Gás
gerado a partir do lixo vira energia no Rio Grande do Sul
Usina
com capacidade para abastecer uma cidade de até 80 mil habitantes recebeu
investimento de R$ 30 milhões.
Na
semana do ambiente, o Rio Grande do Sul ganha um projeto que alia redução da
emissão de gases causadores de efeito estufa e geração de energia em momento de
crise elétrica no país. A primeira térmica a partir de gás gerado em aterro
sanitário no Estado terá obras simbolicamente entregues na cerimônia em Minas
do Leão, a 90 quilômetros da Capital.
Construída
com investimento de R$ 30 milhões, a Biotérmica Energia terá capacidade para
produzir até 15 megawatts (MW), suficiente para abastecer uma cidade de cerca
de 80 mil habitantes. O combustível que moverá a usina é o metano existente no
biogás captado no aterro do município, que recebe diariamente 3,5 mil toneladas
de lixo urbano de Porto Alegre e outras 130 cidades.
O
aterro é controlado pela Companhia Rio-grandense de Valorização de Resíduos
(CRVR), cujo capital pertence 70% ao grupo Solví e 30% à mineradora Copelmi. As
duas empresas, na mesma proporção, também são donas da Biotérmica Energia. Em
breve, outros municípios do Estado poderão ter iniciativas com o mesmo
conceito.
–
Já temos duas licenças prévias da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam)
para Santa Maria e São Leopoldo e futuramente também em Pelotas e Giruá – diz o
diretor-presidente da CRVR, Mauro Renan Pereira Costa, lembrando que as usinas
nos dois municípios serão menores, de 1,5 MW, e podem operar em 2016.
O
projeto de Minas do Leão se diferencia em outro aspecto. O aterro foi um dos
primeiros no país a obter créditos de carbono com a queima do metano no sistema
de chama conhecido como flare (tocha que fica constantemente acesa nas chaminés
de petrolíferas), liberando CO2 – 23 vezes menos poluente que o
metano. Segundo Costa, agora passou a ser a primeira térmica no mundo a também
ganhar créditos de carbono originalmente com a queima de metano em flare.
Apesar
de as obras estarem prontas, a usina ainda precisa passar por um teste de
emissões da Fepam para receber a licença de operação e, depois, a autorização
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para dar a partida na geração
comercial, o que deve ocorrer em 15 dias, prevê Costa. Inicialmente, a produção
será de 8,5 MW, sendo que 6,5 MW foram comercializados em leilão. O restante
será vendido no mercado livre.
O
projeto
Capacidade
total: 15 MW, suficiente para abastecer uma de cidade de cerca de 80 mil
habitantes.
Investimento:
R$ 30 milhões.
Benefício:
cerca de 170 mil toneladas de CO2 a menos lançadas no ambiente.
3,5
mil toneladas é a quantidade de lixo urbano já recebido diariamente no aterro
de Minas do Leão. (associacaoparkwayresidencial)
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