirmar que o “fantasma de um racionamento, por mais que se tente afastá-lo, é cada vez mais real. Logo, é preciso de uma vez por todas considerar os efeitos das mudanças climáticas no planejamento e operação do setor”.

Outra sugestão indicada na publicação passa pela implantação de um sistema de gestão integrada dos recursos hídricos. Isso significaria melhorar o monitoramento da água, com planejamento e gestão efetiva de todos os dados relativos às retiradas, uso e retorno desse recurso. Para isso, seria necessária a alteração das séries de vazões, um monitoramento mais preciso das precipitações, com mais postos de medição, melhor aparelhamento e distribuição geográfica. E ainda, a criação de uma base de dados oficial sobre o tipo de sistema de resfriamento de cada termelétrica, entre outras.

“É preciso, ainda, rever o papel que cada fonte vem recebendo do planejamento energético brasileiro nas projeções de expansão, sobretudo no que tange à insistência em ampliar a participação do gás natural no mix elétrico. É possível garantir o abastecimento de energia elétrica aumentando-se mais e mais a participação das fontes renováveis – eólica, solar e de biomassa –, a ponto de tais fontes atingirem participação de 44% no total da matriz elétrica em 2035, ante os 19% atuais”, defende o Escolhas.

Velhas soluções

O Instituto critica a opção que o governo tem dado por expandir a oferta de usinas termelétricas como a alternativa para resolver o problema atual. Nesse contexto cita a MP 1055 com a formação do CREG e a previsão da contratação de energia de forma emergencial, que pode vir, de novo, das termelétricas que queimam combustíveis poluentes.

E essa crítica é estendida ao Congresso Nacional também que incluiu 8 GW de potência em novas térmicas a gás natural na MP 1031, convertida na lei 14.182.Nesse caso por incluírem as usinas em uma região como o Nordeste, onde os usos múltiplos da água tem levado a taxas como a criada no Ceará, já que as centrais de geração também precisam de água para operar. E, claro, onde não há a infraestrutura para disponibilizar o combustível.
Crítica do Escolhas à geração térmica decorre desta ser a mesma solução adotada 20 anos atrás.

Na avaliação do Escolhas o país precifica as fontes energéticas sem observar todos os seus atributos ambientais e sociais, criando assim uma falsa ilusão de fontes “mais baratas” e “mais caras” e ignorando os novos parâmetros que hoje deveriam guiar a expansão energética.

O motivo para que esse comportamento ocorra deve-se à falta de diálogo com outros setores, como o agropecuário, o de saneamento e o de aterro sanitário/resíduos sólidos urbanos (RSU), que podem garantir oferta elétrica tanto para o Sistema Interligado Nacional (SIN) como para a geração distribuída.

Mas admite que seria injusto não mencionar que de 2001 para cá houve mudanças na matriz elétrica brasileira. A principal delas, continua, é certamente a maior diversificação de fontes.

Eficiência

Outro ponto destacado no relatório do Instituto Escolhas está no ponto de eficiência energética. Se o país tivesse adotado ações no passado seria possível ter economizado energia por meio do não consumo.

Para a entidade continuamos considerando supereficientes energeticamente aparelhos que, em outros lugares do planeta, já se tornaram “lembranças do passado”. Cita que o país ganharia caso o Inmetro passasse a exigir maior eficiência de equipamentos, principalmente do ar condicionado e geladeiras.

Segundo dados apresentados no estudo, com o alinhamento das políticas industriais e de eficiência energética para os aparelhos de ar-condicionado, a energia que deixaria de ser necessária para suprir o consumo brasileiro chegaria a R$ 68,5 bilhões até 2035. Seriam 240,94 mil GWh – metade do consumo registrado em 2020 – evitados apenas para suprir o consumo dos aparelhos de ar-condicionado disponíveis para a população do país hoje, com o nível de eficiência energética exigido pela legislação atual. E isso, lembra, sem falar nas emissões de 6,7 milhões de toneladas de CO2 evitadas.

Nas geladeiras, o ganho financeiro seria ainda maior e em menor tempo, com uma redução de 130 TWh de consumo elétrico até 2030. Em consequência, aponta que a pressão do consumo elétrico hoje seria bem menor.

Eficiência Energética é outra fonte desprezada no Brasil. Hoje consumidor tem pouca margem para contribuir com a redução de demanda por energia elétrica. Sérgio Leitão, Instituto Escolhas.

“A eficiência energética é outra fonte desprezada, mais um sinal do nosso atraso. Ainda pensamos o planejamento como uma relação linear entre oferta e demanda, quando justamente o que se pede agora é o oposto: de quanto menos energia iremos precisar para fazer o país funcionar. Mas hoje há pouca margem para que o consumidor contribua com a redução do consumo”, reforça o presidente do Escolhas, Sergio Leitão.
Segundo sua análise, o consumidor não pode ser culpado pela crise elétrica. Segundo Larissa Rodrigues, mesmo se hoje ele tivesse recursos financeiros para substituir equipamentos menos eficientes por outros mais eficientes, não os encontraria no mercado. Com isso defende que é preciso também renovar a oferta de produtos para o consumidor. Senão, ele continuará pagando a alta conta dos sobressaltos elétricos. (canalenergia)

Biocombustíveis ampliam participação na matriz global de combustíveis líquidos

A indústria biocombustíveis sofreu um golpe no ano passado com quedas tanto na demanda quanto na produção global. Mesmo assim, os combustíveis de biomassa conseguiram se segurar melhor do que outros combustíveis líquidos e aumentaram – pelo menos um pouco – sua fatia na matriz mundial. É isso o que revela a edição mais recente do Statistical Review of World Energy, relatório anual que resume dados sobre o setor de energia no mundo que a petroleira britânica BP vem publicando nos últimos 70 anos.

Segundo o relatório, diariamente foram consumidos 1,68 milhão de barris equivalentes de petróleo (bep/d) em biocombustíveis ao redor do mundo – 997,1 mil bep/d em substitutos para a gasolina e 682,2 mil bep/d para o diesel. Em relação a 2019, a demanda mundial apresentou uma contração de 5,2%.

Embora esse não seja o primeiro resultado anual negativo para os biocombustíveis, já fazia um bom tempo que o mercado não havia fechado um ano no vermelho. A última vez havia sido em 2001, quando a retração chegou a 2,7%. Na época, a demanda global era inferior a 197,3 milhares de bep/d. (biodieselbr)

domingo, 22 de agosto de 2021

Edital da Procel para eficiência energética em edificações públicas

Procel abre chamada pública para eficiência energética de edificações públicas.

Com investimento de R$ 67,5 milhões, a chamada contempla edificações públicas federais, estaduais e municipais existentes em todo país.
A Eletrobras informou que, por meio do Procel, está lançando o edital da Chamada Pública Procel – Eficiência Energética no Setor Público, onde investirá R$ 67,5 milhões em projetos de eficiência energética de edificações públicas em todo o país, um investimento recorde neste segmento. A chamada contempla edificações públicas federais, estaduais e municipais existentes, localizadas em todo o território nacional.

Para se candidatar, a instituição pública deverá submeter a documentação da proposta técnica, conforme descrito no edital. A Coordenação do Processo Seletivo da Chamada Pública - Eficiência Energética no Setor Público irá avaliar a documentação e determinará pela habilitação e classificação da proposta técnica. As propostas habilitadas e classificadas na 1ª fase estarão aptas a seguir para a 2ª e última fase da Chamada Pública. Somente a(s) proposta(s) técnica(s) aprovadas na 1ª fase seguirão para a 2ª fase.

De acordo com edital, uma vez selecionados, os projetos deverão ser implementados pelas instituições proponentes, de acordo com instrumento jurídico específico a ser firmado com a Eletrobras, no âmbito do Procel, que concederá auxílio financeiro para este fim. Os proponentes deverão obter a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) classe A, atendendo a Instrução Normativa SLTI/ MPOG nº 02 de 2014.

Os interessados poderão realizar as inscrições entre os dias 1º de setembro à 26 de novembro de 2021, através do site da Eletrobras. Já em 26/08/21, das 14h às 16h, foi realizado um workshop on-line gratuito para esclarecer dúvidas dos interessados. No evento, destinado a agentes do setor público e a consultores do mercado de eficiência energética, serão apresentadas a chamada pública, e todos os processos que cabem as fases e ao cronograma. Para mais informações sobre a Chamada Pública Procel – Eficiência Energética no Setor Público, enviar e-mail para cpedifica@eletrobras.com. Abaixo segue o cronograma com as 2 fases da chamada pública.

(canalenergia)

CE quer o fim dos veículos de combustão interna a partir de 2035

Comissão Europeia quer o fim dos veículos de combustão interna a partir de 2035.
Bruxelas propôs em 14/07/21 reduzir a zero as emissões de CO2 de carros novos na UE a partir de 2035, o que de fato interromperia as vendas de veículos a gasolina e diesel em favor de motores 100% elétricos.

A medida deve ajudar a cumprir os objetivos climáticos da UE, mas "também irá beneficiar os cidadãos, reduzindo os custos de energia e melhorando a qualidade do ar", explicou a Comissão.

No entanto, para a indústria automotiva, a proposta "não é uma solução racional", segundo a Associação de Fabricantes de Automóveis Europeus (ACEA).

"Banir uma tecnologia não é uma solução racional neste momento", disse a organização, que acredita que "todas as opções, incluindo motores térmicos altamente eficientes, híbridos e veículos a hidrogênio, devem desempenhar um papel na transição para a neutralidade climática".

A indústria está preocupada com a falta de postos de recarga e uma transformação industrial que pode causar uma hemorragia de empregos. Mesmo que já esteja envolvida na transição.

"Uma dezena de grandes fabricantes na Alemanha e na Europa já anunciou uma transformação da sua frota para veículos com emissões zero entre 2028 e 2035", sublinhou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O projeto, se aprovado tal como está, significaria o fim em 2035 das vendas de veículos com motores térmicos, incluindo híbridos (gasolina-elétricos) e híbridos recarregáveis.

Sendo os veículos elétricos a bateria os únicos a cumprir o requisito de emissão zero, estes seriam de fato os únicos no novo mercado europeu, mesmo que nenhuma tecnologia seja oficialmente imposta.

Mas a proposta da Comissão ainda será debatida durante mais de um ano pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-membros, o que poderá conduzir a ajustes importantes.

"Nada do que foi apresentado hoje será fácil, será mesmo muito difícil", admitiu o comissário europeu para o Meio Ambiente, Frans Timmermans, evocando a necessidade de agir no interesse das gerações futuras.

O automóvel, primeiro meio de transporte dos europeus, representa cerca de 15% das emissões de CO2, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global.

Queda de braço

Uma queda de braço já é travada entre os principais países produtores (Alemanha, França, Espanha, Itália) contra aqueles sem fabricantes nacionais, como Áustria, Dinamarca ou Holanda. A França indicou que quer defender a sobrevivência dos híbridos após 2035.

Ao mesmo tempo, o Executivo europeu está empenhado em desenvolver a rede de estações de recarga. "Ao longo das principais estradas da Europa, deve haver pontos de recarga a cada 60 quilômetros", prometeu Ursula von der Leyen.

No final do ano passado, a UE contava com 260.000 pontos de carregamento acessíveis ao público entre seus 27 Estados-membros, 70% dos quais em apenas três países (Alemanha, França, Holanda).

Ela promete 1 milhão em 2025, 3,5 milhões em 2030 e 16,3 milhões em 2050.

A Europa já havia imposto, em 2020, um limite médio de 95 gramas de CO2 por quilômetro às montadoras, que deveria ser reduzido em 15% em 2025 e em 37,5% em 2030.

Finalmente, esta redução será reforçada para atingir 55% em 2030, depois 100% em 2035, de acordo com a proposta de Bruxelas.

Esses números representariam um imenso baque para uma indústria que também terá de contar, até 2027, com o endurecimento das normas de poluição impostas aos motores térmicos.

As normas existentes já produziram efeitos, tendo os fabricantes sido obrigados a investir dezenas de bilhões de euros na eletrificação da sua gama.

Em um mercado em declínio devido à pandemia do coronavírus, os carros 100% elétricos fizeram um grande progresso. Entre abril e junho, representaram 9,3% dos novos registros na Europa Ocidental, uma participação mais de quatro vezes maior em dois anos, de acordo com o analista Matthias Schmidt.

O projeto da Comissão encantou os ambientalistas. “Este é um ponto de inflexão para a indústria automotiva e uma boa notícia para os motoristas”, disse o diretor executivo da ONG Transporte e Meio Ambiente, William Todts.

Segundo ele, "as novas regras da UE vão democratizar os carros elétricos e dará um grande impulso ao carregamento, o que significa que os carros limpos serão em breve acessíveis e fáceis de carregar para milhões de europeus". (biodieselbr)

Reino Unido proibirá caminhões com motor de combustão em 2040

O Reino Unido apresentou em 14/07/21 sua transição ecológica para o setor de transporte, com a proibição em 2040 da venda de novos caminhões de gasolina e diesel, e a chegada de aviões limpos aos céus, caso a tecnologia permita.

O Ministério de Transportes afirmou em um comunicado que seu objetivo é que todos os transportes sejam neutros em carbono até 2050.

O primeiro-ministro Boris Johnson já havia decidido adiantar a proibição da venda de novos veículos leves movidos a gasolina e diesel de 2040 para 2030.

Agora, seu governo decidiu que os caminhões de mais de 26 toneladas que usarem combustíveis fósseis estarão proibidos a partir de 2040. Para os que pesam entre 3,5 e 26 toneladas, o prazo será 2035.

Além disso, a frota governamental de 40.000 carros e vans será totalmente elétrica em 2027, três anos antes do previsto.

No setor do transporte aéreo, o Executivo de Johnson pretende alcançar a neutralidade das emissões de carbono nos voos nacionais e em todos os aeroportos da Inglaterra para 2040, e nos voos internacionais para 2050.

"É um grande desafio, não há dúvidas", reconheceu o ministro de Transportes, Grant Shapps, na Sky News. "São as mudanças mais profundas que já vimos em nossa rede de transportes", afirmou.

Os compromissos ambientais do Reino Unido estão sob crescente análise, já que o país sediará a conferência sobre o clima COP26 em Glasgow em novembro.

A organização patronal CBI recebeu as medidas com satisfação, mas advertiu que devem estar "acompanhadas de planos credíveis para acelerar o desenvolvimento de tecnologias limpas, como o hidrogênio e os combustíveis de aviação respeitosos ao meio ambiente".

Matthew Fell, um de seus responsáveis, acrescentou que o país precisa desenvolver uma infraestrutura em grande escala para os postos de recarga de veículos elétricos.

Mais crítica, a ONG ambiental Greenpeace lamentou que a visão do governo "parece continuar limitada ao transporte rodoviário". Em relação à aviação, alcançar os objetivos "apenas com os avanços tecnológicos é uma aposta muito grande", segundo seu responsável Doug Parr.

Reino Unido eliminará gradualmente aviões e caminhões movidos a combustíveis fósseis até 2040.

"Todo o mundo ficará contente se isso acontecer, mas precisamos de um mecanismo para reduzir as emissões caso esses avanços não se materializem", destacou. (biodieselbr)