Mercados globais de
energia mudaram drasticamente em 2016.
A transição global para
as energias renováveis está se acelerando e o ritmo da mudança está mais rápido
que o previsto. Quem ficar para trás enfrentará riscos financeiros cada vez
maiores. Estas são as três principais
conclusões do mais novo estudo do Instituto de Economia e Análise Financeira de
Energia (IEEFA), que analisa os principais eventos nos mercados globais de
energia ao longo de 2016 e revela o ritmo assustador da mudança global em
andamento.
“Ao longo de 2016, assim
como no ano anterior, indicativos de uma grande mudança nos mercados de energia
estavam em toda parte, mas quando examinados globalmente, a escala e o ritmo da
mudança são simplesmente surpreendentes, embora não inteiramente inesperados”,
explica Tim Buckley, Diretor de Estudos de Finanças do IEEFA. “A velocidade e a
natureza global desta mudança é muito diferente de tudo o que temos visto no
mercado de energia nos tempos modernos, desde áreas tão diversas como baterias
e tecnologias de veículos elétricos até a regularidade na queda das tarifas de
energia solar e o financiamento para programas de energias renováveis em países
em desenvolvimento. Este é um momento emocionante e indica que grandes
progressos estão sendo feitos para a transição da nossa economia global.”
Segundo Tim, “Todos os
indicadores são de que o espaço futuro para o carvão na geração de energia é
limitado e de que o custo de geração de carvão para eletricidade continua a
aumentar. Sem subsídios constantes de financiamento e incluindo todas as suas
externalidades, a energia a carvão continuará a ser significativamente mais
cara do que tecnologias de energia renovável comparáveis. Um mercado financeiro
limitado ao carbono significa que os investimentos em andamento embutem
consideráveis riscos de ativos e possíveis desvantagens para as economias
nacionais dependentes dos retornos da mineração de carvão”, detalha.
O relatório descreve que
sistemas de precificação de carbono desempenharão um papel crítico na
aceleração das finanças e realização das metas delineadas no Acordo de
Paris. “É em 2017 que deve ocorrer o
maior aumento já visto na proporção de emissões globais cobertas por esquemas
de preço de carbono dentro de um ano”, prevê Tim.
2016: Year in Review –
Three Trends Highlighting the Accelerating Global Energy Market Transformation
também mostra que a abordagem tradicional do mercado energético do Ocidente tem
em grande parte passado ao largo da África – o continente que contém a maior
parte das nações menos desenvolvidas do mundo. “A energia renovável suplanta
todas as outras fontes de energia como solução para aqueles sem acesso à
energia à medida que a tecnologia e a relação custo X benefício melhoram e
favorecem um crescente interesse em microgrids e sistemas solares domésticos,
seguindo o exemplo de Bangladesh”, explica Tim.
“Em 2016 houve um aumento significativo nas adições da capacidade solar
da escala de utilities e a Agência Internacional de Energia Renovável prevê que
África poderia ter 70GW da geração solar em 2030”, completa.
A transição global para
as energias renováveis está se acelerando:
• Em 2016, mais países
tiveram períodos nos quais 100% do consumo de eletricidade foram atendidos
pelas energias renováveis.
• A África está preparada
para se tornar o primeiro continente onde a energia renovável é o principal
motor do desenvolvimento.
O ritmo da mudança é
muito mais rápido do que o previsto:
• O consumo de petróleo
poderá atingir o pico em 2030, com o crescimento exponencial continuado dos
veículos elétricos, eficiência energética e energia renovável, e a China está
desafiando a liderança do setor automotivo dos EUA e da UE.
• Ser um líder em energias
limpas agora pode ser aplicado como um modelo de negócios sustentável que
proporciona retornos superiores aos acionistas. Tesla, BYD, Nextera Energia,
Softbank, ENEL, China Longyuan e Brookfield Renewable Partners todos demonstram
isso.
• O rápido crescimento do
mercado de títulos verdes é uma indicação de que o capital privado está saindo
dos combustíveis fósseis para a energia renovável.
Aqueles que estão ficando
para trás estão enfrentando crescentes riscos financeiros:
• Ao contribuir para
reduzir as taxas de utilização, as energias renováveis continuarão a
comprometer a viabilidade da produção a carvão.
• Em 2016, verificou-se
uma redução do pipeline de eletricidade a carvão quase igual à capacidade de
produção de carvão total da UE.
• Um crescimento da
demanda abaixo do esperado, em conjunto com o aumento da oferta de GNL, deverá
levar a uma multiplicação de ativos mais valorizados nos balanços do que no
mercado. (canalbioenergia)
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