Diante da demanda energética mundial, a energia eólica aparece atualmente como uma das principais alternativas em termos de energia renovável e limpa, principalmente para os países com escassos recursos naturais, como uma malha hidráulica extensa, por exemplo. Seu nome tem origem no latim aeolicus, pertencente ou relativo a Éolo, deus dos ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao vento.
Poucos se recordam, mas ela é utilizada desde a antiguidade, principalmente no período das grandes embarcações. O vento era utilizado como principal combustível de exploradores, como Pedro Álvares Cabral que não seria capaz de descobrir o Brasil sem a propulsão provocada pelos ventos.
Atualmente, a energia é produzida no movimento de hélices ou aerogeradores que são grandes turbinas que quando movimentadas pelo vento produzem energia cinética que por sua vez é transformada em energia elétrica. O ideal, para produzir grandes quantidades de energia, é ter o maior cumprimento de hélices possível, além de instalar as turbinas em locais com grande regularidade vento. Não obteria o mesmo rendimento se fossem instalas em locais onde há tornados, isto é, com grande intensidade de vento. O importante na produção de energia eólica é a regularidade e não a intensidade.
Para ser rentável, devem-se construir parques eólicos, mas a construção isolada é viável em localidades remotas e distantes da rede de transmissão. Os parques têm sido alvos de grandes investimentos pela indústria de energias renováveis e até mesmo da gigante Google que pretende instalar na costa americana do Atlântico uma usina offshore com capacidade de produção semelhante à soma de duas grandes usinas hidrelétricas brasileiras Santo Antonio e Jirau, localizadas no rio Madeira em Rondônia, no valor de 6.000 MW. Onde será instalada, a chamada Mid-Atlantic Cost, há a capacidade de produzir quatro vezes a energia elétrica produzida em nossa maior hidrelétrica Itaipu, gerando notáveis 60.000 MW. Isso demonstra o grande potencial e importância que este tipo de energia está adquirindo mundialmente, sendo uma das principais formas de diversificação da matriz energética em vários países.
Segundo dados divulgados em fevereiro deste ano pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), a capacidade instalada atualmente no mundo é de aproximadamente 196,6 GW, sendo que apenas em 2010 foram instaladas 37,6 GW, representando um investimento de 40 milhões de euros. Essa capacidade gera cerca de 430 TWh, suficiente para abastecer 2,5% da demanda mundial por energia. A China foi a maior responsável por este crescimento ao adicionar 16,5 GW a sua capacidade, totalizando agora 42,3 GW, a maior capacidade do mundo, ultrapassando o EUA em potência instalada. Outros países em desenvolvimento, também expandiram sua capacidade de energia eólica. Os países emergentes tiveram relevante participação nesta evolução. A Índia adicionou 2,1 GW de potência em 2010. Brasil e México foram responsáveis pelo acréscimo de 326 MW e 316 MW, respectivamente.
Outros 213 MW foram instalados no Norte de África, em países como Egito, Marrocos e Tunísia, no ano passado.
Em 2020, segundo projeção da GWEC a energia eólica deverá atender 12% da demanda elétrica mundial em 2020, e poderá chegar a 22% desta demanda em 2030. A projeção de que o mundo terá 1 mil GW instalados e em operação em 2020 irá permitir a não emissão de até 1,5 bilhão de toneladas de CO2 por ano. No ano 2030, um total de 34 bilhões de toneladas de CO2 poderá ser evitado pelos 2,3 mil GW de capacidade eólica instalada no mundo.
Em 2020, segundo projeção da GWEC a energia eólica deverá atender 12% da demanda elétrica mundial em 2020, e poderá chegar a 22% desta demanda em 2030. A projeção de que o mundo terá 1 mil GW instalados e em operação em 2020 irá permitir a não emissão de até 1,5 bilhão de toneladas de CO2 por ano. No ano 2030, um total de 34 bilhões de toneladas de CO2 poderá ser evitado pelos 2,3 mil GW de capacidade eólica instalada no mundo.
Apesar de a China ser hoje, ao lado dos EUA, o maior contribuinte ao aquecimento global e a maior consumidora de energia mundial, estima-se que até 2020, a capacidade instalada de energia eólica na China pode chegar a 230 GW. Isto representa um quarto da capacidade mundial projetada para 2020, de acordo com os dados do China Wind Power Outlook 2010, novo relatório divulgado pelo Greenpeace, o Chinese Renewable Energy Industries Association (CREIA) e a GWEC.
Se isso se confirmar, esta base eólica poderia reduzir 410 milhões de toneladas de emissões de CO2, ou a substituição de 150 milhões de toneladas de carvão que o país consome. Para se ter uma ideia, isso corresponde a uma taxa de instalação de novas turbinas na China de uma a cada hora, demonstrando ao mundo suas intenções para tornar sua matriz energética cada vez mais limpa.
Por sua vez, o Brasil está tímido em relação a investimentos nesta área. Apesar de contar com mais de 71 mil Km² do território nacional, em sua quase totalidade no Nordeste, principalmente nas costas do Ceará e Rio Grande do Norte, e na região Sul, na costa do Rio Grande do Sul. As velocidades de vento nestas localidades são superiores a 07 m²/s, propiciando um potencial eólico da ordem de 272 TWh/ano de energia eléctrica. Se pensarmos que consumimos algo em torno de 424 TWh/ano, ou seja, isto significa que poderíamos ter mais da metade de nossa demanda energética suprida pela energia eólica, o que por si só justificaria investimentos maciços nesta tecnologia limpa.
Contudo, ela não representa mais que 1% na matriz energética brasileira Atualmente, são 51 parques eólicos em operação no Brasil que possuem uma capacidade total instalada de 937 MW. Há outros 18 projetos em construção, com mais de 500,8 MW para entrar em operação ao longo de 2011. As autorizações públicas para investimentos em energia eólica cuja construção ainda não foi iniciada já atingem 3.600 MW, distribuídos por 134 projetos.
O maior entrave para novos investimentos em novas centrais eólicas ainda é o preço elevado. A energia gerada por uma central eólica custa entre 60% e 70% a mais que a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica. Para obtermos mais investimentos, este preço deveria ficar mais competitivo. Para tanto, poderia haver incentivos fiscais tanto para implantação dos parques, quanto à circulação dos materiais utilizados na construção das usinas eólicas.
Outra desvantagem dessa energia é que, ao contrário da solar e de outras fontes energéticas, a fonte é intermitente. Os ventos são irregulares e não há meios de prever a sua ocorrência. O ideal para uma fonte energética é tê-la 24 horas, aumentando seu rendimento e capacidade de geração energética.
Não obstante o preço pouco competitivo atual e a intermitência dos ventos, a energia eólica, além de beneficiar para o meio ambiente, também estão incrementando o desenvolvimento econômico ao gerar mais de 600 mil posições de trabalho em empregos diretos e indiretos. Até 2030, a projeção é de que o número destes empregos cresça para mais de 3 milhões em todo o mundo.
Muitos criticam o impacto sonoro e visual que as turbinas causam e até mesmo o impacto na migração de aves. Mas isso é insignificante frente ao potencial de geração de energia limpa e renovável. É um alento observar claramente esta tendência mundial de investimento, principalmente dos países mais poluidores como China e EUA. O Brasil está crescendo, mas ainda não é suficiente. Deveríamos explorar nosso grande potencial eólico, ao invés de investir em energia nuclear e até mesmo em hidrelétricas que são mais ambientalmente impactantes.
Que esta tendência não pare de soprar em prol da sustentabilidade. (ambienteenergia)
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