Ministério de Minas e Energia investirá R$ 780.000 do Banco Mundial.
Estudo visa unir nas obras o desenvolvimento e a sustentabilidade.
O Brasil utilizará recursos do Banco Mundial em um estudo sobre como construir hidrelétricas de uma maneira que favoreça o desenvolvimento e a sustentabilidade, em um sinal de que os grandes empreendimentos hídricos não saíram dos planos do país mesmo com a recente negativa do IBAMA ao licenciamento ambiental da megausina São Luiz do Tapajós, no Pará.
Vista
do rio Tapajós; governo planeja usina em uma das regiões mais preservadas da
Amazônia.
A
implementação de usinas hídricas de grande porte no Norte do país foi um dos
focos da política energética nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT),
que definiram esses projetos como "estruturantes", uma vez que o
objetivo era que as obras promovessem crescimento econômico na região.
Os
empreendimentos, no entanto, foram alvo constante de críticas e protestos por
parte de ambientalistas e organizações não governamentais.
Agora,
o Ministério de Minas e Energia investirá cerca de R$ 780 mil em um estudo com
duração prevista de 270 dias sobre "implantação de usinas hidrelétricas
estruturantes" e a elaboração de planos de "desenvolvimento regional
sustentável".
Os
recursos para a contratação vieram do Banco Mundial, por meio de um acordo de
colaboração entre a pasta e a instituição financeira chamada "Projeto
Meta".
O
ministério disse, em resposta a questionamentos da Reuters, que o estudo não
tem como objetivo atender especificamente um projeto, como o de Tapajós, mas
sim buscar melhores práticas para a implementação de hidrelétricas em geral,
que não serão abandonadas pelo novo governo do presidente Michel Temer.
"As
hidrelétricas de todos os portes estão contempladas no planejamento energético
do país e continuam com um papel importante na composição da matriz... a
contratação em questão tem o objetivo de melhorar a forma de implantar esses
projetos", explicou a pasta.
As
usinas hídricas de grande porte respondem por cerca de 61% da capacidade de
geração em operação no Brasil, enquanto hidrelétricas de pequeno porte
representam outros 3%.
O
presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, disse
em entrevista recente à Reuters que "o Brasil é um país
hidrelétrico", que buscará desenvolver esses empreendimentos dentro de uma
visão de desenvolvimento sustentável. "Lutaremos pelas
hidrelétricas", destacou.
Tapajós
vive
Em
agosto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) negou e arquivou um pedido de licenciamento ambiental da
usina de São Luiz do Tapajós, prevista para ser uma das maiores do país quando
construída no rio Tapajós, no Pará.
A
diretora de licenciamento ambiental do órgão, Rose Hofman, disse que não vetou
o polêmico projeto.
"O
despacho pelo arquivamento de Tapajós é meramente por não cumprimento de
prazos. Se olharem com cuidado a motivação do meu despacho de arquivamento é
meramente falta de entrega de documentos. Quando o projeto estiver maduro
suficiente pode ser protocolado de novo e analisado de novo", explicou.
Em
agosto, após arquivamento do licenciamento pelo IBAMA, o ministro de Minas e
Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou que o governo iria arquivar o projeto
por ora, mas não descartou uma retomada da usina no futuro. (g1)
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