Estudantes de Lorena
apresentarão novo biodiesel em competição internacional de biologia sintética.
O
grupo trabalha na formulação que utilizará a bactéria E. coli. Competição que
reúne estudantes de todo o mundo acontecerá em outubro, na cidade de Boston,
EUA.
Kit do iGEM recebido pela equipe com amostras de DNA e material para testar células.
Kit do iGEM recebido pela equipe com amostras de DNA e material para testar células.
A partir de um desafio
lançado por uma competição internacional de tecnologia, um grupo de estudantes
da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP tem como missão desenvolver um
novo tipo de biodiesel adaptando a bactéria Escherichia coli (E. coli). O prazo é até outubro próximo (entre os dias 27 e
31), quando o grupo levará sua inovação ao International Genetically Engineered
Machines (iGEM), competição anual que acontecerá em Boston, nos EUA, organizada
pela Fundação iGEM.
O professor Fernando
Segato, do Departamento de Biotecnologia da Escola e coordenador do grupo,
explica que os alunos ao se inscreverem na competição receberam um kit contendo 2.086 partes
biológicas (biblioteca) de DNA. “A partir daí a missão é desenvolver um
microrganismo que permita a utilização da bactéria ‘E. coli’ na composição do
biodiesel”, descreve.
O graduando em engenharia
bioquímica da EEL André Hermann, um dos integrantes do grupo, conta que alguns
estudos básicos já foram feitos com o kit. “No momento estamos selecionando as partes de interesse
e realizando modificações mais simples para irmos ganhando prática”, diz.
“Nosso desafio é desenvolver a formulação de um biodiesel não poluente, que não
gere desgaste nos motores e que possa ser produzido a partir de materiais
renováveis.”
Corrida contra o tempo
Segundo Segato, os estudantes já têm conhecimento do que deve ser feito e, desde maio, quando efetuaram a inscrição na competição, teve início uma corrida contra o tempo. Ele explica que a modificação da E. coli para utilizá-la na formulação é necessária porque trata-se de uma bactéria sensível aos lipídeos. “A bactéria é um organismo modelo tanto do ponto de vista industrial, como genético e já é usada industrialmente em processos de fermentação e na produção de insulina e algumas vacinas recombinantes”, descreve.
Segundo Segato, os estudantes já têm conhecimento do que deve ser feito e, desde maio, quando efetuaram a inscrição na competição, teve início uma corrida contra o tempo. Ele explica que a modificação da E. coli para utilizá-la na formulação é necessária porque trata-se de uma bactéria sensível aos lipídeos. “A bactéria é um organismo modelo tanto do ponto de vista industrial, como genético e já é usada industrialmente em processos de fermentação e na produção de insulina e algumas vacinas recombinantes”, descreve.
O biodiesel é produzido
pela transesterificação de óleos vegetais, que possuem oxigênio na sua
composição e que gera o desgaste nos motores. Segato explica que a concentração
dos lipídios no meio interfere na estabilidade da membrana da E. coli, causando uma reação
chamada peroxidação lipídica. “Isso impede o aumento da produção do biodiesel,
já que encurta a vida útil da bactéria”, diz o docente.
Uma das possibilidades é
inserir na membrana, moléculas de tocoferol, um poderoso antioxidante que deixa
a membrana da célula da E.coli
mais resistente. “É justamente nisso que trabalharemos”, conta Hermann,
lembrando que talvez não possam ainda atingir a produção desejada, “mas
certamente obteremos uma formulação ideal do biocombustível.”
Sobre o iGEM
A competição em biologia sintética teve sua primeira edição em 2003, no Massachussets Institute of Tecnology (MIT). “A partir de 2012, a competição tornou-se independente do MIT”, como informa Hermann. Pela primeira vez uma equipe da EEL participará da competição. “Além de nós, um time do campus da USP em São Paulo em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e outro de Universidade Federal do Amazonas (Ufam), participam da competição, mas estudando outras bactérias e microrganismos”, informa o estudante.
A competição em biologia sintética teve sua primeira edição em 2003, no Massachussets Institute of Tecnology (MIT). “A partir de 2012, a competição tornou-se independente do MIT”, como informa Hermann. Pela primeira vez uma equipe da EEL participará da competição. “Além de nós, um time do campus da USP em São Paulo em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e outro de Universidade Federal do Amazonas (Ufam), participam da competição, mas estudando outras bactérias e microrganismos”, informa o estudante.
Segundo Hermann, desde 2012
a USP participa do evento, tendo sido representada por equipes do Instituto de
Ciências Biomédicas (ICB) e Instituto de Física de São Carlos (IFSC). Há dois
anos, o estudante fundou o Clube de Biologia Sintética da EEL, com o objetivo
de participar da competição. Hoje, o clube agrega 30 estudantes, sendo que 15
deles estão empenhados nas pesquisas para o novo biodiesel.
A Fundação iGEM é a
organizadora da competição estudantil em Biologia que incentiva pesquisas para
a modificação de microrganismos para a resolução de problemas da sociedade em
diversas áreas, como poluição e desenvolvimento de medicamentos, entre outros.
O grupo da EEL busca agora
recursos para custear a viagem aos EUA. (jornal.usp)
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