O
Lactec – centro de referência para o mercado de energia em tecnologia e
inovação – já tem mobilizado sua equipe de pesquisadores em torno do tema e
promoveu, na última semana, o debate “Hidrogênio Energético: PNH2, cases e
oportunidades”, que se constituiu no 8º episódio do Energy Tech Talks, do Canal
Energia, by Informa Markets. Além de um especialista do Lactec, o webinar
contou com a participação de representantes do Ministério de Minas e Energia
(MME) e da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren).
O presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna,
abriu o evento, destacando que a proposta de encontros como esse é, justamente,
contribuir para a construção desse novo e promissor mercado. “O momento é de
diálogo, de troca de conhecimentos e experiências para que, nesse espírito
colaborativo entre os agentes envolvidos, possamos ajudar a desenhar uma
estratégia para o hidrogênio no Brasil. Como parceiros tecnológicos do setor de
energia, estamos prontos para apoiar os players desse mercado”, afirmou.
Ao falar sobre a importância do hidrogênio para a transição energética, a chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do MME, Agnes Maria de Aragão da Costa, pontuou os eixos e diretrizes do PNH2 e antecipou alguns dos próximos desdobramentos em relação às políticas para o hidrogênio. “O PNH2 possivelmente não será uma lei, mas uma agenda de trabalho plurianual, com metas, prazos, responsáveis […], justamente para que a gente possa nivelar expectativas e todo mundo saber como o Brasil está evoluindo e como cada um pode contribuir nesse esforço”, revelou Agnes, acrescentando que a governança do PNH2 será baseada em um comitê técnico representativo de todas as partes interessadas.
Cases no Brasil e no mundo
No
evento promovido pelo Lactec, o presidente da Abren, Yuri Schmitke Almeida
Belchior Tisi, fez uma correlação entre a urgência de tecnologias para dar
destinação adequada aos resíduos sólidos no Brasil e a viabilidade de produzir
hidrogênio, a partir do tratamento dos resíduos. “Essa é uma rota tecnológica
que está sendo considerada mundialmente”, assegurou Tisi, ao apresentar cases
de projetos em países como Japão e Índia, que usam o processo de gaseificação
de biomassa ou de plástico para produzir hidrogênio.
O
pesquisador do Lactec na área de eletroquímica, Patricio Impinnisi, lembrou que
a comunidade técnico-científica brasileira já foi desafiada anteriormente a desenvolver
uma rota tecnológica baseada no hidrogênio. Isso foi há cerca de 20 anos,
quando o país vivia uma grave crise energética. Na ocasião, em parceria com a
Copel, o Lactec desenvolveu um projeto de P&D com células a combustível de
hidrogênio para avaliar a geração de energia elétrica e térmica. Ao longo de 10
anos, a pesquisa não só comprovou a eficiência da tecnologia como resultou em
vários outros aprendizados sob as perspectivas técnica e ambiental. No entanto,
outras tecnologias – como as baterias – acabaram sendo priorizadas.
“Hoje, 20 anos depois do início daquele projeto, o mundo se volta novamente para a utilização do hidrogênio como um vetor energético estratégico, principalmente para atingir as metas ambientais determinadas pelo Acordo de Paris”, apontou Impinnisi. “O Lactec é um instituto que trabalha incansavelmente para fortalecer as bases tecnológicas do país e está pronto para colocar sua capacitação profissional, sua infraestrutura, seu conhecimento e experiência no intuito de superar todos os possíveis obstáculos que possam surgir no caminho de tornar a economia do hidrogênio um fato real”, concluiu o pesquisador.
Para assistir à gravação do webinar na íntegra, clique aqui. (canalenergia)
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