quarta-feira, 30 de maio de 2018

Itaipu apresenta novo recorde de geração

Usina superou os 43.062.656 MWh registrados de janeiro a maio de 2016; Expectativa é terminar 2018 com uma das cinco maiores produções da história.
A produção da hidrelétrica de Itaipu em 2018 já é a maior de todos os tempos para os cinco primeiros meses de um ano. O recorde foi atingido em 29/05/18, antes mesmo do fechamento do mês, quando os 43.062.656 MWh registrados de janeiro a maio de 2016 foram superados. Na comparação com 2017, quando a usina gerou 40.684.451 MWh no começo do ano, a diferença já é de 7%. Para se ter uma ideia, com a quantidade de energia produzida neste ano, a UHE poderia abastecer sozinha o Brasil inteiro pelo período de um mês.
O desempenho nos primeiros meses do ano motivou a área técnica da empresa a projetar fechar o semestre com produção acima de 50 milhões de MWh – o que só aconteceu em três oportunidades desde o início de operação do empreendimento, em 1984. Para o ano, a meta é ficar entre as cinco melhores performances da história.
O diretor-geral brasileiro da binacional, Marcos Stamm, ressaltou que a alta produtividade só é possível graças ao empenho e à qualificação do quadro de profissionais da empresa. “Acima de tudo, é resultado do esforço dessa equipe”, reconheceu o diretor.
Para ele, “Itaipu está sempre se superando, gerando mais energia e dando o equilíbrio que o país precisa para crescer”. No ano passado, a empresa foi responsável pelo abastecimento de 15% de todo o consumo brasileiro e 86% do Paraguai. Em 2016, estabeleceu a marca histórica de 103 milhões de MWh de produção anual.
Segundo o diretor técnico executivo, Mauro José Corbellini, o alto desempenho da usina é resultado da combinação de quatro fatores essenciais para a produção de energia: disponibilidade de chuvas, unidades geradoras, linhas de transmissão e a demanda energética por brasileiros e paraguaios.
Entre as condições apresentadas, o recurso mais imprevisível acaba sendo a questão hídrica.  “Não podemos controlar quando vai chover ou não. Por isso, temos feito um grande esforço para otimizar a utilização da água”, ressaltou o diretor. “Queremos evitar que essa água, ao invés de passar pelas turbinas (gerando energia), seja desperdiçada no vertedouro”, completou.
Por sua vez o superintendente de Operação Celso Torino acrescentou que tais fatores devem estar alinhados para que os resultados apareçam. Não adianta, por exemplo, dispor de água, mas não ter linha de transmissão para levar energia. Ou ter demanda e não ter equipamento disponível para produção de energia.

Desta forma, a tomada de decisão envolve não apenas as áreas técnicas de Itaipu como também os parceiros externos – especialmente a Ande, no lado paraguaio, e Eletrobras-Furnas, Copel e Operador Nacional do Sistema (ONS), no lado nacional. “É um trabalho coordenado”, afirmou Torino. (canalenergia)

BYD entregará no Brasil 200 caminhões de lixo elétricos

BYD vai entregar 200 caminhões elétricos para coleta de lixo no Brasil
Acordo com a Corpus Saneamento e Obras Ltda representa o maior negócio já empreendido pela empresa fora da China; Veículos poderão ser operados por cerca de 200 km ou oito horas, após carga única de até duas horas.
Corpus já vem utilizando um caminhão elétrico da BYD para coleta de lixo desde outubro de 2016.
A chinesa BYD assinou um contrato para entrega de 200 caminhões compactadores de lixo e 100% elétricos ao Brasil, formando a maior parceria deste tipo para a empresa na América Latina. A aquisição foi feita pela Corpus Saneamento e Obras Ltda., que terá seus primeiros 20 caminhões eT8A entregues em setembro. Os demais veículos serão entregues em lotes de quantidade semelhante até 2023.
Os caminhões elétricos serão fabricados na cidade chinesa de Changsham e podem ser operados por cerca de 200 km ou oito horas, após carga única de até duas horas. O veículo compactador de lixo desenvolvido pera empresa chinesa pode pesar mais de 21 toneladas quando cheio até sua capacidade máxima, assim como potência máxima de arranque de 180kW e torque de 1500Nm.
Wang Chuanfu, presidente da BYD, esteve presente na cerimônia que selou o acordo entre as empresas e comentou sobre as motivações da parceria. “Emissões automobilísticas e poluição sonora são dois dos principais problemas urbanos”, afirmou, completando que “as tecnologias da BYD resolvem esses problemas enquanto tornam o Brasil um lugar melhor para se viver”.
A empresa construiu duas fábricas em Campinas desde que entrou no mercado brasileiro em 2010. As unidades, que fabricam ônibus e painéis solares, criaram mais de 400 empregos para a comunidade local. Os carros e6 operam como táxi e como veículos policiais.
“Essa compra é um desenvolvimento natural para nós após teste bem-sucedido iniciado em outubro de 2016. Estamos muito orgulhosos por sermos a primeira empresa da América Latina a operar uma frota dessa natureza e tamanho”, declarou o Gerente Geral de Negócios Privados da Corpus, André Valente.
A companhia chinesa já vendeu cerca de 130.000 unidades de veículos 100% elétricos durante 2017, alcançando o primeiro lugar no ranking mundial em vendas de veículos elétricos pelo terceiro ano consecutivo. (canalenergia)

Volvo participa de projeto em ônibus elétrico autônomo

Volvo confirma participação em projeto de ônibus elétrico autônomo.
ABB irá alimentar o projeto de ônibus elétrico autônomo de Singapura.


Volvo-7900-Electric. Um dos ônibus elétricos autônomos.
A líder mundial em mobilidade elétrica fornece carregadores rápidos para estratégia inovadora de ônibus elétrico sem motorista.
A ABB está novamente destacando seu papel de liderança em soluções globais de transporte sustentável, com um novo projeto em parceria com a Volvo Buses e a Universidade Tecnológica Nanyang (NTU), em Singapura. A ABB fornecerá os seus Carregadores de Veículos Pesados (HVC) 300P de última geração para esse projeto, que entregará à ilha, no início de 2019, dois ônibus elétricos de condução autônoma.
Com esse projeto, a ABB está dando mais um passo para a mobilidade sustentável, poucos dias após anunciar o patrocínio principal da primeira categoria mundial de esporte automobilístico internacional totalmente elétrico da FIA.
O sistema de carregamento rápido HVC 300P fornece 300 kW de potência CC e recarrega uma bateria de três a seis minutos. Ele está baseado em OppCharge, uma interface aberta para carregamento CC de ônibus elétrico, já em uso em Singapura e na região Ásia-Pacífico. Usando um pantógrafo acoplado na infraestrutura do terminal de carregamento, o sistema permite que os ônibus sejam carregados no final da linha, sem afetar a operação normal da rota.
O sistema irá carregar dois ônibus totalmente elétricos, modelo Volvo 7900 Electric, com 12 metros, e a Volvo e NTU construirão a solução de condução autônoma na plataforma da Volvo. Essa é a primeira aplicação autônoma da Volvo em transporte público, após sucesso em tecnologia autônoma em operações de mineração, pedreira e coleta de resíduos.
Como Håkan Agnevall, Presidente da Volvo Buses, explicou: “Temos observado um interesse crescente em veículos autônomos e elétricos em cidades de todo o mundo. Junto com a NTU, uma das principais universidades mundiais em tecnologia, a ABB e o SMRT – o principal fornecedor de transporte terrestre multimodal de Singapura – agora temos a possibilidade de testar diversas soluções sob condições realistas, em uma importante cidade que tem altas ambições para o seu transporte público”.
Um dos ônibus elétricos autônomos será usado no Centro de Excelência para Teste e Pesquisa de Veículos Autônomos (CETRAN) – a nova e avançada instalação de testes de Singapura – onde pesquisadores testarão as novas funções e estudarão como os ônibus interagem com outros condutores. O segundo ônibus será usado para testes nos terminais de ônibus, em parceria com o SMRT. O objetivo do projeto é permitir que os futuros ônibus autônomos carreguem suas baterias, dirijam para a lavagem e estacionamento– de forma totalmente autônoma.
A Universidade Tecnológica de Nanyang estima que veículos elétricos poderiam constituir até 50% da frota motorizada de Singapura até 2050, e estamos orgulhosos de estar ajudando a tornar essa visão uma realidade.
Tarak Mehta, presidente da divisão de produtos de eletrificação da ABB disse: “A ABB tem estado há muito tempo na vanguarda do desenvolvimento de soluções mais sustentáveis. Com esse projeto, reafirmamos a nossa intenção de desenvolver o setor de Veículos Elétricos na região Ásia-Pacífico. Nossos sistemas de carregamento elétrico de alta qualidade, combinados com a nossa plataforma ABB Ability™ de conexão baseada na nuvem, estão abrindo o caminho para que os veículos se tornem mais limpos, eficientes e rentáveis do que nunca”.
A ABB irá entregar o primeiro dos dois carregadores rápidos HVC 300P ao final de 2018, quando o empreendimento cooperativo entre a Volvo Buses e a NTU estiver em andamento. Os ônibus elétricos autônomos serão entregues no início de 2019. Até agora, a ABB vendeu ao redor do mundo mais de 6.000 carregadores rápidos CC conectados à nuvem para passageiros de automóveis e de veículos comerciais. A ABB agora também se uniu com a Fórmula E – a primeira categoria mundial de esporte automobilístico internacional totalmente elétrico da FIA, como parte de sua motivação contínua para promover a mobilidade sustentável (Assessoria de Comunicação, 16/1/18). (brasilagro)

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Investir em tecnologia de baixo carbono economizará dinheiro

Investir em tecnologia de baixo carbono agora economizará dinheiro no futuro.
Esperando por uma ‘tecnologia unicórnio’ que fornece energia verde a baixo custo? Isto pode ser mais caro do que adotar tecnologias de baixo carbono agora.
Pesquisadores do Imperial College London dizem que, se a Grã-Bretanha investisse mais nas tecnologias de energia de baixo carbono de hoje, economizaria mais dinheiro em longo prazo do que esperar por uma tecnologia futura e mítica que talvez nunca se materialize.
Em um estudo publicado na Nature Energy, eles dizem que usar tecnologias existentes agora, mesmo imperfeitas, poderia economizar 61 por cento dos custos futuros.
Tecnologias de energia renovável, como painéis solares e parques eólicos, estão crescendo em uso. Eles são uma parte fundamental dos planos para atingir as metas climáticas até 2050 e até agora se beneficiaram de um apoio substancial para ajudar na sua implantação.
No entanto, a energia produzida usando outras tecnologias de baixo teor de carbono atualmente custa mais para produzir do que as fontes tradicionais de combustíveis fósseis. Estes incluem captura e armazenamento de carbono (CCS), que remove o dióxido de carbono das emissões das usinas de combustíveis fósseis. Como resultado, aqueles que planejam novos sistemas de energia frequentemente citam o custo dessas tecnologias como uma razão contra uma maior adoção e investimento nelas.
Pesquisadores temem que, ao planejar o futuro, alguns tomadores de decisão prefiram esperar por uma ‘tecnologia unicórnio’ que gera eletricidade a zero emissão de carbono, baixo custo e alta flexibilidade, em vez de investir em tecnologias atuais imperfeitas.
Para descobrir o impacto dessa estratégia, pesquisadores do Centro de Política Ambiental e do Departamento de Engenharia Química da Imperial modelaram uma série de cenários futuros entre dois extremos. O chamado “Agora” seria a opção de investimentos em tecnologias renováveis atualmente viáveis. A ‘Espera’ seria a opção defende que as tecnologias energéticas de baixo carbono, mais baratas e mais avançadas, eventualmente venham a existir, justificando a espera.
A equipe modelou a expansão da rede elétrica da Grã-Bretanha sob esses cenários, incluindo o investimento do governo em tecnologias como sequestro de carbono e energia nuclear, para o surgimento de uma tecnologia inovadora de unicórnio e sua absorção imediata.
Eles descobriram que, independentemente do ‘unicórnio’ se materializar ou não, atrasar o investimento nas tecnologias de hoje pode ter grandes implicações no custo e nas emissões. Por exemplo, esperar por uma tecnologia que não se materializa aumentaria os custos em 61% sobre a implantação de tecnologias existentes agora.
Tecnologias de energia limpa reduzem emissão de poluentes, mas ampliam uso de metais.
Mesmo que um ‘unicórnio’ se materialize, a espera ainda aumentaria os custos, porque muita infraestrutura de combustível fóssil ainda seria construída, mas não mais usada. Por exemplo, poderiam ser construídas novas usinas de gás natural e oleodutos que simplesmente não seriam usados quando a nova tecnologia surgisse, significando que o custo de construí-los seria desperdiçado. (ecodebate)

Expansão de renováveis valoriza geração térmica

Alta contratação de eólicas fará com que sistema necessite de energia firme fornecida por usinas a gás, as movidas a carvão lutam por financiamento e restrições a fonte. Geração térmica esteve em debate no Enase nos dias 23 e 24 de maio/2018, no Rio de Janeiro.
A forte expansão de eólicas e solares que vem sendo aplicada no país nos últimos anos não é motivo de alegria apenas para os agentes dessas fontes. O aumento da participação de fontes intermitentes na matriz traz a necessidade de uma complementação de geração térmica, que desde o leilão A-6 do ano passado viu duas usinas ser leiloadas, além de ver a Prumo Logística assumir uma usina da Bolognesi em construção. “A expansão aqui vai estar calcadas com fontes renováveis e complementadas com geração térmica. Acho que vai continuar a ter muita geração térmica no médio e longo prazo”, avisa Xisto Vieira, presidente da Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas. A geração térmica será um dos temas em debate na 15ª edição do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que será realizado a partir de 23/05/18 no Rio de Janeiro (RJ), e seguiu em 24/05/18.
De acordo com Vieira, a expansão da fonte térmica na esteira das renováveis é um movimento que também acontece nos países mais desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos. Segundo ele, na Califórnia, a cada 3 MW de renováveis contratados, deve ser contratado 1 MW térmico. Ele acredita que o novo presidente da empresa de Pesquisa Energética, Reive Barros, saberá analisar o nível de penetração das renováveis no país para fazer um planejamento ideal par o setor.
O presidente da Abraget acredita que do total da geração térmica do sistema, uma parte deveria estar na base e outra em térmicas flexíveis para serviços ancilares, como atendimento a intermitências, da ponta e partidas rápidas. “Nós consideramos importante colocar renováveis, mas tem que ter cuidados, que são colocar valor de geração térmica”, explica Vieira. No último leilão A-6, foram viabilizados dois projetos no Rio de Janeiro que somam mais de mil megawatts. No leilão A-6 de agosto, foram cadastrados 39 projetos que somam 28.656 MW.
Sobre o novo modelo do setor, Xisto Vieira acredita que um modelo de leilão em que as especificidades das fontes sejam observadas seria fundamental no novo modelo. Para ele, é difícil a comparação entre os empreendimentos hídricos, eólicos e térmicos. “Cada tipo de fonte tem um atributo diferente. A UTE é mais cara, mas ela dá segurança ao sistema, a EOL tem um custo de operação mais baixo, mas tem a intermitência”, avisa.
Se pelo lado das térmicas a gás a tendência é de crescimento, as termelétricas a carvão têm um cenário mais desafiador. Há a expectativa com dois projetos cadastrados no próximo leilão: o da Ouro Negro (RS – 600 MW) e o Usitesc (SC – 340 MW), que ele espera que sejam viabilizados. Mas para Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral, o maior entrave do carvão hoje no país é o financiamento, já que o BNDES não financia mais projetos desse tipo. “Com isso torna difícil a atração dos investidores”, comenta.
As conversas com o governo federal para o Plano de Modernização do parque Térmico a carvão brasileiro continuam. Segundo Zancan, sem esse plano as usinas vão acabar fechando, o que já está acontecendo, com a desativação de Charqueadas e as fases A e B de Candiota. “Com isso o Brasil perdeu 30% da sua capacidade instalada de carvão”, aponta. Segundo ele, a modernização é importante porque em 2027 o fim da CDE tornará o parque inviável economicamente. Como consequência disso vem o fim da mineração subterrânea do carvão, que vai trazer impactos negativos ao Sul do Brasil.
Lembrando que o carvão mineral é uma das maiores reservas de energia que o Brasil tem, Zancan quer ver aplicada no país tecnologias de alta eficiência e baixas emissões que permitem que a fonte seja usada sem causar danos ao meio ambiente. “Não devemos ser contra as fontes, mas sim ser contra as suas emissões. Se os combustíveis fósseis forem de baixo carbono, porque ser contra eles?”, pondera. Segundo o presidente da ABCM, tecnologias já existentes alcançam 50% de eficiência em usinas da China. A fonte não foi abandonada no mundo e somente o Japão inaugurou oito novas usinas a carvão nos últimos dois anos e deve construir mais 36 para diversificar a sua matriz e fornecer segurança energética para o país.
As políticas de subsídios concedidas à expansão renovável são frisadas por Zancan, que acredita haver uma grande disputa comercial entre as fontes e que se o meio ambiente fosse o foco principal, os investimentos para mitigação dos gases de efeito estufa seriam iguais. “As tecnologias de renováveis receberam desde 2006 cerca de US$ 2 trilhões enquanto as tecnologias de captura de CO2 – CCS só US$ 20 bilhões ou 1% do total” dispara. Para o executivo, o mundo deve buscar a reduções dos impactos ambientais, mas não estigmatizar uma fonte se ela conseguir mitigar o impacto ambiental. (canalenergia)

Cresce renováveis em AL e abre oportunidade para térmicas

Crescimento das renováveis abre oportunidade para térmicas na AL, avalia GE.
Empresa está de olho nos preço que será definido para verificar o nível de espaço que a fonte térmica a gás poderá ter no A-6 de agosto. (canalenergia)

sábado, 26 de maio de 2018

Energia solar é aposta para equipamentos de irrigação

Sistema de irrigação movido a energia solar é criado para agricultores de baixa renda.
Um sistema de irrigação movido a energia solar foi criado pela International Development Enterprises (iDE) e deverá chegar em breve ao mercado internacional, com preços acessíveis. A solução sustentável foi desenvolvida para agricultores de subsistência, mas poderá ser usada por todos os proprietários de plantações, uma vez que o dispositivo dispensa o uso de combustíveis ou eletricidade para funcionar, reduzindo gastos.
Nomeado SunWater, o sistema de irrigação é uma alternativa mais barata para atender os agricultores de regiões secas, como desertos e sertões. Nestes locais, a maior parte da atividade agrícola é de subsistência, e a escassez da água gera vários problemas, diminuindo a produção das culturas e prejudicando a atividade pecuária – o que causa impactos diretos na renda das famílias que dependem da terra para sobreviver.
Além de eliminar o uso de combustíveis fósseis, que têm preços altos e poluem o ar com altos níveis de CO2 e gases tóxicos, o SunWater não precisa da energia disponível na rede elétrica – que nem sempre está ao alcance das populações que sobrevivem da produção agrícola. Além disso, o equipamento ajuda a popularizar os sistemas de geração fotovoltaica nas áreas rurais.
Como o SunWater é movido pela energia do sol, o agricultor não terá custos de combustível e o uso do equipamento não será cobrado na conta de luz. Segundo o Inhabitat, cada exemplar do SunWater vai custar R$ 5.856, incluindo a perfuração do poço, o sistema de armazenamento da água e a própria bomba, que rega a plantação. O produto ainda passa por testes, mas já está em fase de captação de recursos. (ciclovivo)

Equipamentos de irrigação sustentável é aposta no agronegócio

Fabricantes de equipamentos de irrigação apresentaram máquinas inovadoras para o desenvolvimento sustentável do agronegócio, durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que terminou dia 04/05/2018 em Ribeirão Preto (SP).
A empresa gaúcha Fockink, desenvolveu um sistema integrado para pivôs funcionarem 24 horas, em áreas de até 250 hectares, com mais vida útil e eficiência energética.
A máquina, que deve começar a ser instalada em fazendas do Mato Grosso a partir do segundo semestre, utiliza a energia gerada por painéis fotovoltaicos ou biomassa, nos momentos sem luz. A economia é de 50% em energia, segundo o fabricante.
A Valley apresentou um novo projeto de comercialização de energia solar aplicada nos pivôs de irrigação. O sistema de captação de energia renovável representa uma solução que minimiza os elevados custos com energia.
O produtor geralmente estuda dois ou três anos antes de colocar o primeiro pivô na fazenda.
“São dois sistemas que permitem aplicações diferentes da energia: o on-grid, ligado diretamente à rede, e o off-grid, completamente independente da rede. No primeiro, a placa de captação da energia solar é ligada à rede elétrica existente, compensando o consumo com a energia que já é consumida”, explica Vinícius Melo, gerente de engenharia da Valley.
Em relação a controle e gestão do processo de irrigação, a empresa israelense Netafim, que atua em mais de 110 países, apresentou o NetBeat, um equipamento que recebe os dados enviados pelos sensores instalados no campo, transforma em sinais de rádio e armazena junto com dados agronômicos sobre irrigação. O equipamento será comercializado a partir do próximo semestre.
A Irrigabrasil, de Pinhais (PR), mostra a barra irrigadora, que substitui o aspersor-canhão, trabalhando com baixa pressão e maior eficiência na aplicação, tanto para hortaliças, quanto para cana.
Já a empresa de Barueri (SP), Irrigabras, apostou na eficiência e alta resistência de seus equipamentos que podem ser controlados à distância pela internet. (organicsnewsbrasil)

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Fronteiras do etanol de cana-de-açúcar

Cortador de cana na África do Sul: bioenergia estagnou no continente por falta de investimentos e por problemas fundiários
Mais de 100 nações exploram a cana-de-açúcar, mas o desempenho do Brasil nesse campo da agroindústria é singular. O país é o maior produtor mundial, com 646 milhões de toneladas colhidas na safra de 2017/2018, e as usinas do país têm rendimento elevado, fabricando açúcar e etanol em larga escala e recorrendo à queima de resíduos de cana para gerar eletricidade. Um grupo de pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Nipe-Unicamp) dedicou os últimos cinco anos a estudar por que o modelo adotado no Brasil não teve o mesmo sucesso em outras nações de clima tropical e quais seriam as condições necessárias para que a América Latina e a África consigam ampliar a produção de bioenergia. “A formação de uma rede robusta de países produtores do etanol de cana é importante para consolidar o mercado de biocombustíveis”, explica o engenheiro agrícola Luis Cortez, professor da Unicamp. “O objetivo do nosso projeto é gerar conhecimento para orientar estratégias desses países.”
Cortez é o líder do Lacaf (Bioenergy Contribution of Latin America & Caribbean and Africa to the GSB Project), projeto temático iniciado em 2013 e vinculado ao Global Sustainable Bionergy (GSB), iniciativa para discutir a viabilidade da produção de biocombustíveis em larga escala e em nível mundial (ver Pesquisa FAPESP nos 162 e163). O Lacaf foi estruturado para dar resposta a três perguntas. A primeira é: por que um país latino-americano ou africano se interessaria em produzir etanol? “A experiência do Brasil, que criou uma indústria do bioetanol e utiliza o combustível para adicionar à gasolina, responde em parte a essa pergunta”, afirma o engenheiro Luiz Horta Nogueira, pesquisador da Universidade Federal de Itajubá e do Nipe. “Mas há um pano de fundo, que são as assimetrias no desenvolvimento. América Latina e África estão ficando mais distantes de sociedades industrializadas na Ásia. A bioenergia ajudaria essas regiões a ganhar fôlego.”
A segunda pergunta do projeto foi: quanto etanol poderia ser produzido de modo sustentável? Os pesquisadores testaram cenários conservadores. Em artigo publicado em janeiro na revista Renewable Energy, o grupo constatou que países como Guatemala, Nicarágua e Cuba poderiam substituir por etanol 10% da gasolina e entre 2% e 3% do diesel que consomem apenas por meio de ganhos de produtividade em usinas e destilarias, sem precisar ampliar a área plantada de cana. Já a Bolívia, com um pequeno avanço dos canaviais sobre áreas de pasto, conseguiria substituir 20% da gasolina e do diesel e ainda exportar etanol excedente. O uso do bagaço para produzir eletricidade poderia suprir as necessidades de um terço dos 11% da população boliviana sem acesso à eletricidade.

Na África, os impactos seriam ainda mais diversos. Um paper publicado pelo grupo em 2016 na Frontiers in Energy Research mostrou que a expansão da cana em 1% das áreas de pastagens em Angola, Moçambique e Zâmbia geraria um volume de combustível capaz de substituir 70% da madeira usada em fogões a lenha que enfumaçam as cozinhas e causam danos à saúde. A queima de resíduos da cana poderia ampliar em 10% a geração de eletricidade em Moçambique, Malawi, e Zâmbia, e em 20% em Angola.
Ao responder à terceira pergunta – como, então, ampliar a produção? –, os pesquisadores constataram que não existe um caminho único, ainda que o modelo do Brasil possa servir de inspiração. Colômbia, Argentina, Guatemala e Paraguai adotaram um sistema semelhante ao brasileiro, com usinas de grande porte produzindo etanol, açúcar e energia. “Isso de certa forma é uma comprovação de que o modelo é sustentável”, diz o engenheiro Manoel Régis Leal, pesquisador do Nipe-Unicamp. É certo que a escala de produção não é comparável: estima-se que o Brasil seja responsável por três quartos da produção de cana do continente, enquanto os demais países dividem os 25% restantes. “Mas regiões como o Vale do Cauca, na Colômbia, com campos de cana irrigada, têm produtividade elevada”, informa Leal.
Existem formas distintas de uso da terra em que a matéria-prima é produzida. No Brasil, em média, um terço da cana é plantado em propriedades da usina, outro terço em terra arrendada e o terço final é adquirido de produtores independentes. “Mas nem todas as usinas são assim e há lugares, como Índia e Tailândia, em que 100% da cana é fornecida por pequenos produtores”, explica Leal.
Plantio de cana no Vale do Cauca, na Colômbia: alta produtividade e modelo semelhante ao do Brasil.
Assistência e Insumos 
Os pesquisadores visitaram vários países, mas concentraram sua análise em dois deles: Moçambique e Colômbia. “A Colômbia está bem mais avançada, inclusive com centros de pesquisa para aperfeiçoar a produção”, conta Luis Cortez. Já em Moçambique o cenário é de estagnação. Um caso excepcional é o da açucareira Xinavane, na província de Maputo. “Instalada pelos portugueses, a empresa foi paralisada durante a guerra civil [1977-1992] e mais tarde reabilitada por um grupo sul-africano. A usina implementou um sistema no qual pequenos produtores fornecem parte da cana e recebem em troca assistência e insumos”, explica Leal. As dificuldades em Moçambique, ele observa, têm a ver com uma estrutura fundiária complexa. “A terra pertence ao governo e a cessão é intermediada por chefes tribais.” Apesar disso, indicadores econômicos tendem a melhorar quando uma usina é construída. “As populações passam a ter acesso a mais empregos e há ganhos em infraestrutura, incluindo linhas de eletricidade, hospitais e escolas”, afirma Leal.
Os estudos de caso sugerem que a viabilidade econômica do bioetanol está relacionada com a produção em larga escala. “Um modelo baseado apenas na agricultura familiar não funciona. Usinas de certo porte garantem a produtividade adequada”, diz Luiz Horta Nogueira. Segundo ele, vários motivos explicam a dificuldade de o bioetanol se consolidar em outros países. “Um deles é a limitação de recursos para grandes projetos. Mas também persiste um nível de desinformação alto”, afirma. “Temos usado há décadas etanol em motores de automóveis, mas em alguns países ainda se diz que o combustível provoca corrosão.” A dúvida mais recorrente envolve a ideia de que, se a terra for usada para produzir energia, pode faltar espaço para produzir alimento. “Isso não faz sentido. Em Moçambique, fizemos as simulações avançando sobre 1% de terras de pastagens”, afirma. “Desde o pós-guerra, a disponibilidade de alimentos por pessoa aumentou muito. Há problemas localizados associados à renda, não à falta de comida.” (flipboard)

Eletrosul construirá usina termossolar

Eletrosul anuncia construção de termossolar.
Projeto será implantado em Laguna (SC) para testar eficiência da tecnologia CSP. Custo total será de R$16,5 milhões.
A Eletrosul anunciou um projeto para construção de uma usina que promete ser uma das primeiras do país a utilizar exclusivamente a energia térmica solar para geração de eletricidade. A ordem para a implantação foi assinada em 18/05/18.
Com objetivo de testar a eficiência da tecnologia CSP (Concentrated Solar Power), a Usina Termossolar de Laguna (SC) terá um custo total de R$16,5 milhões e capacidade de geração de 0,25 MW, sendo viabilizada pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica.
As empresas Eudora Energia e Facto Energy serão responsáveis pela execução do projeto, que tem início previsto para 2019 e a duração total de três anos, incluindo os estudos acadêmicos e científicos. A unidade será instalada numa área de 2,8 hectares cedida pela Prefeitura Municipal de Laguna, na localidade de Caputera, às margens da BR-101.
A partir do início da operação, a energia gerada vai para rede de distribuição local, podendo ser convertida em créditos para o consumo de espaços públicos sob gestão da administração municipal. Inicialmente, a Eletrosul será responsável pela operação e manutenção do empreendimento, com a opção de transferir para uma instituição de ensino e pesquisa no futuro.
O sistema da usina termossolar compreende o uso de concentradores cilindro-parabólico, com espelhos curvados, formando estruturas semelhantes a calhas. Elas são suspensas por torres e se movimentam a partir de um mecanismo de rotação que faz com que os espelhos acompanhem a trajetória solar.
Os raios solares são refletidos pelos espelhos para um tubo que absorve a radiação solar e a transfere, na forma de calor, para um fluido térmico que circula no interior dessa tubulação. O fluido troca calor com um segundo circuito interno, resultando em vapor que impulsiona uma turbina acoplada a um gerador elétrico, produzindo a energia. (canalenergia)

terça-feira, 22 de maio de 2018

Fontes de energia renováveis e não renováveis

Inúmeras são as fontes de energia disponíveis no nosso planeta, sendo que essas fontes se dividem em dois tipos, as fontes de energia renováveis e as não renováveis.
As fontes de energia renováveis são aquelas em que a sua utilização e uso é renovável e pode-se manter e ser aproveitado ao longo do tempo sem possibilidade de esgotamento dessa mesma fonte, exemplos deste tipo de fonte é a energia eólica e solar.
Por outro lado as fontes de energias não renováveis têm recursos teoricamente limitados, sendo que esse limite depende dos recursos existentes no nosso planeta, como é o exemplo dos combustíveis fósseis.
Existem vários tipos de energias renováveis, e cada vez mais, com o constante desenvolvimento das tecnologias e inovações, se descobrem novas formas de produção de energia eléctrica utilizando como fonte os fenómenos e recursos naturais, como é exemplo da recente inovação na criação de um hidrogerador cujo princípio é semelhante ao de um aerogerador, diferindo no facto de o movimento das pás ser provocado pelas correntes marítimas.
Dos vários tipos de energias renováveis existentes iremos tratar apenas de alguns.
A principal fonte de energia existente hoje é o petróleo, mas além de não ser renovável, e ser um dos principais responsáveis pelo efeito estufa o petróleo ainda será motivo de muitas guerras e conflitos entre os países, principalmente aqueles países que dependem muito dessa fonte energética como os Estados Unidos.
Diversas nações do mundo inteiro estão investindo muito dinheiro em projetos que utilizam as fontes de energia alternativa como a energia solar, a energia eólica, a energia geotérmica, o biodiesel, a energia obtida através do hidrogénio, a energia das marés, o etanol e a biomassa.
Essas fontes de energia alternativas citadas são as mais abordadas em projeto para uma menor contribuição para o aquecimento da Terra e também para tentar alcançar cada vez mais uma independência com relação ao petróleo.
Algumas das energias renováveis onde atualmente existe um maior desenvolvimento
• Biomassa: utiliza matéria de origem vegetal para produzir energia (bagaço de cana-de-açúcar, álcool, madeira, palha de arroz, óleos vegetais etc).
• Energia solar: utiliza os raios solares para gerar energia oferece vantagens como: não polui, é renovável e existe em abundância. A desvantagem é que ainda não é viável economicamente, os custos para a sua obtenção superam os benefícios.
• Energia eólica: é a energia gerada através da força do vento captado por aerogeradores. Suas vantagens são: é abundante na natureza intenso e regular e produz energias a preços relativamente competitivos.
• Etanol: é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, do eucalipto e da beterraba. Como energia pode ser utilizado para fazer funcionar motores de veículos ou para produzir energia eléctrica. Suas vantagens são: é uma fonte renovável e menos poluidora que a gasolina.
• Biodiesel: o biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel. Vantagens: é renovável, não é poluente. Desvantagem:  existe o esgotamento do solo.
Ilustração com fontes de energia renováveis
Fontes de energia renováveis
Fontes de energia inesgotáveis ou que podem ser repostas a curto ou médio prazo, espontaneamente ou por intervenção humana.
Estas fontes encontram-se já em difusão em todo o mundo e a sua importância tem vindo a aumentar ao longo dos anos representando uma parte considerável da produção de energia mundial.
Exemplos de Fontes de Energias Renováveis:
•        Energia Hídrica;
•        Energia Eólica;
•        Energia Solar;
•        Energia Geotérmica;
•        Energia das Ondas e Marés;
•        Energia da Biomassa.
Fontes de energia não renováveis
Atualmente, a procura de energia assenta fundamentalmente nas fontes de energia não renováveis, as quais têm tecnologia difundida, mas possuem um elevado impacte ambiental.
Importa inverter esta tendência, tornando o seu consumo mais eficiente e substituindo-o gradualmente por energias renováveis limpas. Exemplos de Fontes de Energias não Renováveis:
•        Energia Do Carvão;
•        Energia do Petróleo;
•        Energia do Gás Natural;
•        Energia do Urânio.
Mas antes de se transformar em calor, frio, movimento ou luz, a energia sofre um percurso mais ou menos longo de transformação, durante o qual uma parte é desperdiçada e a outra, que chega ao consumidor, nem sempre é devidamente aproveitada.
Ciclo de algumas fontes de energia renováveis e não renováveis. (portal-energia)

Podemos obter 100% da nossa energia a partir de fontes renováveis?

Podemos obter 100% da nossa energia a partir de fontes renováveis? Sim, dizem cientistas internacionais em novo artigo.
Existe espaço suficiente para que todas as turbinas eólicas e painéis solares forneçam todas as nossas necessidades energéticas? O que acontece quando o sol não brilha e o vento não sopra? Não renováveis podem desestabilizar a rede e causar apagões? Um novo artigo reúne as evidências para responder a essas perguntas.
Em um artigo de revisão [https://doi.org/10.1016/j.rser.2017.03.114] no ano passado, no periódico de renome Renewable and Sustainable Energy Reviews, Benjamin Heard e seus colegas apresentaram seu caso contra sistemas 100% de eletricidade renovável. Eles duvidaram da viabilidade de muitos dos cenários recentes para altas parcelas de energia renovável, questionando desde sistemas baseados em renováveis que podem sobreviver a eventos climáticos extremos com baixo sol e vento fraco, até a capacidade de manter a rede estável com geração tão variável.
Agora os cientistas reagiram com a resposta aos pontos levantados por Heard e seus colegas. Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, o Conselho Sul-Africano de Pesquisa Científica e Industrial, Universidade de Tecnologia de Lappeenranta, Delft University of Technology e Universidade Aalborg analisaram centenas de estudos de toda a literatura científica para responder cada uma das questões aparentes. Eles demonstram que não há barreiras no caminho para um futuro 100% renovável.
“Embora várias das questões levantadas pelo estudo do Heard sejam importantes, é preciso perceber que existem soluções técnicas para todos os pontos levantados, usando a tecnologia de hoje”, diz o principal autor da resposta, Dr. Tom Brown, do Karlsruhe. Instituto de Tecnologia. “Além disso, essas soluções são absolutamente acessíveis, especialmente tendo em conta os custos reduzidos da energia eólica e solar”, diz o professor Christian Breyer, da Universidade de Tecnologia de Lappeenranta, que é coautor da resposta.
Brown cita a solução de pior caso de hidrogênio ou gás sintético produzido com eletricidade renovável para os momentos em que as importações, a hidroeletricidade, as baterias e outros estoques não conseguem preencher a lacuna durante os períodos de baixa energia solar e solar durante o inverno. Para manter a estabilidade, há uma série de soluções técnicas, desde a rotação de estabilizadores de grade até novas soluções baseadas em eletrônica. Os cientistas coletaram exemplos de melhores práticas por operadores de rede de todo o mundo, da Dinamarca à Tasmânia.
A resposta dos cientistas apareceu agora no mesmo jornal que o artigo original de Heard e colegas.
“Existem alguns mitos persistentes de que 100% de sistemas renováveis não são possíveis”, diz o professor Brian Vad Mathiesen, da Universidade de Aalborg, que é coautor da resposta. “Nossa contribuição lida com esses mitos um a um, usando as pesquisas mais recentes. Agora vamos voltar ao negócio de modelar cenários de baixo custo para eliminar os combustíveis fósseis do nosso sistema de energia, para que possamos enfrentar os desafios climáticos e de saúde que eles representam”. (ecodebate)

domingo, 20 de maio de 2018

Expansão de renováveis valoriza geração térmica

Alta contratação de eólicas fará com que sistema necessite de energia firme fornecidas por usinas a gás, as movidas a carvão lutam por financiamento e restrições a fonte. Geração térmica estará em debate no Enase nos dias 23 e 24 de maio/2018, no Rio de Janeiro/RJ.
A forte expansão de eólicas e solares que vem sendo aplicada no país nos últimos anos não é motivo de alegria apenas para os agentes dessas fontes. O aumento da participação de fontes intermitentes na matriz traz a necessidade de uma complementação de geração térmica, que desde o leilão A-6 do ano passado viu duas usinas serem leiloadas, além de ver a Prumo Logística assumir uma usina da Bolognesi em construção. “A expansão aqui vai estar calcada com fontes renováveis e complementadas com geração térmica. Acho que vai continuar a ter muita geração térmica no médio e longo prazo”, avisa Xisto Vieira, presidente da Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas. A geração térmica será um dos temas em debate na 15ª edição do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que será realizado a partir de 23/05/2018, no Rio de Janeiro (RJ), e segue em 24/05/2018.
De acordo com Vieira, a expansão da fonte térmica na esteira das renováveis é um movimento que também acontece nos países mais desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos. Segundo ele, na Califórnia, a cada 3 MW de renováveis contratados, deve ser contratado 1 MW térmico. Ele acredita que o novo presidente da empresa de Pesquisa Energética, Reive Barros, saberá analisar o nível de penetração das renováveis no país para fazer um planejamento ideal par o setor.
O presidente da Abraget acredita que do total da geração térmica do sistema, uma parte deveria estar na base e outra em térmicas flexíveis para serviços ancilares, como atendimento a intermitências, da ponta e partidas rápidas. “Nós consideramos importante colocar renováveis, mas tem que ter cuidados, que são colocar valor de geração térmica”, explica Vieira. No último leilão A-6, foram viabilizados dois projetos no Rio de Janeiro que somam mais de mil megawatts. No leilão A-6 de agosto, foram cadastrados 39 projetos que somam 28.656 MW.
Sobre o novo modelo do setor, Xisto Vieira acredita que um modelo de leilão em que as especificidades das fontes sejam observadas seria fundamental no novo modelo. Para ele, é difícil a comparação entre os empreendimentos hídricos, eólicos e térmicos. “Cada tipo de fonte tem um atributo diferente. A UTE é mais cara, mas ela dá segurança ao sistema, a EOL tem um custo de operação mais baixo, mas tem a intermitência”, avisa.
Se pelo lado das térmicas a gás a tendência é de crescimento, as termelétricas a carvão têm um cenário mais desafiador. Há a expectativa com dois projetos cadastrados no próximo leilão: o da Ouro Negro (RS – 600 MW) e o Usitesc (SC – 340 MW), que ele espera que sejam viabilizados. Mas para Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral, o maior entrave do carvão hoje no país é o financiamento, já que o BNDES não financia mais projetos desse tipo. “Com isso torna difícil a atração dos investidores”, comenta.
As conversas com o governo federal para o Plano de Modernização do parque Térmico a carvão brasileiro continuam. Segundo Zancan, sem esse plano as usinas vão acabar fechando, o que já está acontecendo, com a desativação de Charqueadas e as fases A e B de Candiota. “Com isso o Brasil perdeu 30% da sua capacidade instalada de carvão “, aponta. Segundo ele, a modernização é importante porque em 2027 o fim da CDE tornará o parque inviável economicamente. Como consequência disso vem o fim da mineração subterrânea do carvão, que vai trazer impactos negativos ao Sul do Brasil.
Lembrando que o carvão mineral é uma das maiores reservas de energia que o Brasil tem, Zancan quer ver aplicada no país tecnologias de alta eficiência e baixas emissões que permitem que a fonte seja usada sem causar danos ao meio ambiente. “Não devemos ser contra as fontes, mas sim ser contra as suas emissões. Se os combustíveis fosseis forem de baixo carbono, porque ser contra eles?”, pondera. Segundo o presidente da ABCM, tecnologias já existentes alcançam 50% de eficiência em usinas da China. A fonte não foi abandonada no mundo e somente o Japão inaugurou oito novas usinas a carvão nos últimos dois anos e deve construir mais 36 para diversificar a sua matriz e fornecer segurança energética para o país.
As políticas de subsídios concedidas à expansão renovável são frisadas por Zancan, que acredita haver uma grande disputa comercial entre as fontes e que se o meio ambiente fosse o foco principal, os investimentos para mitigação dos gases de efeito estufa seriam iguais. “As tecnologias de renováveis receberam desde 2006 cerca de US$ 2 trilhões enquanto as tecnologias de captura de CO2 – CCS só US$ 20 bilhões ou 1% do total”, dispara. Para o executivo, o mundo deve buscar a reduções dos impactos ambientais, mas não estigmatizar uma fonte se ela conseguir mitigar o impacto ambiental. (canalenergia)

Eficiência energética precisa de políticas públicas para crescer

Eficiência energética precisa de políticas públicas para crescer, afirma Abesco.
Envelhecimento do parque industrial brasileiro tem levado país a usar mais energia para a produção de mesmo volume de produtos e serviços que no passado.
A eficiência energética depende mais de políticas públicas do que o desenvolvimento da tecnologia. Essa é a opinião do presidente da Abesco, Alexandre Moana. Segundo ele, é necessário existir a obrigatoriedade de metas para que essa modalidade de “geração de energia” possa realmente decolar no país. Segundo o executivo, que participou de um workshop promovido em 10/04/18 pela Comerc Esco, faltam mecanismos para incentivar a eficiência energética no país. A tecnologia existe e sua mutação é contínua, e isto não é um problema para o crescimento das ações do segmento que representa.
Ainda hoje, comentou ele, investimentos nesse segmento são vistos como gastos e não como medidas de economia de energia e redução de custos. Mas, contou, o efetivo uso da eficiência energética como ferramenta de redução de custos existe em diversos países do mundo. Moana lembrou das características que a eficiência energética apresenta como ser a energia mais limpa e barata porque não depende de investimentos altos e evita aportes em novas usinas. O valor estimado para eficiência está em cerca de US$ 31/MWh cerca de um quarto do gasto com energia nova. “Ao redor do mundo vemos o crescimento de países que adotam políticas para o aumento de eficiência energética. E essas medidas vêm atreladas a uma palavra ‘obrigatoriedade’, sem isso essas ações não aconteceriam em algumas partes do mundo que hoje apresentam avanço nessa área”, comentou.
Segundo dados apresentados pela entidade, apenas 32% do mundo tem alguma política para incentivar a eficiência energética. Portanto, 68% não possuem nenhuma ação voltada a esses investimentos e o Brasil está incluído nesse grupo maior. Por aqui, avaliou, existem oportunidades, mas sem essa obrigatoriedade que as políticas em outras regiões impõe. Uma das possíveis forma de viabilizar a eficiência energética no país, continuou ele, pode se dar pela reforma do setor elétrico que estava em discussão durante a última gestão à frente do MME. O executivo destacou que a continuidade de ações pró mercado podem ser uma sinalização positiva para o mercado. Mas, mesmo assim, Moana salientou que a obrigatoriedade de metas é algo imprescindível para o Brasil conseguir fazer com que a eficiência energética realmente entre na agenda.
Segundo a Abesco, a receita de sucesso para a eficiência energética no Brasil passa ainda pela necessidade de uma forma de medição e verificação adaptada à realidade nacional com programas de etiquetagem de unidades consumidoras, assim como já existem com aparelhos elétricos e até veículos automotores. Marcel Haratz, presidente da Comerc Esco, ressaltou ainda que o Brasil assumiu compromissos na COP 21 de Paris em melhorar a eficiência energética em 10%. Contudo, o país vem apresentando aumento na intensidade de energia primária. Ou seja, está gastando mais recursos para produzir o mesmo produto ou serviço que no ano anterior e essa curva de crescimento é vista desde o ano de 2013 a 2016. Nesse período o crescimento médio foi de cerca de 2%. A comparação fica mais negativa para o Brasil quando se compara os dados de outros países nesse mesmo período. No Japão fica na casa de redução de mais de 2% e na China está 4% menor. A média mundial é de redução de 2% no uso de energia. Os dados são da Agência Internacional de Energia.
A explicação para esse fenômeno vem do fato de que a idade média de máquinas e equipamentos no Brasil está em 17 anos enquanto, por exemplo, na Alemanha que é o benchmark em eficiência energética, é de apenas cinco anos. Com o aumento da idade média é natural que vejamos a redução da produtividade e da competitividade. Outro dado que explica a perda da competitividade em eficiência energética é o gasto per capita com essas ações, por aqui é de US$ 3,29 o que coloca o país em 13° lugar do ranking enquanto a primeira é a Alemanha, com US$ 318,49. Os maiores potenciais de eficientização para 2050 estão no segmento de transportes com 44% e na indústria com 41%, segundo dados da EPE em um estudo de demanda de energia de janeiro de 2016. (ctee)

Empresas estão despreparadas para nova economia energética

Empresas estão despreparadas para nova economia energética revela pesquisa da Schneider electric.
Pesquisa da Schneider Electric revela que empresas estão despreparadas para a nova economia energética.
Estudo realizado com 236 empresas mostra que as organizações se sentem prontas para competir no mercado energético em evolução; mas a prática não reflete essa percepção.
Um novo estudo divulgado pela Schneider Electric, líder global na transformação digital em gestão de energia elétrica e automação, revela que a maioria das organizações se sente preparada para um futuro descentralizado, descarbonizado e digitalizado, mas muitas não têm tomado as medidas necessárias para integrar e promover seus programas de energia e sustentabilidade.
Essa falsa sensação de segurança pode ser atribuída à constatação de que a maioria das empresas ainda adota abordagens bastante convencionais para gerenciamento de energia e ação climática. E os desafios da inovação são ainda mais complicados por conta da coordenação limitada entre os departamentos de compras, operações e sustentabilidade, bem como a coleta e o compartilhamento ineficientes de dados.
81% das empresas fizeram upgrades ou planejamentos de eficiência energética, mas 30% ou menos têm considerado novas oportunidades de energia, como microgrids e resposta à demanda.
De acordo com a pesquisa, das quase 240 grandes empresas (US$ 100 milhões em receita ou mais) de todo o mundo, 85% disseram estar agindo nos próximos três anos para manter seus planos de redução de carbono a níveis competitivos. Mas os projetos que foram iniciados ou estão em desenvolvimento se inclinam fortemente para a conservação de energia, água e resíduos. Fora as energias renováveis, poucas organizações estão implementando estratégias e tecnologias mais avançadas para gerenciar energia e emissões.
As principais descobertas revelam que:
- 81% dos entrevistados têm feito melhorias ou planos de eficiência energética para os próximos dois anos; 75% estão trabalhando para reduzir o consumo e o desperdício de água.
- 51% completaram ou estão planejando projetos de energia renovável.
- Apenas 30% implementaram ou estão planejando ativamente o uso de armazenamento de energia, microgrids, calor e energia combinados - ou alguma mistura de tecnologias.
- Somente 23% têm estratégias de resposta à demanda ou planejam tê-las no curto prazo.
“Estamos no meio de uma grande ruptura na forma como a energia é consumida e produzida”, diz Jean-Pascal Tricoire, CEO da Schneider Electric. “O foco quase universal na conservação é positivo. No entanto, ser um consumidor consciente é apenas uma parte do que é necessário para sobreviver e prosperar. As empresas precisam se preparar para serem participantes ativas do setor de energia, apoiando a produção de energia e interagindo com todos os participantes da cadeia. Aqueles que não conseguirem agir agora serão deixados para trás”, completa.
A primeira barreira em direção ao progresso pode ser o alinhamento interno. 61% dos entrevistados disseram que as decisões de energia e sustentabilidade de sua organização não estão bem coordenadas com as equipes e departamentos relevantes, especialmente nos setores da Indústria e Bens de Consumo. Além disso, o mesmo número de entrevistados disse que a falta de colaboração é um desafio.
O gerenciamento de dados foi citado como outro obstáculo para a gestão integrada de energia e carbono. 45% dos respondentes afirmaram que os dados organizacionais são altamente descentralizados, tratados a nível local ou regional. E entre as pessoas que identificaram "ferramentas/métricas insuficientes para compartilhamento de dados e avaliação de projetos" como um desafio, 65% gerenciam dados a nível local, regional ou nacional - não global.
Líder de serviços gerenciados em nuvem, a britânica Iomart é um exemplo de empresa que aplica uma abordagem integrada, baseada em dados. A empresa trabalha para coordenar eficiência energética e gerenciamento ambiental em toda a rede de Data Centers que possui e opera no Reino Unido.
"Obter dados e inteligência acionável é essencial", aponta Neil Johnston, diretor de operações técnicas da Iomart. "Mas o que acontece depois que você tem a informação também é importante. Nossas equipes de compras, energia e sustentabilidade comparam os dados e desenvolvem estratégias compartilhadas para gerenciar o consumo e as emissões e reduzir os custos. Essa colaboração gerou economias significativas para o negócio e nos ajudou a obter a certificação ISO 50001 e cumprir os requisitos do Compromisso de Redução de Carbono".
A pesquisa também aponta para o progresso em várias áreas
Mais de 50% das empresas entrevistadas iniciaram projetos de energia renovável ou planejam fazê-lo nos próximos dois anos. Os setores de Saúde (64%) e Bens de Consumo (58%) saíram na frente. Além disso, a liderança e os executivos têm um alto grau de envolvimento nesses e outros programas focados em sustentabilidade. 74% disseram que os membros da liderança revisam ou aprovam iniciativas renováveis e de sustentabilidade, por exemplo, indicando que este trabalho é visto como uma prioridade estratégica.
E enquanto o ROI é a referência óbvia para as iniciativas de energia e sustentabilidade, as empresas estão começando a ter uma visão mais ampla e abrangente dos investimentos. Por exemplo, mais da metade dos entrevistados disseram que o impacto ambiental é levado em conta no processo de avaliação. O risco organizacional (39%) é outra consideração importante.
O estudo foi realizado pela GreenBiz Research para identificar como as empresas desenvolvem estratégias ambientais e de energia, coletam e compartilham dados e coordenam os departamentos - uma prática conhecida como Active Energy Management (Gestão Ativa de Energia, em tradução livre).
Os participantes incluem profissionais responsáveis pelo gerenciamento de energia e sustentabilidade, de membros da diretoria até indivíduos. As empresas pesquisadas representam 11 segmentos principais, incluindo Bens de Consumo, Energia/Utilities, Finanças, Indústria, Saúde e Tecnologia. Os resultados de qualquer amostra estão sujeitos a variação.
Sobre a Schneider Electric
A Schneider Electric lidera a Transformação Digital em Gestão de Energia Elétrica e Automação em Residências, Edifícios, Data Centers, Infraestrutura e Indústrias. Com presença global em mais de 100 países, a Schneider é líder absoluta em Gestão de Energia em Média e Baixa tensão, Energia Segura e em Sistemas de Automação. Fornecemos soluções integradas para eficiência, que combinam energia, automação e software. Em nosso Ecossistema global, colaboramos com a maior comunidade de Parceiros, Integradores e Desenvolvedores em nossa Plataforma Aberta, para entregar controle e eficiência operacional em tempo real. Acreditamos que Pessoas Talentosas fazem da Schneider Electric uma grande Empresa, e que nosso comprometimento com a Inovação, Diversidade e Sustentabilidade garante que “Life is On” seja realidade em todos os lugares, para todas as pessoas, em todos os momentos. (segs)