Produção de H2 verde acelera mesmo com lenta implantação, aponta
AIE.
Brasil poderá ser maior exportador de hidrogênio verde global, diz
consultoria
Estudo da alemã Roland Berger indica que país pode alcançar
receita anual de R$ 150 bilhões a partir de 2050; empresas começam a tirar
projetos do papel.
Capacidade ao final de 2022 era de 700 MW, mas poderá mais do que
triplicar, para 3 GW, até ao final de 2023 com os projetos já anunciados, se
estes saírem do papel.
A dinâmica por detrás do hidrogênio de baixas emissões continua a
crescer, apesar da lenta implementação de incentivos financeiros e das
persistentes pressões de custos que ameaçam atrasar os projetos.
Essa é uma das constatações de relatório Global Hydrogen Review
2023, publicado pela Agência Internacional de Energia e disponível para dowload
em inglês, que aponta ainda que os níveis de produção ainda podem aumentar
substancialmente até 2030 se todos os projetos anunciados forem realizados e
forem feitos maiores esforços para incentivarem a adesão.
O custo do hidrogênio verde no Brasil: o mais competitivo do
mundo?
O custo do hidrogênio verde no Brasil pode chegar a US$ 1,60 por
quilo com incentivos.
Levantamento traz uma projeção dos custos de produção em uma série
de cenários. Valor pode alcançar o produto fóssil rapidamente.
Estima um custo médio do hidrogênio verde de US$ 2,87 a US$ 3,56/kg
pelo índice LCOH Brasil. Com potencial para cair quase à metade.
“A Arábia Saudita do hidrogênio verde”. É assim que a indústria de
energias renováveis apelidou o Brasil, graças às condições quase perfeitas para
a produção do combustível. Aliando um potencial eólico e solar gigantesco,
especialmente no Nordeste, com a presença de uma matriz energética
majoritariamente limpa, o que facilita a produção do excedente energético
necessário para certificar o produto, o país reúne os atributos para liderar o
setor.
É uma oportunidade gigantesca. Um estudo da Deloitte Brasil aponta
que o comércio global de hidrogênio pode gerar mais de US$ 280 bilhões em
receitas anuais de exportação até 2050. Em relação aos investimentos, mais de
US$ 9 trilhões deverão ser injetados na cadeia global de abastecimento de
hidrogênio limpo para ajudar no alcance do net zero até 2050. Desse total,
cerca de US$ 3 trilhões serão investidos em economias em desenvolvimento.
O que deve pender o ponteiro da competitividade em direção ao
Brasil, no entanto, não é a facilidade de produção, mas o custo. Nesse sentido,
algumas variáveis podem fazer diferença. A consultoria Clean Energy Latin
America (Cela) acaba de publicar um levantamento que traz algumas alavancas que
podem impactar o potencial do H2 verde no Brasil, divididas em cinco
categorias:
• Custos
• PPA e Conexões à rede
• Investimentos em usinas e autoprodução
• Custos de materiais e impostos
• Premissas técnicas
• Tipo de eletrolisador
• Período operacional
• Fator de utilização
• Degradação e restacking
• Capex
• Financiamento
• Impostos
A partir desse framework, a Cela criou um índice, cujo valor,
atualmente, oscila entre US$ 2,87 a US$ 3,56 por quilo de hidrogênio verde,
dependendo do estado onde é produzido (a consultoria não detalhou quais estados
foram pesquisados). São valores competitivos, considerando que o custo do
hidrogênio cinza, atualmente, se encontra na casa dos US$ 2,93 por quilo.
América Latina é futuro na produção de Hidrogênio Verde
Com a política correta e incentivos, no entanto, esses valores
podem cair para US$ 1,69 a US$ 1,86 por quilo, o que estaria numa faixa
altamente competitiva. O trem está passando, só resta ao Brasil não perder o
horário. (exame)
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