sábado, 4 de novembro de 2023

Mackenzie e Huawei inauguram laboratório de geração fotovoltaica

Investimento faz parte do projeto Inova e laboratório será utilizado por alunos da disciplina de geração de energia.

O projeto Inova Solar Huawei – Mackenzie trata da geração de energia solar fotovoltaica no meio urbano – incentivada pelo Programa de Geração Distribuída (ProGD).
Mackenzie inaugura Laboratório de Geração Fotovoltaica – Usina Solar.

Investimento faz parte do projeto Inova Solar, parceria entre a instituição e a Huawei.

Desenvolvida pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em parceria com a Huawei Digital Power, a Usina Solar Fotovoltaica foi inaugurada em 21/09/23 no campus Higienópolis. O investimento faz parte do projeto “Inova Solar Huawei - Mackenzie”.

O projeto trata da geração de energia solar fotovoltaica no meio urbano – incentivada pelo Programa de Geração Distribuída (ProGD). A usina será incorporada às aulas da disciplina de Geração de Energia na graduação da UPM, na qual os alunos poderão estudar o comportamento do sistema em tempo real. Nesse sistema, foram inseridos equipamentos que apresentam dispositivos de segurança que não são exigidos por lei nos equipamentos comercializados no Brasil.

Em função da popularização e do crescimento do número de instalações de geração fotovoltaica, aumentou também o número de relatos e ocorrências de acidentes envolvendo a incidência de arcos voltaicos. As instalações de geração fotovoltaica de pequeno porte, muitas vezes, não apresentam bons padrões de equipamentos, boas práticas de instalação, atendimento a normas e acompanhamento de mão-de-obra especializada. Esses fatores contribuem para maior incidência de arcos.

De acordo com o professor da Escola de Engenharia (EE) da UPM e pesquisador integrante do projeto, Bruno Luis Soares de Lima, a maior parte das proteções existentes, embarcadas nos inversores comerciais e referenciadas nas normas nacionais, não apresentam a segurança requerida em normas internacionais em caso de arcos voltaicos.

“Esse fator gera preocupação com a possibilidade de ocorrência de incêndios e intercorrências, envolvendo equipes de bombeiros na ação para apagar o fogo, bem como residentes e vizinhos à instalação. Grande parte das ocorrências de arco se deve a instalações precárias, com equipamentos sem dispositivos de segurança e ao baixo nível de formação técnica de equipes de projeto, manutenção e instalação”, salienta.

Pensando na falta de normas brasileiras, foi montado um laboratório na EE Mackenzie, para testar os equipamentos utilizados nas instalações residenciais e comerciais, com relação aos dispositivos de segurança oferecidos.

Para a Huawei Digital Power, unidade de negócios de energia solar da multinacional líder em infraestrutura para Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) e dispositivos inteligentes, o projeto pode gerar contribuições para elaborar padrões e normas brasileiras. A companhia atua no mercado com soluções inteligentes para fazendas solares, tanto para residências quanto para as áreas comercial e industrial e avalia que a segurança é essencial. O projeto com a Universidade faz parte dos investimentos da Huawei em Pesquisa e Desenvolvimento.

“Investir em pesquisas e projetos como esse é uma missão da Huawei, que apoia iniciativas que contribuem para a transformação digital. O setor de geração de energia solar está em um crescente, e o ecossistema deve ajudar a adequar as normas e padrões para que a tecnologia esteja acompanhada da segurança”, comenta Andrey Oliveira, diretor de soluções da Huawei.

Segurança

No Brasil, ainda não existem normas relacionadas a falhas provenientes de arcos fotovoltaicos que exijam a presença de dispositivos de segurança, como sistemas de desligamento rápido (rapid shutdown) e interrupção contra arcos elétricos (Arc Fault Circuit Interrup - AFCI). Tais sistemas de segurança protegem o contato humano em partes energizadas do sistema fotovoltaico, além de prover proteção do sistema quanto aos princípios de incêndio, provocados por conexões defeituosas ou danos acarretados aos sistemas de geração fotovoltaica.

O também professor da EE e coordenador do projeto, Jorge Alexandre Onoda Pessanha, afirma que, “como não existe uma normativa brasileira, as principais normas internacionais são utilizadas como referência para definição desses sistemas de proteção. Pelo fato de serem apenas referências e não uma exigência por lei no Brasil, permitem a comercialização no mercado brasileiro de produtos desprovidos desses recursos de segurança”.

Bombeiros

No projeto do Mackenzie com a Huawei, houve a elaboração de um treinamento voltado para o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo referente às questões de segurança nessas instalações, que aborda combate a incêndio e salvamento, e será ministrado para toda a corporação, com a finalidade de capacitar bombeiros no Brasil inteiro.

Estes profissionais desconheciam os riscos inerentes ao manuseio dos sistemas solares fotovoltaicos em caso de incêndio em uma residência, visto que não há como desligar uma “chave geral” e interromper o fornecimento de energia natural, pois a energia vem do sol. O treinamento aborda desde a formação do arco elétrico, passando pelos riscos de manipulação dos equipamentos (conteúdo que será ministrado pelos professores do Mackenzie), até a extinção do fogo (conteúdo que será ministrado pelos bombeiros).

Os bombeiros envolvidos no projeto participam da Comissão de Estudos Especiais 253 (CEE-253), grupo de trabalho que está elaborando a norma brasileira para os sistemas solares fotovoltaicos, na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O engenheiro Cassio Roberto Armani, ex-comandante do Corpo de Bombeiros, professor do curso de especialização em Segurança do Trabalho, da pós-graduação lato sensu no Mackenzie e integrante da equipe técnica do projeto, também participa das discussões desse grupo quanto à introdução na legislação brasileira da obrigatoriedade dos dispositivos de segurança nos equipamentos de pequeno porte de todos os fabricantes que estão no mercado brasileiro: AFCI e Rapid Shut Dow. O professor José Cesar de Souza Almeida Neto, da UPM e da equipe técnica do projeto, também participa da comissão de estudos na ABNT. Os fatos e providências alinhadas no projeto representam os interesses da sociedade.

Além dos trabalhos na ABNT, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por meio do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), está incluindo a necessidade de proteções por AFCI em inversores fotovoltaicos vendidos no país. Este projeto, por sua vez, encoraja a colaboração da comunidade científica e empresarial para melhor atender aos anseios da população brasileira.

Curso e pesquisas

Visando expandir o conhecimento e formar novos profissionais aptos para o mercado de trabalho, o Mackenzie, no âmbito desse projeto, desenvolveu e está ministrando um curso para alunos de graduação e profissionais já graduados, com o objetivo de capacitar pessoas que, futuramente, sejam capazes de orientar instalações seguras, além de realizar projetos de desenvolvimento.

Segundo o diretor da EE, Marcos Massi, “como resultado adicional, estão sendo desenvolvidas outras pesquisas, por alunos bolsistas de iniciação científica (IC) e de iniciação tecnológica (IT) da Escola de Engenharia do Mackenzie, que envolvem a questão de segurança na realização dos testes previstos no projeto, principalmente, na automação, tanto no laboratório quanto na usina. Essa é mais uma ação importante da EE, com o intuito de envolver os alunos na pesquisa, complementando suas formações profissionais”. (mackenzie)

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