Brasil vai ingressar na
Agência Internacional de Energia Renovável
Entrada
do país na Irena vai traz participação ativa em debate internacional sobre
renováveis. Para presidente da EPE, país entra na elite mundial do tema.
A
Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais do
Governo Federal aprovou em 17/01/18, o início do
processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energia Renovável. O
ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, destacou a importância da
iniciativa ao lado do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Luiz
Barroso, que estava em Abu Dhabi na 8º Assembleia Geral da Irena.
De
acordo com Coelho Filho, o Brasil é um dos melhores exemplos da substancial
representatividade das energias renováveis na matriz, tanto elétrica quanto
energética. Para ele, o país pode contribuir muito com a agência e seus países
membros. Como país membro, haverá uma participação mais ativa do debate sobre
temas relevantes da agenda energética internacional, bem como o benefício das
ferramentas e iniciativas desenvolvidas pela Irena.
O
ministro ainda lembrou que a Irena vem realizando um importante trabalho desde
sua fundação, há apenas 9 anos, período em que logrou estabelecer-se como
autoridade global em energia renovável, e criou um relevante ambiente de debate
das políticas de energias renováveis, incluindo os biocombustíveis, em nível
mundial. São 152 países membros e cerca de 30 países em processo de adesão,
como o Brasil.
A Assembleia da
Irena ocorrida nos dias 13 e 14 de janeiro teve como temas centrais a discussão
de políticas públicas para integração de renováveis e eletrificação da
mobilidade. O presidente da EPE, Luiz Barroso, que representou o Brasil pelo
segundo ano no encontro, avaliou a importância da entrada do país na agência,
definindo-a como mais uma ação da gestão do ministro Coelho Filho na
internacionalização do país e no debate sobre renováveis. O Brasil também já
havia se associado à Agência Internacional de Energia.
Segundo
ele, o Brasil é pioneiro em uma série de políticas para inserção de energia
renováveis que foram posteriormente referências para vários países. A
participação do Brasil na Irena vai colocar o país na elite mundial da nova
onda de discussões, exportando e importando o melhor do conhecimento sobre o
tema. “Teremos a chance de aumentar o diálogo e a troca com outros países,
visando ensinar aquilo que for possível e aprender sempre e com isso melhorar
as políticas públicas de renováveis no país visando mais eficiência e ganhos ao
consumidor final”, afirma.
As
associações do setor comemoraram a entrada do Brasil na Irena. Para o
presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar e
Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, cada vez mais a importância da agência de
renováveis vem sendo notada como um fórum altamente qualificado para o
debate e a aceleração da inserção das renováveis. “A Irena é um fórum
extremamente importante porque ela concentra um braço
técnico altamente qualificado que avalia, faz projeções do
envolvimento dos setores e dos mercados de energias renováveis”,
explica. O acompanhamento de dados como o número de empregos gerados pelas
fontes renováveis no mundo foi outro aspecto citado pelo presidente da
associação. Sauaia ressaltou ainda o papel que a Irena como fomentador do setor
financeiro, viabilizando o acesso a recursos sem os quais os projetos
não conseguiriam se desenvolver.
Em
nota à imprensa, Sauaia disse que o ingresso na associação representa um
importante passo em favor do desenvolvimento das energias renováveis no país e
uma grande oportunidade para o Brasil, que é referência mundial em energias
renováveis, de compartilhar seu conhecimento e experiências. Para ele, agora há
uma oportunidade única de posicionar o Brasil e o setor fotovoltaico
brasileiro como protagonista nas iniciativas desenvolvidas pela Irena, de
maneira que o país possa incorporar as melhores práticas internacionais.
Na
Associação Brasileira de Energia Eólica, o ingresso na Irena foi visto como um
grande avanço para as energias renováveis de baixo impacto, como a energia
eólica, na opinião da presidente executiva da associação, Élbia Gannoum. A
fonte renovável tem batido sucessivos recordes de geração e vem
dominando os leilões de energia nos últimos anos, conquistando espaço
significativo na matriz. De acordo com ela, fazer parte da
agência irá colocar o Brasil em um novo patamar de maturidade perante
a comunidade internacional.
A
executiva da ABeeólica acredita que o Brasil tem muito a contribuir
nas discussões da Irena, já que tem mais de 500 parques eólicos
em operação e produtividade bem acima da média mundial. Segundo ela, o
Brasil tem muito a ganhar com o aprendizado de outros países e certamente vai
se beneficiar muito do conhecimento que a agência tem acumulado.
A
Agência teve como foco o fomento às tecnologias eólica e solar produzidas nos
países desenvolvidos. A partir de 2011, passou a considerar os bicombustíveis e
a energia hidráulica no escopo dos seus trabalhos. A alteração estimulou o
ingresso de países em desenvolvimento, como a África do Sul, Índia e China. A
participação brasileira na Irena contribuirá para a Plataforma Biofuturo,
iniciativa do Ministério das Relações Exteriores, que conta com a participação
do MME. As ações do MRE no campo internacional estão compatíveis com o Programa
RenovaBio. (canalenergia)
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