domingo, 10 de julho de 2016

Transformar garrafas de plástico em combustível

Novo método transforma garrafas de plástico em combustível
Plásticos são fundamentais no dia a dia de uma sociedade moderna. Mas na forma de embalagens, sacolas e garrafas descartáveis, o material se tornou uma das piores pragas para o ambiente. Agora, um novo processo químico capaz de converter esse material em combustíveis líquidos e ceras úteis promete resolver parte do problema –infelizmente, algo ainda só capaz de uso disseminado a longo prazo.
Pontos de reciclagem de garrafas PET
De toda forma, a técnica abre caminho para dar um melhor fim a milhões de toneladas de plástico produzidos anualmente.
O artigo – liderado por Xiangqing Jia, do Instituto de Química Orgânica de Xangai, da Academia Chinesa de Ciências – que descreve a descoberta está publicado na revista científica americana "Science Advances".
"Poliolefinas, principalmente polietileno de alta densidade (HDPE), polietileno de baixa densidade (LDPE), polietileno linear de baixa densidade (LLDPE), e polipropileno (PP), constituem mais do que 60% do conteúdo total de plásticos de resíduos sólidos urbanos", dizem os autores.
Como é possível entender por esta citação algo exotérica, os plásticos envolvidos e o processo para degradá-los é altamente especializado, embora seja relativamente simples em termos de reações químicas.
O essencial da técnica é uma reação química conhecida como "metátese", na qual dois reagentes geram dois produtos.
A técnica de Jia e colegas foi abreviada como "CAM" e mistura compostos encontrados em plásticos, resultando na quebra de polietileno. Foram usados reagentes de baixo custo, como éter de petróleo, para impulsionar o processo da CAM. E o resultado demonstrou a possibilidade de conversão dos plásticos em combustíveis líquidos e ceras.
E tem uma grande vantagem: a técnica dispensa altas temperaturas, cujo uso tende a criar processos de reciclagem pouco sensatos em termos de uso de energia e de custo.
Processos assim foram usados recentemente para quebrar o polietileno, mas sofreram com baixa eficiência de energia e falta de controle do produto, o que geralmente resulta em rejeitas indesejados como o gás metano.
"Com alta eficiência, condições de reação suaves e controle fino de produtos de degradação, este método apresenta vantagens distintas sobre processos tradicionais", concluem os autores. (biodieselbr)

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