domingo, 6 de novembro de 2016

Alteração do risco é importante para refletir mudança da matriz

Alteração do risco é importante para refletir mudança da matriz, avalia AES Tietê
Diretor presidente da companhia diz que o sistema brasileiro já não possui mais a característica de ser hidrotérmico. A AES Tietê Energia manteve uma parcela de 5% de sua energia assegurada livre para se proteger do GSF neste ano. A empresa, que possui toda a sua energia no ACL, vê como necessária a alteração dos modelos de risco que começarão a ser implementados pelo governo em 2017 com alteração dos parâmetros alfa e lambda do CVaR até alcançar a SAR em 2018. Até porque a matriz vem mudando seu perfil com a inserção de novas fontes renováveis e tem que refletir a mudança, que ultrapassa o conceito de ser um sistema hidrotérmico.
Na avaliação do diretor presidente da companhia, Ítalo Freitas, essa revisão é importante, pois as renováveis vêm assumindo um papel importante no país aproveitando as diversidades características de cada região, como as eólicas no Nordeste e as usinas sem reservatórios na região Norte. “Isso faz com que o governo tenha que rever o conceito em toda essa questão de CVaR para que se traduza da forma correta na evolução do sistema. E além disso, estamos vendo aqui nos nossos clientes uma entrada muito grande de GD e isso de alguma maneira tem que estar traduzido e dentro do modelo setorial para que não se crie anomalias como a tarifa negativa na Alemanha e em outras regiões”, comentou o executivo.

Aliás, a expansão de sistemas de geração distribuída é um dos focos da geradora do grupo AES Brasil. Além da geração centralizada por meio de projetos eólicos e solares, comentou Freitas, a companhia vê uma grande oportunidade nesse nicho de mercado pensando em grandes projetos para os segmentos industrial e comercial. “Vemos o mercado mundial mudando de conceito não é aquele do século 19 que tínhamos apenas empresas de geração, transmissão e distribuição, agora o cliente terá mais poder. Ele vai colocar a placa solar e essa pessoa com o poder de geração na mão e a AES Tietê quer ser o instrumento para esse novo mercado”, acrescentou ele, que apontou a necessidade de regras claras para o financiamento de sistemas de geração distribuída.
Segundo sua avaliação, a falta de clareza ainda é um grande problema para o segmento. E afirmou que não vê o mercado de crédito para esses sistemas preparado. Já quanto as novas regras do BNDES para o financiamento anunciadas há cerca de um mês, varia de caso a caso. Mas, no geral, disse ele, para as renováveis, principalmente a solar, o banco de fomento federal continua bem atrativo. Mas ainda é necessário ter alternativas, principalmente quanto à questão do risco cambial.
Quanto à demanda de energia para 2017, Freitas afirmou que a empresa começa a ver um sinal do mercado de que deverá melhorar. Esse movimento poderá ser visto já a partir desse verão, época na qual naturalmente o consumo aumenta devido ao calor. Ele, contudo preferiu não arriscar um cenário para o ano que vem. Disse que a empresa realiza exercícios todos os anos para avaliar diversos cenários com situações econômicas diversas. “Realmente estamos vendo que existe um sinal de melhoria no mercado de consumo”, resumiu. (canalenergia)

Nenhum comentário: