Apesar
de potencial, Minas Gerais ainda não conta com operação no setor.
Brasil
aumentou sua produção de energia eólica e subiu para a oitava colocação no
ranking global, superando o Canadá.
Sopram
bons ventos para o Brasil, pelo menos para a geração de energia eólica. Tanto
que o país subiu uma posição no ranking mundial que afere a capacidade
instalada de produção desse tipo de energia, passando o Canadá, e agora ocupa o
oitavo lugar, conforme o Global Wind Statistic 2017, documento anual com dados
mundiais de energia eólica produzido pelo Global Wind Energy Council (GWEC).
Em
2016, foi a vez do Brasil superar a Itália no ranking e, dessa forma, passou
ocupar a nona posição. Atualmente, a capacidade de energia instalada no país é
de 12,76 gigawatts (GW), contra os 12,39 GW do Canadá. Na lista, a China
lidera, com 188,23 GW; seguida pelos Estados Unidos, com 89,07 GW; e a
Alemanha, com 56,132 GW de capacidade instalada. A Índia, Espanha, Reino Unido
e a França completam o ranking dos sete primeiros.
O
fundador da Energia Pura – que atua nos segmentos de energia eólica e solar
fotovoltaica, com sede em São Paulo –, Ronald Thomé, aposta na expansão do
setor. “Aliás, eu vi o segmento crescer. Quando comecei, em 1993, praticamente
não se falava em energia limpa no país e a geração era muito pequena”, observa.
Os
números confirmam a análise do especialista. O segmento é responsável por 8,3%
da energia produzida no país, percentual ainda distante dos 60,9% produzido
pelas hidrelétricas, mas já próximo dos 9,3% da produção das usinas de
biomassa, que ocupam o segundo posto no ranking nacional, conforme dados
da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), que reúne empresas do
setor.
A
energia produzida pelas usinas eólicas chegou a ser responsável por 64% da
energia consumida na região Nordeste do Brasil, no dia 14 de setembro do ano
passado. Aliás, essa região é que lidera a capacidade de produção de energia a
partir dos ventos, sendo o Rio Grande do Norte o Estado que mais produziu
energia usando ao força dos ventos. São 3.678,85 MW de capacidade instalada
distribuída em 135 parques eólicos.
Em
Minas Gerais, não há nenhuma operação que produza energia eólica, conforme o
engenheiro de tecnologia e normalização da Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig), Marcio Eli Moreira de Souza. “No nosso Estado existe o potencial, mas
os custos de implantação ainda não apresentam viabilidade econômica”, diz.
Ele
explica que o Atlas Eólico, elaborado pela Cemig em 2010, identificou um
potencial de 39 MW em Minas Gerais. Nas imediações da Serra do Espinhaço, no
Norte do Estado, é a localidade que apresenta as melhores condições para a
geração desse tipo de energia. “No nosso Estado, a logística de implantação é o
grande impeditivo, pois os ‘bons ventos’ estão no alto das montanhas e o acesso
inviabiliza a instalação de parques eólicos”, observa. E acrescenta que no
litoral nordestino, que é líder no Brasil, o custo é menor.
Para
a Abeeólica, Minas tem potencial, que acaba esbarrando na produtividade dos
ventos da região Nordeste, que é bem maior que no resto do país, o que faz com
que os parques acabem concentrados na região.
País terá 252 novos parques até 2023
A
energia eólica no país começou em 1992, com o início da operação comercial do
primeiro aerogerador instalado no Brasil, fruto de uma parceria entre o Centro
Brasileiro de Energia Eólica (CBEE) e a Companhia Energética de Pernambuco
(CELPE), por meio de financiamento do instituto de pesquisas dinamarquês
Folkecenter.
Essa
turbina eólica, de 225 kW, foi a primeira a entrar em operação comercial na
América do Sul, em 1992, localizada no arquipélago de Fernando de Noronha, em
Pernambuco.
Em
Minas Gerais, a usina eólica de Camelinho, em Gouveia, no Vale do
Jequitinhonha, construída em 1994, foi a primeira ligada ao Sistema Interligado
Nacional. De propriedade da Cemig, essa usina acabou sendo doada para a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para fins acadêmicos. Atualmente, a
estatal tem parques eólicos na região Nordeste do país.
Em
todo o país, há cerca de 500 parques eólicos, conforme a Associação Brasileira
de Energia Eólica (Abeeólica). Considerando os contratos já assinados, serão
mais 252 novos parques eólicos até 2023, num total de mais 5,8 GW.
No
ano passado, em média, 18 milhões de residências por mês foram abastecidas com
esse tipo de energia no país. A entidade estima que o Brasil, cuja capacidade
instalada é 12,76 GW, tenha potencial eólico superior a 500 GW. (otempo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário