De
acordo com o coordenador do Gesel, a produção de hidrogênio verde no Brasil
poderá se tornar uma grande oportunidade. Muitos países da Europa não terão
como produzir o suficiente para abastecer a demanda e precisarão importar o
energético. Ele dá como exemplo a Alemanha, que vai importar 90% da sua
necessidade de consumo de H2 em 2050. Ainda segundo Castro, essa
produção de H2 faria com que os investimentos em geração e transmissão
aumentassem sem depender da demanda.
O
debate sobre a sustentabilidade do consumo vai além da fonte e também alcança a
eficiência energética, um conceito que ainda não está totalmente difundido no
Brasil. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de
Conservação de Energia, Frederico Araújo, a EE também pode trazer um ganho na
sustentabilidade. Somente a indústria tem um potencial de economia de R$ 4
bilhões por ano, o triplo da usina a carvão Pecem I (CE). “Quando começamos
diminuir o desperdício, aliviamos todo o sistema brasileiro, desde a geração”,
comenta.
Ainda
segundo Araújo, hoje no país não há indicadores obrigatórios de eficiência para
os segmentos industrial e comercial, o que prejudica qualquer tipo de esforço.
“Hoje consome-se do jeito que quiser o Brasil”, lamenta. A falta de obrigação
tiraria o impacto de leis de eficiência ou de projetos com o Procel. Ele conta
que há um aumento de procura na questão do ESG, que envolve eficiência.
O
executivo da América Energia cita ainda o setor de bebidas, que vem investindo
em autoprodução renovável, dando largada em vários projetos de eólicas e solares
incluindo a sua cadeia. Ele também vê uma boa perspectiva para o H2, frisando
que pode ser uma boa alternativa para o setor de transportes.
As
mudanças em modelos de negócios e tecnologias que o setor elétrico vem passando
são similares as que o setor de telecomunicações passou no início do século. De
acordo com Flavio Souza, Diretor Comercial da CPFL Soluções, a tendência do
consumo de energia é que ele apenas cresça, o que vai demandar a definição de
padrões de consumo. “Requer que tenhamos soluções e um planejamento muito bem
estruturado”. pontua. Segundo Souza, a boa gestão da energia não pode ser
esquecida.
O
diretor da CPFL Soluções foi mais um que se mostrou animado com o hidrogênio
verde, revelando que vem conversando com clientes que tem interesse em investir
na fonte. “O objetivo é investir em todas as fontes e nos produtos e soluções
de mercado para atender os clientes”, aponta.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica, Flavio Neiva, reforçou que apesar da entrada de novas tecnologias e fontes renováveis, a expansão com a fonte hídrica ainda se faz necessária. Segundo ele, a controlabilidade que as UHEs oferecem é essencial para um sistema interligado. Segundo ele, UHE também tem despachabilidade que segue a curva de carga, enquanto a térmica está na base.
Neiva alertou que a construção de reservatórios de acumulação deve voltar a ser debatida. “O Brasil não está enfrentando fortemente essa necessidade”, denuncia. Segundo ele a fonte eólica não é capaz de suprir essa lacuna do sistema. (canalenergia)
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