Investimento faz parte do
projeto Inova e laboratório será utilizado por alunos da disciplina de geração
de energia.
Investimento faz parte do
projeto Inova Solar, parceria entre a instituição e a Huawei.
Desenvolvida pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em parceria com a Huawei Digital
Power, a Usina Solar Fotovoltaica foi inaugurada em 21/09/23 no campus
Higienópolis. O investimento faz parte do projeto “Inova Solar Huawei -
Mackenzie”.
O projeto trata da geração de
energia solar fotovoltaica no meio urbano – incentivada pelo Programa de
Geração Distribuída (ProGD). A usina será incorporada às aulas da disciplina de
Geração de Energia na graduação da UPM, na qual os alunos poderão estudar o
comportamento do sistema em tempo real. Nesse sistema, foram inseridos
equipamentos que apresentam dispositivos de segurança que não são exigidos por
lei nos equipamentos comercializados no Brasil.
Em função da popularização e do crescimento do número de instalações de geração fotovoltaica, aumentou também o número de relatos e ocorrências de acidentes envolvendo a incidência de arcos voltaicos. As instalações de geração fotovoltaica de pequeno porte, muitas vezes, não apresentam bons padrões de equipamentos, boas práticas de instalação, atendimento a normas e acompanhamento de mão-de-obra especializada. Esses fatores contribuem para maior incidência de arcos.
De acordo com o professor da Escola de Engenharia (EE) da UPM e pesquisador integrante do projeto, Bruno Luis Soares de Lima, a maior parte das proteções existentes, embarcadas nos inversores comerciais e referenciadas nas normas nacionais, não apresentam a segurança requerida em normas internacionais em caso de arcos voltaicos.
“Esse fator gera preocupação
com a possibilidade de ocorrência de incêndios e intercorrências, envolvendo
equipes de bombeiros na ação para apagar o fogo, bem como residentes e vizinhos
à instalação. Grande parte das ocorrências de arco se deve a instalações
precárias, com equipamentos sem dispositivos de segurança e ao baixo nível de
formação técnica de equipes de projeto, manutenção e instalação”, salienta.
Pensando na falta de normas
brasileiras, foi montado um laboratório na EE Mackenzie, para testar os
equipamentos utilizados nas instalações residenciais e comerciais, com relação
aos dispositivos de segurança oferecidos.
Para a Huawei Digital Power,
unidade de negócios de energia solar da multinacional líder em infraestrutura
para Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) e dispositivos
inteligentes, o projeto pode gerar contribuições para elaborar padrões e normas
brasileiras. A companhia atua no mercado com soluções inteligentes para
fazendas solares, tanto para residências quanto para as áreas comercial e
industrial e avalia que a segurança é essencial. O projeto com a Universidade
faz parte dos investimentos da Huawei em Pesquisa e Desenvolvimento.
“Investir em pesquisas e projetos como esse é uma missão da Huawei, que apoia iniciativas que contribuem para a transformação digital. O setor de geração de energia solar está em um crescente, e o ecossistema deve ajudar a adequar as normas e padrões para que a tecnologia esteja acompanhada da segurança”, comenta Andrey Oliveira, diretor de soluções da Huawei.
Segurança
No Brasil, ainda não existem
normas relacionadas a falhas provenientes de arcos fotovoltaicos que exijam a
presença de dispositivos de segurança, como sistemas de desligamento rápido
(rapid shutdown) e interrupção contra arcos elétricos (Arc Fault Circuit
Interrup - AFCI). Tais sistemas de segurança protegem o contato humano em
partes energizadas do sistema fotovoltaico, além de prover proteção do sistema
quanto aos princípios de incêndio, provocados por conexões defeituosas ou danos
acarretados aos sistemas de geração fotovoltaica.
O também professor da EE e coordenador do projeto, Jorge Alexandre Onoda Pessanha, afirma que, “como não existe uma normativa brasileira, as principais normas internacionais são utilizadas como referência para definição desses sistemas de proteção. Pelo fato de serem apenas referências e não uma exigência por lei no Brasil, permitem a comercialização no mercado brasileiro de produtos desprovidos desses recursos de segurança”.
Bombeiros
No projeto do Mackenzie com a
Huawei, houve a elaboração de um treinamento voltado para o Corpo de Bombeiros
do Estado de São Paulo referente às questões de segurança nessas instalações,
que aborda combate a incêndio e salvamento, e será ministrado para toda a
corporação, com a finalidade de capacitar bombeiros no Brasil inteiro.
Estes profissionais
desconheciam os riscos inerentes ao manuseio dos sistemas solares fotovoltaicos
em caso de incêndio em uma residência, visto que não há como desligar uma
“chave geral” e interromper o fornecimento de energia natural, pois a energia
vem do sol. O treinamento aborda desde a formação do arco elétrico, passando
pelos riscos de manipulação dos equipamentos (conteúdo que será ministrado
pelos professores do Mackenzie), até a extinção do fogo (conteúdo que será
ministrado pelos bombeiros).
Os bombeiros envolvidos no
projeto participam da Comissão de Estudos Especiais 253 (CEE-253), grupo de
trabalho que está elaborando a norma brasileira para os sistemas solares
fotovoltaicos, na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O engenheiro
Cassio Roberto Armani, ex-comandante do Corpo de Bombeiros, professor do curso
de especialização em Segurança do Trabalho, da pós-graduação lato sensu no
Mackenzie e integrante da equipe técnica do projeto, também participa das
discussões desse grupo quanto à introdução na legislação brasileira da
obrigatoriedade dos dispositivos de segurança nos equipamentos de pequeno porte
de todos os fabricantes que estão no mercado brasileiro: AFCI e Rapid Shut Dow.
O professor José Cesar de Souza Almeida Neto, da UPM e da equipe técnica do
projeto, também participa da comissão de estudos na ABNT. Os fatos e providências
alinhadas no projeto representam os interesses da sociedade.
Além dos trabalhos na ABNT, o
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por meio do
Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), está incluindo a necessidade de
proteções por AFCI em inversores fotovoltaicos vendidos no país. Este projeto,
por sua vez, encoraja a colaboração da comunidade científica e empresarial para
melhor atender aos anseios da população brasileira.
Curso e pesquisas
Visando expandir o conhecimento e formar novos profissionais aptos para o mercado de trabalho, o Mackenzie, no âmbito desse projeto, desenvolveu e está ministrando um curso para alunos de graduação e profissionais já graduados, com o objetivo de capacitar pessoas que, futuramente, sejam capazes de orientar instalações seguras, além de realizar projetos de desenvolvimento.
Segundo o diretor da EE, Marcos Massi, “como resultado adicional, estão sendo desenvolvidas outras pesquisas, por alunos bolsistas de iniciação científica (IC) e de iniciação tecnológica (IT) da Escola de Engenharia do Mackenzie, que envolvem a questão de segurança na realização dos testes previstos no projeto, principalmente, na automação, tanto no laboratório quanto na usina. Essa é mais uma ação importante da EE, com o intuito de envolver os alunos na pesquisa, complementando suas formações profissionais”. (mackenzie)
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