quarta-feira, 6 de julho de 2011

Matriz energética brasileira ficará mais suja

Matriz energética brasileira deve ficar menos limpa, estima EPE
A participação das fontes de energia não renováveis vindas do petróleo, do gás e do carvão na matriz energética brasileira deve crescer 3,5 pontos porcentuais até 2014, prevê a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Preparado pela instituição, vinculada ao governo federal, o estudo com a previsão foi citado ontem pelo assistente da Superintendência de Coordenação Geral da Presidência da Eletrobrás, Cláudio Magalhães, em seminário sobre energia promovido pela Associação de Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) no Rio de Janeiro.
Segundo Magalhães, a participação das fontes hidrelétricas cairá de 73,96% para 69,85% nos próximos anos. A previsão é de que a produção nacional cresça dos 112 mil MW de 2010 para 140 mil MW em 2014.
No evento, o superintendente de Transmissão de Energia da EPE, Paulo César Esmeraldo, disse que a redução da fatia das hidrelétricas é consequência da imposição de órgãos governamentais de meio ambiente.
Belo Monte
Esmeraldo falou que possivelmente em agosto será definido o sistema de transmissão para a Região Nordeste da energia que será produzida na usina de Belo Monte (PA). Dos 10 mil megawatts (MW) gerados, 3,500 MW seguirão para os Estados nordestinos. A produção restante vai abastecer o Sudeste. "Foram analisadas diversas tecnologias para a escolha daquela de menor custo", disse ele.
A Eletrobrás espera retomar o projeto de construção da hidrelétrica de Inambari, no Peru, mesmo depois de o governo local ter cancelado a concessão temporária obtida pela estatal em parceria com a construtora OAS.
"Estamos otimistas que a decisão seja revista e que um novo processo licitatório seja colocado em ordem. Já existe um presidente eleito no Peru e ele deve se posicionar de maneira favorável", afirmou Magalhães.
O projeto, orçado em US$ 4,9 bilhões, foi criticado por comunidades indígenas e só seria retomado depois de um processo de consulta popular. "Entendemos que isso faz parte de uma estratégia para a região Amazônica. A Amazônia peruana e a Amazônia brasileira vão se integrar num projeto de energia. Estamos esperançosos, vamos aguardar os acontecimentos", concluiu. (abiape)

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