Projeto governamental fomenta energia renovável
através do resíduo sólido urbano a partir da extração do metano
Cartaz apresenta as etapas de geração de energia elétrica a partir do lixo.
Cartaz apresenta as etapas de geração de energia elétrica a partir do lixo.
Restos de alimentos descartados no lixo e coletados em
aterros sanitários têm destinação sustentável e podem ser fonte alternativa
para geração de energia elétrica. A tecnologia para transformar matéria
orgânica em eletricidade, já tem sido implantada no país. Na Bahia, a
Secretaria de Infraestrutura do Estado (SEINFRA) deu início a um projeto piloto
para minimizar a emissão de gases poluentes na atmosfera e diversificar suas
matrizes energéticas, através da produção de biogás.
O lixo produzido pela população pode receber um
tratamento sustentável para a produção do biogás. Este combustível pode ser
gerado através da extração do metano (gás majoritário) e do dióxido de carbono,
da matéria orgânica dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Com o biogás é possível
gerar energia elétrica.
O aproveitamento do biogás é visto, em primeiro plano,
com dois grandes ganhos: o ambiental e o econômico, segundo a Mestra em
Engenharia Ambiental e especialista em resíduos sólidos, Rita de Cássia
Cardoso. “O metano, gás liberado para a atmosfera pelos lixões, é 21 vezes mais
nocivo que o CO2 (dióxido de carbono). Com o tratamento adequado
podemos gerar energia elétrica a partir de sua extração. Dessa forma, temos uma
produção sustentável com ganho ambiental e econômico, já que a energia pode ser
vendida”, afirma Rita de Cássia.
Aterro sanitário piloto
A Seinfra formou um grupo de trabalho para dar início
ao projeto de geração de energia a partir de RSU. Ele consiste na criação
de um aterro sanitário piloto que fará a captação e canalização do gás metano
com destino final à termoelétrica, para geração de energia com foco, a
princípio, nos municípios do interior do Estado.
O diretor de energia da Seinfra, Celso Rodrigues,
revela que será priorizada a criação do aterro sanitário piloto no interior do
Estado. “Criamos um grupo de trabalho com especialistas governamentais para dar
início ao projeto. A perspectiva é que a usina gere entre 1 e 2 megawatts de
potência e possa fornecer energia para aproximadamente 15 à 30 mil residências
”, revela o gestor ao se referir a uma produção diária de 260 mil toneladas de
resíduos para a geração de biogás.
Na capital baiana, existe a termoelétrica Termoverde,
que gera energia elétrica a partir do biogás produzido no Aterro Sanitário
Metropolitano de Salvador, modelo semelhante ao processo de produção do projeto
piloto a ser implantado no interior do Estado. Três mil toneladas de resíduos
são recolhidos por dia dos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões
Filho. Com esta quantidade de lixo a usina pode produzir cerca de 13 megawatts
(MW) por ano. Este valor equivale ao consumo de uma cidade com aproximadamente
140 mil habitantes anualmente. O valor do investimento de instalação da
Termoverde, em 2011, foi de aproximadamente R$50 milhões, com potencial de
geração de energia de até 20 MW.
Quem participa
Entre os órgãos envolvidos estão: Secretaria de
Desenvolvimento Urbano da Bahia (SEDUR), Instituto do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (INEMA), Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia
(SEI), Secretaria de Planejamento da Bahia (SELAN), Secretária de Meio Ambiente
(SEMA) e equipe técnica da Seinfra.
Conheça a Seinfra
A SEINFRA coordena, através da Superintendência de
Energia e Comunicações – SUPEC, as diretrizes do setor energético e de
comunicações do Estado. Com finalidade de fomentar e planejar ações para a
produção de energias limpas, eólica e solar, elaborar estudos sobre o setor e
gerir as ligações elétricas do programa federal Luz para Todos. Também auxilia
as ligações de iluminação púbica em rodovias estaduais. (jornalgrandebahia)
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