200
mil empregos no setor de energia eólica, em 52 carreiras, veja como entrar
neste mercado.
O
Brasil desponta como um dos países com maior matriz de energia renovável do
planeta. Enquanto no mundo apenas 33% da matriz é renovável, aqui o índice
passa de 80%.
Mesmo
com o número já elevado, o potencial de crescimento no país salta aos olhos.
Segundo um estudo da International Energy Agency, o Brasil foi o quinto país
com maior incremento de gigawatts (GW) gerados pelo vento em 2016. No ano
passado, foram instalados mais 2,02 GW (dados da Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEólica).
Em
2017, o Brasil alcançou a geração de 12,8 gigawatts (GW), o que coloca o país
em oitavo lugar no ranking mundial de usinas eólicas, ultrapassando o Canadá.
Atualmente,
os ventos respondem por 8,2% de toda a energia gerada. A capacidade instalada
passa dos 12,7 GW. Isso abastece, por exemplo, seis de cada dez casas da região
Nordeste.
O Ministério
de Minas e Energia prevê uma expansão de 125% até 2026, quando praticamente um
terço da energia brasileira virá dos ventos (28,6%). Além de garantir luz
acesa, os ventos também representam renda às famílias de muitos estados.
Em
2016, o número de empregos diretos no setor passava de 150 mil. A ABEEólica
estima que para cada novo megawatt instalado, 15 empregos diretos e indiretos
sejam criados.
A
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que até 2026 a
cadeia eólica possa gerar aproximadamente 200 mil novos empregos diretos e
indiretos. É como se metade da população de Florianópolis, capital de Santa
Catarina, estivesse trabalhando no setor.
Um
estudo inédito da ABDI mapeou 52 profissões/ocupações distribuídas nos cinco
grupos de atividades que compõem a cadeia: construção e montagem (10 diferentes
profissões); desenvolvimento de projetos (11 profissões); ensino e pesquisa (6
profissões); manufatura (15 profissões); operação e manutenção do parque eólico
(9 profissões).
O
presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto
Ferreira, explica que o potencial de criação de empregos é grande porque a
cadeia eólica é longa, além do potencial de crescimento do mercado. “São cinco
etapas envolvidas na cadeia, desde o desenvolvimento do projeto, a fabricação,
a montagem e operação de um parque eólico. Para cada fase é preciso uma ampla
gama de profissionais. Na fase de projeto, por exemplo, são necessários pelo
menos 11 tipos de profissionais. Entre manufatura, construção e operação são
mais 34 especializações diferentes”, destaca.
Segundo
o estudo da ABDI, existem carreiras para todos os graus de formação. “A cadeia
eólica precisa de profissionais que tenham apenas o ensino médio e fundamental,
como é o caso de montadores e motoristas, mas contempla também os altos graus
de formação, como engenheiros aeroespaciais, onde a pós-graduação e
especialização são pré-requisitos para a contratação”, explica Ferreira.
O
documento da ABDI mostra ainda as possibilidades de crescimento do profissional
dentro do setor. Uma profissão que chama a atenção no estudo é o técnico em
meteorologia, exigido em três das cinco fases da cadeia – montagem,
desenvolvimento do projeto e operação.
A
formação dura em média três semestres (1200 horas) e o salário estimado pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) é de R$ 2 mil.
O
técnico vai atuar no levantamento de dados sobre a velocidade e direção dos
ventos, realizando a instalação e a manutenção das torres de medição (chamadas
de anemométricas).
Pelo
estudo, esse tipo de profissional pode progredir no setor e se tornar Técnico
em Operações e Manutenção de Parques, aumentando, assim, seu rendimento. Já
para os salários mais altos são necessários diferentes profissionais do ramo da
engenharia.
Os
ganhos médios mensais dos engenheiros aeroespaciais passam de R$ 8 mil. Para o
engenheiro de vendas, o mercado oferece vencimentos próximos a R$ 15 mil.
Somente
para a fase de manutenção, permanente depois que o parque eólico está
instalado, são contratados profissionais com formação em sete engenharias
diferentes (engenheiro de produção, industrial, de qualidade, de vendas,
eletricista e projetista).
Os salários giram entre R$ 5 e R$ 15 mil. Na mesma faixa também existem vagas para advogados, administradores e biólogos.
Os salários giram entre R$ 5 e R$ 15 mil. Na mesma faixa também existem vagas para advogados, administradores e biólogos.
Lista
das 52 carreiras que compõem o setor
Profissões do futuro
O
relatório da ABDI chama a atenção para profissões do futuro, cada vez mais
exigidas pelo mercado de trabalho. O próprio técnico em meteorologia é um
trabalhador que terá demanda crescente.
“Com
o maior número de parques de energia eólica e solar, existe um novo mercado que
se abre”, diz o presidente da ABDI. O tecnólogo em meio ambiente, por exemplo, é uma profissão em alta.
“Esse
tipo de profissional tem um papel fundamental na expansão das energias
renováveis. Nos parques eólicos, os técnicos de meio ambiente são responsáveis
pelo monitoramento ambiental da fauna. É muito comum a morte de aves e morcegos
por colisão com as pás das torres eólicas”.
O
técnico em meio ambiente tem um salário médio de R$ 2,5 mil, segundo a FIPE.
Para exercer a profissão, é preciso formação em engenharia ambiental ou curso
técnico na área.
Segundo
o estudo da ABDI, esses profissionais podem progredir para a posição de
engenheiro ambiental ou consultor ambiental, onde os salários beiram os R$ 7
mil.
Onde estão os empregos
A
maioria dos parques eólicos do Brasil está no Nordeste. O Rio Grande do Norte e
a Bahia lideram o ranking com 135 e 93 parques, respectivamente.
Outros
sete estados da região concentram 184 parques de torres eólicas. O Sul também
apresenta parte considerável da geração. Na região estão 95 parques, sendo a
maioria no Rio Grande do Sul (80).
Isso não significa que os empregos estejam somente nessas regiões. “Uma torre instalada no Rio Grande do Norte gera empregos mais perenes para a população local, na fase de operação e manutenção. Entretanto, o desenvolvimento do projeto pode ocorrer em um escritório em São Paulo, e os componentes das torres são construídos em Pernambuco, Minas Gerais e Santa Catarina”.
Isso não significa que os empregos estejam somente nessas regiões. “Uma torre instalada no Rio Grande do Norte gera empregos mais perenes para a população local, na fase de operação e manutenção. Entretanto, o desenvolvimento do projeto pode ocorrer em um escritório em São Paulo, e os componentes das torres são construídos em Pernambuco, Minas Gerais e Santa Catarina”.
Guto
Ferreira também explica que durante a construção são geradas muitas vagas temporárias,
empregando locais e pessoas de outras regiões. A cadeia eólica não para por aí.
A ABDI mapeou mais de 400 empresas envolvidas, entre fabricantes, fornecedoras
de peças e prestadoras de serviço.
Os
construtores de pás exemplificam a capilaridade das indústrias que trabalham
com vento. São apenas quatro no Brasil, mas em estados diferentes – Ceará,
Pernambuco, Bahia e São Paulo.
Profissões
por grupo de trabalho
Construção e Montagem
-
Engenheiro Civil
-
Engenheiro de Projetos
-
Engenheiro de Qualidade; (podendo considerar ainda Engenheiro de Segurança)
-
Engenheiro eletricista (e afins)
-
Engenheiro Mecânico
-
Especialista em prospecção de áreas
-
Gerente de Obras; Gerente de Construção
-
Gerente de Projeto
-
Operadores de Equipamentos (de construção)
-
Técnico em meteorologia
-
Trabalhadores em geral (de construção)
Desenvolvimento de Projetos
-
Consultor Ambiental; Engenheiro Ambiental (mas podem ser considerados também:
Biólogo, Arqueólogo e Geólogo)
-
Engenheiro Civil
-
Engenheiro de Projetos
-
Engenheiro de Qualidade; (podendo considerar ainda Engenheiro de Segurança)
-
Especialista em prospecção de áreas
-
Especialista em recurso (eólico)
-
Especialista em regulação
-
Gerente de Negócios; Gerente Comercial; Negociador
-
Gerente Financeiro
-
Técnico em meteorologia
Ensino e Pesquisa
-
Gerente de Desenvolvimento e Treinamento; Gerente de Recursos Humanos
-
Instrutor Técnico; Instrutor de Ensino Profissionalizante
-
Pesquisador
-
Pesquisador em economia
-
Pesquisador Engenheiro
- Professor Universitário
- Professor Universitário
Manufatura
-
Advogado
-
Engenheiro Aeroespacial
-
Engenheiro de Produção; Engenheiro Industrial
-
Engenheiro de Qualidade; (podendo considerar ainda Engenheiro de Segurança)
-
Engenheiro de Vendas; Gerente comercial
-
Engenheiro eletricista (e afins)
-
Especialista em Logística
-
Engenheiro Projetista (Engenheiro Mecânico)
-
Gerente de Engenharia; Gerente de P&D
-
Gerente de Suprimentos; Gerente de Supply Chain; Gerente de Compras
-
Montador e Operador de Linha de Produção
-
Motorista de caminhão
-
Pesquisador Engenheiro
-
Trabalhadores em geral – montagem do aerogerador no parque
-
Vendedor
Operação e Manutenção
-
Advogado
-
Engenheiro de Qualidade; (podendo considerar ainda Engenheiro de Segurança)
-
Engenheiro eletricista (e afins)
-
Engenheiro Mecânico
-
Gerente de Ativos; Administrador (de Ativos)
- Gerente
de Planta; Gerente de Operação e Manutenção; Gerente de Parque Eólico
-
Técnico em meteorologia
-
Técnico em Operação e Manutenção de Parques Eólicos
- Tecnólogo em meio ambiente; Técnico de controle de meio ambiente (ambienteenergia)
- Tecnólogo em meio ambiente; Técnico de controle de meio ambiente (ambienteenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário