segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Produção de H2 verde acelera mesmo com lenta implantação

Produção de H2 verde acelera mesmo com lenta implantação, aponta AIE.
Brasil poderá ser maior exportador de hidrogênio verde global, diz consultoria

Estudo da alemã Roland Berger indica que país pode alcançar receita anual de R$ 150 bilhões a partir de 2050; empresas começam a tirar projetos do papel.

Capacidade ao final de 2022 era de 700 MW, mas poderá mais do que triplicar, para 3 GW, até ao final de 2023 com os projetos já anunciados, se estes saírem do papel.

A dinâmica por detrás do hidrogênio de baixas emissões continua a crescer, apesar da lenta implementação de incentivos financeiros e das persistentes pressões de custos que ameaçam atrasar os projetos.

Essa é uma das constatações de relatório Global Hydrogen Review 2023, publicado pela Agência Internacional de Energia e disponível para dowload em inglês, que aponta ainda que os níveis de produção ainda podem aumentar substancialmente até 2030 se todos os projetos anunciados forem realizados e forem feitos maiores esforços para incentivarem a adesão.

O custo do hidrogênio verde no Brasil: o mais competitivo do mundo?

O custo do hidrogênio verde no Brasil pode chegar a US$ 1,60 por quilo com incentivos.

Levantamento traz uma projeção dos custos de produção em uma série de cenários. Valor pode alcançar o produto fóssil rapidamente.

Estima um custo médio do hidrogênio verde de US$ 2,87 a US$ 3,56/kg pelo índice LCOH Brasil. Com potencial para cair quase à metade.

“A Arábia Saudita do hidrogênio verde”. É assim que a indústria de energias renováveis apelidou o Brasil, graças às condições quase perfeitas para a produção do combustível. Aliando um potencial eólico e solar gigantesco, especialmente no Nordeste, com a presença de uma matriz energética majoritariamente limpa, o que facilita a produção do excedente energético necessário para certificar o produto, o país reúne os atributos para liderar o setor.

É uma oportunidade gigantesca. Um estudo da Deloitte Brasil aponta que o comércio global de hidrogênio pode gerar mais de US$ 280 bilhões em receitas anuais de exportação até 2050. Em relação aos investimentos, mais de US$ 9 trilhões deverão ser injetados na cadeia global de abastecimento de hidrogênio limpo para ajudar no alcance do net zero até 2050. Desse total, cerca de US$ 3 trilhões serão investidos em economias em desenvolvimento.

O que deve pender o ponteiro da competitividade em direção ao Brasil, no entanto, não é a facilidade de produção, mas o custo. Nesse sentido, algumas variáveis podem fazer diferença. A consultoria Clean Energy Latin America (Cela) acaba de publicar um levantamento que traz algumas alavancas que podem impactar o potencial do H2 verde no Brasil, divididas em cinco categorias:

• Custos

• PPA e Conexões à rede

• Investimentos em usinas e autoprodução

• Custos de materiais e impostos

• Premissas técnicas

• Tipo de eletrolisador

• Período operacional

• Fator de utilização

• Degradação e restacking

• Capex

• Financiamento

• Impostos

A partir desse framework, a Cela criou um índice, cujo valor, atualmente, oscila entre US$ 2,87 a US$ 3,56 por quilo de hidrogênio verde, dependendo do estado onde é produzido (a consultoria não detalhou quais estados foram pesquisados). São valores competitivos, considerando que o custo do hidrogênio cinza, atualmente, se encontra na casa dos US$ 2,93 por quilo.

América Latina é futuro na produção de Hidrogênio Verde

Com a política correta e incentivos, no entanto, esses valores podem cair para US$ 1,69 a US$ 1,86 por quilo, o que estaria numa faixa altamente competitiva. O trem está passando, só resta ao Brasil não perder o horário. (exame)

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