Associação apresentou estudo para que seja
delineada uma política pública para inserir a fonte por meio de políticas
regionais.
O biogás e o biometano são dois combustíveis para
geração térmica que possuem, somados, um potencial de produzir cerca de 150 GWh
ao ano. E essa fonte começa a ser estudada pelo governo para ajudar a compor o
mix da matriz elétrica nacional. Inicialmente, a ideia é aproveitar a sua
capacidade de pulverização pelo país todo e iniciar sua presença por meio de
geração distribuída ou por chamadas públicas. E num sentido mais amplo, coloca
em prática uma política pública que foi delineada e entregue ao MME pela
associação que representa o segmento, a Abiogás, em reunião realizada dia
05/07/16 em Brasília.
O presidente da entidade, Cícero Bley, explicou que
o Plano Nacional de Biogás e Biometano foi formulado pela associação e possui
nove componentes que tratam desde a comercialização, regulação, tributação,
apresenta aspectos ambientais, entre outros. Esses itens, disse, serão alvo de
avaliação do governo que começou a se organizar para montar um grupo interministerial
para tratar do assunto.
“Entre todas as fontes renováveis, o biogás é o
mais barato que existe, produz um MW com um investimento de R$ 3 milhões. Se
olharmos a solar, por exemplo, o valor ainda está em R$ 5 milhões”, indicou
Bley em entrevista à Agência CanalEnergia. “O potencial brasileiro de produção
é de 100 bilhões m3 de gás ano considerando a biomassa da cana de
açúcar, saneamento básico, e a biomassa oriunda da produção de alimentos, isso
representa o potencial de gerar 150 milhões de kWh ao ano”, calculou ele.
Outro destaque para a fonte, segundo Bley, é a sua
característica de poder armazenar o combustível assim como se faz para a
hidráulica e pode ajudar no equilíbrio do sistema que vem assistindo a inserção
cada vez maior de fontes intermitentes. Além disso, outro benefício está no
fato de que para se ter o biogás ou biometano há um ganho ambiental, pois é
necessário o tratamento de resíduos ao invés de serem descartados. E outra
externalidade é a possibilidade de sua distribuição por todo o país.
A Abiogás e suas associadas querem aproveitar o
fato de que ainda há enormes brechas no fornecimento de energia no país,
principalmente pelas dificuldades em termos de transmissão. “Há locais que
ficam a 20 quilômetros de distância de Itaipu onde falta energia toda semana ao
ponto de se perder grandes lotes de animais, principalmente aves e suínos, por
falta de refrigeração, essas empresas poderiam suprir sua necessidade com a
geração distribuída que não precisa de transmissão ou distribuição, a carga
está no local de sua produção. O biogás e o biometano pode ser o fator que
diminua o impacto dessa questão paradoxal que é termos excesso de contratos de
energia nas distribuidoras e potenciais consumidores sem atendimento”, comentou.
Por isso a ideia, apesar de o biogás ter conseguido
colocar um projeto no A-5 desse ano por meio da Biogás Bonfim, localizada em
São Paulo, é a de se estabelecer uma política regional por meio de chamadas
públicas. O papel do governo federal, contou Bley, viria no sentido de
estabelecer uma política nacional para a fonte apesar deste foco regional. Essa
necessidade, explicou ele, vem do fato de que a GD ainda é vista com
preconceito pelas distribuidoras, e que, em sua avaliação, não querem que
aconteça por desejar manter o modelo existente atualmente. “Saímos convencidos
de que as energias renováveis em geral, e o biogás em particular, vão
experimentar grande impulso neste semestre e no próximo ano”, concluiu ele. (energia.sp)
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