AIE: aumento de renováveis possibilita net zero e aquecimento em 1,5°C.
Roteiro de Net Zero 2023 sinaliza que procura de combustíveis fósseis cai 80% em 2050.
Em 2050, a procura de
combustíveis fósseis cai 80%. Como resultado, não são necessárias novas
centrais a carvão, assim como novos projetos de petróleo e gás no longo prazo,
novas minas de carvão ou extensões de minas.
AIE: gastos globais com
energia limpa precisam chegar a US$ 4,5 bilhões por ano até 2030.
Agência Internacional de
Energia divulga Roteiro Net Zero 2023 sobre como chegar à neutralidade de
carbono em 2030 e prevê necessidade de maior cooperação internacional para
mobilizar recursos.
A Agência Internacional de
Energia (AIE) publicou em 26/09/23 a atualização de 2023 do Roteiro Net Zero
(Marco Net Zero Roadmap da IEA), que propõe um caminho para a neutralidade
carbônica até 2050. De acordo com o estudo, será necessário mobilizar um
aumento significativo do investimento, especialmente nas economias emergentes e
em desenvolvimento. Os gastos globais com energia limpa precisam aumentar de R$
1,8 bilhão por ano em 2023 para R$ 4,5 biliões anuais no início da década de
2030.
O roteiro atualiza as
projeções da edição de 2021, considerando as novas tecnologias surgidas no
período. Assinala também que o investimento em combustíveis fósseis continuou
aumentando no período.
No cenário atual de emissões líquidas zero, há um enorme aumento da capacidade de energia limpa, impulsionado por políticas públicas, e redução da procura de combustíveis fósseis em 25% até 2030, afirma a AIE. Em 2050, a procura de combustíveis fósseis cai 80%.
Investimento em petróleo e gás ainda será necessário
Como resultado, não seriam
necessários novos projetos de petróleo e gás de longo prazo. Nem de exploração
de novas minas de carvão. No entanto, ainda é necessário um investimento
contínuo em alguns ativos de petróleo e gás existentes e em projetos já
aprovados. O aumento do investimento em energia limpa precisa ocorrer em
paralelo ao declínio do investimento no fornecimento de combustíveis fósseis
para evitar picos de preços prejudiciais ou excessos de oferta.
O texto sublinha a
importância de uma cooperação internacional mais forte para limitar o
aquecimento global a 1,5°C. Adverte que a incapacidade de aumentar
suficientemente a ambição e a implementação entre agora e 2030 criaria riscos
climáticos adicionais e tornaria inviável o objetivo de limitar o aquecimento
global a 1,5°C.
Num caso de ação atrasada,
que o relatório examina, como o fracasso na expansão da energia limpa com
rapidez suficiente até 2030, quase 5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono
(CO2) teriam que ser removidos da atmosfera todos os anos durante a
segunda metade deste século. Se as tecnologias de remoção de carbono não
funcionarem a esta escala, diz o texto, não será possível regressar ao limite
de aumento da temperatura em 1,5°C.
“Remover carbono da atmosfera é muito caro. Devemos fazer todo o possível para parar de colocá-lo lá”, disse o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol.
Mais energia limpa e minerais são fundamentais
Cadeias de abastecimento mais
resilientes e diversificadas para tecnologias de energia limpa e minerais
essenciais necessários para as produzir são fundamentais para a construção de
um setor energético com emissões líquidas zero, de acordo com o relatório.
No caminho líquido zero
atualizado deste ano, a capacidade global de energia renovável triplica até
2030. Já a taxa anual de melhorias na eficiência energética duplica, as vendas
de veículos elétricos e bombas de calor aumentam acentuadamente e as emissões
de metano do setor energético caem 75%. Estas estratégias, que se baseiam em
tecnologias comprovadas e muitas vezes económicas para reduzir as emissões, em
conjunto proporcionam mais de 80% das reduções necessárias até ao final da
década.
“Manter vivo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C exige que o mundo se reúna rapidamente. A boa notícia é que sabemos o que precisamos fazer – e como fazê-lo. Nosso Roteiro Net Zero para 2023, baseado nos dados e análises mais recentes, mostra um caminho a seguir”, Birol. “Mas também temos uma mensagem muito clara: uma cooperação internacional forte é crucial para o sucesso. Os governos precisam de separar o clima da geopolítica, dada a escala do desafio que enfrentam”.
Fim de novos investimentos em fósseis e dos carros a combustão: o roteiro para zero emissões em 2050.
Avanços desde 2021
O relatório original foi
publicado em 2021 e serviu como referência para os decisores políticos, a
indústria, o setor financeiro e sociedades civis. A Atualização de 2023
incorpora as mudanças significativas no panorama energético nos últimos dois
anos, incluindo a recuperação económica pós-pandemia e o grande crescimento em
algumas tecnologias de energia limpa.
Mas esse impulso precisa aumentar rapidamente em muitas áreas. Desde 2021, o crescimento recorde da capacidade de energia solar e das vendas de automóveis elétricos ocorreu em linha com um caminho rumo a emissões líquidas zero a nível mundial até meados do século. A indústria também evoluiu na implantação de planos de aumento de capacidade para atender a essas demandas. Isto é significativo, uma vez que estas duas tecnologias sozinhas proporcionam um terço das reduções de emissões entre hoje e 2030.
O Roteiro descreve um caminho para emissões líquidas zero para o sector energético global até 2050, mas reconhece a importância de promover uma transição equitativa que tenha em conta as diferentes circunstâncias nacionais. Por exemplo, as economias avançadas atingem o zero líquido mais cedo para permitir mais tempo às economias emergentes e em desenvolvimento. O caminho para emissões líquidas zero alcança o pleno acesso a formas modernas de energia para todos até 2030, através de um investimento anual de quase US$ 4,5 bilhões por ano – pouco mais de 1% do investimento no setor energético. (carbonreport)
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