quinta-feira, 14 de julho de 2016

Tendências que mudam o tabuleiro energético mundial

8 tendências que podem mudar o tabuleiro energético mundial
Em 20 anos, as energias renováveis ultrapassarão o carvão e gás natural na geração global de energia, prevê estudo da Bloomberg New Energy Finance.
Dentro de 20 anos, as energias renováveis ultrapassarão fontes fósseis como o carvão e gás natural na geração global de energia, pavimentando o caminho para uma nova era de geração mais limpa e de menor impacto ambiental.
É o que indica a edição 2016 do estudo Energy Outlook (NEO), feito pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF). A pesquisa prevê um investimento vultoso de US$ 7,8 trilhões de dólares em fontes como eólica, solar e biomassa até 2040, superior aos investimentos nas energias fósseis.
Apesar das altas cifras, o estudo calcula que seria preciso investir muito mais em tecnologias verdes para reduzir as emissões de gases efeito estufa na atmosfera e evitar mudanças climáticas perigosas na Terra.
Ainda assim, muitas tendências prometem sacudir o tabuleiro energético mundial nos próximos anos. Veja abaixo as tendências principais mudanças previstas pelo estudo da BNEF.
1. Custos de energia eólica e solar despencam
Os custos nivelados — que representam o atual valor líquido de todos os custos, capital e operacional, de uma unidade geradora de eletricidade por todo seu ciclo de vida, dividido pelo número de MWh de eletricidade prevista que ela irá fornecer — para a energia eólica onshore vão sofrer queda de 41% até 2040, e para energia solar fotovoltaica, em 60%, fazendo com que essas duas tecnologias sejam as mais baratas para produção de eletricidade em muitos países durante a década de 2020 e na maior parte do mundo na década de 2030.
Instalação de solar fotovoltaica: mundo viverá uma rápida transição para energia limpa ao longo dos próximos 25 anos.
2. Renováveis vão atrair mais investimento que fontes fósseis
A BNEF reduziu suas previsões de longo prazo para os preços do carvão e do gás em 33% e 30%, respectivamente, refletindo um excesso de oferta projetado para ambas as commodities, associado especialmente à exploração do xisto nos EUA. Mas o investimento na geração a carvão e gás continuará, predominantemente, nas economias emergentes. Cerca de US$ 1,2 trilhão serão colocados em nova capacidade de queima de carvão e US$ 892 bilhões para novas usinas a gás.
Apesar disso, o mundo viverá uma rápida transição para energia limpa ao longo dos próximos 25 anos, segundo a pesquisa.
Cerca de US$7,8 trilhões serão investidos em energia renovável, com eólica onshore e offshore atraindo US$ 3,1 trilhões, energia solar de grande escala (gerações de 10 MW ou mais), de telhado (rooftop) ou em pequena escala atrairão US$ 3,4 trilhões e US$ 911 bilhões serão destinados para hidroelétrica.
3. Investimento ainda não é suficiente para atingir meta climática de 2°C
Além dos US$ 7,8 trilhões, o mundo precisaria investir mais US$ 5,3 trilhões em energia com zero emissão de carbono até 2040 para reduzir as emissões de CO2 e evitar um aumento superior aos 2ºC (em relação aos níveis pré-industriais) na temperatura global, limite considerado “seguro” pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
4. Boom dos carros elétricos vai aumentar demanda por eletricidade
Os veículos elétricos vão adicionar 2,701 terawatt-hora (TWh), ou 8%, à demanda global por eletricidade em 2040. A estimativa reflete a previsão da BNEF de que, em 25 anos, os elétricos vão representar 35% das vendas de veículos novos leves em todo o mundo, o equivalente a 41 milhões de carros, cerca de 90 vezes o total de 2015.
Motorista em estação de recarga de carro elétrico na Alemanha.
5. Armazenamento de bateria em pequena escala, um mercado de US$ 250 bilhões
Ainda segundo a pesquisa, os veículos elétricos vão reduzir o custo de baterias de íon de lítio, aumentando cada vez mais a sua implantação em sistemas solares residenciais e comerciais. O total de armazenamento irá aumentar dramaticamente dos atuais 400MWh para quase 760GWh em 2040.
6. Geração a carvão na China vai reduzir o passo
As mudanças na economia chinesa e um maior direcionamento para energias renováveis afetarão a geração a carvão na China, que, em 10 anos, será de 1000 TWh, ou 21% abaixo do número previsto pela BNEF, no relatório do ano passado.
7. Isso aumenta a importância da Índia na tendência das emissões globais
A demanda indiana por eletricidade deverá crescer 3,8 vezes entre 2016 e 2040. Apesar do investimento de US$ 611 bilhões em energias renováveis nos próximos 24 anos, e US$ 115 bilhões em energia nuclear, a Índia continuará a depender fortemente das centrais elétricas a carvão para atender à crescente demanda. A previsão é que isso triplique as emissões anuais pelo setor de energia do país até 2040.
Exploração de carvão na Índia: matriz do país é dominada por fontes fósseis.
8. Energias renováveis vão dominar na Europa e vão ultrapassar gás nos EUA
Eólica, solar, hídrica e outras energias renováveis vão gerar 70% da energia da Europa em 2040, um aumento em relação aos 32% em 2015. Nos EUA, sua participação vai saltar de 14% em 2015 para 44% em 2040, ao passo que o gás deverá cair de 33% para 31%. (exame)

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