quarta-feira, 14 de março de 2018

Setor eólico gerará 200 mil empregos no Brasil até 2026

Setor eólico deve gerar 200 mil empregos no Brasil até 2026, diz ABDI.
Salários mais altos são necessários diferentes profissionais do ramo da engenharia.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que até 2026 a cadeia de produção de energia eólica poderá gerar aproximadamente 200 mil novos empregos diretos e indiretos. Em 2016, o número de empregos diretos no setor passava de 150 mil.
Pelos cálculos da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), para cada novo megawatt instalado, 15 empregos diretos e indiretos sejam criados. No ano passado, foram instalados mais 2,02 GW no país. Em 2017, o Brasil alcançou a marca de 12,8 GW de capacidade instalada, o que coloca o país em oitavo lugar no ranking mundial de usinas eólicas, ultrapassando o Canadá.
O estudo da ABDI mapeou 52 profissões/ocupações distribuídas nos cinco grupos de atividades que compõem a cadeia de energia eólica: construção e montagem (dez diferentes profissões); desenvolvimento de projetos (11 profissões); ensino e pesquisa (seis profissões); manufatura (15 profissões); operação e manutenção do parque eólico (nove profissões).
O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira, explica que o potencial de criação de empregos é grande porque a cadeia eólica é longa, além do potencial de crescimento do mercado. “São cinco etapas envolvidas na cadeia, desde o desenvolvimento do projeto, a fabricação, a montagem e operação de um parque eólico. Para cada fase é preciso uma ampla gama de profissionais. Na fase de projeto, por exemplo, são necessários pelo menos 11 tipos de profissionais. Entre manufatura, construção e operação são mais 34 especializações diferentes”, destaca.
Segundo o estudo da ABDI, existem carreiras para todos os graus de formação. “A cadeia eólica precisa de profissionais que tenham apenas o ensino médio e fundamental, como é o caso de montadores e motoristas, mas contempla também os altos graus de formação, como engenheiros aeroespaciais, onde a pós-graduação e especialização são pré-requisitos para a contratação”, explica Ferreira.
O documento da ABDI mostra ainda as possibilidades de crescimento do profissional dentro do setor. Uma profissão que chama a atenção no estudo é o técnico em meteorologia, exigido em três das cinco fases da cadeia – montagem, desenvolvimento do projeto e operação. A formação dura em média três semestres (1200 horas) e o salário estimado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) é de R$ 2 mil. O técnico vai atuar no levantamento de dados sobre a velocidade e direção dos ventos, realizando a instalação e a manutenção das torres de medição (chamadas de anemométricas). Pelo estudo, esse tipo de profissional pode progredir no setor e se tornar Técnico em Operações e Manutenção de Parques, aumentando, assim, seu rendimento.


Já para os salários mais altos são necessários diferentes profissionais do ramo da engenharia. Os ganhos médios mensais dos engenheiros aeroespaciais passam de R$ 8 mil. Para o engenheiro de vendas, o mercado oferece vencimentos próximos a R$ 15 mil. Somente para a fase de manutenção, permanente depois que o parque eólico está instalado, são contratados profissionais com formação em sete engenharias diferentes (engenheiro de produção, industrial, de qualidade, de vendas, eletricista e projetista). Os salários giram entre R$ 5 e R$ 15 mil. Na mesma faixa também existem vagas para advogados, administradores e biólogos.

A maioria dos parques eólicos do Brasil está no Nordeste. O Rio Grande do Norte e a Bahia lideram o ranking com 135 e 93 parques, respectivamente. Outros sete estados da região concentram 184 parques de torres eólicas. O Sul também apresenta parte considerável da geração. Na região estão 95 parques, sendo a maioria no Rio Grande do Sul (80).
Isso não significa que os empregos estejam somente nessas regiões. “Uma torre instalada no Rio Grande do Norte gera empregos mais perenes para a população local, na fase de operação e manutenção. Entretanto, o desenvolvimento do projeto pode ocorrer em um escritório em São Paulo, e os componentes das torres são construídos em Pernambuco, Minas Gerais e Santa Catarina”. Guto Ferreira também explica que durante a construção são geradas muitas vagas temporárias, empregando locais e pessoas de outras regiões. (canalenergia)

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